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Itaquera em Notícias
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EDITORIAL
PONTO DE VISTA
Asfalto bom é asfalto novo!
A gestão do atual prefeito João Doria tem se empenhado em diversas áreas de zeladoria e manutenção da cidade de São Paulo. Recentemente, por meio de uma ação na justiça, foi questionado o fato de a cidade utilizar um slogan de partido ‘’Cidade Linda’’. Na verdade, o projeto que leva este nome foi utilizado, mas
não o nome em si, durante a campanha do Prefeito. Sem fazer parte do advogado de defesa, o que importa mesmo é que ao passarmos pelas avenidas mais congestionadas e utilizadas na Zona Leste, seja a Aricanduva, São Miguel, Abel Ferreira, além de ruas extensas como a rua da Mooca, é notável o trabalho da prefeitura em implantar um novo
ARTIGO
asfalto, ainda mais resistente que o anterior, cuja durabilidade é prevista para até 8 anos em bom estado graças à durabilidade e elogiável o trabalho rápido com que as equipes estão o implantando. O que é certo mesmo é que um ponto para lá de positivo da atual gestão tem sido o trabalho com o Asfalto Certo! Há de se destacar.
*Luiz Eduardo Rocha Paiva
O que 2018 tem a ver com 1968 Em 1968, o governo do presidente Costa e Silva buscava recolocar o Brasil no rumo democrático, após a completa desarticulação da tentativa de revolução comunista, em 1964, que unira Jango, Brizola e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), liderado por Luiz Carlos Prestes e submisso a Moscou. Porém, desde 1966, a dissidência do movimento comunista, cuja maior expressão era o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), tentava implantar a luta armada violenta de linha maoísta. Além do PCdoB, outros grupos se organizavam, seguindo a mesma linha e outras afins, como a cubana, todas adeptas da tomada do poder pela força e implantação do regime socialista. A via pacífica preconizada pelo PCB estava desacreditada com a derrota em 1964. Na Guerra Fria, o mundo estava repleto de guerrilhas que, ao se estabelecerem em determinadas áreas, se fortaleciam e acabavam controlando territórios e populações que, voluntariamente ou sob ameaça, a elas se aliavam. Angola, Vietnam, Moçambique e Argélia são exemplos do triunfo desses movimentos no campo político, que não dispensava o campo militar como reforço e fator crítico de êxito. A guerra revolucionária dividiu e ainda divide nações, tendo causado, onde foi implantada, dezenas ou centenas de milhares de mortos, mutilados, desabrigados e refugiados. A Colômbia é um exemplo bem atual das consequências de não se cortar esse mal na raiz, mas poderiam ser citados, também, vários países das Américas Central e do Sul, exceto o Brasil. Por quê? Aqui, a escalada do terrorismo, sequestros, execuções, assaltos a bancos, quarteis e hospitais vinha superando a capacidade dos órgãos de segurança pública (OSP), despreparados e mal equipados para lidar com grupos liderados ou constituídos, também, por militantes treinados na China, Cuba, Albânia e outras matrizes comunistas. Por outro lado, a legislação não tinha recursos para lidar com a nova ameaça de então – a guerra revolucio-
Ed. 694 * 23 a 29 de março de 2018
nária. Militantes presos eram libertados em troca da vida de sequestrados e refugiavam-se no estrangeiro, enquanto outros recebiam habeas corpus, logo após a captura, desapareciam e voltavam a operar. Os focos de atuação eram São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. A situação fugira ao controle e ameaçava se alastrar por todo o país, inclusive em áreas rurais como Caparaó (ES), Registro (SP) e, desde meados dos anos 1960, com o PCdoB preparando a guerrilha do Araguaia no Pará, Goiás (hoje Tocantins) e Maranhão. Havia setores do governo defendendo endurecer as ações, de modo a impedir que a luta armada se alastrasse, daí a implantação do draconiano Ato Institucional Nr 5 (AI5), em dezembro de 1968. Até então, a situação era de normalidade democrática e as Forças Armadas (FA) cumpriam as missões constitucionais de “defender da Pátria e garantir os Poderes constituídos, a lei e a ordem” (Constituição de 1967). Tinham participações em momentos de grave perturbação da ordem, mas não atuavam diretamente na segurança pública. Tanto em 1968, quanto em 2018, houve intervenção federal com emprego das FA, para enfrentar uma ameaça ao Estado e à sociedade, e com apoio popular, exceto da esquerda socialista, sempre na contramão da paz social e coesão nacional. No final dos anos 1960, o governo era forte, tinha amplo apoio nacional e os níveis de emprego e desenvolvimento eram bem altos. O governo agiu oportunamente, no início da escalada da luta armada, ao implantar o AI5, auferindo poderes extraordinários para deter a expansão e a violência da esquerda revolucionária. Esta era composta por pequenos grupos, sem unidade de comando, não possuía armamento pesado e de ponta, nem grandes recursos financeiros, nunca teve o controle de territórios e de populações e sua infiltração nas instituições não era profunda, embora fosse ampla na mídia e nos meios acadêmico e cultural.
