JBemFolhas41

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jb folhas

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o informativo do jardim botânico

julho / agosto 2011 | ano 7 | nº41 distribuição gratuita

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Um bairro de muitas histórias O tempo não parou, mas não foi capaz de apagar as boas lembranças de moradores que guardam a história do JB.  (Páginas 4 e 5)

r

s

Novidades na ABBR

Casal ilustre e trabalhador

Instituição completa 57 anos com novos equipamentos de reabilitação.  (Página 7)

Luiz Fernando Lobo e Tuca Moraes dividem-se entre o Jardim Botânico e o cais do porto..  (Página 2)


Editorial  Plantando cultura no jardim Caro Leitor, Nesses quase sete anos de reportagens pelo bairro do Jardim Botânico, o que mais se ouviu foi o quanto a região é bela e privilegiada, embora o trânsito venha tirando parte de seu encanto. Por conta disso, a equipe do JB em Folhas decidiu viajar no tempo e ir atrás das lembranças que fizeram e fazem parte da história do Jardim Botânico, como você vai poder matar as saudades – ou conhecer um pouco mais – nas páginas 4 e 5 desta edição. Faltou espaço (e imagens) para falar de outros espaços que estão na memória, como o Cinema Jussara – que nos anos 70 exibia apenas pornochanchadas –; a turma de skate da Maria Angélica; a gráfica que ficava na esquina da rua Faro com Jardim Botânico; e o restaurante Marmita, onde hoje está a padaria Vitória Régia. Essas são algumas recordações que acabaram sendo substituídas por outras e que daqui a algum tempo também darão lugar a outras. Muitas vezes as novidades são bem-vindas. Há três anos sem festa junina, a praça Pio XI ganhou uma comemoração de São João feita por (e para) moradores. O “Arraiá da Pracinha” aconteceu, como muitas das festas que eram organizadas antigamente, sem visar ao lucro e nem à lotação da praça, como você pode conferir no Folhas (página 3), dentre outras notícias do bairro. Mas, seja no passado ou no presente, nada é pior do que vizinho inconveniente. E os micos e “macacos prego”, que antes eram considerados o patrimônio da região, agora estão na mira do despejo, por conta das invasões em bando, a vários endereços do Jardim Botânico. O registro está no “Flagrante”, na página 7, bem abaixo do “JB Indica”, com as dicas de programação cultural. E como julho nos permite um pouco do ócio criativo, nossa sugestão é aproveitar esse clima de serra, que só o Jardim Botânico nos oferece em qualquer época do ano, e sair registrando as novidades do bairro. A nossa memória agradece. Até setembro,

Christina Martins e Betina Dowsley Fotos da Capa: 1.Cinema Jussara, 2. Rua Jardim Botânico, 3. Desfile Suvaco 1999, 4 e 5. Time Real Jardim (1955 e 2009), 6. 1º desfile do Suvaco (1986), 7 e 8. Casa dos Soter na Rua Oliveira Rocha (2011 e 1970) Crédito Fotos: acervo pessoal (principal), divulgação (Folhas) e Chris Martins (Ilustre)

Expediente O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda. www.armazemcomunica.com.br Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br Revisão: Carla Paes Leme Publicidade: Célia Medeiros - 8341-3973 Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Secretária de Redação: Sheila Gomes Fotos da Capa: Listadas no editorial Tiragem: 5.000 exemplares Telefone: 2294-4926 e-mail: jbemfolhas@armazemcomunica.com.br site: www.jbemfolhas.inf.br

Telefones úteis Bombeiros 193 / 3399-1234 Cedae (água e esgoto) 195 / 0800 281195 CEG (emergência) 0800 240197 CET-Rio 2286- 8010 Comlurb 2204-9999 Defesa Civil 199 / 2576-5665 Disque-Denúncia 2253-1177 Disque-Luz (Iluminação urbana) 2535-5151 Disque-Barulho e Patrulha Ambiental 2503-2795 Guarda Municipal 153 Light 0800 210196 15ª DP 2332-2871 Polícia Militar 190 Subprefeitura da Zona Sul 2274-4049 / 2511-0501 Vigilância Sanitária 2503-2280 Tele-Dengue 3553-4025 Tele-gripe 0800 2810 100 Procon 151

Distribuição: Bancas de jornais, galerias e prédios comer­ciais do Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim Botânico, Parque Lage, Agência dos Correios da rua Jardim Botânico. Display: Galeria da Rua Maria Angélica.

