CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

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37,5% nomeiam uma obra;

59% não conseguem sequer identificar uma obra do autor estudado.

Contribuiu para estes resultados o facto de, nos trabalhos realizados sobre Luís de Camões, ser fácil identificar Os Lusíadas, obra que os alunos já conheciam antes da pesquisa efectuada. Caso contrário, os resultados seriam ainda mais negativos. Dos 56 trabalhos lidos, 51 faziam menção ao século em que viveu o autor. Surpreendentemente, só 29,5% assinalaram na ficha a opção correcta relativamente a este aspecto.

Os professores, na hora de avaliarem este tipo de trabalhos, reconhecem que é pouco fiável acreditar que se tratam do fruto de muito esforço e que representam um enriquecimento do aluno em termos de conhecimentos e desenvolvimento de estratégias e métodos de trabalho e estudo. Justifica-se assim o baixo peso percentual que têm na avaliação final. O facto é que continuam a exigir este tipo de trabalhos por parte do aluno. É, portanto, urgente repensar estratégias que visem a possibilidade de uma valorização efectiva de trabalhos desta natureza.

6. Conclusão 6.1- Complexidade da rede

Fazer uma pesquisa na Internet é mais complicado que fazer uma pesquisa numa enciclopédia. - Michel Elie

Por detrás da aparente facilidade de interacção com a Internet, esconde-se uma ferramenta complexa, que necessita de uma longa aprendizagem. Não apenas no plano técnico, mas também intelectual. Ultrapassadas as dificuldades técnicas, outra se apresenta: a necessidade de encontrar e analisar os dados que se procuram. Para que serve um mar de informação como a Web, se não sabemos seleccionar os dados que nos interessam, hierarquizá-los e colocá-los num contexto significativo? Michel Elie, responsável pelo Observatoire des usages d’Internet, constata que o processo de

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