Revista Itália 360º | Ano 1 | Nº 2 | Dezembro de 2020

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Ano 1 | n. 2 | dezembro de 2020

Revista da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura de Minas Gerais | italiabrasil.com.br

Minas Gerais

do ouro e do mundo

Investimentos que ampliam e integram modais logísticos colocam o estado em vantagem quanto a exportações, importações e escoamento de produção

PUTIGNANO | TRUE ITALIAN TASTE | GT ENERGIA | PIETRO SPORTELLI

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EDITORIAL

NOVOS TEMPOS, NOVOS CAMINHOS Caminhar é preciso e, em meio a turbulências e em tempos difíceis, ainda mais importante para que possamos manter as engranagens produtivas da vida acontecendo. Neste ano tão intenso e repleto de desafios para todos nós, precisamos nos reinventar constantemente, para seguir caminhando e permitindo que as rodas das relações pessoais e profissionais não parassem em meio à pandemia. Aprendemos a nos relacionar de novas maneiras, a trabalhar remotamente e a estabelecer novos contatos, através de reuniões e eventos online. Paradoxalmente, a distância promoveu o estreitamento de muitos laços, já que nos mantivemos unidos através da confiança nas fortes relações já estabelecidas entre associados e parceiros. De olho nos próximos passos e com visões de otimismo na superação das adversidades, ressaltamos os caminhos de Minas como protagonistas desse grande movimento que permite que o estado siga para destinos cada vez mais produtivos. Abordaremos, nesta edição da Itália 360º, os aspectos que envolvem os modais logísticos do estado, levantando o que tem sido feito, nas iniciativas pública e privada, para melhorar as malhas de transporte e, assim, otimizar as trocas e relações comerciais que atuam em Minas Gerais. Inauguramos, nesta edição, a seção “Raízes italianas”, em que personalidades do estado de Minas Gerais que têm ascendência italiana relatam, de maneira leve e descontraída, como a presença da Itália se manifesta em seus hábitos, sua família e seu cotidiano. Nessa edição, nosso convidado é o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Em sua fala nesta edição, o cônsul da Itália em Belo Horizonte, Dario Savarese, traz um balanço do ano, ressaltando as ações do consulado junto à comunidade durante o período de pandemia.

Nesta edição, temos duas entrevistas exclusivas. Uma delas com Ferdinando Fiore, novo diretor geral do escritório da ITA (Italian Trade Agency) no Brasil, que vê com otimismo e boas perspectivas as relações comerciais entre Brasil e Itália para 2021. Em outra entrevista, Pietro Sportelli, CEO da Aethra, empresa com oito unidades em Minas Gerais, pontua sobre os planos de internacionalização, a necessidade de fortalecimento da indústria brasileira e o compromisso ambiental da empresa.

Foto: João Quesado

Em outras páginas, trazemos um compilado de ações e eventos da Câmara que ocorreram desde o fim de 2019 até o último trimestre de 2020, englobando os acontecimentos e eventos em torno dos nossos Grupos de Trabalho. Mostraremos os encantos da pequena Putignano, na região da Puglia, na seção de turismo, e traremos também mais informações sobre o “True Italian Taste”, campanha de valorização de produtos agroalimentares tão importante para a difusão da cultura enogastronômica italiana.

Por fim, seguimos com nossos agradecimentos a todos os parceiros cujas colaborações foram fundamentais para a realização desta edição. Seguiremos juntos e ainda mais fortalecidos nos novos tempos e caminhos que vislumbramos pela frente. Boa leitura!

Valentino Rizzioli

Presidente da Câmara Italiana de Comércio de Minas Gerais

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NESTA EDIÇÃO

05 06 08 12 16 18 20 22 28 30 34 Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura de Minas Gerais Presidente: Valentino Rizzioli. | Vice-presidente executivo: Raffaele Peano. Secretário-geral: Leonardo Freitas. Itália 360º - Comitê editorial: Leonardo Freitas e Welber Silva. Departamento comercial: Natália Brina. Tradução para o italiano: Giancarlo Palmesi. Produção e gestão editorial: Gíria Design e Comunicação (31.3222-1829). Coordenação, projeto gráfico e design: Carolina Lentz. Redação: Nathalia Illovate, Carolina Lentz e equipe Gíria. | Capa: CanStockPhoto. Itália 360º é uma publicação periódica oficial da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura de Minas Gerais - R. Piauí, 2019, 5º and., bairro Funcionários, BH - MG - +55 (31) 3287-2211 - www.italiabrasil.com.br - info@italiabrasil.com.br.

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RAÍZES ITALIANAS

Romeu Zema, governador de Minas Gerais

CÂMARA ITALIANA CONSULADO

Mensagem do cônsul Dario Savarese

TURISMO

A encantadora e festiva Putignano

FINANÇAS CORPORATIVAS

Novo mercado financeiro

TRUE ITALIAN TASTE RECEITA DO CHEF

Simone Biondi, Est! Est!! Est!!!

CAPA

Modais logísticos e desenvolvimento em MG

PARCERIAS BRASIL ITÁLIA

Entrevista com Ferdinando Fiore

GRUPOS DE TRABALHO

GT Energia e GT Logística

ENTREVISTA

Pietro Sportelli, presidente da Aethra

ENERGIA E MEIO-AMBIENTE

GF Aspirazioni

CRÔNICA

Laura Medioli

NOTAS 360º


RAÍZES ITALIANAS

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, contou à Itália 360º um pouco sobre suas origens italianas Foto: Arquivo pessoal

O senhor é descendente de italianos. Conte-nos um pouco sobre a história da sua família na Itália. Minha família é originária da Calabria, mais especificamente de Armo, que fica perto de Reggio. Eram lavradores e viviam com muita dificuldade. Eles vieram para o Brasil para substituir mão-de-obra escrava nos cafezais em busca de uma vida melhor. Chegaram no Porto de Santos em 1898 e foram trabalhar na lavoura em Cravinhos, cidade vizinha de Ribeirão Preto. As condições, tanto na viagem como na fazenda, eram as piores possíveis. O navio, de tão velho, afundou na volta e o salário não era suficiente para pagar os mantimentos adquiridos no armazém da própria fazenda. Romeu Zema em viagem a Veneza, com os filhos Catharina e Domenico Como a cultura e a ascendência italianas estão presentes no cotidiano da sua mentos, conhecer melhor a história e apreciar lugares bonitos família? do que aquele país. Minhas tias-avós foram pintoras, davam aulas de pintura Meu filho Domenico teve o privilégio de morar e estudar e desenho. Os homens sempre se dedicaram à mecânica, à um ano na Politécnica de Milão. Gostou muito e fala italiano. construção e ao cultivo (pomar de uvas, frutas e verduras). Com o tempo e com as novas gerações, estes hábitos se Como o senhor enxerga as diversas formas de relaperderam. Hoje se mantém o hábito de reunir toda a família ções entre Brasil e Itália e quais os ganhos dessa histófrequentemente na casa da nona para uma macarronada e vi- rica parceria você ressalta, especialmente para Minas nho ou na casa de campo. Somos uma família muito unida. Gerais? Os nomes da 5ª geração mantém a tradição das nossas O Brasil abriga uma grande colônia italiana, recebeu muita raízes: Ricardo, Domenico, Luigi, Giacomo, Stefano, Catharina. influência, mas pode melhorar muito as relações com a Itália. Ainda somos um país relativamente fechado no âmbito comerO senhor já visitou a Itália. Tem preferência por al- cial. Temos muito a ganhar ao ampliarmos as relações com um guma região em especial? Por quê? país que desponta em design, máquinas operatrizes e mecâEstive na Itália apenas duas vezes. Visitei a Calábria em nica. Minas Gerais, devido à Fiat e seus fornecedores, é, com uma ocasião e o região norte em outra. Ainda tenho muito o certeza, o estado que mais recebeu investimentos italianos no que conhecer na Itália. Quero voltar mais vezes, pois não há Brasil. Mas muito mais ainda pode ser feito no que diz respeito lugar melhor para se comer, beber um bom vinho, visitar monu- ao âmbito cultural. ||