As FA foram empregadas na luta urbana, via de regra, com pessoal qualificado e no meio rural com grandes efetivos, no início, e depois com pequenas frações de tropas especiais, que atuaram após os órgãos de inteligência cortarem o apoio logístico e as ligações de comando das incipientes guerrilhas. Foram necessários dez anos para a plena neutralização da luta armada, que nunca teve, no nível das atuais organizações criminosas (ORCRIM), efetivos, estrutura, recursos financeiros, armamentos e equipamentos. Jamais controlou territórios e populações, não tinha ampla infiltração nos OSP e nos meios político, jurídico e empresarial, nem atuava no seio de uma sociedade como a de hoje, moralmente corrompida, seu grande mercado. Para agravar, a criminalidade é protegida, indiretamente, por ONGs, pela OAB e artistas, todos em campanha cerrada para monitorar as operações contra as ORCRIM, de modo a desgastar e a desacreditar as FA. Não são ideais nobres a mover tais setores, mas sim a nefasta ideologia socialista (não são socialistas?), para quem os fins justificam os meios e as FA são o inimigo odiado que sempre a venceu. Atualmente, decretar intervenção no Rio de Janeiro por apenas dez meses, sem amparo legal efetivo às FA, que não precisaria nem deveria ser um novo AI5, e com o patrulhamento de formadores de opinião ávidos por desacreditá-las, é lançá-las numa armadilha. Uma jogada de marketing de um governo moralmente desacreditado, que já esgotou sua cota de irresponsabilidades. A intervenção era necessária, mas não assim! Os grandes e difíceis desafios para as FA são, em dez meses: mostrar que conseguiram reduzir a violência a um nível bem inferior ao atual, encaminhar com rigor o saneamento dos OSP, recuperar o controle de territórios relevantes e iniciar, de forma visível, a recuperação do sistema prisional. Só assim elas não sairão desgastadas *General de Divisão do Exército Brasileiro
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Almir Pazzianotto Pinto
Cruel, torpe, estúpido, inútil A premeditada execução da vereadora Marielle Franco e o assassinato do motorista Anderson Pedro Gomes cobrem de indignação e vergonha os brasileiros, e revelam o grau de decomposição do Rio de Janeiro. Já se imaginava que o crime organizado, matadores e milicianos, estivessem à procura de cadáver, para transmitir às Forças Armadas e ao governo do Estado a mensagem de que não perderam a ousadia e o domínio da situação. Foram encontrá-lo na admirável pessoa da jovem e desassombrada militante dos direitos humanos Marielle, a quem não faltava coragem para travar o bom combate em nome da moralização dos costumes públicos. De origem mais do que modesta, alcançou posições que parecem estar longe do alcance dos pobres. Alfabetizou-se, prosseguiu nos estudos, e deu asas ao espírito ao ingressar na política e se alçar ao cargo de integrante da Câmara Municipal, como expressiva votação.