Cara do JB  Alfredo Piragibe Há três anos, o contato com a AMA-JB vem se modernizando e, com isso, conquistando mais aliados na luta pela conservação do bairro. Mérito do analista de sistemas Alfredo Piragibe, que acaba de ter seu mandato de presidente da associação renovado até 2012. Com 33 anos de idade e de bairro, Alfredo trouxe sangue novo e tecnologia para a AMA-JB, que conta agora com um site atualizado diariamente e um grupo de discussão com mais de 2.500 membros. Ao dar voz e espaço aos moradores, Alfredo criou um “exército de Brancaleone”, que está sempre de olho no que acontece no bairro.. “Com o grupo, a informação circula mais rápido e isso ajuda a solucionar ou a chamar a atenção para um problema. O que ainda temos que aprender é como administrar tanta ajuda, mas sinto que a associação hoje está mais unida”, afirma. O convite para ocupar um cargo político já foi feito, mas o presidente da AMA-JB afirma que não está pensando nisso agora. Seu foco, no momento, é a luta pela melhoria de vida no bairro.

Para elogiar ou para reclamar, este aqui é o seu espaço. Mande a sua opinião para jbemfo­lhas@armazemcomunica.com.br.

A moradora Simone Raitzik - cansada de esperar horas no sinal da rua Saturnino de Brito por conta da fila de táxis que ocupam uma pista inteira para entrar no Posto ML (esquina com a Jardim Botânico) - sugere que o abastecimento para esse tipo de veículo seja liberado em horários específicos, quando o trânsito ali está mais livre. E que haja fiscalização constante! 2

CHRIS MARTINS

Fala Morador


Folhas do Jardim  Arraiá da Pracinha Foi um sucesso a primeira edição do Arraiá da Pracinha (foto), dia 2 de julho, feita exclusivamente por (e para) moradores, na Praça Pio XI, palco de eventos favorito daqui. O evento foi realizado com o patrocínio e apoio de comerciantes da região e imediações como Belmonte, Bar Jóia, Mercado Afonso Celso, salões Karícia e Debora Fashion Hair, FOTOS: CHRIS MARTINS

Centro de Convivência Villa Ipanema, Bazar Garden, chaveiro Mestre Pepe, Bibi Sucos, Bloco Último Gole, Braseiro da Gávea, Papelmania e Parceria Carioca. A festa junina contou com barracas de

ABBR com equipamento novo

nino de Brito. NNa Pacheco Leão, nas imediações

de brincadeiras como corrida do saco e dança das

A partir de agosto, a Associação Brasileira Bene-

do Couve-Flor, está um funcionando o Flor de Ló-

cadeiras, animadas por Úrsula Branco, do Meleka

ficente de Reabilitação completa 57 anos. Refe-

tus, um minibazar, que vende de tudo um pouco.

de Jacaré. O forró ficou a cargo de Paulinho Du Car-

rência no Rio de Janeiro no tratamento ortopédi-

E na área gastronômica, a padaria Vitória Régia vai

mo & grupo e terminou pontualmente às 22h.

co, a ABBR vai comemorar a data com novo equi-

expandir seus serviços. A partir de agosto, passa a

pamento. A novidade é o MSPP (Treinamento de

oferecer rodízio de pizza no final de semana.

REPRODUÇÃO

comida, quadrilha, pescaria, boca do palhaço, além

Marcha com Suporte Parcial de Peso), que auxilia no tratamento de lesões graves. O aparelho con-

De olho no Horto

trola simultaneamente a descarga de peso cor-

Os moradores do Horto estão se mobilizando para

poral, a postura e o equilíbrio sobre uma esteira

impedir que a TV Globo utilize o terreno no 60 da

especial ergométrica.

rua Barão de Oliveira Castro. A emissora comprou uma área de mais de 250 mil m2 e pretende cons-

Nova diretoria da AMA-JB

truir um estacionamento para 250 carros na região.

