JBemFolhas 77

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em

jb folhas

15 ANOS

Retrospectiva JB em Folhas Jornal comemora 15 anos, destacando as principais notícias veiculadas ao longo desse período.  (Página 8)

2018 | ano 16 | nº77 distribuição gratuita

Jardim Botânico

o jornal do jardim botânico

2003

Setembro | Outubro

Horto | Gávea | Humaitá

2018

Faxina na Pio XI  Mutirão promovido por JB em Folhas e subprefeitura convoca moradores para arrumar a praça no dia 27 de outubro.  (Página 4)

O sempre ilustre Chico Diaz  Quinze anos depois de sua primeira entrevista ao jornal, o ator segue pintando e curtindo seu bairro de infância.  (Página 22)


Editorial  15 anos de notícias e recordações

compartilhar. Foi com essas parcerias que criamos e produzimos eventos e apoiamos campanhas, que estão no Dedo de Prosa, na página 17. E estamos

Prezado leitor,

preparando várias comemorações para

1

esses 15 anos. Pra começar, faremos um mutirão para arrumar a Praça Pio XI

que eu, a redatora Betina

no dia 27 de outubro e, com o apoio da

Dows­ley e o designer Paulo­

Paróquia São José, vamos promover a

FOTOS: CHRIS MARTINS

Parece que foi ontem

Pelá decidimos encarar o desafio de fazer um jornal no bairro onde moramos.

iluminação da igreja de rosa, durante o mês de outubro. Leia mais nas colunas Folhas do Jardim e Indi-

2

Nos viramos nos 30 para

ca, nas páginas 4 e 18.

dar conta de captar anunciantes, apurar, fotografar,

E siga o JB em Folhas

diagramar e distribuir. Nossa equipe se comple-

nas redes sociais para

ta ainda com a revisora Carla Paes Leme e com os

conhecer a programa-

nossos parceiros Victor Correia, que faz a distribui-

ção completa. Nossa

ção, e Luiz da Silva (foto 1), da ban-

hashtag é #jbemfolhas.

3 PAULO PELÁ

ca em frente ao número 635 da rua Jardim Botânico, nosso “posto avançado”. Lá você sempre encontra o JB

Produzir e manter um jornal impresso, nos dias de hoje, é para os fortes. Nunca foi fá-

em Folhas. E cá estamos nós felizes e

cil, mas está cada vez difícil. E não

prontos para celebrar este marco, com

dá lucro, no máximo “a maçaneta

uma edição especial de 24 páginas.

da porta”, como costumo brincar.

Ao todo são 15 anos, mil páginas, de-

Mesmo assim, temos um prazer

radores, inúmeros lugares e personagens do bairro Jardim Bo-

enorme em produzir este jornal.

4 MARIA DIAS WERY

zenas de ilustres mo-

E fico orgulhosa quando alguém faz algum comentário positivo. É o caso de Índio da Lagoa e Eudes Vieira (foto 2)

tânico. E muitas his-

e do atendente de padaria Artênio Sousa

tórias. Por isso, sele-

(foto 3), que se declararam fãs do jornal e

cionamos 15 assuntos

fizeram questão de posar para a foto. Ou que mais se destacaram ao longo desse tempo. Aceite como Ester Dias, uma senhora de 96 anos que fica nosso convite e embarque na viagem que tem início na toda prosa quando recebe seu exemplar em casa, página 8. Você vai se surpreender com tanta coisa que em Teresina, no Piauí (foto 4). aconteceu nesse período.

A todos os nossos leitores e anunciantes, obriDos estabelecimentos que anunciaram na primeira gada por prestigiarem nosso trabalho. Vocês fazem edição, o Tabladinho e a Jardim Botânico Educação In- parte dessa história. fantil tornaram-se parceiros e amigos. O primeiro participou de edições do Sebinho nas Canelas, enquanto

2

Até novembro,

o segundo costuma usar o jornal como tema de suas

Christina Martins

aulas. Esse é espírito do bairro que temos orgulho de

Editora


Cara do JB  Vera Andrade Quem observa a moradora Vera Andrade circulando com agilidade e desenvoltura pela rua Jardim Botânico, no quarteirão entre as ruas Conde Afonso Celso e Faro fica imaginando de onde vem tanta energia. Aos 67 anos de idade, sua vitalidade é resultado de 30 anos dedicados à dança e também de seu trabalho atual. Vera é professora de consciência corporal por meio do movimento no estúdio Gestos, onde dá aula duas vezes por semana. Morando há 16 anos no bairCHRIS MARTINS

ro, Vera conheceu o estúdio por intermédio de uma antiga aluna, que depois a convidou para substituí-la. “Adoro este lugar. Tem uma vibe boa e todo esse arsenal de equipamentos para trabalhar”, brinca. A mineira começou sua carreira em Belo Horizonte, onde se formou bailarina clássica com o casal de coreógrafos Klauss e Angel Vianna. Aos 18 anos, veio para o Rio de Janeiro para fazer formação pedagógica no Theatro Municipal e logo começou a dar aula de dança contemporânea, na Faculdade Angel Viana. Vera criou seu próprio método de trabalho corporal, com foco em pessoas acima de 40 anos, visando ao aumento do espaço articular, para melhorar a força da musculatura, o equilíbrio e o reflexo. “A partir de uma certa idade, o que conta é a autonomia e não a cinturinha fina”, explica a professora que também atende em domicílio, individualmente ou em grupo. 3


Folhas do Jardim

nha. A Praça Marília Kranz é uma homenagem à artista plástica, que faleceu em dezembro de 2017, após

Mutirão na Pio XI

mais de 50 anos vivendo no número 154 daquela rua.