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CÂMARA ITALIANA

Câmara Italiana marcou presença na Sigep 2020 A escola italiana de panificação e confeitaria é, certamente, uma das mais importantes do mundo. Do panetone à ciabatta, do tiramisù à panna cotta, passando por outras receitas famosas, é evidente a influência da Itália no evento, fato que atrai admiradores de vários países. Em busca de conhecer melhor os segredos dos pães e doces italianos, Andreia Alves, sócia da Casa de Biscoitos Mineiros, e Rogério Andrade, gerente comercial do Grupo Super Nosso, embarcaram para Rimini, na região italiana da Emilia-Romagna, para participar, entre os dias 18 e 22 de janeiro, da maior e mais importante feira mundial do setor: a Sigep - Salão Internacional de Gelato, Confeitaria e Panificação Artesanal. A visita à tradicional feira anual aconteceu juntamente com a assessoria e planejamento da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais, que, assim como em outras feiras, ofereceu condições diferenciadas de participação aos associados como, por exemplo: hospedagem, agenda de encontros, transfer hotel/feira, ingressos, entre outros benefícios.

Complexo e competitivo, o mercado de panificação e confeitaria requer dos gestores constante atualização. “É preciso acompanhar as tendências e novidades, sempre em busca de inovações e novas tecnologias. Investir na participação de um salão internacional como a Sigep torna-se uma excelente alternativa para se destacar e ganhar vantagens competitivas”, afirma Natália Brina, analista de negócios internacionais da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais. Em 2021, a Sigep acontecerá entre 15 e 17 de março e conta com um pacote de vantagens exclusivas preparadas pela Câmara Italiana. Interessados devem solicitar maiores informações pelo email natalia.brina@italiabrasil.com.br.

Soluções inovadoras em automação industrial foram apresentadas em workshop organizado pela Câmara No dia 10 de março, aconteceu, no Hotel Actuall, em Contagem (MG), o workshop “Evolução Tecnológica na Automação Industrial: Quais Serão Suas Próximas Ferramentas?”. O evento, organizado pela Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais, em parceria com a Camozzi Automation, teve como objetivo a apresentação, pela multinacional italiana, de seus produtos e soluções, voltados para o campo da automação industrial. Na abertura ao evento, Leonardo Freitas, secretário-geral da Câmara, fez uma breve apresentação institucional sobre a Câmara Italiana e seus serviços e abordou o trabalho de interação e conexão desenvolvido pela entidade, tão importante para o diálogo entre empresas italianas e brasileiras. O diretor-geral da Camozzi Automation do Brasil, Hugo Fleury, na ocasião, apresentou a empresa. O Grupo Camozzi é uma multinacional italiana, que opera em uma variedade de setores, como automação, máquinas-ferramentas, máquinas têxteis e plataformas digitais, operação remota, via internet, do regulador de pressão, instalado no laboratório da empresa,

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Ao fim do evento, os convidados, alguns já usuários de tecnologias da Camozzi, apresentaram suas demandas e dificuldades mais comuns e como os produtos da empresa italiana podem se adequar para solucionar problemas e aumentar a eficiência produtiva.

À esquerda, Leonardo Freitas, secretário-geral da Câmara Italiana e, à direita, Fabio Oliveira, coordenador de engenharia da Camozzi


CÂMARA ITALIANA

Especialistas em RH debatem fenômeno do home office em webinar No dia 28 de julho de 2020, as câmaras de comércio italianas de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul organizaram o webinar “Como Desenvolver Equipes à Distância?”, reunindo especialistas da área de Recursos Humanos para compartilhar experiências e posicionamentos em relação à gestão de equipes fisicamente distantes. O evento foi mediado por Gabriela Balestrin, country manager Brazil da Pyou, e contou com a presença de quatro renomados gestores de pessoas de multinacionais italianas: Diego Borghi, CEO da Ducati do Brasil; Erica Baldini, diretora de RH Latam Fiat Chrysler Automobiles; Hernane Cauduro, diretor da Metal Work; e Mattia Iannone, diretor de RH South America da Ferrero. Os líderes debateram o fenômeno do home office e avaliaram os resultados obtidos até então, bem como os desafios em gerir os colaboradores no atual momento. Na abertura do encontro, o secretário-geral da Câmara Italiana de Minas Gerais, Leonardo Freitas, e o presidente da Câmara Italiana do Rio Grande do Sul, Felipe Olinto, deram as

boas-vindas aos participantes e agradeceram a Pyou Brazil, ao Consulado da Itália em Belo Horizonte e ao Consulado-Geral da Itália em Porto Alegre pelo apoio na realização do webinar. Ao final da transmissão, o presidente da Câmara Italiana de Minas Gerais, Valentino Rizzioli, contou sobre sua experiência em home office, que antecede ao período atual, e os benefícios da otimização do trabalho e do tempo, além de pontuar como a alternativa é capaz de adaptar o mercado no futuro.

Webinário “Digital Transformation Day” debateu o fenômeno da transformação digital em quatro painéis temáticos A Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais, em parceria com o Consulado da Itália em Belo Horizonte, com a Engineering do Brasil, com a Glocal Consulting e com o FI Group, realizou, no dia 6 de outubro, o “Digital Transformation Day”, evento virtual que reuniu um time de especialistas para dialogar sobre a transformação digital e sua revolução nas organizações. Dividido em dois momentos, o webinário contou com uma etapa de abertura, com foco institucional e conceitual, sendo pre-

cedida por quatro painéis temáticos e simultâneos: Agropecuário e Florestal; Leite e Café; Metal e Mineração; e Soluções Fiscais. Mediada por Leonardo Freitas, secretário-geral da Câmara Italiana, a videoconferência contou, em sua abertura, com a participação de Valentino Rizzioli, presidente da Câmara, e Dario Savarese, cônsul da Itália em Belo Horizonte, além das palestras de Robson Ventura, key account manager da FI Group, e de Michele Liguoro, sales director da Engineering do Brasil.

