Evolução dos logotipos dos CTT ao longo dos Tempos
Este documento, embora inacabado, dá uma perspectiva da evolução dos logotipos e da marca ao longo dos tempos. A cada época corresponde um capítulo. No inicio de cada capítulo, faz-se uma síntese com os dados relativos à designação dos Correios, dos distribuidores de correspondência e logotipos utilizados.
De seguida,
encontram-se os fundos de onde se retirou a informação para a construção das sínteses.
Observações: •
O prazo inicialmente apresentado de entrega do trabalho - 9 de Outubro de 2006, não era suficiente
face à quantidade de informação que foi necessário trabalhar/localizar. •
Toda a documentação encontrava-se dispersa, sendo que a sua pesquisa foi dificultada pelos meses
de férias Julho e Agosto. •
Saliento que os próximos passos para a conclusão do trabalho poderão ser realizados por mim, ou por
outra pessoa, uma vez que os elementos de pesquisa se encontram, actualmente, na posse do MKC/MCO.
1
Monarquia Até 1520
Designação: correio
Entregavam cartas: escudeiros e moços das reais estrebarias, vassalos (rei, qualquer senhor ou ordem religiosa) e almocreves ( para toda a gente, embora para o rei fosse gratuitamente)
Fundos: •
“Para o serviço do Rei, tanto dentro como fora do País, os emissários mais eram - como claramente se
depreende dos documentos da época – os escudeiros e moços das reais estrebarias, e , algumas vezes ainda, personagens de maior categoria palatina, que não raro acumulavam a função de correio com a de enviado particular do soberano. (...) Além dos escudeiros e de mais servidores paçãos – a que fizemos referência – de outros mensageiros dispunha ainda o Rei, e com êle os Senhores e as ordens religiosas que disfrutavam senhorios territoriais. (...) É que, segundo se depreende da leitura de alguns forais velhos, uma das obrigações do enfiteuta, ou vassalo, para com o seu senhorio, era a de dar carreira, caminho ou jornada: pensão que pagava anualmente indo a pé, ou com a sua bêsta, ou ainda com carro, a lugares distantes em serviço do mesmo senhorio que, já dissemos, tanto podia ser o rei como qualquer senhor ou ordem religiosa. Ora no cumprimento desta Foragem ou Direitura, então muito usada, eram os vassalos bastantes vezes utilizados como transportadores de cartas. Em certos lugares os almocreves eram também compelidos pelo direito de almocrevaria ou de andadeira a prestar ao rei, gratuitamente, em determinada época do ano, igual serviço de carreira ou jornada; hábito que se prolongou por tal forma que, por obrigação de foragem ou interêsse monetário, os almocreves foram, até a criação do cargo de Correio-mor, em 1520, talvez o único meio de que o povo dispunha para enviar as suas cartas. O almocreve, ou recoveiro, era, para os que não tinham vassalos nem escudeiros, o único recurso de lançar mão para mandar ou receber cartas dos parentes e amigos, ou para estabelecer relações comerciais e sociais a distância.” (1)
“Imagem do Correio português a cavalo, do séc. XVI. Reconstituição conjectural, segundo desenho do pintor Alberto de Sousa, para sêlo da Exposição Filatélica de Lisboa, em 1944” (1)
•
(...) O caminheiro era ainda uma das designações por que eram conhecidos os que entregavam ao
ofício de levar recados verbais e escritos. Encontra-se mais em mais de um documento dos séculos XV e XVI.” (1)
2
Monarquia Ente 1520 a 1606 - Correios-mor de nomeação régia
Designação: correio (verificar)
Entregavam cartas: correios
Logotipos: logotipo com as armas reais
Fundos: •
Dever principal do Correio-mór - “ Cumpre-lhe, como principal dever do officio, estabelecer os correios,
que forem necessarios, para satisfazer ás requisições, que, porventura, lhe sejam feitas tanto pela autoridade publica, como pelo commercio e particulares, que pretendam corresponder-se com qualquer pessoa que resida dentro ou fóra do paiz.” (2)
•
Creação das postas - “ A instituição, porém, seria incompleta, quando circumscripta á transmissão de
correspondecias por meio de emissarios a pé. Por ete motivo estatue o alludio diploma, que sejam estabelecidos os cavallos de posta onde Luiz Homem entender que são necessários.” (2)
•
Organização das postas – “Em cada posta ha dois homens que mantêem e tratam, por sua conta, os
cavallos necessarios as serviço publico e particular, devendo prestal-os aos correios, que transmitam na qualidade de portadores de correspondencias, pelo preço que convencionarem.” (2)
•
Logotipo com as armas reais, adoptado nesta altura
3
Monarquia 1606-1798 – Correio-mor propriedade da familia Mata
Designação: correio
Entregavam cartas: estafetas, mestre de posta, assistentes e postilhões. (não foi possível averiguar a função específica do postilhão ou se também teria outra designação) Logotipos: brasão 1606 e outro de 1634 (ver nos fundos abaixo)
Fundos:
“Brazão de armas dos Matas – em campo de oiro 3 matas •
1606 -
de verde floridas da sua cor” (9)
- Luiz Gomes da Matta. – “Assim se fez contracto com Luiz Gomes da Matta em 19 de julho de 1606, ficando a cargos para elle e seus sucessores com inteiro e pleno dominio, podendo nomear e prover estafetas, mestre de posta e assistentes, e, até, considerar-se isento de sujeição ao reino de Castella.” (2)
17 de Maio é passada ao 6º correio-mor, carta de brasão de armas dos Matas e Coronéis. (9) Brasão – Partido: 1º Matas – de oiro com três Matas de verde, floridas na sua cor: 2º Coroneis – de azul, com cinco gralhas de oiro postas em santor - fotocópia D (3) •
1634 -
•
1644 – Estabelecido, a 17 Fevereiro, o “Regimento do Correio-mor”, nova organização postal (2) e (5)
•
1663 – Estabelecidos os “Privilegios dos Mestre de Postas” por Alvará de 1 Junho (5) . Na descrição
desses privilégios faz-se referência aos seus postilhões (cada Mestre de Posta poderia ter até 3 ou 4). Num documento de 1694, em que se descreve igualmente os privilégios dos Mestre de Posta (6), faz-se referência à existência dos postilhões já em 1581 •
“Anteriormente a 1797, quando os serviços constituiam monopólio de uma família, detentora do oficio
de Correio-Mor do Reino, apenas em Lisboa existia um limitado núcleo de empregados do correio que desempenhavam os serviços da capital e escrituravam as receitas e despesas daquele seu patrão. Os vencimentos eram modestos e a função, socialmente, pouco categorizada.