Em junho, foi realizada assembleia da AMA-JB da grande maioria dos associados, Alfredo Pi-

Colônia de Pescadores homenageia São Pedro

ragibe segue como presidente com algumas

Este ano, a Colônia de Pescadores voltou a festejar

mudanças: Guilherme Carvalho é o atual vice-

São Pedro. A homenagem contou com uma procis-

presidente e as tesoureiras são Maria Helena

são (foto) de barcos e missa, seguidas de uma fes-

Nóvoa e Rossella Conti.

ta com música, brincadeiras e comidas típicas na

para votação de sua nova diretoria. Com apoio

O Metrô de que o JB precisa As associações de moradores da Zona Sul e da

orla da Lagoa, na altura do Parque dos Patins. A co-

Barra se juntaram e organizaram uma manifes-

Bairro em movimento

lônia de pescadores foi fundada em 1923 e entre

tação a favor da construção da Linha 4 indepen-

O setor imobiliário segue em alta. Somente aqui

seus atuais integrantes encontramos filhos, netos e

dente, com a estação Gávea em dois níveis, a

no Jardim Botânico, por exemplo, contamos oito

bisnetos dos fundadores, que hoje são reconheci-

fim de possibilitar a passagem de mais de uma

endereços de agências imobiliárias. Em breve,

dos como guardiões da Lagoa, avisando as autori-

linha. O objetivo é diminuir a superlotação dos

será aberta mais uma, a Patrimóvel, no mesmo

dades sobre despejo de esgoto e/ou alterações na

trens e possibilitar a expansão da rede, O even-

endereço onde funcionou o Informal, na rua Satur-

água ou no comportamento das espécies.

to aconteceu na Praça Santos Dumont, na Gávea, no dia 10 de julho, já conta com mais de seis mil assinaturas.

Circuito das Artes, da diversão e da gastronomia Anotem em suas agendas: a 15ª edição do Circuito das Artes do Jardim Botânico acontecerá este ano nos dias 21, 22, 27 e 28 de agosto. Além dos tradicionais ateliês de portas abertas ao público, o evento cresceu e oferece programação para toda a família, com música, gastronomia e até brincadeiras para a turma miúda. 3


FOTOS: CHRIS Martins

Paulo Lima

As muitas histórias do JB

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Além do verde e do clima acolhedor, o Jardim

para inúmeras atividades, como festas juninas,

que esta ganhou ligação direta com o Humaitá e

Botânico é repleto de boas lembranças. É cer-

Dia da Criança e Dia do Livro.

virou via alternativa à JB.

to que muita coisa mudou para antigos mora-

Cândida Diaz, mãe dos atores Chico e Enrique

Cândida lembra das ruas calmas e arboriza-

dores do bairro, que, de uma maneira geral,

Diaz, costuma dizer que foi o “Jardim Botânico

das, quando o Jardim Botânico era considerado o

estranham o trânsito e a insegurança atual

que a escolheu”. Natural de Ribeirão Preto, a

bairro dos sonhos. Hoje ela acha que está muito

destas paragens, mas gostam de recordar cada

professora aposentada veio para o Rio em 1968

movimentado, barulhento e inseguro, reflexo do

momento vivido aqui.

e chegou ao bairro em busca de vagas para seus

crescimento da cidade em geral, mas ainda um

A arte educadora Rosa Geszti é um destes

seis filhos no Instituto Souza Leão, que ficava na

bairro simpático e, se não é mais um sonho, não

moradores. A primeira vez que veio ao JB foi

rua Jardim Botânico, quase esquina da rua J. Car-

chega a ser um pesadelo.

com o propósito de visitar amigos. Foi amor à

los, onde hoje fica um prédio da TV Globo.

Se tem um lugar no bairro que acompanha o

primeira vista! “A praça Pio XI era toda grama-

Em suas idas e vindas à escola, acabou encon-

progresso é a rua Maria Angélica. Do comércio

da, com bancos e árvores. Fiquei encantada!”,

trando a casa onde mora até hoje, na rua Ale-

de antigamente, só restou o bar Rebouças - inau-

conta ela. Sua segunda visita foi determinante:

xandre Ferreira. Na época, a rua era sem saída e

gurado no mesmo ano em que a família Diaz se

quando ela e o marido souberam que havia um

as crianças andavam e brincavam tranquilas do

mudou para cá. Mesmo com os novos estabeleci-

apartamento à venda, não hesitaram em com-

lado de fora. Futebol era sagrado. Ela recorda que

mentos gastronômicos da rua, o bar mantém pú-

prá-lo, há 33 anos. Rosa lembra: “a pracinha vi-

havia muitas casas, vilas e pequenos prédios, e

blico fiel e continua enchendo a calçada.

rou o quintal da minha casa. A meninada jogava

acredita que, “com a construção de grandes edi-

Mas um nome é sempre lembrado naquela

bola e os pais dividiam a tarefa de tomar conta

fícios, ficou mais difícil saber quem mora onde”.