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CONSULADO

Un bilancio delle iniziative del Consolato d’Italia a Belo Horizonte nel 2020, ovvero l’anno in cui abbiamo (ri)scoperto a reinventarci

Dario Savarese

Doveva esse l’anno di Botticelli a mercato del design delle calzature (l’ItaBelo Horizonte, una prima assoluta in lia col 15,6% di tutte le scarpe in pelle Brasile. Doveva essere l’anno di Fellini, vendute nel mondo è seconda solo alla con mostre, concerti e rassegna cinemaCina per quote di mercato) e l’Aperitivo Numerose sono tografica. Doveva essere l’anno di Rafitaliano, simbolo del Vivere all’Italiana, state le manifesfaello, di una grande maratona italiana, tanto amato e imitato nel mondo. della missione imprenditoriale Italia-MiA maggio abbiamo promosso protazioni di amicizia nas. E invece la pandemia ci ha obbligato iezioni in streaming del grande cinema e sostegno all’Italia, a rimandare queste iniziative e tante alitaliano, assieme agli Istituti Italiani di tre che erano in programma quest’anno. Cultura di San Paolo e Rio de Janeiro, amplificate dalla Abbiamo fatto appena in tempo a quali il premiato documentario di Nanni vicinanza emotiva realizzare la campagna Viva a beleza, Moretti Santiago, Italia e la commedia suscitata dalla você está na Itália dell’Ente per il TuNotti magiche di Paolo Virzì. rismo Italiano (ENIT), in collaborazione Numerose sono state le manifestapandemia. con BH Airport, il concerto del cantante zioni di amicizia e sostegno all’Italia, amitaliano Tony Canto all’Autentica e il seplificate dalla vicinanza emotiva susciminario presso Casa FIAT de Cultura dal tata dalla pandemia, in occasione della titolo “Conversas ao redor da mesa, alimentação consciente e Festa della Repubblica Italiana. Il Comune di Belo Horizonte ha culinaria mediterranea” del prof. Ernesto Di Renzo dell’Univer- illuminato per la prima volta piazze e punti simbolici della città sità di Tor Vergata, tutte iniziative che hanno riscosso grande con i colori della bandiera italiana; il Cruzeiro Esporte Clube, ex successo mediatico e di pubblico. Palestra Italia, ha decorato la sua facciata con il tricolore per Da metà marzo, abbiamo dovuto ripensare in formato di- ricordare le origini della squadra. gitale tutte le iniziative di promozione economica, culturale e In collaborazione con l’Istituto Europeo per il Design (IED) scientifica del Consolato. Abbiamo rafforzato il nostro piano di e Casa FIAT de Cultura, il Consolato ha organizzato un ciclo di comunicazione con l’invio di newsletter periodiche che propo- conferenze online sul tema “Smart cities, smart citizens” con nevano viaggi, opere teatrali e visite virtuali nei musei italiani. designer e architetti italiani che vivono e lavorano tra Italia e Abbiamo poi arricchito la nostra offerta con la campagna #We- Brasile, che hanno registrato migliaia di visualizzazioni. AreItaly, organizzata dal Ministero degli Affari Esteri e della CoAd agosto si è tenuto il concerto live della cantante italiana operazione Internazionale per diffondere l’immagine di un Paese Mafalda Minnozzi, che con la sua bellissima voce ha offerto un forte e resiliente, cui hanno aderito artisti affermati, emergenti, omaggio al cinema italiano e ai suoi protagonisti: dalle melodie italiani ed internazionali. La campagna, che ha raggiunto oltre del premio Oscar Ennio Morricone, scomparso poche settimane tre milioni di visualizzazioni sui canali social della Farnesina, ha prima, fino alle celebri note di Nino Rota, altro premiato composicoinvolto, anche grazie all’interessamento del Consolato, grandi tore dei film di Federico Fellini. Nello stesso mese, abbiamo inauartisti brasiliani come Gilberto Gil, Toquinho, Rogê e Ivan Lins. gurato, con la rete diplomatico-consolare in Brasile, 8½ Festival Nei mesi di aprile e maggio il Consolato ha realizzato una se- del Cinema italiano che ha presentato il meglio della recente rie di live su Instagram per promuovere l’eccellenza italiana nel produzione cinematografica italiana, sottotitolata in portoghese.

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Il famoso sociologo italiano Domenico De Masi è stato il protagonista del seminario online dal titolo “L’evoluzione della società nei prossimi dieci anni”, che abbiamo realizzato con Casa FIAT de Cultura e gli IIC di Rio de Janeiro e San Paolo. Molto noto e apprezzato in Brasile per il suo libro Ozio creativo, il prof. De Masi ha illustrato la sua visione su quella che sarà la società post-Covid e sui cambiamenti entro il 2030, soffermandosi su mondo del lavoro, ruolo della donna, relazioni tra democrazia ed economia, cambiamenti climatici e diseguaglianze sociali. Questo come altri eventi digitali possono essere rivisti sul canale Youtube del Consolato. Con il patrocinio istituzionale e il sostegno finanziario di questo Consolato, dal 6 al 10 ottobre si è tenuta online la decima edizione del Seminario dell’Immigrazione italiana in Minas Gerais, organizzato da CGIE e Ponte entre culturas. Il seminario, dedicato all’influenza italiana su sviluppo, cultura e sport, è stato inaugurato dalla Viceministra degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale, Marina Sereni, con la partecipazione dell’Ambasciatore d’Italia a Brasilia, Francesco Azzarello, e del Segretario di Stato MG alla Cultura e al Turismo, Leonidas Oliveira. Ha chiuso il seminario una tavola rotonda sul Made in Italy e la diplomazia culturale. In occasione della XX Settimana della Lingua Italiana, tenutasi a fine ottobre, abbiamo promosso una ricchissima programmazione dedicata al tema “L’Italiano tra parole e immagine: graffiti, illustrazioni, fumetti”. L’artista Piero Bagnariol ha realizzato presso la Facoltà di Lettere dell’Università Federale di Minas Gerais un murale dedicato a Dante Alighieri, anticipando i festeggiamenti legati al settimo centenario della sua morte nel 2021. Il fumettista e studioso Fabiano Azevedo ha invece condotto un interessantissimo seminario online sulla traiettoria del fumetto italiano e la sua influenza in Brasile. Nel giorno del centenario della nascita del grande scrittore, poeta e pedagogista Gianni Rodari, sulle reti sociali del Consolato sono state diffuse tre animazioni realizzate dall’artista Guido Boletti. L’attore e drammaturgo Roberto Innocente ha realizzato due filmati ispirati alle più apprezzate storie e filastrocche di Rodari. Infine, gli alunni di italiano dell’UFMG, grazie alla preziosa cooperazione della lettrice prof.ssa Rosalba Principato, si sono esercitati nella traduzione e sottotitolazione di un mini-corso sul fumetto tenuto da Giacomo Traini, fumettista e illustratore italiano. A conclusione del corso, Traini ha disegnato le tavole di una storia dedicata alla città di Belo Horizonte con protagonista l’architetto italiano Raffaello Berti che ha realizzato oltre cinquecento progetti architettonici come la Prefeitura, la sede del Minas Tenis Clube, l’Ospedale Felicio Rocho, la Santa Casa e tanti altri.