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Nas restantes terras do país o serviço postal estava a cargo de rendeiros do correio-mor, com o título de “assistentes” – que em muitos casos se sucediam de geração em geração, dentro da mesma família. Pagavam uma pensão anual ao Correio-Mor, de harmonia com a importância total dos portes que cobravam dos destinatários das cartas recebidas na sua localidade, e faziam todas as despesas do seu ofício: renda de casa, ilumização, salário dos estafetas e dos ajudantes, se os tinham, material de consumo, etc.” (7) •
“Durante quási dois séculos – de 1520 a 1798 – parece que o transporte das cartas em Portugal se
efectuou unicamente a pé e a cavalo, pois não conhecemos documento em que se faça referência a utilização de carros, para o efeito, como acontecia noutros países da Europa” (1)
•
1797 - Foi extinto o Oficio de Correio-Mor e os serviços de correios passaram para dominio público, por
Alvará de 16 de Março (5)
5
Monarquia 1798-1853 - Correio Geral
Designação: correio
Entregavam cartas: - Extinção dos Correios-Mor e aparecimento dos Correios Assistentes; - Aparecimento dos portadores que um pouco mais tarde se passaram a designar como carteiros; - Postas do Reino : Segundo Godofredo: O pessoal d’estas, compunha-se de mestres de postas, correios, expressos, postilhões, e moços; e num relatório economico a posta compunha-se por um administrador, um fiel, um commissario, feitor, cocheiros e sotas; - Segundo as descrições dos dois documentos referidos anteriormente,
os mestres de postas
também eram conhecidos como arrematantes. Os correios e os cocheiros teriam a mesma função assim como os postilhões e os feitores. Dado isto, pode concluir-se que não existiam regras muito rigorosas quanto à designação correcta dos intervenientes dos serviços postais. Logotipos: seriam as armas reais com um lettering por baixo (o lettering variava consoante o que se
estivesse a anunciar) ou aparece apenas a palavra correio (ver imagens abaixo, nos fundos) Fundos: •
1798 – Serviço de Diligências ente Lisboa e Coimbra
•
1799 – São dadas instruções práticas aos Correios Assistentes por Alvará de 6 de Junho (5)
“É o modelo mais antigo que existe de receptáculo postal e data de 1799 quando foram publicadas as “Instruções Práticas para os Correios Assistente” (...) Esta peça, que revela preocupações estéticas na sua concepção, está pintada num tom vermelho escuro muito usado pelos serviços de correios da época e tem as legendas a preto sobre o fundo branco.”(8)
•
“ As caixas tem rotulos em lettra grande com as armas reaes por cima, declarando as horas de partida
dos correios e as horas até que se lançam as cartas” (2) - Inscrições das caixas de correio. (entre 1799 e 1800) •
7 de Maio de 1800 aparece “uma entidade nova, a dos portadores, que hoje se chamam carteiros(...)
•
Entre 1798 e 1804 - “O pessoal das diligencias é composto de um administrador, um fiel, um
(2)
commissario, feitor, cocheiros e sotas.” (2)
6
– “O fiel entregará ao Cocheiro as malas, ou pacotes de Viajantes huma antes de partir a Carruagem, e da mesma forma entregará ao Cocheiro no ultimo quarto de hora antes da partida as malas das cartas. (...)Os Fiéis são responsáveis ao Feitor pelo bom tratamento das Bestas, e conservação em serviço exacto, e disciplina os Sotas e Moços de Cavalharia, os quase lhes devem obedecer promtamente, e terão o maior cuidado na boa conservação dos arreios, fazendo estar as Bestas, Sotas e Moços promtos, logo que a carruagem se anunciar pela Trompeta. (...) Aos arrematantes, que seriam considerados Mestres-de-Postas, e como tal gozariam de todos os privilégios inerentes ao ofício, incumbiaria então a manutenção e conservação do gado indispensável aos serviços das diligências.” (1) •
“Não passaremos adiante sem fallar de uma classe, que auxiliava poderosamente a transmissão de
correspondencias, dentro e fóra do paiz, com caracter official, ou sem elle. Queremos referir-nos ás postas do reino. O pessoal d’estas, compunha-se de mestres de postas, correios, expressos, postilhões, e moços. (Regulamento para as postas - 31 de Janeiros de 1810 **) (...)Eram expedidos correios de tres modos: a toda a diligencia, pela posta, e por mar; isto é, a pé ou a cavallo, no menor espaço de tempo; pela posta, a cavallo e sem descanso, com despacho official; ou por agua: voltavam com a resposta, ou á ordinaria, isto é, sem ella. (...)O postilhão acompanhava os correios e particulares, que faziam a carreira, para vigiar o tratamento dos cavallos e servir de guia nos caminhos. Sem que elle declarasse que o viajante pagára a carreira e a gorgeta, não daya o mestre de posta as mudas, que lhe requisitavam: nem os correios, nem os particulares, podiam passar adiante d’elles: o postilhão não acompanhava mais de tres particulares, ou correios; sendo quatro tinham de pagar dois.(...) (2)
**“Regulamento para as Postas – Artigo I (alguns pontos) Os Mestres de Postas darão somente Cavallos a quem trouxer da Posta immediata, ou apresentar Ordem. II. Na ordem do Serviço, o Correio, que chegar primeiro á Posta, terá primeiro Cavallo: os Correios preferem aos Particulares. Nas épocas de transito de Malas, serão reservados os cavallos para ellas. III. Faltando cavallos em huma Posta, por se acharem todos em Serviço, os Correios devem esperar que voltem, comão e descancem primeiro: procedendo a falta de se não achar Posta sufficientemente montada, então o Postilhão e Parelha, que chega, irão até á Posta immediata, tendo primeiro comido e dascansado. V. He prohibido aos Correios ou Particulares passar adiante dos Postilhões, durante a Carreira. VI. Os Mestres de Posta não darão Cavallos aos Correios ou Particulares, que não forem acompanhados pelo seu Postilhão, sem que se chegue, e declare estar paga a Carreira e Gorgeta, e reconhecido o bom estado dos Cavallos. VII. He da obrigação dos Correios ou Particulares pagar o Sallarioda Carreira e Gorgeta do Postilhão, antes de partirem. VIII. Os Correios ou Militares, indo de Serviço, pagarão a duzentos reis por legoa e Cavallo: sendoParticular, que corra a Posta, ou Correio que vá em Serviço de Particular, deve pagar dobrado, isto he, a quatrocentos reis por legoa e Cavallo. Os Postilhões não poderão pedir Gorgeta mais de cento e vinte reis em cada Posta.