Espaço cultural do bairro, a Praça Pio XI precisa de cuidados. Está faltando uma das traves do campinho de

O Coral JB está de volta FOTOS: CHRIS MARTINS

futebol, os canteiros estão com as grades soltas, e a escadaria precisa de pintura. A equipe do JB em Folhas convidou o administrador regional Douglas Pereira, e, juntos, convocam os moradores a participar de um mutirão visando a promover melhorias na pracinha. A subprefeitura fará uma limpe- Depois de uma breve pausa de seis meses, o coral za na escada- JB está de volta, em novo horário, mas no mesmo ria, com jato de local. Desde o começo de setembro, o maestro Anágua, e ofere- tonio Simão está ensaiando em uma sala no seguncerá jardineiros do andar da Paróquia São José, todas as quintas, das para retirar as 20h às 21h30. Para participar, há uma ajuda de cusgrades que es- to no valor de R$ 50 (mensal) ou R$ 15 (semanal). tão soltas nos Quem tiver interesse, é só aparecer e soltar a voz! canteiros, além de realizar outros consertos que se fazem necessários. Participe do mutirão no dia 27/10,

Gastronomia em ebulição

das 9h às 14h, junto com mais uma edição do Ami- A gastronomia é fonte de energia no bairro. Um ano gos na Praça, com troca de livros e atividades infantis depois de fechar o RS, a chef Roberta Sudbrack abriu “Sud, O Pássaro Verde Café”, na Visconde de Caran-

Praça Marília Kranz

daí. No andar de cima da casa, funciona um centro O bairro vai ganhar uma nova praça, com 56 metros de pesquisas de ingredientes brasileiros, com espade extensão, no trecho final da rua Professor Salda- ços para aulas, estudos, imersão e reflexão. Na Ale-

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xandre Ferreira, o clima é de renovação com a aber- tes Visuais do Parque Lage. A curiosidade em torno tura do Didier no antigo endereço do CT Boucherie. das obras sobre questões de orientação sexual e Já a recente inauguração do restaurante “Sabores de identidade de gênero lotou o parque durante todo Gabriela”, da chef Ísis Rangel (ex-Siri Mole e Risata), o mês em que a mostra esteve em cartaz. O encerpromete renovar os ares na rua Maria Angélica, onde ramento, dia 16/09, contou com show surpresa de ficava o japonês Tadashi. Além dessas, ainda estão Ney Matogrosso e banho de piscina (foto). O direprevistas as inaugurações de dois novos restaurantes tor da EAV Fábio Szwarcwald acredita que o público de culinária japonesa, a Champanheria Bla Bla, na total da mostra ficou em torno de 40 mil pessoas. esquina da JB com Lopes Quintas; e o Buddario, na rua Visconde da Graça.

Abre e fecha O abre e fecha no Jardim Botânico não para. Na ga-

Sucesso da “Queermuseu”

leria da rua Maria Angélica, fecharam Sra Pizza e

A polêmica em torno da mostra “Queermuseu” le- Miss Refeição, que, somados a baixas anteriores e à vou milhares de pessoas ao Parque Lage para a diminuição da loja de brinquedos Roda Pião, deixaabertura da exposição, no dia 18 de agosto, que ram o local mais vazio. Outras lojas que reduziram à contou com a apresentação da cantora Laura Finoc- metade seu tamanho foram o Bazar Garden, no iníchiaro – moradora do Humaitá e entrevistada pelo cio da rua Jardim Botânico, e o Bazar Beira Mar, no JB em Folhas na edição 71 – e de outros artistas Humaitá – ambos no setor de material de construção.

queer. A programação incluiu também debates, Já a Drogaria Pacheco, na esquina da JB com a Locom curadoria de Ulisses Carrilho, da Escola de Ar- pes Quintas, está ampliando sua loja com a saída da FOTOS: CHRIS MARTINS

Multicoisas. Ali perto, a C.galeria abre suas portas, na rua Visconde de Carandaí. Na rua Alexandre Ferreira, a novidade é a clínica médica para pets Viva Veterinária Integrativa. A filial do Zona Sul no começo da rua Jardim Botânico fechou sua pizzaria a fim de ampliar a seção de hortifrúti. Esse setor, aliás, está em alta no Humaitá, com a abertura de mais uma filial do Sabor da Vila. No mesmo bairro, foi inaugurada a Casa 38, espaço multidisciplinar de arte, movimento e educação, com ênfase na primeira infância.

ORGULHO DE ESTAR NO JARDIM BOTÂNICO Nossa unidade está há mais de 40 anos no bairro oferecendo sempre um ensino moderno e inovador que vai além do inglês. culturainglesa.net

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ALAMEDAS Ponte de Tábuas Livraria, restaurante, prédio comercial, muito se fala de Ponte de Tábuas, mas pouca gente sabe onde fica – ou melhor, ficava – a original. Para começo de conversa, é bom lembrar que uma das principais CHRIS MARTINS

finalidades de uma ponte é facilitar a passagem de uma margem a outra REPRODUÇÃO

de um rio. Neste caso, a famosa Ponte de Tábuas era uma ponte de ma-

re descoberto ao longo de um bom trecho da Pacheco Leão.

deira, construída sobre o rio dos Macacos, no cru-

O rio dos Macacos

zamento das ruas Jardim

volta a ficar visível no

Botânico, Pacheco Leão e

canal da rua General

General Garzon.

Garzon, ponto em que deságua também o rio

A ponte foi construída

a fim de permitir acesso ao então distante Real Jar- Cabeças. Dali, parte da água é desviada para o Jockey dim Botânico e o bairro da Gávea. Há tempos, as Club, seguindo em direção ao canal da avenida Vistábuas foram cobertas e quem passa por ali nem conde de Albuquerque. A outra parte desemboca na percebe que está passando por cima do rio dos Ma- Lagoa Rodrigo de Freitas, onde existe uma comporta cacos. Um observador mais atento, porém, pode ver, utilizada para controlar a vazão da água, especialolhando através das grades do parque, o rio que cor- mente em dias de chuva forte.