Foto:Jomar Bragança/Casacor

CONSULADO

La mostra “Morar contemporâneo: 4 As do Made in Italy”

Nell’ambito dell’iniziativa Janelas CasaCor e in collaborazione con Casa FIAT de Cultura, il Consolato ha organizzato un mese tutto dedicato al design italiano, dal 30 ottobre al 30 novembre. Abbiamo inaugurato l’iniziativa con la mostra “Morar contemporâneo: 4 As do Made in Italy” che ha presentato quattro spazi espositivi, visibili dalle vetrine di Casa FIAT, ciascuno associato ai quattro settori alfieri dell’export italiano: Automazione, Agro-alimentare, Abbigliamento e Arredamento. Nel corso del mese, testimonial d’eccezione hanno parlato delle 4 A del Made in Italy (i podcast sono disponibili sulle reti sociali del Consolato). Il 5 novembre, in concomitanza con l´Italian Design Day, è stato divulgato il contributo dedicato ad Achille Castiglioni realizzato da Dijon de Moraes, ex rettore della UEMG e PhD in Design al Politecnico di Milano. L’11 novembre l’ingegnere italiano e direttore di produzione di FCA, in un video dedicato all´automazione, ha messo in luce come l’evoluzione dell’automazione italiana abbia una base storica, culturale e artistica e come l’innovazione sia nel DNA dei processi industriali. Il 17 novembre è la volta della moda: Diego Dolcini, con passaggi di carriera presso Bulgari, Gucci, Trussardi, Dolce e Gabbana e Balmain, ha parlato della forza del design italiano e del perché è un’influenza della moda in tutto il mondo. Infine, il 23 novembre, parallelamente all’inizio della V Settimana della Gastronomia Italiana, toccherà allo chef Massimo Battaglini parlare delle eccellenze gastronomiche italiane, che mettono il Paese al primo posto in Europa nella produzione di prodotti di qualità certificata. Ancora in novembre, la V edizione della Settimana della Cucina Italiana prevede degustazioni di vini della Sicilia, tour guidati in un laboratorio di produzione artigianale di gelato Il Massimo del Gelato, un evento online dedicato al caffè italiano, inediti filmati ed altre iniziative fruibili digitalmente e organizzate in collaborazione con la Camera di commercio italo-brasiliana di Minas Gerais e l’UFMG.

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CONSULADO

A dicembre, in occasione dei 300 anni di Minas Gerais, abbiamo in programma al Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) di Belo Horizonte, una mostra dedicata all’architettura italiana a Belo Horizonte, in evidenza i grandi architetti italiani che contribuirono all’eclettismo e alla bellezza della capitale mineira. In prospettiva, per il 2021 stiamo gettando le basi per realizzare una grande mostra d’arte italiana e varie iniziative culturali di forte impatto per il pubblico brasiliano. Sul fronte della promozione economica, col fine di sostenere il processo di internazionalizzazione delle imprese italiane e rafforzare la loro presenza industriale in Minas Gerais, assieme alla Camera di Commercio di Minas Gerais, abbiamo accompagnato molte aziende italiane nelle interlocuzioni con

le Autorita’ mineire e la business community locale. Abbiamo inoltre co-realizzato una serie di webinar gratuiti sui temi di principale interesse economico quali l’eccellenza italiana nel settore energetico con Terna ed Enel, la trasformazione digitale applicata allo sviluppo economico con Engineering, Segafredo e FCA, le opportunità in Minas Gerais nel settore delle infrastrutture e ferroviario con FCA e Ventana Serra, le innovazioni del lavoro a dsitanza con Ferrero e Ducati, solo per citarne alcuni. Infine, il Consolato ha accolto con grande piacere la ripresa nel 2020 di significativi investimenti italiani in Minas Gerais, realizzati da Terna in campo energetico, da Tiberina nell’automotive e da Fassa Bortolo nel settore edilizio e costruzioni. ||

Dario Savarese

Console d’Italia a Belo Horizonte (Minas Gerais).

NUOVO SISTEMA DI PRENOTAZIONE DEL PASSAPORTO VIA WHATSAPP AL CONSOLATO D’ITALIA A BELO HORIZONTE La decisione di adottare a Belo Horizonte il sistema di videochiamata per richiedere il passaporto è stata presa in coordinamento con l’Ambasciata d’Italia a Brasilia e mutuata dalla sperimentazione di successo avviata dal Consolato Generale di San Paolo. Nasce per venire incontro alle esigenze dei connazionali e migliorare la loro esperienza di interazione diretta con il Consolato. L’introduzione del nuovo sistema ha richiesto una riorganizzazione completa dell’ufficio passaporti. Il nuovo sistema presenta notevoli vantaggi, tra cui il pre-screening della situazione anagrafica dei cittadini che si presentano all´appuntamento con le informazioni personali già regolarizzate. Cio’ permette di accelerare i tempi di trattazione della richiesta allo sportello e aumentare il numero di appuntamenti. La videochiamata funziona tutti i giorni dalle 8.30 alle 12.30. Per maggiori informazioni si invita a consultare il sito del Consolato di Belo Horizonte alla pagina: https://consbelohorizonte.esteri.it/consolato_belohorizonte/it/i_servizi/per_i_cittadini/passaporti .

NOVO SISTEMA DE AGENDAMENTO DE PASSAPORTE, VIA WHATSAPP, NO CONSULADO DA ITÁLIA DE BELO HORIZONTE A decisão de implementar, em Belo Horizonte, o sistema de chamada de vídeo para solicitação de passaporte foi tomada, juntamente, com a Embaixada da Itália em Brasília, após o sucesso da experimentação, no Consulado-Geral da Itália em São Paulo. A iniciativa nasceu para atender às exigências dos cidadãos italianos e melhorar a interação direta com o Consulado. A introdução do novo procedimento demandou uma reorganização completa do setor de passaportes. O novo sistema apresenta vantagens significativas, entre as quais o pre-screening da situação de registro dos cidadãos que se apresentam ao agendamento com as informações pessoais já regularizadas. Isso permite acelerar o tempo de processamento da solicitação no guichê e aumentar o número de agendamentos. A videochamada funciona todos os dias, das 8h30 às 12h30. Para mais informações, o Consulado convida para consultar o site, na página: https://consbelohorizonte.esteri.it/consolato_belohorizonte/it/i_servizi/per_i_cittadini/passaporti.

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TURISMO

A FESTIVA E ENCANTADORA

PUTIGNANO Com ruelas de pedra ladeadas por igrejas do século XI, a cidade do sul da Itália encanta pela história, pela arquitetura e pelas festividades locais

Parrocchia San Domenico, em Putignano

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TURISMO

Na belíssima região da Puglia, no calcanhar da Itália, está a pequena, histórica e deliciosa comuna de Putignano. Trata-se de um centro agrícola repleto de grutas e belezas naturais, que atrai turistas do mundo todo pela gastronomia e por ser o palco e o cenário do carnaval mais antigo da Europa, e um dos primeiros do mundo. A tradicional festa começa no dia 26 de dezembro. Primeiro, as pessoas levam velas às igrejas para pedir perdão pelos pecados que serão cometidos durante o carnaval. Em seguida acontece o Propaggini, um evento em que poetas recitam, de maneira improvisada, versos satíricos sobre as camadas mais influentes da sociedade. E entre carros alegóricos, músicas e foliões mascarados, a celebração só tem fim em fevereiro, na Terça-feira Gorda, quando um cortejo fúnebre composto por alegorias de papel machê retrata os excessos da festança. No final do desfile, todas as esculturas são incendiadas, marcando o fim das liberdades permitidas pela temporada festiva. “Gosto muito do carnaval da cidade, embora na Itália as comemorações de carnaval sejam bem diferentes das que os brasileiros estão acostumados a fazer. As músicas usadas para entretenimento são um misto de canções italianas atuais e antigas e de vários outros países”, conta Maria Cristina Recchia, brasileira que vive na Puglia há 17 anos e, embora não more em Putignano, visita sempre a cidade para curtir os encantos e o clima de festa do lugar. “Me impressiona a alegria das pessoas que se fantasiam e desfilam pelas ruas festejando um carnaval discreto, mas bem organizado. Grandes e pequenos carros alegóricos são testemunhas de muito trabalho e dedicação de pessoas que seguem esta tradição. É um cenário surpreendente para nós”.

