Amor Imenso

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Um carro quase me atropelou quando eu atravessava a rua praticamente flutuando, depois de sair atordoada do escritório do advogado. Passei todos esses anos me esforçando para não pensar nele. Agora, era só nele em que conseguia pensar. Justin. Ai, meu Deus. Justin. Lampejos invadiam minha cabeça: o cabelo loiro escuro, a risada, o som de seu violão, a profunda tristeza e a decepção em seus lindos olhos na última vez que o vi, nove anos atrás. Eu não deveria ver Justin nunca mais, muito menos compartilhar uma casa com ele. Morar com Justin Banks não era uma opção – nem mesmo que só por um verão. Bom, provavelmente não havia a menor chance de ele aceitar dividir uma casa comigo. Porém, ele gostando ou não, a casa de praia em Newport agora era nossa. Não minha. Não dele. Nossa. Meio a meio. Onde vovó estava com a cabeça? Sempre soube que ela gostava muito dele, mas jamais poderia prever a extensão de sua generosidade. Ele não era nosso parente, mas ela sempre o considerou como um neto. Peguei o celular e procurei Tracy na lista de contatos. Quando ela atendeu, deixei escapar um suspiro aliviado. — Onde você está? — perguntei. — East Side. Por quê? — Pode me encontrar? Preciso muito conversar com alguém. — Está tudo bem? Minha cabeça se esvaziou antes de voltar lentamente a ser preenchida com pensamentos fragmentados e a imagem de


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