Cartas

nha as filhas Jéssica e Raíssa. Acompanhei toda sua luta para criá-las sozinha. Agradeço muito a

Fiquei muito feliz ao ver uma reportagem com a vocês por terem lembrado dessa pessoa tão simSônia (baleira). Acho muito merecido. Conheci a ples e, ao mesmo tempo, tão grande. Sônia há muito tempo, quando ela ainda não ti- Vera Carvalho

EXPEDIENTE

Fotos da capa: Paulo Pelá (2003)/ Christina Martins (2018)

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

e-mail: jbemfolhas03@gmail.com

Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá | designjungle.com.br Revisão: Carla Paes Leme Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Tiragem: 5.000 exemplares 6

Telefone: 98128-6104 www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico instagram/jbefolhas www.issuu.com/jbemfolhas

Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea, Lagoa e do Humaitá.


De dee parada cardĂ­aca.

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15 primaveras em folhas São 15 anos acompanhando de perto as mudanças do bairro Jardim Botânico e seu entorno. Hora de parar, olhar para atrás e avaliar tudo o que aconteceu. Ao longo desse período, muitas coisas mudaram na região; outras, nem tanto; e algumas continuam as mesmas. Nas páginas a seguir, destacamos 15 assuntos recorrentes e fundamentais nas edições do JB em Folhas durante esse tempo.

em seu interior, como o Museu do Meio Ambiente e o Espaço Tom Jobim. O primeiro tem agenda de exposições intermitentes; enquanto o segundo FOTOS: CHRIS MARTINS

foi bem aproveitado para a preservação do acervo

1.  Natureza acolhedora Natureza é palavra de ordem em um bairro

a realização de bons espetácu-

chamado Jardim Botânico e cercado de verde

los. Há um ano

por todos os lados. O Jardim Botânico do Rio de

e meio, porém,

Janeiro, com mais de 200 anos, foi onipresente

o teatro segue

em todas as edições do jornal, sempre com no-

fechado, espe-

vidades. O par-

rando nova lici-

que virou insti-

tação para sua

tuto de pesqui-

administração.

reformou

O Parque La-

algumas áreas

ge alternou bons e maus períodos. Em

do

sa,

arboreto,

2003, estava aban­donado, divi­dido no jogo

criou um pas-

de empurra entre os três governos (muni-

seio

noturno,

cipal, estadual e federal). Após várias dire-

proibiu o es-

torias, deu a volta por cima e vem vivendo

tacionamento

8

de Tom Jobim e

um bom momento nos últimos meses. As

no seu interior, aumentou o valor do ingresso e

melhorias são visíveis – da reforma do banheiro ao

passou a cobrar para fotos comerciais no cená-

parque infantil, que ganhou até obra de arte interativa

rio majestoso. Além disso, abriu novos ambientes

de Ernesto Neto (foto).


2.  Gastronomia em alta

ckey no páreo, com restaurantes como o Rubaiyat e

Sem dúvida, o segmento do comércio que mais cres- o Inverso, que, além de comida boa, oferecem uma ceu nos últimos 15 anos foi o gastronômico. Em 2003, bela vista do prado. Se tem algo que não mudou o Jardim Botânico se resumia a poucos e selecionados nesse tempo foi o movimento do Braseiro da Gávea, restaurantes, concentrados nas ruas Maria Angélica, que, assim como o Jóia, tem casa cheia a qualquer Visconde da Graça e J.J. Seabra. Atualmente a região é hora do dia. uma verdadeira babel gastronômica, com opções pa-

No cantinho da saudade, ficaram o Mistura Fina,

ra todos os gostos e bolsos. Até o pacato Horto agora o pioneiro buffet a quilo Couve-flor; o Caroline Cabomba com os animados almoços de fim de semana fé e o Fazendola, substituídos pelo Japa B. e EmFOTOS: CHRIS MARTINS

do Borogodó. Do lado de lá do Parque Lage, além das pório Jardim, respectivamente.

3.  Comércio a todo vapor A rua Jardim Botânico passou por muitas trans-

ruas Maria Angélica e Frei Leandro, a novidade é o

DIVULGAÇÃO

formações ao longo destes 15 anos e perdeu

B, de Burger (foto), na rua

um pouco da sua

Alexandre Ferreira, que

identidade. O Clube

vem atraindo uma turma

Carioca vendeu par-

nova com o conceito de

te de sua área para

hambúrguer gourmet.

a academia Smart

Na linha dos botecos,

Fit e descaracteri-

o Jóia (foto) deu a volta

zou a fachada. O

por cima. Depois de ser

fechamento

vendido, o bar foi refor-

sentido, porém, foi

mado, acrescentou Ca-

o da Livraria Ponte

rioca ao nome, mudou o

de Tábuas (foto), na

mais

cardápio e hoje mantém a casa cheia no almoço e esquina da rua JJ Seabra, em 2013. Até hoje há quem no jantar. Ali não tem crise.

lamente a ausência da loja, simpático ponto de en-

Para os que prezam uma alimentação saudável, te- contro para um café e uma conversa. mos o vegetariano Prana e o Nutre, na galeria 635,

A chegada da primeira filial do Zona Sul, na es-

da JB. A concorrência vai até a Gávea e colocou o Jo- quina da rua Pacheco Leão, foi cercada de polê-

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mica. Na época, muitos moradores achavam que ma – que servia de dormitório para moradores de o movimento de carros dos clientes prejudicaria a rua – foi totalmente reformada e ganhou uma área saída do Horto, mas isso não chegou a se tornar exclusiva para cães (foto), parquinho infantil com realidade. Na contramão das grandes redes, pe- brinquedos para crianças com deficiência e aparequenos mercados ainda têm clientela certa, que lhos de ginástica voltados para a terceira idade. A aprecia o atendimento diferenciado. O Mercado Sagrada Família recebeu grades e passou a ser usaAfonso Celso, por exemplo, trouxe seu público da como área de lazer para a turma da rua Maria mais para perto, ao criar, informalmente, uma Angélica; enquanto a praça Almirante Custódio de happy hour. Sonho antigo dos moradores, a Rede Melo serve de palco de ensaio para os alunos do Varejão, de hortifrúti, abriu sua loja em 2016, na Tablado. A exceção é a Dag Hammarskjoeld, no alto esquina da J.J. Seabra, antigo endereço do restau- Jardim Botânico. Apesar de ser a mais bem equiparante Mormaço e do Jota Bar. da, está sempre deserta.