A HISTÓRIA DO CARNAVAL DE PUTIGNANO Conta a lenda que, em 1394, o território era dominado pelos Cavaleiros de Malta, que decidiram mudar as relíquias de Santo Stefano que estavam em Monopoli para Putignano. Os malteses temiam que os saracenos conseguissem roubar as relíquias em Monopoli, que é uma cidade costeira, e por isso transferiram os bens para o interior da região. Durante a passagem dos cavaleiros, os fazendeiros que trabalhavam no campo começaram a segui-los, dançando e fazendo sátiras em homenagem às relíquias. Começou aí a tradição de carnaval. Ao longo dos anos a festa cresceu, ficou mais produzida e profissional, e ganhou até um mascote, chamado Farinella. Semelhante a um arlequim, ele usa roupas em azul e vermelho, as cores da cidade, e um chapéu de três pontas, representando as três colinas sobre as quais Putignano foi construída. Até o nome do mascote remete à cultura local: farinella é um prato típico preparado com cevada ou grão de bico que os fazendeiros costumavam comer no almoço, antes de começarem a trabalhar no campo.

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TURISMO

Maria Cristina Recchia, brasileira que vive na Puglia há 17 anos

O QUE FAZER EM PUTIGNANO Mas o carnaval não é a única atração da cidadezinha de menos de 30 mil habitantes. Quando a festa não está rolando, Putignano é uma tranquila e charmosa cidade que atrai, além dos turistas de longe, os moradores da região que querem comer bem e aproveitar o ambiente hospitaleiro e o cenário histórico do lugar. “Já visitei muitos lugares de Putignano, como igrejas, museus e o centro histórico, mas meus favoritos são os locais de agriturismo e as masserias, porque oferecem uma gastronomia de ótima qualidade”, conta Maria Cristina, explicando que os lugares de agriturismo são fazendas que propõem um cardápio com produtos que normalmente são produzidos dentro da propriedade ou nas redondezas. Autora de um blog de turismo sobre a região, o Vem Pra Puglia, Maria Cristina aconselha que todos os turistas que forem a Putignano não deixem de visitar uma masseria, e até indica a favorita: Masseria Spartaglio, situada na Strada Comunale Spartaglio. “As masserias fazem parte da história pugliese. Elas são um conjunto de casas em estilo rústico e algumas delas são em forma de trullo, um tipo de casa característica da região, em forma de cone e construída sem argamassa, ou seja, pedra sobre pedra. Nos séculos passados, a masseria foi de grande importância para a Puglia porque tinha a função de abrigar proprietários de terras, camponeses e pastores que trabalhavam nas plantações,

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na produção de óleo e vinho, e na criação de animais. Algumas eram fortificadas, com grandes muros e torres defensivas para se protegerem das invasões”, conta a moradora da região. “Hoje é possível encontrar masserias de vários tipos: as que são empresas agrícolas, as que são vinícolas, e as que foram transformadas em hotéis ou bed & breakfast, e fazem com que seus hóspedes vivam uma realidade próxima à de séculos passados”. O centro histórico também merece horas reservadas para uma visita regada a caminhadas, fotos e compras. Igrejas construídas entre os séculos XI e XVIII ladeiam ruelas estreitas calçadas de pedras, e junto com elas, palácios construídos pelas famílias mais tradicionais da região ajudam a contar a história da pequena Putignano. “O meu lugar favorito é a Piazza Plebiscito, o coração da cidade, ponto de encontros e desencontros, onde estão a Chiesta Matrice e o histórico Palazzo del Balì”, indica o designer e guia de turismo Alex Maia, que há 12 anos vive em Mola di Bari, também na província de Bari. Autor do blog Brasil da Puglia, ele conta que já foi a Putignano diversas vezes, tanto para curtir com a família quanto para apresentar a cidade a turistas. “Gosto da cidade porque é divertida e acostumada a organizar eventos e festas”, comenta. Para quem busca belezas naturais, a cidade também tem ótimos atrativos. A Gruta del Trullo, localizada na estrada que vai para Bari, atrai turistas de todas as idades por ter escadas

O Carnaval de Putignano atrai visitantes de todas as regiões da Itália


TURISMO

Foto: Fotolia

Vista panorâmica de Vieste, na Puglia

ro ou março. Mas o final de agosto, e os meses de setembro e outubro podem ser interessantes porque são os meses da vendemmia, ou seja, os meses de preparação de vários tipos vinhos. Os meses de novembro e dezembro também são interessantes pela colheita de azeitonas, tanto para consumo como para a produção de azeite”, indica.

Putignano está situado na província de Bari, na região central da Puglia

que facilitam a visitação. Já a Gruta di Castellana proporciona uma caminhada de até 3 quilômetros de extensão e 73 metros de profundidade, por esculturas de estalactites e estalagmites de diferentes cores. Maria Cristina, do Vem pra Puglia, conta que há diversos momentos do ano em que a cidade se torna ainda mais interessante. “Eu diria que a melhor época para visitar Putignano seria no mês em que é festejado o Carnaval, ou seja, feverei-

UM TOUR PELA PUGLIA Quem vai a Putignano pode aproveitar para conhecer outras charmosas cidades do sul da Itália, como Alberobello, famosa pelas 1.400 casas em formato de cone, chamadas de trulli, e Gioia del Colle, um paraíso para os amantes de vinícolas e, claro, de um bom vinho. Maria Cristina recomenda aos viajantes que incluam no roteiro a cidade que ela escolheu para viver: “Polignano a Mare, com seu charme, suas falésias e grutas que tornam mais encantadora a cidade do famoso cantor Domenico Modugno, que levou a música Volare para o mundo” Outros bons lugares para visitar são Matera, uma das civilizações mais antigas do mundo, Conversano, a cidade da arte, e Bari, cidade portuária que é a capital da Puglia e, além de um centro histórico labiríntico, tem uma imponente arquitetura datada do século XIX e boas opções para quem gosta de ir às compras. ||

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FINANÇAS CORPORATIVAS

O NOVO MERCADO FINANCEIRO O mercado financeiro mudou. As fintech chegaram com novas soluções, inovações e um novo leque de serviços especializados. Os clientes das instituições financeiras anseiam por menos custo, menos burocracia e mais eficiência. A relação entre cliente e instituição foram completamente remodeladas, criando demandas e exigências inéditas. E, hoje, tudo pode ser resolvido por um site, aplicativo ou ligação. As agências físicas, com um alto custo e baixa eficiência, têm sido cada vez menos relevantes. A transformação do mercado exige novos modelos de negócio, criando um enorme desafio para os bancos tradicionais. São instituições com estruturas pesadas, rígidas e pouca agilidade para acompanhar o ritmo de evolução constante. É neste contexto que novos players passam a atuar no mercado financeiro nos mais diversos setores, como cartão de crédito, investimentos e meios de pagamentos. Normalmente são instituições especializadas, com grande domínio técnico na sua área de

atuação e metodologias de trabalho inovadoras. Um cenário novo, onde a busca pela satisfação do cliente é a maior prioridade, em detrimento de metas e comissões. A despeito das evoluções em vários setores, o atendimento a empresas médias pouco mudou. Empresas pequenas podem resolver suas demandas pelos canais digitais e as gigantes costumam ter um atendimento mais especializado. Mas as médias ou mesmo grandes comumente estão nas agências, com pouca especialidade e muita burocracia. Com essa lacuna no mercado, nasce a necessidade de um novo modelo de trabalho. É aí que entra a figura de casas como a Vermont Corporate, que atuam como um canal B2B, um intermediário para alguns bancos. Fundada por Daniel Sena e Paulo Nunes, a Vermont Corporate surgiu a partir da Vermont Investimentos, com o objetivo de atuar exclusivamente no atendimento a empresas. Em entrevista, Daniel explicou melhor a atuação da empresa no mercado.

