Débora Ozório é a frágil Petra na novela ‘Terra e Paixão’ da TV Globo

Debora Ozório tem se esforçado para interpretar a frágil Petra de ‘Terra e Paixão’, folhetim das 21h da Globo. Viciada em remédios tarja preta, a filha de Irene (Gloria Pires) busca neles uma fuga para os problemas familiares. Após a morte do irmão, Daniel (Johnny Massaro), a personagem até foi internada pela mãe, em uma tentativa de livrá-la da dependência nos comprimidos. Porém, ainda há uma grande luta pela frente. Segundo a intérprete, é importante dar visibilidade ao assunto.

“A estrutura dessa família é um pouco complicada e disfuncional. Eles precisam de muita terapia. O tema é tratado friamente dentro de casa. Sabem o que acontece, mas cada um tenta lidar de um jeito. O pai acaba sendo extremamente grosseiro, porque acha que é palhaçada. Já Irene é uma mãe presente, tem carinho com a filha. Mas, mesmo assim, não estende o braço como deveria”, avalia.

Petra é uma pessoa que não mede as consequências dos seus atos. Diante das brigas infinitas pela sucessão dos La Selva, prefere ficar dopada a estar presente nos conflitos. Assim, a agrônoma virou um alvo fácil para Luigi (Rainer Cadete), que se casou com a herdeira de Antônio (Tony Ramos) visando abocanhar parte da fortuna do sogro.

“Petra acaba se tornando uma menina carente. Quer qualquer tipo de aprovação, de validação, de carinho. O Luigi chega mostrando que ela é especial, legal, bonita e atraente. Enfim, aí a personagem acredita e não precisa de muito para isso. Quer qualquer migalha que ele ofereça, porque não tem afeto dentro de casa. O italiano vem em forma de príncipe”, observa.

Durante o período de pré-produção da novela, Debora pesquisou sobre o vício em remédios e se surpreendeu ao notar que é uma realidade pouco comentada. Por isso, quis retratar a dor da irmã de Caio (Cauã Reymond) da forma mais fiel possível e alertar sobre o perigo que é se apoiar em medicamentos.

“Quando se fala em vício, a gente logo pensa em outro tipo de droga. Mas o remédio é muito comum. Às vezes, as pessoas não têm ideia do quanto No nosso dia a dia, existem pessoas medicadas que também não se dão conta. Confesso que sabia sobre essa dependência. Mas, quando você vai trocar com uma pessoa que passou por isso, vê que o buraco é mais embaixo”, ressalta.

Aos 26 anos, Debora colhe os frutos de sua dedicação ao trabalho. Sua primeira novela inteira foi ‘Espelho da Vida’ (Globo, 20182019), após participações especiais nos folhetins ‘Totalmente Demais’ (Globo, 2015-2016), ‘O Rico e Lázaro’ (Record, 2017) e ‘Tempo de Amar’ (Globo, 2017-2018). De lá para cá, a intérprete de Petra participou de ‘Gênesis’ (Record, 2021) e ‘Além da Ilusão’ (Globo, 2022) e também das séries ‘Me Chama de Bruna’ (Fox Premium, 2019) e ‘Filhas de Eva’ (Globoplay, 2021). Mas, apesar dessas experiências, confessa que não deixa de sentir frio na barriga ao contracenar com atores como Tony Ramos e Gloria Pires.

“Eles contam a história da dramaturgia da televisão brasileira. É, de fato, a realização de um sonho, além da oportunidade de trabalho. Aprender com Tony e Gloria é uma aula dentro e fora de cena. É admirável! Como artista em construção, me identifico e me encoraja, porque você passa a acreditar que é possível, tanto no pessoal quanto no profissional. São pessoas bemhumoradas e que acolhem”, relata.