4.  Praças vivas

5.  Queremos mobilidade

As praças da região conquistaram, definitivamente, os A primeira edição do JB em Folhas, em setembro moradores do Jardim Botânico. Uma, em especial, tem de 2003, anunciava a chegada do metrô. Foram maior destaque: a Pio XI (foto). Escondida entre as muitos projetos, mas ficou tudo no papel. A estaruas Conde Afonso Celso e Oliveira Rocha, a pracinha ção Gávea ainda é um sonho e, por aqui, o metrô é virou point culsó na superfície. Com isso, o trânsito só piorou. O que vem

graças a even-

salvando a pátria são as esta-

tos infantis – co-

ções de bicicleta de aluguel

mo o Sebinho

que facilitam a locomoção

nas Canelas e o

de moradores e de turistas.

Bloco da Praci-

A esperança para resolver a

nha –, roda de samba do bloco Último Gole

FOTOS: CHRIS MARTINS

tural do bairro,

questão da mobilidade no bairro parece estar mesmo nas bicicletas, ca-

e festa junina.

da vez mais pre-

O local também é exemplo de

sentes nas ruas e

cooperação. Em 2004, a união

– infelizmente –

da vizinhança conseguiu cercar a

nas calçadas. Es-

área de brinquedos, impedindo

tudos para criação

a presença de animais. Com a

de uma ciclovia

mobilização dos frequentadores,

– ou ciclo-faixa –

foi possível também formar um

estão adiantados,

mutirão para criação de um mosaico na escadaria da mas sua implantação ainda é uma incógnita. Enpraça e promover a adoção dos canteiros, que se en- quanto uma via exclusiva não vem, é preciso criar contravam abandonados. uma cartilha de boa educação para que ciclistas, O movimento de ocupação cresceu e ganhou ou- pedestres e motoristas possam circular, cada um no tras praças, cada uma com sua tribo. A Ricardo Pal- seu quadrado, respeitando o próximo.

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6.  O JB, suas ruas e calçadas

Não é só o estado das calçadas que preocupa

O crescimento da densidade residencial e comer- atualmente, mas também os ambulantes, que invacial afeta diretamente as ruas e calçadas do bairro. diram o bairro. A área em frente ao número 700 da Com o passar do tempo, muitas vias mudaram de rua Jardim Botânico se transformou em um camelóperfil, como a Visconde de Carandaí – ocupada por dromo, juntando ambulantes com carrocinhas de comida, venda de artesanato e restaurantes, cursos e de objetos usados.

coworkings – ou a Lo-

Apesar de toda a correria

jas de moda e design.

do dia a dia, ainda tem gen-

Algumas ruas, como a

te no Jardim Botânico – ou

Alexandre Ferreira (fo-

melhor, no Horto – que vê

to) e a Oliveira Rocha –

as calçadas de outro modo

na altura do Hospital da Lagoa – tive-

CHRIS MARTINS

pes Quintas, com lo-

e ainda coloca a cadeira do lado de fora do portão para jogar conversa fora. É a “vibe

çadas transfor-

da Zona Norte em plena Zona

madas em estacionamento

HEITOR WEGMANN

ram suas cal-

Sul”, como define o jornalista Pedro Bial.

irregular. Para

7.  Educação de excelência

impedir a in-

Poucos bairros no Rio de Janeiro podem se

fração, a solu-

gabar de abrigar instituições de pesquisa e

ção foi plantar

educação de excelência e tradição, como

mudas de jaca-

o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico e

randá mimoso

o Instituto de Matemática Pura e Aplicada

e flamboyant. A rua Von Martius também mudou, (Impa). Sem falar na Escola de Artes Visuais do Parque com a retirada de sua ilha central. Pequenas e valio- Lage. A primeira – da qual faz parte também a Escola sas vitórias, mas ainda faltam muitas outras, como Nacional de Botânica – oferece mestrado, doutorado consertar e limpar a calçada ao longo do muro do e extensão, além de cursos de ilustração botânica, no Jockey Club, conforme denunciamos na coluna Fla- qual é possível aprender a desenhar espécies vegetais. Já o Impa nos enche de orgulho por ter formagrante, lá em 2012.

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do gente, como o pesquisador Arthur Ávila (Medalha ções. Em 2003, eram poucos os estúdios de pilates Fields 2014, equivalente ao Prêmio Nobel da Mate- na região. Aí chegou o Gestos – que também está mática) e por organizar e sediar eventos, a exemplo completando 15 anos – com uma proposta nova. O da Olimpíada Brasileira de Matemática. Aqui também espaço fidelizou sua clientela e hoje oferece difefica a sede do Instituto Rogério Steinberg (IRS), orga- rentes tipos de atividades, como cursos de meditanização sem fins lucrativos que atua na identificação ção, pilates e yoga. Perto dali, a professora Tatiana e no desenvolvimento de crianças e jovens de escolas Pará acaba de abrir o seu próprio estúdio, focado públicas com altas habilidades/dotação.

apenas na técnica Gyrotronic.

Nos últimos anos, cursos tradicionais, como a Cultura Inglesa, vêm dividindo terreno com uma programação diferenciada oferecida pelo Lunático Café e pelo Polo de Pensamento Contemporâneo, por exemplo.

FOTOS: CHRIS MARTINS

8.  Esporte em todo lugar

Há dois anos, a região foi surpreendida pela chegada de duas grandes redes de academia da cidade, que trouxeram novos equipamentos e tecnologia. O destaque é a Bodytech (foto), que ocupa um prédio de três andares na rua Maria Angélica com dezenas de atividades para diferentes idades e perfis.