Quem é a Vermont Corporate? Somos um escritório de assessoria financeira voltado para atendimento a empresas, funcionando como um marketplace, uma plataforma de produtos de vários bancos. Em termos legais, na legislação, somos representantes bancários e cambiais. Isto ainda é uma figura nova no mercado, representante bancário já existia há muito tempo, mas os mais antigos só trabalham com processamento de pagamentos. Fazendo um paralelo, para quem conhece a realidade do mundo dos investimentos, onde hoje temos a figura do agente autônomo consolidada – que nada mais é do que o representante de uma corretora de valores – nós somos algo parecido com o agente autônomo dos bancos, representantes destas instituições no atendimento a empresas.

também da empresa. A operação cresceu – hoje são mais de 90 empresas atendidas – a acabou sendo desmembrada, nascendo então a Vermont Corporate. Isso foi em 2015. Com o tempo, agregamos outros produtos e serviços ao portfólio, normalmente através de bancos que nos demandavam para representá-los.

Como a empresa surgiu? A Vermont Corporate é um spin off da Vermont Investimentos, que é uma gestora de investimentos fundada no final de 2009. Nesta empresa assessoramos indivíduos e famílias – além do caixa de empresas – na alocação em produtos adequados ao perfil de cada um, sempre com muita prudência. Fazemos também este tipo de assessoria fora do Brasil e quando os nossos clientes tinham que enviar dinheiro para o exterior, era sempre muito difícil e complicado fazer o câmbio no banco. Nos tornamos então correspondentes cambiais a fim de facilitar a vida destes clientes. O pessoal gostou tanto que aqueles que tinham empresa atuante no comércio exterior começaram a pedir para fazermos o câmbio

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Quais produtos vocês oferecem para as empresas? Temos quatro linhas de negócios: crédito, câmbio, mercado de capitais e gestão de caixa. Como você pode imaginar, a gestão de caixa é feita pela Vermont Investimentos. Todas as outras linhas de negócios, pela Vermont Corporate. Como é a operação de câmbio? Que vantagens vocês entregam para seus clientes? Câmbio é nossa operação mais antiga e mais madura. Empresas muito grandes que têm operação no comércio exterior costumam ter uma mesa de câmbio com muito know how – como na Fiat, onde meu sócio, Paulo Nunes, trabalhou. Para nós foi curioso observar que empresas médias ou mesmo grandes, não costumam ter uma mesa completa de câmbio e normalmente estão muito aquém do ideal das demandas deste mercado, que é bem complexo. A nossa proposta então é ser a mesa de câmbio destas empresas, inclusive cotando com vários bancos objetivando encontrar as melhores condições do mercado. Além de preço nas cotações de remessas internacionais, entregamos muito mais know how como por exemplo assessoria para hedge através de


FINANÇAS CORPORATIVAS

diversos instrumentos ou mesmo trade finance, que basicamente são linhas de financiamento ao comercio exterior.

e não para o banco, é uma relação nova, mas muito mais justa e eficiente.

Em crédito e mercado de capitais, o que a Vermont oferece? No crédito, trabalhamos com diversos bancos no pleito de linhas de diversas modalidades para necessidades diversas: giro, equipamentos, cadeia de fornecedores, cadeia de clientes, comércio exterior, entre outros. No mercado de capitais somos mais atuantes em dívida, com originação de CRI (certificados de recebíveis imobiliários) ou debêntures por exemplo.

Como vocês avaliam o impacto da atual crise econômica em virtude da disseminação do Covid-19 nos novos players do mercado e na própria Vermont Corporate? No curto prazo, os grandes bancos acabam se fortalecendo pois têm maior capacidade econômica e ainda concentram boa parte do mercado. Mas um impacto super relevante que estamos observando nesta crise especificamente é a maior consolidação do digital, com canais digitais muito mais demandados, o que abre espaço para novos players em detrimento ao atendimento das agências bancárias. A crise também deve acelerar projetos das autoridades financeiras como o open banking e outras iniciativas do Banco Central consolidadas no chamada Agenda BC# que visa fomentar a concorrência do sistema financeiro, com achatamento de spreads.

Que tipo de empresas vocês atendem? Varia bastante, assessoramos empresas com faturamento anual de 30 milhões até a algumas que alcançam mais do que 1 bilhão de reais. Os setores de atuação também são bem diversos, temos clientes de startups a siderúrgicas. Mas são todos em Minas Gerais? A maioria fica em Minas, mas temos clientes em todo o Sudeste e alguns no Sul e Nordeste. Qual o risco que a empresa enfrenta ao operar com a assessoria da Vermont ao invés de operar com o banco diretamente? Absolutamente nenhum risco relacionado a isso. A nota da operação feita é emitida pelo banco onde foi feito o negócio, seja numa operação de câmbio, seja num empréstimo. Somos o intermediário, mas todo o fluxo financeiro se dá na conta do próprio cliente em algum dos bancos parceiros da Vermont.

Por que alguma empresa deveria operar com a Vermont Corporate ao invés do banco tradicional? Em primeiro lugar, em função de um grande alinhamento de interesses. Não somos vendedores de produtos e não temos metas nem objetivos que não sejam o que há de melhor para nossos clientes. Como somos especialistas, temos muito know how, nossos clientes podem esperar uma expertise muito maior, além de agilidade para tratar de cada demanda. Podem esperar também muito menos burocracia, nenhum cliente nosso nunca preencheu uma ficha de banco, a gente cuida de tudo. Por fim, como não representamos nenhum sobrecusto e atuamos com várias instituições, dificilmente perdemos em preço, em spread das operações. ||

E como a Vermont ganha dinheiro, vocês cobram um fee, uma taxa de negociação? Não cobramos nada do cliente nas operações fechados através da nossa assessoria. Quem nos remunera são os bancos parceiros. Assim nunca há sobrecusto. A única hipótese em que cobramos do cliente é quando solicitam alguma consultoria que envolve um número grande de horas. Quais as dificuldades que a Vermont encontra para conquistar novos clientes? A maior dificuldade está em nos reunir com o novo cliente. Tudo que é novidade encontra alguma resistência no início e conosco não é diferente, às vezes é difícil agendar uma reunião. Mas uma vez que temos chance de explicar nossa forma de trabalho, dificilmente não conquistamos a conta. E a evasão é zero, o cliente entende que trabalhamos para ele

Daniel Sena e Paulo Nunes no primeiro plano. Ao fundo, da esquerda para a direita parte do time da Vermont Corporate: Helena Somberg, Caio Franco, Danilo Medrado, Matheus Massote, Mayerling Persichini e Fabrício Gandra

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TRUE ITALIAN TASTE

PRODUTOS GENUINAMENTE

ITALIANOS

Campanha promove e certifica produtos agroalimentares verdadeiramente Made In Italy Nem todos os produtos alimentícios que trazem em suas embalagens as cores da bandeira da Itália são verdadeiramente italianos. Não é incomum observarmos o uso dessas analogias visuais em alimentos fabricados no Brasil por exemplo. Esse tipo de artifício induz os consumidores à falsa ideia de estarem adquirindo um alimento original e com a qualidade “Made in Italy”. Para aumentar a conscientização sobre a autenticidade e procedência dos alimentos italianos, foi criado o True Italian Taste, uma campanha em escala global para promover e salvaguardar os autênticos produtos agroalimentares italianos. Afinal, se um produto não foi feito na Itália, ele não é italiano! O projeto é promovido e financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Itália e implementado pela Associação de Câmaras de Comércio Italianas no Exterior (Assocamerestero), em colaboração com as Câmaras de Comércio Italianas no Exterior. O True Italian Taste faz parte do programa “The Extraordinary Italian Taste”. Em Minas Gerais, o True Italian Taste é gerenciado pela Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais, que planeja e desenvolve ações alinhadas às estratégias globais do programa. A comida e os vinhos italianos são o foco da campanha e encontram no True Italian Taste um agente difusor da história e da cultura que permeia esses produtos, mantendo vivos os segredos e cuidados meticulosos na produção milenar das receitas, o que os torna inimitáveis e singulares.