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X. He da obrigação dos Postilhões não gastar mais de quarenta minutos por Legoa: he dado, quando muito, hum quarto de hora para mudar de Cavallos: o tempo, que mais houver de demora, deve recuperar-se na corrida. XI. Finda a Carreira, devem os Postilhões restitui-se á sua Posta: he obrigação reciproca de todos os Mestres de Postas não consentir que os Postilhões se demorem mais tempo que o necessario para os cavallos comerem e tomarem algum descanço. (...)” (9)
•
Em 1816 “Apparecem n’este alvará denominações novas- correios commercio – carteiros: os primeiros
trazem correspondencias para os negociantes, os segundos eram os mesmos que os portadores do regulamento de 7 de maio.” (2)
Caixa Postal de 1821 - Este modelo corresponde ao tipo de caixa que era preconizado
na “Regulação para o Estabelecimento da Pequena Posta, Caxas, e Portadores de Cartas em Lisboa”, publicado em 1801, que determinavam a distribuição domiciliária das correspondências e a colocação de caixas de correio, à semelhança do que existia no Correio Geral. Porém, e por razões ainda não totalmente apuradas, este diploma emanado pelo Superintendente-Geral dos Correios e Postas do Reino, Dr. José Diogo de Mascarenhas Neto, não foi implementado
neste altura, pelo que foi necessário aguardar pela Revolução Liberal para que tal acontecesse. Esta caixa, com pala fixa e curva para proteger a abertura tem, na parte superior, a branco, a inscrição “Correio Diário” e , na parte inferior, os dizeres “Caixa, C. 1º Distrito” pintados a preto. Sabe-se que esta caixa se encontrava instalada no 1º Distrito Postal, (Distrito do Mocambo) que era um dos dezassete, em que foi dividida a cidade de Lisboa, para a distribuição domiciliária das cartas.” (8)
“Caixa da Mala-Posta do Alentejo 1830, que funcionou ente 1830 e 1831. Pertencia à Estação de Muda do Lavre e destinava-se à guarda de cartas e documentos recebidos e/ou para expedição nas diligências da Carreira Aldeia Galega/Badajoz. No centro do tampo, abaulado e decorado com uma cercadura, existe uma pega que facilitava o seu manuseamento, aquando da entrega das correspondências ao postilhão da MalaPosta. Na face frontal, encontra-se a inscrição em semicírculo “Posta Rural do Lavre” com as Armas Reais Portuguesas.(...)” (8)
•
1852 – “Torna-se obrigatório o uso dos sellos nas correspondencias da pequena posta” (2) - “Foi a Reforma Postal de 1852 que extinguiu os lugares de assistentes e criou os de directores de
correio – correspondentes aos nossos actuais chefes de estação. (...) (...)foram criados quadros de pessoal das categorias de administradores, chefes de repartição (só para Lisboa e Porto), fiéis, oficiais de 1ª, 2ª e 3ª classe, praticantes, carteiros e condutores de malas. (...) (7)
8
“As Directorias dos Correios eram as designações utilizadas, após a Reforma Postal de 1852, para as Estações de Correios. (...)” (8)
Placa de Directoria de Correio Data: Posterior a 1852 (4)
•
“A introdução dos caminhos de ferro em Portugal em 1856, relevou potencialidades do comboio como
um extraordinário meio de transporte, quando comparado com a tradicional Mala-Posta. Procurando sempre os meios de transporte mais eficazes, os Serviços de Correios, muito naturalmente, passaram a utilizar o comboio não só pela rapidez que proporcionava mas, também, pela segurança que oferecia aos sacos das correspondências.” (8)
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Monarquia 1853-1864 - Sub-inspecção dos Correios e Postas do Reino Designação: correios ou correio (dependendo dos documentos demonstrando a falta de rigor quanto à
designação dos Serviços postais)
Entregavam cartas: correios-condutores (estes utilizavam trombetas para dar avisos)
Logotipos: apenas a palavra Correios ou Correio e/ou com o armas reais por cima (imagens em baixo, nos fundos)
Fundos: •
1863 – São criadas as primeiras ambulâncias ferroviárias por decreto de 26 Novembro (5) e (9)
•
1859 a 1964 – Carruagens de Mala-Posta. Carreira de Lisboa ao Porto. Aparece apenas a palavra
Correio ou com o armas reais por cima (imagens em baixo).