9.  A tal expansão mobiliária No Horto, as bicicletas dominam as ruas a caminho As mudanças do bairro nos últimos 15 anos podem da Vista Chinesa, ultrapassando o número de carros, ser facilmente percebidas em sua arquitetura. Emboespecialmente nas primeiras

ra algumas ruas

horas do dia. Tal movimento

preservem o am-

acabou por colocar a Pache-

biente de cida-

co Leão no primeiro lugar do

de do interior, a

ranking de rua com maior

região cresceu e

número de ciclistas no mun-

deu lugar a vários

do, de acordo com o aplica-

prédios espelha-

tivo Strava, usado pelos pra-

dos,

ticantes do esporte. Isso não

em novos contor-

é novidade para quem mora

nos na rua Jardim

aqui e há muito tempo usa as ruas e a Lagoa para praticar esportes. 12

resultando

Botânico.

Cada

nova construção é cercada de polêmica e protestos,

Além das atividades ao ar livre, há outras op- mas nem sempre é possível vencer e parar o progres-


so. O Posto Shell – entre as ruas Conde Afonso Celso de café usados para reaproveitamento. A igreja e Oliveira Rocha – foi, por muitos anos, a salvação de ainda instalou placas solares em seu telhado (foto), pela João Fortes para construção de um prédio comercial, que só no ano passado começou a ser ocupado, ainda que timidamente. Nesse boom imobiliário, a TV

CHRIS MARTINS

muitos notívagos. Em 2010, o terreno foi comprado reduzindo o consumo de energia.

Globo mostra-se a grande latifundiária do bairro. Além dos prédios iniciais, nas ruas Lopes Quintas e Von Martius, a emissora possui outros endereços nas ruas Pacheco Leão e Jardim Botânico.

10.  De olho no meio ambiente Há 15 anos, não se falava de sustentabilidade como se fala hoje. A coluna Ecodica foi criada em 2012 e, com A Igreja Metodista, a Jardim Botânico Educação Infantil e

DIVULGAÇÃO / JBEI

ela, fomos descobrindo inúmeras iniciativas no JB. Pensando em um mundo melhor, algumas escolas do

a Igreja São José

bairro – como a Jardim Botâ-

recebem óleo de

nico Educação Infantil (foto), o

cozinha usado para

Tabladinho e a Atchim Creche

reciclagem. O Pão

Escola – investem na educa-

de Açúcar recolhe

ção ambiental no seu currí-

lixo eletrônico, as-

culo, além de promoverem a

sim como a loja

coleta de produtos usados.

Multicoisas,

que

tem espaço para descarte de pilhas e baterias.

11.  Segurança, como te quero!

Por meio de sua Pastoral do Desenvolvimento O crescimento trouxe para o Jardim Botânico a inSustentável, a paróquia estimula o descarte cons- segurança. A população de rua aumentou, e os asciente de pilhas e baterias, além de receber filtros saltos tornaram-se comuns a qualquer hora e local.

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Os seguranças de rua continuam a ter destaque no

13.  A gente quer diversão e arte

bairro, assim como as guaritas – na praça Dag Ham- Nos últimos 15 anos, cresceu o número de espaços e marskjoeld tem duas! –, sem que isso resolva, de eventos culturais, fazendo a festa dos moradores. Um fato, o problema.

dos acontecimentos mais tradicionais é o Circuito das Em dezembro de 2015, o Lagoa Presente surgiu Artes do Jardim Botânico, que completou 22 anos e, para dar um reforço ao policiamento, e, agora, busca- há algum tempo, vem incluindo em sua programa-se a instalação de uma base

ção atividades

fixa do projeto na praça da paró-

culturais, co-

quia São José. Além de dar mais

mo palestras,

segurança para as pessoas que

workshops e

frequentam a igreja e suas ime-

oficinas. A ini-

diações, policiais, carros e motos

ciativa

do projeto passarão a circular

frutos, como o

mais pelo JB.

Curto Circuito

deu

Carandaí, que acontece

bi-

mestralmente na Visconde de Carandaí, rua onde há sempre bazar, encontros de moda e de sustentabilidade. Há também novas galerias e teatro dentro do

FOTOS: CHRIS MARTINS

12.  Com os blocos na rua Quando o JB em Folhas surgiu, o Suvaco do Cristo reinava absoluto no coração dos foliões do bairro. Seu desfile é sempre um acontecimento, envolvendo os moradores do bairro, que participam da bateria Jockey Club; ao passo que o Parque Lage vem abrindo e acompanham o bloco até a Gávea. Hoje, a região seu espaço para eventos diversificados, como o Festiconta com vários blocos, como o infantil “Bloco da val LivMundi, que discute sustentabilidade. Pracinha”, o “É pequeno, mas balança”, o “Me esquece”, o “Vagalume o Verde” o verde", "Fofoqueiros de

14.  Quero mais, saúde!

Plantão" e o Último Gole. Este último começou timi- Saúde sempre foi uma prioridade em serviços no damente na Praça Pio XI, cresceu e foi para o Parque Jardim Botânico. Aqui há consultórios particulares, dos Patins, mas está sempre promovendo pequenas serviços médicos com preços acessíveis e atendiapresentações, principalmente no Mercado Afonso mento pelo SUS, no Hospital da Lagoa e na ABBR, Celso. Evoé, que o JB é de Momo!

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atualmente em disputa com a Prefeitura para re-


cebimento de recursos financeiros liberados pelo

Os Jogos Olímpicos de 2016 contribuíram para as melhorias realizadas na La-

latório Praia do Pinto, que com-

goa, incluindo um novo estádio

pleta 64 anos em outubro, está

equipado para competições in-

sempre em busca de inovações

ternacionais. Com várias provas

e oferece, entre outros, atendi-

agendadas no entorno, a Prefei-

mento em neuropediatria, or-

tura reformou e trocou todos os

topedia, clínico geral e psiquiatria, com consultas entre R$ 30

HEITOR WEGMANN

Ministério da Saúde. O ambu-

decks. Até a Colônia dos Pescadores Z-13 foi remodelada e ga-

e R$ 50. Na mesma

nhou novos alojamen-

linha, o Patronato Ope-

tos e pias para limpar os

rário da Gávea dispõe

peixes, vendidos diaria-

de consultas em 18 es-

mente pela manhã. Outro espaço que te-

acupuntura, fonoaudio-

ve um final feliz foi a

logia e geriatria, com

área de 18 mil m2, onde

consultas a R$ 70. Tem

quem

queira

apenas trocar uma ideia,

FOTOS: CHRIS MARTINS

pecialidades, incluindo

funcionou, por 15 anos, a academia Estação do

conversar. Foi pensando nisso que a terapeuta Maria Cláudia Alvarenga criou a Roda de Terapia Comunitária, toda segunda-feira, a partir das 19h, no Espaço Cuidado, com ajuda de custo de R$ 20. .