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TRUE ITALIAN TASTE

O True Italian Taste iniciou-se em 2016, nos Estados Unidos, Canadá e México. expandiu suas fronteiras, e, hoje em dia, já está presente em diversos países da Europa, Ásia e América do Sul. Dentre as principais ações da campanha estão a promoção de workshops, seminários, atividades de negócios, oficinas e eventos de difusão dos genuínos produtos italianos no exterior.

O TRUE ITALIAN TASTE TEM COMO OBJETIVOS: • Informar aos consumidores de todo o mundo sobre os benefícios dos verdadeiros produtos italianos e a importância do vínculo entre os alimentos e seus respectivos locais de origem; • Auxiliar os apreciadores da gastronomia italiana na escolha e uso dos ingredientes italianos autênticos, respaldando empresas e consumidores; • Apoiar os fabricantes italianos de produtos certificados, tradicionais e de nicho, que desejam ser mais conhecidos nos mercados internacionais; • Reforçar e expandir as oportunidades de negócios para empresas italianas já presentes nos mercados mundiais; • Auxiliar a promoção de produtos orgânicos e tradicionais, de novos alimentos, de suplementos alimentares e de todos os produtos italianos certificados. Conheça mais sobre o True Italian Taste acessando o QRCode ao lado. ||

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TRUE ITALIAN TASTE

RECEITA DO CHEF Por Simone Biondi (Est! Est!! Est!!!)

PASTA MARE & MONTI (serve duas pessoas) Ingredientes: • 200 g. de pasta di Gragnano • 400 g. de camarões limpos (do tamanho que preferir) • 150 g. de cogumelos (frescos ou congelados) • 60 ml de vinho branco (de boa qualidade) • 1 ou 2 dentes de alho (cortados em fatias) • 1 limão siciliano • 10 g. de sal grosso • Sal, pimenta-do-reino, azeite extravirgem e salsinha fresca a gosto Modo de preparo: Tempere os camarões com sal e pimenta-do-reino e deixe marinar na emulsão de azeite, limão siciliano e vinho branco. Em uma frigideira com o azeite extravirgem aquecido, adicionar o alho fatiado para dourar. Em seguida, adicione os cogumelos e doure, temperando com sal e pimenta-do-reino; ao final, reserve. À parte, ferva 1,2 litros de água com 10 g. de sal grosso (para cada 200 g. de massa, utilize esta quantidade de água e sal). Utilizando a técnica da risottata (preparo da pasta, na frigideira, diretamente com o próprio molho), adicione azeite à frigideira e aqueça, adicionando, em seguida, a pasta di Gragnano crua. Aos poucos, adicione a água fervente e salgada, com a ajuda de uma concha. Deixe cozinhar, em fogo alto, de 10 a 15 minutos. Após o quinto minuto de cozimento, acrescente os cogumelos, preparados anteriormente. Nos últimos três minutos de cozimento, junte os camarões ao preparo. É muito importante que eles não sejam colocados antes, para evitar que fiquem com textura “emborrachada”. Ao fim do tempo de cozimento, não permita que todo o líquido da panela evapore, desligando o fogo antecipadamente. Deixando um pouco de caldo, tampe a frigideira e deixe a pasta absorver e incorporar o líquido e aproveitar a cocção residual. Por último, salteie a pasta por um instante e desligue o fogo, adicionando a salsinha. Sirva em seguida. || Saiba mais sobre o projeto Ospitalità Italiana

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Investimentos em estradas, ferrovias e aeroportos tornam Minas Gerais mais atraente para empresas do exterior Estado aposta na integração de modais logísticos para fortalecer a indústria e o comércio internacional

Gli investimenti in strade, ferrovie e aeroporti rendono Minas Gerais più attraente per le aziende all’estero Le scommesse statali sull’integrazione delle modalità logistiche per rafforzare l’industria e il commercio internazionale

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Os trens mineiros já viraram música, prosa e versos, alguns deles assinados pelo poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade. E a fama não se deu à toa. Na primeira metade da década de 60, Minas Gerais já tinha 8,7 mil quilômetros de malha ferroviária. Os tempos mudaram, outros modais logísticos foram priorizados, e atualmente a extensão é um tanto menor: 2,5 mil quilômetros de estradas de ferro que levam minério e grãos a outros cantos do país. Mas mesmo com a drástica redução sofrida nas últimas décadas, esse que é um dos símbolos do estado está longe de acabar. Anunciado na primeira quinzena de março, o Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais promete grandes investimentos nas estradas de ferro que contornam e perpassam as alterosas. Entre as resoluções, constam a reativação da ferrovia entre Itaú de Minas, São Sebastião do Paraíso e Ribeirão Preto (SP) e a integração do Porto Seco do Sul de Minas, em Varginha, ao ramal Varginha/Três Corações da FCA.

PONTO ESTRATÉGICO PARA EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES De uma só vez, o segundo projeto fortalece dois pontos importantes do escoamento de cargas e, consequentemente, duas questões que afetam diretamente o comércio e a indústria do estado. Além do transporte ferroviário, o plano estratégico favorece o porto seco, via de exportação que tem crescido no estado como parte de negócios do Brasil com os Estados Unidos e outros países da América Latina, Europa e Ásia. Em 2019, o volume de exportações via porto seco cresceu 51,67% em Minas Gerais, em relação a 2018. Só o de Uberaba movimentou US$777,4 milhões em exportações e US$24,1 milhões em importações, entre janeiro e outubro do ano passado, segundo dados da Receita Federal divulgados pelo Jornal da Manhã. O terminal alfandegado de Betim é mais um que tem crescido a ponto de precisar ter sua estrutura expandida, de acordo com o prefeito da cidade, Vittorio Medioli. “O terminal alfan-

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Foto: BH Airport/Divulgação

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Belo Horizonte já tem o primeiro e único aeroporto industrial do país

degado dá um suporte importante às indústrias locais e ao comércio de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte. É uma estrutura de apoio imprescindível que necessitará ser ampliada muito em breve com o crescimento das importações”. Esses números são reflexo do crescimento dos modais logísticos do estado, como um todo. Embora Minas Gerais tenha malhas menores do que outras regiões, e isso chame atenção principalmente pelo tamanho do território mineiro, o cenário logístico tem melhorado consideravelmente. “Quando comparado a outros estados, principalmente São Paulo, Minas ainda tem um gap a preencher. Mas o cenário é positivo”, afirma Juliano Alves Pinto, subsecretário de Promoção de Investimentos e Cadeias Produtivas de Minas Gerais. “Estamos conversando com fundos estrangeiros para atrair recursos para obras de infraestrutura que melhorem o escoamento da produção e o transporte de pessoas, para atrair mais negócios para o estado. Nos próximos meses, alguns anúncios podem ocorrer. A circunstância do coronavírus prejudicou a agenda internacional do estado, mas estou otimista e acredito que isso será superado em breve”. CENÁRIO DE GRANDES PROJETOS NO SETOR AÉREO O subsecretário destaca o transporte aéreo como ponto de interesse para empresários interessados em investir em Minas Gerais. Um dos projetos para atrair as empresas é o Aeroporto Indústria, situado em Confins e inaugurado em maio. “Ele per-