•
Mala-Posta de aldeia-Galega a Badajoz (1854-1863) (1)
“(...) Obtida a informação favorável do Sub-Inspector dos Correios, a 19 de Setembro do mesmo ano assinouse em Paris, entre o Govêrno Português e Elluin, um contrato provisório, que em Dezembro seguinte foi submetido à aprovação do Parlamento” (...) Tanto o condutor das malas do correio como o cocheiro seguiam convenientemente armados, independentemente da protecção dispensada pelas forças de cavalaria que patrulhavam a estrada.” (...) Ao longo da estrada haveria 12 estações de muda, cm 10 cavalos ou muares cada uma, e os respectivos postilhões fardados. O Fardamento dos postilhões, estabelecido por portaria de 6 de Dezembro de 1854, constava de jaleco de briche com gola e canhões encarnados e botões de latão, calças de pano português de mescla e chapéu redondo de oleado. (...) O transporte das malas do correio e dos passageiros entre Aldeia-Galega e Vendas-Novas é actualmente (Julho de 1855) feito por meio de dois cabriolets puxados cada um por três cavalos a par, que partem simultâneamente de um dos dois referidos pontos às horas que para isso se acham estabelecidas, conduzindo além do correio condutor, cinco passageiros. Entre Vendas Novas e Badajoz o transporte é feito em carruagens
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– que me dissertam serem as que o Govêrno cedeu à empresa – que dão lugar internamente a três passageiros, e externamente, atrás da caixa, ao correio condutor e a dois passageiros, e ao lado do cocheiro a outro mais.”
•
Mala-Posta de Lisboa ao Porto (1855-1864) (1)
“(...) Em cada estação de muda havia um feitor, que tinha à sua guarda e responsabilidade todo o material; cavalgaduras, arreios, etc., e dirigia o trabalho dos moços de estrebaria. (...) O escudo das armas reais encimava a porta principal de cada estação. (...) Os cocheiros eram também substituídos em parte do percurso, e só o correio-condutor acompanhava as malas desde Lisboa a Coimbra. Ao correio-condutor, como fiscal do serviço durante a viagem, incumbia manter a regularidade e a ordem, não consentindo que passageiros, cocheiros, sotas ou moços faltassem ao cumprimento das disposições do regulamento. Tanto o condutor como os cocheiros usavam uniforme, e os últimos traziam sobre o peito, do lado direito, uma chapa com as armas reais. Nenhuma autoridade podia por qualquer motivo ou sob qualquer pretexto suspender ou demorar as carreias da mala-posta, e os veículos que transitavam na estrada eram obrigados a dar-lhe livre passagem, logo que o correio-condutor desse aviso soando a trombeta.”
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Monarquia 1864-1880 - Direcção Geral do Correio e Postas do Reino
Designação: Correio
Entregavam cartas:
Logotipos: palavra correio escrita de formas diversificadas (ver imagens abaixo, nos fundos)
Fundos:
Caixa da Estação do Alvito de 1866 – “Foi iniciado o serviço de Ambulâncias Postais, que eram carruagens de correios atreladas ao comboio, onde era feita, em plena viagem, a divisão das cartas por destinos, o que trazia óbvias vantagens para o público. Esta caixa de madeira, em tudo semelhante aos primeiros receptáculos, encontrava-se na Estação dos Caminhos de Ferro do Alvito onde podiam ser depositadas as cartas até quase á partida do comboio.”(8)
Caixa de Ambulância Postal de 1866 – “Esta caixa de madeira era o modelo adoptado para colocação nas ambulâncias postais com vista á recepção das cartas. A tiragem das cartas era feita por uma pequena porta existente na parte frontal, sobre a qual se encontra a abertura para o depósito das cartas, com uma pala fixa de protecção. Nesta mesma porta existe a inscrição da palavra “Correio”, a preto, numa fita ondulada branca e recortada nas pontas. Ainda na parte frontal inferior encontra-se a inscrição a branco: “Recebe cartas emquanto está parada”, que confirma a existência da prestação de serviços postais durante as paragens nas Estações.” (8)
Caixa Postal “Norte/Sul” de 1866
“Esta caixa de ferro, da segunda metade do Séc. XIX, é um modelo único da colecção e revela-se de um extraordinário valor histórico-documental. De facto, é o primeiro receptáculo postal português que apresenta a particularidade de ter duas ranhuras, com palas móveis, para o depósito das correspondências endereçadas, quer para o Norte, quer para o Sul e Estrangeiro.
Trata-se de uma inovação dos serviços postais que fazia com que, uma primeira divisão das correspondências fosse realizada pelo próprio utente, no acto de confiar as cartas aos Correios. Tendo em vista facilitar esta tarefa ao público, as partes da caixa relativas a cada uma das regiões encontravamse diferenciadas por cores distintas (vermelho e preto) com as respectivas inscrições pintadas a amarelo.” (8)
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•
1866 – 1 de Dezembro – Inaugura-se o Serviço das “Estações Postais Ambulantes” entre Lisboa e
Badajoz, em ligação com as ambulâncias da linha Badajoz-Madrid.” (9)
•
1869 – 12 de Novembro – São extintas as “Estações Postais Ambulantes” (9)
•
1878 – É restabelecida, depois da sua extinção de 1869, a rede de ambulâncias postais ferroviárias
(5) (1 de Janeiro de 1878) (2)
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Monarquia 1880-1892 - Direcção Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis
Designação: Correios ou Correio dependendo dos documentos
Entregavam cartas: Distribuidores e distribuidores rurais
Logotipos: Utilizavam-se os anteriores, portanto, os com as armas reais.