15.  Lagoa, sua Linda! O entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas sofreu várias mudanças nos últimos 15 anos. Uma das mais signi- Corpo. Após tentativas de projetos ousados, como um ficativas foi no Estádio de Remo, que foi reformado Parque Radical, o governo municipal criou o Parque para abrigar, em 2010, também o complexo de en- das Figueiras, em que acontecem eventos de foodtrutretenimento e gastronomia Lagoon.

cks e a Babilônia Feira Hype.

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ACERVO PESSOAL

MEMÓRIA  Paulo Casé O JB perdeu mais um de seus ilustres moradores. Em agosto, o arquiteto Paulo Casé – entrevistado pelo JB em Folhas na edição 19, em 2006 – foi vítima de um acidente vascular cerebral aos 87 anos. São de sua autoria os projetos do hotel Le Mériden (atual Hilton) e dos programas urbanísticos Rio Cidade de Ipanema e de Bangu, além do Parque Aquático Maria Lenk. No Jardim Botânico, vários prédios residenciais levam sua assinatura, como o da rua Maria Angélica 146 e o da rua General Garzon 100. Apaixonado pelo bairro, onde morou por 36 anos, Casé via com bons olhos o crescimento comercial da região. Para ele, o Jardim Botânico era a "Ipanema dos anos 1970".

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DEDO DE PROSA    Lembranças além das folhas

Pracinha. Também exercitamos o nosso lado cidadão, apoiando o abaixo-assinado para melhoria da praça, em 2007, e promovemos a campanha

O JB em Folhas começou quase sem querer. Partiu de uma ideia de uma das antigas direções

“Adote um canteiro”, em 2013. Nossa equipe adora festa e, para celebrar os

de AMA-JB: ter um jornal do bairro. Como a pró-

seis anos de circula-

pria associação não sabia direito o que queria,

ção do JB em Folhas,

a equipe formada por Christina Martins, Betina

organizou um quizz

Dowsley e Paulo Pelá seguiu em frente. Saímos ganhando: conquistamos autonomia e liberdade editorial. Ao longo desses 15 anos, o jornal também criou e apoiou eventos e campanhas. Como o 1o Batendo Perna pelo JB, um passeio pela trilha que leva até a

especial sobre o bair-

Cachoeira dos Primatas, em janeiro de

ro, no Lunático Café, em

2004. No mesmo ano, em setembro,

2013. Na comemoração

teve a exposição “JB em fotos”, no Ins-

dos 10 anos do jornal,

FOTOS: CHRIS MARTINS

a Pio XI recebeu o Cinema na Pracinha, com roda de samba do Último Gole e exibição de curtas sobre o bloco Suvaco do Cristo e Zeca Pagodinho. O cinema agradou e ganhou uma edição na praça da Igreja São José, tituto Arteclara, e o Encontro de Meditação e Yoga, em 2014. Este ano, a partir da sugestão da mono Parque Lage. Entre 2007 e 2008, organizamos radora Malu Gaspar, o jornal apoiou o troca-troca um mutirão para arrumar a escada que liga a Pra- de figurinhas na Pio XI, durante todo o mês de ça Pio XI à rua Benjamin Batista, a partir da suges- junho, por conta da Copa do Mundo. tão dos moradores Kátia Bronstein e João Barone.

Alguns desses eventos cresceram e hoje fazem

A praça virou palco dos eventos culturais do parte do calendário cultural do bairro. Outros servibairro, quase todos com apoio do JB em Folhas, ram de experiência e podem até voltar – quem saque sempre acreditou na ocupação das praças pe- be? Mas uma coisa é certa: todos, sem dúvida, deilos moradores. E assim teve Sebinho nas Canelas, xaram boas lembranças por serem feitos exclusivaBloco da Pracinha, Arraiá da Pracinha e Brechó da mente para (e por) moradores. Que venham mais! 17


JBF indica

selecionadas pela revista on-line NaToca, das jornalistas Simone Raitzik (moradora do JB) e Isabela

JB em Folhas – 15 anos

Caban, que organizaram o evento em parceria com

CHRIS MARTINS

a designer Cris Barreto.

Gávea em exposição na PUC-Rio O vizinho bairro da Gávea foi esmiuçado na exposição "Gávea. Território de Diversidades, Morada de Contradições", em cartaz no Solar Grandjean de Montigny, na PUC. A mostra é fruto da parceria entre o Núcleo de Memória da PUC-Rio e o Instituto Moreira Salles. É Os festejos dos 15 anos do JB em Folhas começam possível apreciar fotos de Marc Ferrez, Augusto Malta, no dia 30 de setembro, com missa, às 19h, para para Evandro Teixeira e Paulo Fonseca sobre o passado macelebrar a iluminação da Igreja de São José. O evento jestoso da região, as corridas de automóvel e a Gávea é uma parceria com a Fundação Laço Rosa e marca também o Outubro Rosa, campanha mundial que visa à conscientização da população em relação ao câncer de mama. Os festejos dos 15 anos de JBemF continuam no dia 27 de outubro, com sarau de poesia e aula

CHRIS MARTINS

de dança solta, a partir das 18h, na Praça Pio XI.