área quando bate o saudosismo: Seu Américo. O

das crianças.” Naquele tempo, muito antes de

Apesar de não querer sair daqui, ela reclama do

português – que faleceu ano passado - aportou

Sebinho nas Canelas, o lugar já servia de palco

barulho e do trânsito intenso de sua rua, desde

no Jardim Botânico para trabalhar no galinheiro


que funcionava ao lado do Rebouças e costumava

e jornal de bicicleta no bairro. “Não havia comércio

contar que, na época, as madames paravam seus

aqui, nem prédios e muito menos trânsito. Tudo

O iluminador Rogério Emerson Magalhães, um

carros e ele trazia os animais recém-abatidos para

era mais calmo”, recorda o português de 80 anos,

dos fundadores do Suvaco do Cristo, atualmente

possíveis banquetes. Com a mudança de hábitos,

que atende a cerca de 100 clientes hoje.

mora no Humaitá, que chama de “bairro dormi-

o local foi transformado em ponto de referência

Puxando mais pela memória, nas décadas de

tório no prédio em frente de casa”, afirma Ana.

tório”. Isso porque não mudou seus hábitos ad-

para serviços de serralheiro, encanador e outras

1940 e 50, havia uma turma

(foto na página ao lado)

quiridos desde 1970, quando começou sua rela-

necessidades do lar. E quando caía a noite, era a

boa de bola na região do Jardim Corcovado. O no-

ção com o Jardim Botânico: aqui ele dá aula no

cerveja gelada que reunia os amigos.

me do time local era Real Jardim, uma homena-

Parque Lage, frequenta o bar Jóia, visita a mãe

Seguindo linha “antiguidade é posto”, o Salão

gem ao Real Madrid, e era formado por moradores

e os amigos. Foi em 1986 que surgiu a ideia do

Karícia foi um dos primeiros estabelecimentos co-

das ruas JJ Seabra, Conde Afonso Celso, Nina Rodri-

bloco. Naquela época, a turma costumava se

merciais do JB, sendo inaugurado em 1948, como

gues e Abade Ramos. O jogo costumava acontecer

reunir no prédio onde moravam José Lavigne,

Salão Siqueira. Seu Joanito de Souza Maciel tornou-

na várzea que ficava em frente à rua Abade Ramos

João Chaim, Xico Chaves e Silvia Gardenberg, na

se sócio seis anos depois e mudou o nome para Sa-

ou no campinho no alto da rua Faro, onde se en-

rua Maria Angélica 741. “Começamos a nos en-

lão Jardim Botânico. Atendendo ao público masculi-

contra um condomínio de casas luxuosas.

contrar na praia, viajamos e, por fim, formamos

no e feminino, o lugar fez sucesso e o cabelereiro

A tal turma costumava também ir à missa do

também. Que o diga Miriam Maciel (foto na página ao

Padre Lira, na igreja de São José. O padre era con-

que em 1954 foi cortar o cabelo e acabou co-

siderado “pra frente” e promovia, aos domingos

Moradora do Jardim Botânico há mais de 50

nhecendo o marido, com quem se casou em 1960.

à tarde, matinê com filmes ou seriados, tipo Tom

anos, a psicanalista Gilda Sobral Pinto também

Mas só em 1972 ela convenceu Joanito a mudar

Mix. Segundo o morador Paulo Lima, “um ótimo

guarda boas recordações do bairro. Aqui ela criou

o nome para Karícia. “Achava esquisito, muito co-

lugar para namoros e paqueras”’. Hoje, o grupo

seus filhos, andou de bonde, fez compras na Casa

mum o comércio ter o nome do bairro”, lembra.

está reduzido, mas não perdeu a animação e se

Touro e no Bazar Ideal do “querido seu Virgílio”.

lado)

Mas, por ironia, um dos grandes atrativos do

reúne para lembrar os bons momentos.

o bloco, que nos une até hoje”, confessa Rogerinho, como é conhecido.

Seu consultório foi o primeiro a ocupar as salas

salão é justamente ser frequentado, quase que

Encontrar os amigos de antigamente é algo

do primeiro prédio comercial daqui, o 635 da rua

exclusivamente, por moradoras da região. Para a

fácil para Ana Soter, que reside na rua Barão de

Jardim Botânico, em 1979. Morando e trabalhan-

comerciante, a chegada de muita gente de fora

Oliveira Castro, no Horto, desde os oito anos de

do no bairro, a principal mudança que sentiu na

acabou com a singularidade da área, embora a

idade. “Este é meu terceiro endereço na rua. Uma

região ao longo destes anos diz respeito ao trânsi-

beleza do bairro é o que há de melhor. “Isso nin-

vez, fiz a mudança com o caminhão na marcha

to: “Não dá para imaginar atravessar a rua sozinha

guém consegue acabar”, destaca com a sabedo-

à ré”, diverte-se. A designer é vizinha de muro

com duas crianças de velocípede e um carrinho

ria de seus 70 anos, para ouvir o marido comple-

dos pais, Edna e Marcos Soter, e de vários ami-

de bebê tranquilamente hoje em dia!”, observa.