Fundos: 1880 – É decretada a fusão dos Serviços de Correios e Telégrafos, aos quais se reúne a administração dos faróis, sendo o Dr. Guilhermino de Barros, nomeado director-geral dos Correios, Telégrafos e Faróis. - Ao longo de vários séculos as correspondências dirigidas aos cidadãos tinham de ser reclamados, nos correios, pelos próprios destinatários das cartas. A partir de 1821 foi iniciada, em Lisboa, a distribuição domiciliária das correspondências que, progressivamente, se foi alargando a outras localidades. Em 1880, graças à implantação da Posta Rural, chegou a vez dos habitantes das zonas rurais poderem receber as cartas nas suas residências.” (8) - É organizada a “Posta Rural”. Alguns distribuidores rurais chegam a percorrer, a pé, 45 quilómetros por dia, fazendo-se anunciar por um sinal convencionado. Além de entregarem e receberem correspondências, abrem as caixas de trânsito, vendem “estampilhas”, “tomam assinaturas para jornais”, estando, ainda, incumbidos de outros serviços” (9)
Caixa da Posta Rural de 1886 – “Esta caixa de correio, em folha de Flandres, do qual chegou até nós um único exemplar, era levada à tiracolo pelos distribuidores rurais. Estes empregados, ao procederem à entrega das correspondências, podiam receber cartas para serem expedidas para os mais diversos destinos. É uma caixa de dimensões relativamente pequenas, dada a natureza portátil, com um fecho para ser aberto, apenas, pelo responsável da estação do distribuidor.”
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1882 – Em data que se desconhece mas que se presume seja em meados deste ano começam a instalar-se, em Lisboa, principalmente nos grandes largos e junto a casas comerciais, os primeiros “Marcos de Correio” fabricados com base no modelo inglês. No mesmo ano começaram a surgir “Marcos de Correio” de forma cilíndrica de metal pintado de vermelho assente numa base de cor preta com uma fenda horizontal na parte superior, tendo uma porta fechando com segurança por meio de chave. Na parte inferior da fenda indicam-se as “horas de abertura”. Ainda neste século surgem “Marcos” que têm um mostrador envolvido por um caixilho pintado de branco, sobre o qual roda uma coroa circular pintada a vermelho com uma pequena janela que mostra a “hora da próxima abertura”, palavras escritas no mostrador. Em todos os “Marcos” que se instalaram, o fundo da legenda “Correio” e do número de cadastro são pintados com esmalte de cor branca. Estes “Marcos” têm, naturalmente, o brasão real dos Braganças. Após a instalação dos “Marcos” houve um certo receio que estes fossem “violados”. Porém, são muito raros os casos de deterioração da correspondência pela introdução nos “Marcos” de objectos estranhos incandescentes ou corrosivos”. (9)
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Monarquia 1892-1898 - Direcção dos serviços Telégrafos- Postais
Designação: Correio
Entregavam cartas: Distribuidores e distribuidores rurais
Logotipos: Aparece a palavra Correio isolada mas também eram os utilizados uns logotipos de uma coroa com umas asas por baixo. As imagens deles encontram-se em baixo, nos fundos.
Fundos: •
1893 - Descrição dos fardamentos dos 1ªs, 2ªs, 3ªs distribuidores e distribuidores rurais
Distintivos de categoria (decreto de 1 Fevereiro mantém-se inalterável): 1ºs Distibuidores – As letras 1º D de metal amarelo, pregadas no lado direito da gola do Dolman, e no lado esquerdo o nº da matricula também do mesmo metal 2ºs Distribuidores – As letras 2º D, idem 3ºs Distribuidores – As letras 3º D, idem Distribuidores rurais – As letras DR de pano preto, idem. (10) “Os emblemas servem para designar o serviço a que pertence o empregado, usam-se no bonet e nos dois lados da gola da sobrecasaca. Os emblemas são bordados a fio de oiro sobre velludo para todos os empregados. Para o quadro telegrapho-postal, encarregados das estações telegraphicas e telegrapho-postaes, e ajudantes figuras 1 e 2. Para o quadro postal e para os encarregados de estações postaes, figura 3 e 4. A côr do velludo sobre que assentam os emblemas é: Azul, para o empregados telegraphos-postaes, para os encarregados de estações telegraphicas e telegrapho-postaes e ajudantes. Vermelho, para od empregados postaes.”
Figura 1- Emblema para bonet para os quadros telegrafo-postais
Figura 2- Emblema para gola para os quadros telegrafo-postais
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Figura 3- Emblema para bonet para os quadros dos correios
Figura 2- Emblema para gola para os quadros dos correios
“Relativamente ao distribuidores, os emblemas eram utilizados nos barretes. Os primeiros distribuidores usavam um “barrete de panno azul ferrete, confirme o modelo, com galão de panno vermelho de 0m,030 de altura, avivado de vermelho pela descida, correia de polimento presa com dois botões de metal dourado de 0m,015 de diametro, com as armas reaes portuguezas, tendo na frente sobre a lista vermelha, como emblema, uma corôa de metal amarello. Os segundos distribuidores utilizavam o mesmo barrete mas o galão do mesmo e vivos de panno azul. Os terceiros distribuidores tinham os galões e vivos de panno carmezim.” (11)
Emblema dos barrestes/bonets. Estes tinham escrito telegraphos ou correio. Barrete dos distribuidores.
“Os distribuidores rurais usam um “chapéu de feltro preto, molle, aba larga, tendo na frente o emblema de metal amarelo.” (11) A imagem do emblema encontra-se na imagem ao lado.
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Marco Postal Cilíndrico de 1895 - “O Marco Postal, com o número 443, em ferro fundido e com data de 1895, foi fabricado em Portugal, conforme se pode comprovar pela gravação de uma legenda existente no seu “soco” que refere: “Cooperativa/Indústria/Social/Lisboa/1895”. É um modelo semelhante ao dos marcos que foram instalados em Lisboa, em 1882 e que merecem um artigo na Revista “O Occidente”, no seu número do mês de Novembro. Nesse artigo relata-se a existência em algumas praças de “...Marcos de ferro, pintados de vermelho, muito vistosos com uma fenda horizontal na parte superior.”