Casa NaToca A segunda edição da mostra Casa NaToca acontecerá de 4 de outubro a 11 de novembro, no Jardim proletária, das fábricas, das greves e da Rocinha. Há Botânico. Em homenagem ao estilo do imóvel dos ainda exibição de vídeos assinados por jovens do pro-

REPRODUÇÃO/ DIVULGAÇÃO

anos 1930, a mostra terá 23 ambientes, projetados jeto Memória Rocinha, mostrando a vida dos moradosob medida por arquitetos, paisagistas e designers. res atuais da comunidade. A exposição vai até 26/10, A ideia é criar um verdadeiro lar, uma casa de fa- de segunda a sábado, das 10 às 17h, na PUC-Rio. A entrada é gratuita.

É Primavera no JBRJ No mês da Primavera, a agenda será agitada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Entre os confirmados em setembro está uma homenagem ao Dia da Árvore, na sexta-feira, dia 21, com uma trilha especial e sorteio de plantio entre os participanmília na qual a presença das crianças seja percebida tes. No dia seguinte, estão programadas atividapor toda parte, e a convivência entre pais e filhos des lúdicas no arboreto em homenagem ao Dia da seja incentivada e valorizada. A casa no número 12 Defesa da Fauna e uma oficina de jardinagem no da rua Visconde de Carandaí contará ainda com bis- Corredor Cultural do JB para celebrar o início da estrô e loja com produtos de marcas de todo o Brasil, tação das flores. A programação da série Domingo

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no Jardim segue variada, com destaque para o dia 30/9, quando as vozes dos corais Popcoro e Coro na Ladeira vão animar o parque com músicas que vão de Michael Jackson e Bob McFerrin a Tom Jobim, Nando Reis, Tim Maia, Jorge Benjor, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque.

Galpão das Artes dá asas à imaginação A mostra “Asas da Imaginação” – da produtora cultural, cenógrafa e professora de Arte Terapia Cida Mansur – reúne obras de arte feitas com materiais que poderiam estar no lixo – como CDs, LPs, coadores de café usados, tampas, retalhos e espelhos quebrados – no Galpão das Artes Urbanas/Comlurb. A exposição fica em cartaz até 28 de setembro, de segunda a sexta, das 9h às 19h. Mais informações: (21) 38904960 – Av. Padre Leonel Franca, S/N - Gávea.

Baukurs e suas 40 histórias O curso de alemão Baukurs está completando 40 anos de atividades, 30 deles no Jardim Botânico. Para celebrar a marca, a diretora Thea Schuneman (moradora do JB) e os designers Guto Miranda e Simone Melo montaram a exposição “Es war einamal (Era uma vez) – as 40 histórias do Baukurs”, no Baukurs Cultural. O ponto de partida são 40 crônicas escritas pela diretora sobre fatos marcantes do curso, formando um mosaico de memórias com fotos e textos enviados por pro-

DIVULGAÇÃO/ BAUKURS

fessores, alunos e amigos do espaço cultural. O Baukurs Cultural fica na rua Goethe 15, em Botafogo e a exposição pode ser vista até dezembro, de segunda a sexta, das 10h às 16h. Entrada franca.

cada dia um cardápio diferente; comida com gostinho caseiro; sempre uma opção vegetariana; Rua Jardim Botânico 635, loja 101. TEL: 2259-3098 /nutreresto

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MEU JB  Fred Góes

Nacional e na Funarte, para falar do Jardim Botânico basta recorrer à própria memória. Parceiro recorren-

O apartamento que pertenceu à família do ilustrador te de Moraes Moreira em música (“Sintonia”) e livro e caricaturista J. Carlos conquistou o professor e com- (“O Abc de Jorge Amado”), Góes mudou-se para o positor Fred Góes à primeira visita. Além do piso e Jardim Botânico há 22 anos, mas antes, desde os 5 das portas de madeira maciça, um fato que pesou na anos, morou na Fonte da Saudade: “Tudo na mesma decisão de comprar o apartamento é que – durante a freguesia, como se dizia antigamente”, observa. primeira visita, em 1996 – passava uma procissão de Doce lembrança | Ondinha Doces, lojinha na praça Sagrada Família onde hoje fica a agência do banco Itaú. Programa ontem e hoje | Ir à feira na rua Frei Leandro e ao Parque Lage, que sempre despertou em mim extraordiFOTOS: CHRIS MARTINS

nária curiosidade.

Nossa Senhora Aparecida pela rua Jardim Botânico. Ainda que, atualmente, o imóvel “abençoado” pareça grande para um ca-

Cozinha cotidiana | Agora que o

sal apenas, o pesquisador

Miss Refeição fechou, uma alternati-

rendeu-se aos argumentos da esposa, que diz: “Casa va é o buffet da renovada Panificação Lagoa. de avós tem que ser grande para receber os netos”, Dica quente | O café Ferreira, produzido em Minas no caso as netas, filhas da apresentadora de TV Mica- Gerais e vendido no Mercado Afonso Celso. Aperitivo | O grissini fabricado pelo supermercado ela Góes, do “Santa Ajuda” (GNT). O mais recente trabalho de Góes como escritor é Cris-Mar. A Micaela diz que come ração a semana fruto de sua amizade com Ângela Leal, antiga vizi- inteira para poder se deliciar com os palitinhos no nha de JB: o recém-lançado livro “Rival – Resistência final de semana. e Sensibilidade”, da editora Língua Geral, que reúne Presente infantil | Hoje, a loja Roda Pião e a paas histórias das mais de oito décadas do Teatro Rival, pelaria Mimo resolvem. que foi de Américo Leal, pai da atriz. Se para o livro Falta | Por um tempo, contamos com a livraria Ponele precisou pesquisar, por mais de cinco anos, em te de Tábuas. A saída agora é encomendar livros diversos arquivos de jornais e do teatro, na Biblioteca por telefone.