tar: “É um dos melhores lugares do Rio”.

gos de infância, que moraram quando crianças

De todo modo, Gilda acredita que o crescimen-

Algumas coisas não mudaram com o tempo, co-

na região, mudaram e agora retornaram com os

to do bairro não prejudicou seu perfil acolhedor.

mo os serviços do padeiro José Salvador Rebelo (fo-

filhos. “Meu ex-marido era vizinho e vive até ho-

“Aqui a gente ainda encontra os amigos na rua e

to na página ao lado), que há 40 anos entrega pão, leite

je nessa rua, enquanto minha mãe teve consul-

se sente em casa”, resume.

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JBF Indica “Anna Bella Geiger circa MMXI”

suas produções. Toda renda obtida com a venda

as estrelas” reestreia no Planetário, dia 23 de

das camisetas será investida na própria EAV, em

julho, com João Velho, Elisa Pinheiro e Gisela

cursos e na manutenção da área verde.

de Castro no elenco. Já “Francisco e o mundo” – encenada por Paulo Giardini, Márcia Brasil e

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Carlos Vergara nas Cavalariças

João Vithor Oliveira, dentre outros – começa a temporada no dia 13 de agosto, no Jockey. Os

As cavalariças e os jardins do Parque Lage exi-

mais animados vão poder curtir as duas peças

bem, até 7 de agosto, a exposição “Liberdade”,

no mesmo dia, já que a primeira tem sessão

de Carlos Vergara. O novo trabalho do artista plás-

às 16h e a segunda, às 18h30.

tico foi desenvolvido a partir da implosão do Complexo Penitenciário Frei Caneca, o mais antigo do

Sebinho nas Canelas

país. De seu ateliê, em Santa Teresa, Vergara filmou e fotografou as implosões do presídio, com apoio do fotógrafo Eduardo Masini e das diretoras de TV Fernanda Scalzo e Inês Vergara. A partir deste material, ele criou pinturas e obras em 3D. Na exposição, tem também uma grande instalação, composta por 32 portas gradeadas das celas recolhidas nos escombros do Frei Caneca. Professora da Escola de Artes Visuais do Par-

Dobradinha de teatro infantil

que Lage, Anna Bella Geiger apresenta uma nova exposição no Arte SESC, no Flamengo, marcando seus 60 anos de carreira. Com cerca de 60 obras das mais representativas desta

Aproveitando o dia do Biólogo, em 3 de se-

que é considerada uma das artistas plásticas

tembro, o Sebinho nas Canelas vai homenage-

mais importantes da atualidade, “Anna Bella

ar esses profissionais em sua próxima edição,

Geiger circa MMXI” pode ser vista até 30 de

nesse mesmo dia 3, sábado, das 10h às 13h.

setembro.

O troca-troca de livros infantis que só acontece na praça Pio XI é promovido pelo site

Moda EAV

www.amigasdapracinha.com.br. Nesta edição,

O Cantão e a Escola de Artes Visuais do Par-

o destaque será uma performance animada

que Lage juntaram moda e arte em camisetas

por Beto Brown para contar a história de “Um

com estampas de obras de artistas contempo-

pirata muito só”, novo livro de Denise Crispun, A Companhia Teatro de Nós, da dramaturga Renata

que estará na praça promovendo uma manhã

que queriam apresentar seus trabalhos em

Mizrahi e do diretor Diego Molina, faz dobradinha

de autógrafos. É importante levar livros em

outros suportes, aumentando a visibilidade de

infantil em dois teatros da vizinhança. “Joaquim e

bom estado e sem rasura para o troca-troca.