Caixas de Embutir de 1895
Caixas Postais de 1896
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Da monarquia à República 1898-1911- Direcção Geral dos Correios e Telégrafos
Designação:
Entregavam cartas:
Logotipos: A palavra Correio é muito utilizada isoladamente mas começa a aparecer com as armas reais.
Fundos:
Caixa Postal com Reais de 1900
Armas
Caixa Postal “República” Via Sud-Express de 1910
“Esta caixa de madeira, utilizada como receptáculo postal, dotada de pala móvel e tiragem por porta lateral apresenta, apenas, uma suspensão para a sua fixação à parede. Trata-se de um modelo único da colecção, extremamente belo, com as armas reais portuguesas encimadas pela coroa, pintadas na parte frontal. Por baixo da pala, que protege a abertura, aparece a inscrição “Correio”, a preto, sobre a fita ondulante e com as pontas recortadas. Não se sabe onde terá sido instalada esta caixa mas, o facto de ser de madeira, ter apenas uma suspensão e uma pintura requintada, estaria, por certo, num espaço interior público cuja ambiência exigiria um receptáculo com estas características.”(8)
“Caixa em ferro com asa, duas suspensões e pala móvel para proteger a abertura da entrada das correspondências. Tal como o modelo “República”, apresenta na parte frontal o escudo republicano sobre a esfera armilar ente ramos de carvalho e louro. A inscrição “Correio”, que anteriormente aparecia sobre a fita recortada nas pontas, passa a apresentar-se enrolada. Na parte inferior frontal existe uma moldura metálica, destinada à afixação de um cartão protegido por uma película transparente, para a inscrição do horário de tiragem das correspondências. Esta caixa, instalada em local público exterior, destinava-se à recepção das cartas para o estrangeiro e que seguiam no comboio Sud-Express.” (8)
Caixa Postal "República" posterior a 1910 – “Caixa Postal com asa, duas suspensões e pala móvel para proteger a abertura da entrada das correspondências. Na generalidade, as caixas desta época apresentam apenas a legenda “Correio”, contrariamente a este modelo, muito raro, em que a inscrição aparece pintada sobre uma fita branca enrolada nas pontas. O escudo da República, sobre uma esfera armilar, aparece envolvido por ramos entrelaçados de carvalho e louro presos, na parte inferior, por um laço dourado. Este receptáculo destinava-se a ser colocado em espaços públicos exteriores.” (8)
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República 1911- 1937 – Administração Geral dos Correios e Telégrafos
Designação: Correios
Entregavam cartas: Carteiros e distribuidores rurais
Logotipos: Aparece, frequentemente, apenas a palavra Correio embora o escudo português surja no final desta época (1936)
Fundos: • CTT.
•
1911 – Decreto de 24 de Maio assinado por Brito Camacho – Constituição da Administração geral dos
Tabuleta oval de Estação de Correios e Telégrafos
1912 -
Segundo Paços do Governo da República, de 27 de Janeiro de 1912, existe um regulamento que diz que é obrigatório o uso de fardamentos completos. Existem vários modelos, sendo que os dos carteiros são os modelos 3 ou 4 e os distribuidores rurais usam o modelo nº 7. (11) Caixa Postal de Sintra de 1918 – “Mandada construir pela Comissão responsável pela instalação do Casino de Sintra, esta Caixa Postal de madeira encontrava-se na Sala de Espera da Estação dos Caminhos de Ferro daquela localidade. Trata-se de um modelo único, não oficial, mas que foi considerado mais condizente com o espaço arquitectónico da localidade em que se inseria.” (8)
•
1926 – Junho – “ Após a revolução de 28 de Maio, o Engº António Maria da Silva é afastado do serviço.
Durante o afastamento do Engº. Serviram sucessivamente como administradores-gerais interinos, os Srs. Engº Henriques Jacinto Ferreira de Carvalho, capitão de engenharia Ricardo Pereira Dias, tenente-coronel de engenharia Artur Arsénio de Oliveira Moreira, major de engenharia Miguel Vaz Duarte Bacelar e o Engº Luis Albuquerque Couto dos Santos. Vamos fazer uma referência, tão sucinta quanto possível, em relação à gestão dos quatro primeiros administradores-gerais interinos. Quanto ao Engº Luis Albuquerque Couto dos Santos, uma vez que a sua nomeação se tornou definitiva, estando à frente dos destinos dos Correios durante largos anos, a sua actividade vai ser tratada com o devido pormenor.” (9)
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Marco Postal Cilíndrico de 1936 – “O Marco Postal Cilíndrico, em ferro fundido, apresenta, no tipo, uma barra ondeada sob a qual se situa a abertura rectangular para a entrada das correspondências. Sobre a porta do acesso ao interior encontra-se afixado o horário, redondo, para a indicação das horas das “tiragens das cartas” bem como o emblema dos Correios. (8)
Este logotipo, oficializado em 1936 (Portaria nº 8:517 de 28 de Agosto), representa o escudo português, ornado lateralmente com os raios que simbolizam as comunicações encimando a esfera armilar, onde se destacam as iniciais CTT.” (8) •
1936 -
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República 1937 –1970 - Administração Geral dos Correios Telégrafos e Telefones
Designação: Correios
Entregavam cartas: Carteiros
Logotipos: São utilizados os logotipos com o escudo português e com o “Cavalinho”. As regras não serão muito rigorosas pois, nas mesma datas, se encontram documentos com os dois logotipos.