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FOTOS: CHRIS MARTINS

Flagrante

Nos 15 anos de flagrantes pelo bairro, acompanhamos várias mudanças. Mas, como aquela velha máxima “certas coisas nunca mudam”, os alagamentos de alguns trechos da Lagoa

2004

Rodrigo de Freitas – especialmente entre o heliponto e o Parque dos Patins – ainda são rotina. Basta que chova um pouco mais na cidade para que aquela área fique tomada por enormes poças, nos enchendo de “vergonha alheia”. Não é possível que um ponto turístico tão visitado na cidade seja vítima de tamanho descuido ano sim, outro também!

2018 CIDADANIA  Psico-Oncologia quase de graça

são simbólicos, apenas para ajudar a continuidade do serviço, sendo que a primeira consulta custa R$ 1. O valor das consultas seguintes é combinado direta-

Pessoas com câncer que não possuem plano de saú- mente com o paciente, podendo variar de R$ 20 a R$ de podem contar com o serviço de Psico-Oncologia 50, dependendo da disponibilidade financeira de cada da PUC-Rio. Os valores do atendimento psicológico um. Mais informações: 3527-1574.

DRA. MONICA CHAVES ALVES

Pediatria e Puericultura

Rua Jardim Botânico, 674 - sala 104 chavesalvesped@gmail.com (21) 2530-0756

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CHICO DIAZ

BETINA DOWSLEY

Ilustre Morador  O JB em Folhas está comemorando 15 anos, mas Cândida, que acaba de completar 90 anos de idade: o ator Chico Diaz – entrevistado de nossa segunda

- A matriz, como nós chamamos, é ali na (praça)

edição nesta mesma coluna – tem uma relação de Sagrada Família. Literalmente. Tudo na órbita da praquase 50 anos com o Jardim Botânico. Depois de tan- cinha da Maria Angélica – brinca o ator. to tempo, Chico começa a ter vontade de viver um

O contato com a natureza também o prende ao

período em Portugal, após curta temporada lá. Chico Jardim Botânico, seja por suas trilhas verdes que sernasceu no México, passou sua infância em Lima (Pe- penteiam o caminho até a Vista Chinesa e a Mesa do ru) e, mais tarde, por conta própria, morou na Europa Imperador, seja por suas cachoeiras, como a do final e nos Estados Unidos. Atualmente, tem ido muito à da rua Mário Henrique Simonsen. Chico destaca “a Assunção para preparar um documentário sobre seu incrível saia verde, que desce do Cristo, nos oxigena pai (o diplomata paraguaio Juan Diaz), mas acredi- e nos traz o som da mata, dos macacos e tucanos”. ta que morar em Lisboa seria uma boa experiência Por outro lado, o crescimento do comércio é uma para sua filha Irene, de 13 anos. De qualquer manei- realidade; e a densidade populacional entre as duas ra, aonde quer que vá, seu coração estará sempre grandes áreas verdes, inegável. por aqui, graças a suas memórias e sua mãe, Maria

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- O crescimento está descaracterizando o bairro.


Acho muito difícil conciliar a voracidade e a fome do mo, quando o tempo é curto. No Parque das Figueiras, mercado com as características de um bairro residen- Chico utiliza os equipamentos públicos de ginástica, cial – reflete. As modificações são mesmo significativas. Chico

segundo ele, sempre vazios. O Parque Lage entrou em sua vida ainda nos anos

destaca o menor número de vagas de estacionamen- 1970, quando se apresentou com o grupo Manhas e to, os preços elevados dos produtos e serviços, as Manias – formado por ele e os atores Pedro Cardoso, calçadas abandonadas, a limpeza e a educação (ou a Andréa Beltrão e Deborah Bloch. Na década seguinte, falta das duas últimas). Para ele, a rua Maria Angélica, Chico descobriria ali outro talento em aulas com Chico por onde ele costumava passar a caminho do colégio Cunha, Beatriz Milhazes e John Nicholson, na Escola Souza Leão (na rua Jardim Botânico, quase esquina da de Artes Visuais. Desde então, aproveita os intervalos J. Carlos), virou “uma barbárie, não tem mais calçada”: entre um trabalho e outro – na TV, no teatro ou no ci“Dali só salvaria o Bar Rebouças, que deveria ser pa- nema – para pintar. Ele recomenda a Brugger, lojinha trimônio cultural – e etílico – da cidade”, avalia o ator, especializada dentro do casarão do parque para comque simpatiza também com o Japa B e o Taj Mahal, prar material de pintura. ambos na rua J.J. Seabra.

Fora isso, o artista é freguês da feira da Lineu de

A falta de cuidado e conservação da cidade, es- Paula Machado, aos domingos, e, pela praticidade, pecialmente neste momento, preocupam o ator. Seu acaba frequentando a mesma esquina, onde era o bar olhar de arquiteto, entretanto, captou uma ponta de São Carlos e hoje é Pin Pin Sucos. esperança com a reforma de uma casa da rua Jardim

A fotografia é outra forma de expressão para o ator,

Botânico entre as ruas Abade Ramos e Oliveira Rocha: que costuma aproveitar as locações de filmagens pa“Ficou linda”. E se é difícil lutar contra o crescimento, ra seus ensaios. Recentemente, fotografou bastante Chico reconhece que as novas construções ao menos Alta Floresta (MT), durante as gravações de “O hóspedemonstram preocupação com os pedestres.

de americano”, série do cineasta Bruno Barreto, cuja

- Fico feliz em ver a calçada do prédio construído no estreia na HBO está prevista para fevereiro de 2019. lugar do posto (de gasolina Shell). É exemplar – elogia. Aqui no bairro, sua musa inspiradora fica na rua BenSeus trajetos pelo bairro continuam a ser de bici- jamin Batista: cleta, agora elétrica. “Questão de tecnologia, não de

- Tem uma árvore ali que eu chamo de minha namo-

preguiça”, ele explica. Até porque ele mantém boa rada. Já a fotografei muito. Ela é de uma majestade quaforma física e disposição correndo nas Paineiras – que se amazônica – descreve com a paixão necessária para considera “Alto Jardim Botânico” – ou na Lagoa mes- renovar sua duradoura relação de amor com o bairro.

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