Cidadania

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Guido Gelli

râneos. A ideia surgiu de alunos e professores

Flagrante

Neste mês de julho, o 23º Batalhão

À primeira vista, eles parecem fofos e ino-

da Polícia Militar está oferecendo cur-

fensivos. E aí vem o perigo: alimentamos os

so de segurança específico para por-

bichinhos que, vez ou outra, aparecerem à

teiros. Para se inscrever, o candidato

janela. De charmosa, a situação agora virou

deve comparecer ao local com docu-

tormento e os moradores não sabem como

mentos (originais e cópias), um retra-

controlar as invasões de bandos de micos e

to 3 x 4 e uma carta de apresentação

macacos prego em algumas ruas da regiões.

do síndico atestando seu vínculo com

Eles são rápidos e o alvo quase sempre são

o prédio e seus bons antecedentes.

frutas, como no registro do morador Guido

O endereço do batalhão é Av. Barto-

Gelli. Alguns, mais afoitos, levam o que esti-

lomeu Mitre, 905. Informações pelo

ver pela frente, até saco de arroz! O impor-

telefone 2234-6733.

tante é não alimentar de maneira alguma.


Ilustre Moradores  Há pouco mais de quatro anos, quando se mudaram para o Jardim Botânico, o diretor Luiz Fernando Lobo e a atriz e produtora Tuca Moraes, da Companhia Ensaio Aberto, encontraram o que vinham procurando havia tempos nos outros bairros onde moraram: lugar para cultivar

LUIZ FERNANDO LOBO E TUCA MORAES

o ócio criativo! À frente do recém-inaugurado Armazém da Utopia, na zona portuária do Rio, os dois sabem que todo artista precisa do ócio para criar e revelam que o bairro lhes propicia uma qualidade de vida – mesmo com o pouco tempo livre de que dispõem – para repor as energias rapidamente. O discurso é muito bom, mas o casal é

workaholic e, mesmo em casa, está trabalhando, cada um em seu escritório, com seu computador. Funciona mais ou menos assim: durante o dia, o expediente é aqui no Jardim Botânico; à noite e de madrugada, a labuta é na Zona Portuária, com ensaios e apresentações de espetáculos focados em questões políticas e sociais. Tuca lembra que, logo que casaram, passaram 14 anos na Tijuca e, por achar a vizinhança fechada, sentia muita solidão. No JB, os dois aproveitam para andar a pé pelo bairro e sentem-se em casa em todos os lugares por onde passam. Impossível saírem e não encontrarem - Sinceramente, gosto de tudo aqui! Do cheiro da mata; de seu barulho/silêncio; de ver o Cris-

Chris Martins

um conhecido!

to da minha janela (um luxo!); da comodidade de ter diferentes agências bancárias uma perto

Biólogo por formação, Luiz Fernando gosta

então, mesmo que de forma casual, a cultura

da outra; dos restaurantes (frequentamos vá-

muito de ir ao Jardim Botânico ler, coisa que,

anda pelo bairro”, afirmam Tuca e Luiz Fernando

rios); das padarias e até dos macacos invasores,

para ele, acalma a alma. A melhor explicação

que sentem falta na região de uma sala de ci-

que fazem uma bagunça danada, mas dos quais

é da esposa, para quem os bairros estão muito

nema, mesmo que pequena, com uma progra-

não conseguimos ter raiva; afirma Tuca.

globalizados, com as mesmas lojas… “Mas só

mação seleta, aonde possam ir a pé.

A gastronomia figura entre os programas favoritos do casal. Eles podem ser vistos com fre-

aqui tem o Parque Lage e o Jardim Botânico”, observa. Impossível não se render!

Mas esta falta não chega a ser grave. Para eles, o maior defeito daqui é a umidade. “Fico

quência tomando café da manhã no Le Pain du

Com as vidas pessoal e profissional sempre

maluca, coloco cravo no armário, spray, mas na-

Lapin ou no La Bicyclette; almoçando ou jantan-

misturadas, os dois adoram o Espaço Tom Jobim,

da resolve... É muito difícil driblar esse mofo, mas

do no Nanquim, Quadrifoglio, Gula Gula, Capric-

acham que o Circuito das Artes movimenta o

não se pode ter tudo, né?”, contenta-se Tuca, que

ciosa e no Filé de Ouro. A sobremesa pode ser

bairro e que a Escola de Artes Visuais do Parque

não mudaria nada no nosso Jardim Botânico e só

um sorvete Itália ou um chocolate, acompanha-

Lage é sempre um diferencial. “O Jardim Botâ-

sairia daqui para Urca ou para o Horto: “Esses lu-

do de cafezinho, na Kopenhagen.

nico tem muitos artistas, artesãos e intelectuais,

gares têm cada cantinho tão interessante…”

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PRÓXIMA EDIÇÃO: SETEMBRO/OUTUBRO 2011. RESERVE JÁ O SEU ESPAÇO: 2294-4926


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