Tese de Mestrado

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71 renunciando a estabelecer fronteiras entre sua vida pessoal e profissional: a empresa tem direito de invadir seu lar; ele deve ser um profissional perfeito ao passo que deve tentar ser um bom pai, dentro do possível. Quanto ao seu lazer, deve ser escolhido e vivido de modo a permitir-lhe recarregar as energias e estar sempre em plena forma para atender a empresa porque o melhor caminho para a própria realização pessoal que é antes de tudo profissional, é uma dedicação integral e apaixonada à empresa onde trabalha. Deve tornar-se indispensável, não Ter medo de eliminar todos os obstáculos, mesmo que sejam colegas, porque está imerso num jogo cujo nome é competição e competição de vida ou morte.  O executivo pode enfrentar um dilema ético despertado por essa hipercompetição: fazer tudo o que é necessário para vencer pode não ser simpático e pode estragar sua imagem. Afinal, agressividade, ambição desmedida e opção preferencial para si próprio podem causar alguns problemas de relacionamento! O profissional deve ir em frente porque o fato de desejar estas coisas não está errado desde que se saiba dissimular este tipo de desejos. Portanto, não se discute se a o egoísmo é saudável humanamente ou eticamente nem os estragos que ele pode causar nos relacionamentos pessoais e profissionais, por exemplo dificultando todo projeto sério de cooperação entre executivos. Só se questiona os danos de imagem e de comunicação. Enquanto os consumidores, as pessoas talentosas e o mercado não tiverem objeções, não existe problema ético. A consciência ética é um fator exógeno como diriam os economistas! Tal atitude causa algumas contradições, principalmente no quesito lealdade: a revista mostra um executivo cuja empregabilidade tem como pilar a lealdade à empresa, mas que, ao mesmo tempo, deve abandonar os laços de lealdade e adotar o profissionalismo para poder efetuar a travessia entre o velho e o novo modelo. Mesma dificuldade em relação à humildade: a opção preferencial para si mesmo abre uma brecha para a prática da humildade em relação ao mercado: voltaremos às conotações religiosas desta atitude. Por ora, interessa frisar a dificuldade de escolher a atitude certa para poder sobreviver no mundo corporativo.  Os executivos dividem-se em duas categorias, ou graus de perfeição: os, de primeira classe, que pelo seu talento estão acima do bem e do mal porque são imprescindíveis e devem servir de modelo para todos e os executivos


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