Fundos: Caixa Postal Modelo Único de 1940 – “No seguimento de pequenas alterações introduzidas pelos Correios, no regime do Estado Novo ainda na década de trinta, foi em 1940 que surgiu uma nova nomenclatura para as caixas de Correio. Pretendia-se com esta medida uma maior uniformização dos diversos receptáculos postais, não só ao nível dos tamanhos dos diversos modelos, mas também das cores utilizadas.” (8)
Placa de Sinalização de Estação de Correios, Telégrafos, Telefones, da década de 1950
• 1953 A aprovação deste emblema deu-se por Portaria nº 14:549 de 23 de Setembro. Esta portaria diz que o emblema anterior (o de 1936) se “encontra “ultrapassado pela evolução do gosto, convindo por isso substituilo. Prefere-se para o efeito, dada a sua larga tradição e simbolismo, a imagem equestre de um postilhão, embocando a buzina. Neste termos: Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro das Comunicações, aprovar o novo emblema dos CTT, que poderá usar-se numa ou noutra das formas gráficas anexas à presente portaria, consoante as conveniências da composição. O antigo emblema continuará a reconhecer-se enquanto não puder ser inteiramente substituído.” (fotocópia H)
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Este logo, apesar de se ter oficializado em 1953, já era utilizado em anos anteriores. Foram encontrados documentos com este logotipo desde 1948.
• Caixa Postal Modelo de Viatura de 1956 – “Caixa Postal vermelha, em ferro, com asa para ser transportada como receptáculo. A pala móvel está pintada a preto e a legenda “Correio” a branco sobre o relevo a toda a largura da caixa. Pelo Decreto 40804, de 1956 e regulando prática anterior, a Administração Geral dos CTT tinha o direito de requisitar o transporte de receptáculos postais, destinados à recolha de correspondência, no exterior de autocarros de carreiras públicos, eléctricos e comboios. Deste modo, os cidadãos podiam depositar as suas cartas durante as paragens efectuadas por estes transportes efectuadas por estes transportes públicos.” (8)
Encontrado num documento instalações de Ervedal da Beira.
•
“Inauguração
de
novas
1958 -
Encontrado num documento de Instruções para a marcação de selos postais, Nº 14.
•
•
1963 -
1964 -
Boletim oficial adopta este logo a partir e Janeiro deste ano, embora não tenha diploma regulamentar. Parece não haver regras muito rigorosas quanto ao uso deste logo, pois aparece de formas muito diversificadas. A comprovar esta afirmação aparecem as imagens abaixo.
• 1967 – Transformação da APT na Empresa Pública Telefones de Lisboa e Porto (TLP) pelo decreto de lei 48007.
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República 1970 – 1992 - Correios Telecomunicações de Portugal
Designação: Correios
Entregavam cartas: Carteiros
Logotipos: Os logotipos quase sempre, durante este período, apresentavam o “Cavalinho” embora não houvesse regras muito rigorosas quanto ao modo de utilização, pois aparecem uma diversidade de logos baseados no oficial. Em 1991, foi utilizado, também, um logotipo bastante diferente dos anteriores. (ver imagens abaixo, nos fundos)
Fundos:
Marco Postal Nº 1 de 1976 – “O Marco Postal com o número de 1655, em ferro fundido tem, no tipo, uma barra levemente ondulada e um pouco mais larga que a dos modelos mais antigos. Por baixo desta barra, situa-se uma abertura rectangular para o depósito das cartas, com uma ligeira saliência e alguma inclinação. Estas pequenas alterações possibilitavam uma melhor protecção para as correspondências especialmente contra a eventual entrada da águas fluviais. Na porta, encontram-se fixos os horários das “Tiragens”, em formato rectangular e um aplaca, em bronze, com o postilhão e a legenda “Correios de Portugal”. (8) •
1978 -
•
1979 -
•
1981 -
•
1982 -
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1983 -
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1990 -
•
1991 -
•
Autor do Logotipo foi Arq. Martins Barata. “Este foge à tentação do imediato e da facilidade,
transmitindo uma imagem neutra, sóbria e estável.”
•
Existe um manual de normas de gráficas do logotipo CTT – Correios e telecomunicações de Portugal.
Sempre que se pretender reproduzir o logotipo é recomendado a utilização deste manual.
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República 1992 –2006 - CTT - Correios de Portugal, SA
Designação: Correios
Entregavam cartas: Carteiros
Logotipos: Apesar de ter sempre presente o “Cavalinho” houve alteração dos logotipos (ver imagens abaixo, nos fundos)
Fundos:
•
1992 – Passagem a SA de capitais exclusivamente públicos com a designação CTT – Correios de
Portugal S.A.. Separação das actividades telecomunicações dos CTT.