Combater a bandidagem, sobretudo na antiga capital da República, não é missão destinada a fracos. Assim o provam centenas de policiais militares e civis abatidos em serviço ou nas horas de folga. A violência que lavra no Rio desconhece limites. Mulheres, homens e crianças são assassinados rotineiramente, por balas com ou sem endereço definido. Tolerada por sucessivos governos, adquiriu musculatura e dinheiro, que lhe permitem infiltrar-se entre moradores de favelas, onde se confunde com trabalhadores honestos. A intervenção federal foi posta em xeque. Não pode, entretanto, fazer o jogo dos provocadores. Conforme prescreve o artigo 144, § 5º, da Constituição, compete à Polícia Civil a identificação dos mandantes e executores do crime, conforme o artigo 144, § 5º, da Constituição, ao Ministério Público denunciá-los, e ao Poder Judiciário condená-los, com absoluta celeridade para que sirvam de exemplo. O povo tem insistido em errar quando exerce o direito
de escolha dos representantes. É, de certo modo, compreensível que aconteça. Faltam-lhe informações e lhe sobram mentiras contadas por demagogos. Em muitas eleições acaba por optar pelo menos pior e, como sempre acontece, erra. Vejam-se as eleições de Sérgio Cabral, Pesão, Marcelo Crivella, senadores, deputados federais e estaduais. A galeria dos péssimos governadores é extensa. O mesmo sucede com prefeitos. Talvez tenha sido necessário que a intervenção se abatesse sobre o sistema estadual de segurança e a vereadora fosse assassinada a sangue-frio, para que o povo passe a refletir. Esperemos que o sacrifício da jovem mãe Marielle Franco, do motorista Anderson, de dezenas de crianças e de homens e mulheres mortos pela polícia ou por criminosos não tenha sido em inútil. A cidade maravilhosa do Rio de Janeiro deve voltar a fazer jus ao prestígio que no passado gozou, de um dos lugares mais bonitos do mundo.
HOMENAGEM
Gente de Itaquera
Em 08 de Março de 1941 nasceu, na cidade de Mogi das Cruzes, Antonio Pacheco Pereira, conhecido por alguns como Toninho e por outros como Pacheco. Filho de Astrogildo Pereira e Regeneração Roldan Pereira, era irmão mais velho de Amaury Roldan Pereira, Adel, Francisco (Chinito), Astrogildo, Alex, Ademir e Aparecida. Seu pai adotou Itaquera como destino definitivo, devido seus atrativos de flora e fauna abundantes e, por estar no meio do caminho entre seu trabalho, na Rede Ferroviária Federal na Bresser. Desde que chegou em Itaquera morou na mesma rua Francisco Rodrigues Seckler, em três casas diferentes, que servem de referencial para cada fase de sua vida. A primeira, que representa sua infância, era uma chácara no fim da rua existente ainda hoje, de onde saia para ir para o Grupo Escolar Álvares de Azevedo, para nadar e pescar com os amigos e irmãos nos rios e lagos que abundavam em Itaquera, para caçar rãs com os tios, para jogar bola nos diversos clubes de várzea que existiam no bairro, para brincar e viver a vida de criança em sua plenitude. A segunda casa, construída por seu pai e tios, passou a adolescência e juventude, fase onde aprendeu a profissão de joalheria com seu tio Libre, atividade a qual exerceu durante a vida toda. E a terceira casa, que comprou o terreno vizinho ao seu pai, foi a que morou desde seu casamento com minha mãe, Kika, ele com 21 anos e ela com 17 anos, onde nasceram e cresceram seus cinco filhos, e onde ele encerrou sua vida na terra. Espírita, profundo conhecedor da doutrina codificada por Allan Kardec, participou do departamento de ensino da Federação Espírita do Estado de São Paulo, de onde saia em missão para diversos bairros de São Paulo, cidades e estados do Brasil como palestrante e conferencista, ensinando sobre Deus, e relembrando o que Jesus havia nos ensinado. Massoterapeuta formado, atendia gratuitamente aos sábados no Centro Espírita Doutor Augusto Militão Pacheco, em São Miguel Paulista. Técnico de Futebol diplomado pela Federação