As profundas alterações registadas no Sector das Comunicações, na ponta final do Séc. XX, determinaram uma significativa mudança na postura dos CTT junto do público. Esta nova postura trouxe consigo uma “nova imagem” da Empresa que se traduziu: n aparecimento de um novo logotipo; numa remodelação da arquitectura interior e exterior das Estações; na introdução de novos fardamentos; e, inevitavelmente, na concepção de novos Receptáculos Postais. Tendo em atenção, a alteração do “design” antiquado e a substituição de um material corrosível e pesado, como o ferro, por um outro mais ligeiro e funcional foi apresentado um projecto bastante diferente dos modelos tradicionais.” (8)
•
1993 -
O segundo logotipo aparece no Boletim oficial Nº 15 embora se encontre no Jornal Direct Mail desde Jun. 1991
•
1995 -
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Grupo de trabalho de imagem – logotipo da empresa (Agosto de 93)
(embora apareça no Jornal Direct Mail desde Out. 1993)
Manter a figura do cavalo com o postilhão e a corneta 1- Por ter uma ligação muito forte com o património histórico dos Correios e por estar perfeitamente implantado, representando um factor de segurança e credibilidade 2- Mudança de símbolos e consequente substituição de todos os símbolos com o cavalo implicaria custos elevadíssimos para a empresa 3- Considera-se a figura do cavalo (o seu design) ser perfeitamente actualizado e dinâmico
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Assinatura – alterar 1- A antiga tinha um comprimento demasiado longo, provocando uma sobrevalorização do “lettering” e um desequilíbrio estético e a reprodução do logo noutros suportes que não o papel (nomeadamente a passagem a 3 dimensões) 2- Inclusão da palavra CTT, por se ter confirmado em estudos, que as pessoas associavam CTT à actividade dos Correios 3- Então fica com as palavras CTT, por baixo do cavalo - desaparecendo o traço do logo anterior - e a palavra Correios Lettering 1- Optou-se por “engrossar”, tornando a leitura mais fácil e para conferir mais força ao logo 2- As cores mantêm-se : vermelho e branco (são os maiores contributos para a notoriedade da imagem dos CTT). As cores variariam segundo as aplicações pontuais a efectuar Elemento ondulado Foram apresentadas 2 propostas uma sem elemento ondulado e outra com (ambas com as alterações referidas ao logo anterior). A proposta sem elemento ondulado e a 2ª fase dos trabalhos - a aplicação a 3 categorias de veículos de imagem (definidas a nível das grandes infraestruturas de comunicação) foram aprovadas em Conselho de Administração a 17/06/1993 Os 3 tipos de infraestruturas: 1- Edifícios, mobiliário urbano, viaturas, feiras/stands 2- Brindes, publicidade, livros, outdoors 3- Impressos, papéis •
O Autor deste logotipo foi José Brandão.
•
Foram consultadas algumas empresas especializadas na concepção e elaboração de um Manual de
Imagem e a empresa a quem foi adjudicada a realização do mesmo foi a B2, Atelier de Design. •
A responsável pela alteração no vestuário foi Olga Rego. Relativamente ao vestuário tem-se:
Um novo visual para os Correios e uma nova forma de comunicar (o vestuário é comunicação) “O conceito de uniforme dos CTT foi revisto com base nas necessidades dos próprios trabalhadores, na pesquisa de tecidos adequados e de qualidade, na funcionalidade e no conforto e, claro, nas razões da estética. (Fonte : Correios em Directo - Nº 22 – Março de 1992) Imagens do novo vestuário e Olga Rego diz “a ideia base do desenvolvimento deste vestuário, foi a de pensar num visual condizente com a dinâmica e filosofia da Empresa e , ao mesmo tempo, pensando nas funções que os trabalhadores desempenham. Os ingredientes deste processo criativo foram: função, conforto e estética.” (Fonte : Correios em Directo - Nº 29 – Outubro de 1992)
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•
1998 -
2004 •
Explicação do novo design do logotipo:
“O Cavalo Ícone da marca, símbolo de velocidade, ligação e aproximação, com forte percepção junto dos portugueses. Símbolo de prestígio e dinamismo com presença obrigatória na identidade CTT. No entanto, verificou-se a necessidade de um “lifting” ao anterior símbolo, tornando-o mais humanizado, dinâmico e simples. Neste sentido, o cavalo foi estilizado e agilizado, com formas redondas e suaves mais convidativas ao olhar, que lhe incutem modernidade, elegância e dinâmica. O Vermelho - Cor de energia, dinamismo e modernidade. Muito mais do que património cromático dos CTT, é historicamente o seu património mais forte. Manteve-se esta associação de cor também para diminuir o investimento do projecto. A Tipografia A tipografia complementa o símbolo. As suas formas são o prolongamento das linhas gráficas do símbolo. As caixas baixas tornam a marca mais humana, mais próxima, mais “friendly”.” •
Empresa que ganhou o concurso do rebranding foi a brandia.
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Helena Anjos e Ana Salazar estiveram ligadas à alteração do vestuário. A estilista aposta na
criatividade/ design das peças, funcionalidade dos cortes e durabilidade dos materiais.
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Bibliografia:
(1) – Ferreira, Godofredo, A Mala-posta em Portugal, Lisboa 1946; (2) - Relatório Postal do ano economico de 1877-1878 – Precedido de uma memória histórica relativa aos correios portugueses desde o tempo de D. Manuel até aos nossos dias; Lallemant Frére, Typ, Lisboa Fornecedores da casa de Bragança, 1879; pág. 27 e 29; (3) - Algumas achegas para a historia do correio em Portugal – coligidas por Godofredo Ferreira, Associação dos Arquiólogos Portugueses (Lisboa), da Academia Iberoamericana de Historia Postal (Madrid) e Chefe de Repartição dos CTT; Lisboa 1964; (4) - Cinco Séculos de Comunicações em Portugal”, Fundação Portuguesa das comunicações, 2005; (5) - Cronologia dos principais eventos relativos à história dos correios e das telecomunicações; Fundação Portuguesa das comunicações; CDI; (6) - Documentos dos Sec. XII a XIX, relativos a Correios, coligidos por Godofredo Ferreira; Vol. II; Sec. XVIII; (7) – O centenário da reforma postal de 1852 e direcção dos serviços de secretaria e pessoal dos correios, Notas coligidas por Godofredo Ferreira, Lisboa, 1952; (8) – 200 anos de caixas e marcos postais, Fundação Portuguesa das Comunicações; (9) – Cardoso, Eurico Carlos Esteves Alge, “História dos correios em Portugal em datas e ilustradas”, 2ª Edição Revista e Aumentada, Lisboa 2001; (10) – Mourato, Francisco de Parrot, O traje do Carteiro e o significado de uma actividade – Elementos para uma antropologia do vestuário, Lisboa, 1975; (11) – Fardamentos – Decretos de 1 de Fevereiro e de 5 de Agosto de 1893, Ministério das Obras Publicas, Commercio e industria – Direcção dos Serviços Telegapho-Postaes, Lisboa, Imprensa Nacional, 1894.
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