Paulista de Futebol, formou-se junto com Tele Santana na década de 1980, e atuou como treinador do juvenil na Sociedade Esportiva Elite Itaquerense e Santana Itaquerense F. C.. Possuía uma alegria de viver contagiante e, seu sorriso, abraço, beijo e bom humor foi a característica marcantes de sua vida terrena. Era uma pessoa querida, daqueles que gostamos gratuitamente. Amava sua família, apaixonado por sua esposa Kika, filhos, noras, genro, netos, irmãos, sobrinhos, amigos e desconhecidos, que se transformavam em amigos depois de um simples trocar de cumprimentos Possuía outras paixões, como beber e comer bem, ler bons livros e ouvir boa música. Contudo jogar, assistir e comentar futebol era uma das grandes paixões que mantinha, e jogou em todos os clubes da região desde jovem, sendo a última atuação no quadro dos veteranos do Santana I .F.C, fundado por seu pai, ocupando magistralmente a posição de Central, que quando seus irmãos Alex, Chinito ou Alemão cruzavam na área, o gol de cabeça era certeiro. Serviu a Aeronáutica por longos anos, engajado como adido alcançou a patente de Capitão, o qual executou algumas missões na região Norte e Nordeste do Brasil, notadamente no Amazonas e Grão Pará, e ao chegar em casa nos maravilhava com os relatos de suas aventuras com índios, com os irmãos Villas-Bôas. Em sua juventude, participava de um conjunto musical, os “Golden Lions”, como o vocalista “Ted Randal”, chegando a gravar um compacto que cheguei a ouvir mas, imperdoavelmente, perdeu-se. Foi um pai maravilhoso! Trabalhava muito em sua banca de joalheiro para cuidar de nós, seus filhos Márcio, Marcelo, Marco, Marcel e Michele e nossa mãe Kika, Ensinou-nos a dirigir, a pescar, a empinar pipas, a rodar pião, a sermos pessoas honestas e honradas, que o nome honrado
era a coisa mais valiosa para um homem. Sempre estava pronto para acompanhar seus irmãos, amigos e filho que tinham promessas à cumprir em peregrinações até Aparecida do Norte. Aprendeu a guiar motos, pois descobriu que era mais fácil se deslocar na cidade com sua vespa, e depois uma moto de motocross, que praticava para acompanhar meu irmão e minha irmã em trilhas. Também apoiava nossos desejos, meu e de meu irmão Marcelo, de aprender a tocar instrumentos musicais. Sogro de Margarete, Vanja, Nádia, Sheila e Marcelo, e avô de Guilherme, Kauê, Letícia, Raquel e Nathalia, foi presente na vida dos netos sempre, de seus nascimentos, passeios de bicicleta, acompanhamento nas escolas de futebol e de ballet, e apresentações nas escolas. Sogro feliz, pois sua única filha casou-se com Marcelo, um Palmeirense de carteirinha, que cresceu do lado do Palestra Italia. Aos 13 de março de 2018, seis anos após sua esposa, aos 77 anos de idade, vítima de um derrame fatal, deixou-nos órfãos. Seu sorriso, seu amor, seu abraço, seu apoio, sua companhia, seus apartes, seu espírito contestador, seu calor, seu humor, seu carinho, sua religiosidade, sua luz, sua esperança, seu otimismo, características marcantes de sua personalidade, agora só temos no pensamento, na lembrança. Meu pai, meu amigo, meu companheiro, meu camarada, meu parceiro, está fazendo muita falta sua presença física, mas tenho certeza de sua presença espiritual, e é ela que nos conforta. Um grande beijo e abraço de todos nós, seus filhos, noras, genro e amigos que te amam. E, como costumamos fazer antes de dormir e antes de sair para o trabalho: A Benção pai!