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mite a importação de equipamentos, peças e insumos para fabricação de outros componentes sem pagamento de impostos”. Rafael Laranjeira, gestor Executivo de Soluções Logísticas da BH Airport, concessionária que desde 2014 é responsável pela administração do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, afirma que o Aeroporto Industrial faz parte da diretriz da empresa de consolidar a imagem do terminal como um hub logístico reconhecido em âmbito nacional e internacional. “Para fortalecer esse posicionamento estão sendo feitos investimentos em desenvolvimento de projetos, parcerias estratégicas no segmento de ciências da vida, dentre outros, que trarão resultados nos próximos dois anos”, diz. “Queremos nos apresentar como parceiros estratégicos de nossos clientes, interagindo e entendendo profundamente seu negócio, propondo a melhor solução logística que agregue valor ao custo final do processo”. ESTRADAS IMPORTANTES E APOSTA EM MELHORIAS Às empresas que dependem principalmente de transporte rodoviário para escoar sua produção, o cenário também é positivo, com investimentos e expansões que favorecem importantes setores da indústria e comércio mineiros. Minas Gerais é um estado cortado por mais de 30 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, federais e estaduais. Só no trecho gerido pela AB Concessões, que compreende a prin-


cipal via de ligação entre Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte, e São Sebastião do Paraíso, na divisa entre Minas e São Paulo, são transportados diariamente carvão, cana-de-açúcar, minério de ferro, derivados da siderurgia e café. São 371 quilômetros por onde passam 38 mil veículos por dia e que, na última década, recebeu investimentos que totalizam cerca de R$ 1,5 bilhão. Joselito Rodrigues de Castro, diretor-executivo da empresa, explica para onde o montante foi direcionado. “No total, foram 34 quilômetros de duplicações; 36 quilômetros de correção de traçado; 92 quilômetros de terceiras faixas; 23 dispositivos de retorno e acesso; 19 viadutos, pontes e passagens inferiores de veículos; 20 passagens de pedestres e passarelas; e 51 quilômetros de novos acostamentos; além de obras de restauração do pavimento”. Quanto às rodovias federais, Vittorio Medioli, fundador do grupo SADA Transportes e Armazenagens, reconhece que nas últimas décadas deixaram a desejar em termos de conservação e eficiência, mas acredita que a partir de 2021 a situação deve se modificar. “Minas é cortada por importantes rodovias federais de norte a sul e leste a oeste, e suporta uma demanda que não é apenas local. Por isso, há a necessidade do Governo Federal se empenhar para expandir e melhorar as principais BRs”. ||

I treni di Minas Gerais sono già diventati musica, prosa e versi, alcuni dei quali firmati dal poeta dell’Itabiran Carlos Drummond de Andrade. E la fama non è avvenuta dal niente. Nella prima metà degli anni ‘60, Minas Gerais aveva già 8.700 chilometri di rete ferroviaria. I tempi sono cambiati, è stata data la priorità ad altre modalità logistiche e attualmente l’estensione è leggermente più piccola: 2.500 chilometri di ferrovie che portano minerali e cereali in altri angoli del paese. Ma anche con la drastica riduzione subita negli ultimi decenni, ciò che è uno dei simboli dello stato è tutt’altro che finito. Annunciato nella prima metà di marzo, il piano strategico ferroviario Minas Gerais promette importanti investimenti sulle ferrovie che contornano e passano attraverso lo Stato di Minas. Tra le risoluzioni vi sono la riattivazione della ferrovia tra Itaú di Minas, São Sebastião do Paraíso e Ribeirão Preto (SP) e

Foto: Divulgação

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Vittorio Medioli, fundador do grupo SADA

l’integrazione di Porto Secco do Sul di Minas, a Varginha, nella filiale Varginha / Três Corações della FCA. PUNTO STRATEGICO PER ESPORTAZIONI E IMPORTAZIONI Allo stesso tempo, il secondo progetto rafforza due importanti punti del flusso di merci e, di conseguenza, due questioni che incidono direttamente sul commercio e sull’industria dello stato. Oltre al trasporto ferroviario, il piano strategico favorisce il porto secco, una rotta di esportazione che è cresciuta nello stato come parte delle attività del Brasile con gli Stati Uniti e altri paesi dell’America Latina, Europa e Asia. Nel 2019, il volume delle esportazioni, via porto secco, è cresciuto del 51,67% nel Minas Gerais, rispetto al 2018. Solo Uberaba ha gestito $77 milioni nelle esportazioni e $24 milioni nelle importazioni, tra gennaio e ottobre dell’anno scorso , secondo i dati del Federal Revenue Service, pubblicato da Jornal da Manhã.

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Il terminal legato a Betim è cresciustrategiche nel segmento delle scienze to al punto da dover espandere la sua della vita, tra gli altri, che porteranno riPer rafforzare struttura. Secondo il sindaco della città, sultati nei prossimi due anni”, afferma. questa posizione, Vittorio Medioli. “Il terminal doganale “Vogliamo presentarci come partner fornisce un importante supporto alle instrategici per i nostri clienti, interagenvengono effettuati dustrie e al commercio locali in tutta la do e comprendendo a fondo il loro busiinvestimenti nello regione metropolitana di Belo Horizonte. ness, proponendo la migliore soluzione sviluppo di progetti, È una struttura di supporto essenziale, logistica che aggiunge valore al costo partnership strategiche che dovrà essere ampliata molto presto finale del processo”. con la crescita delle importazioni ”. nel segmento delle Questi numeri sono un riflesso della STRADE IMPORTANTI E scienze della vita, tra crescita delle modalità logistiche dello SCOMMESSE SUI gli altri, che porteranno Stato, nel suo insieme. Sebbene Minas MIGLIORAMENTI risultati nei prossimi Gerais abbia maglie più piccole rispetto Per le aziende, che dipendono prindue anni. ad altre regioni, questo attira l’attenziocipalmente dal trasporto su strada per ne, principalmente a causa delle dimentrasportare la propria produzione, lo sioni del territorio minerario, e lo scenascenario è anche positivo, con investirio logistico è migliorato considerevolmente. “Rispetto ad altri menti ed espansioni che favoriscono importanti settori dell’inStati, principalmente a San Paolo, Minas Gerais ha ancora un dustria e del commercio nel Minas Gerais. vuoto da colmare. Ma lo scenario è positivo.”, afferma Juliano Minas Gerais è uno stato tagliato da oltre 30 mila chilomeAlves Pinto, sottosegretario alla promozione degli investimenti e tri di strade asfaltate, federali e statali. Solo sul tratto gestito catene produttive di Minas Gerais. “Stiamo parlando con fondi da AB Concessões, che comprende il collegamento principale esteri per attirare risorse per opere infrastrutturali che migliora- tra Juatuba, nella regione metropolitana di Belo Horizonte, e no il flusso di produzione e il trasporto di persone, per attrarre São Sebastião do Paraíso, al confine tra Minas e San Paolo, più affari verso lo Stato. Nei prossimi mesi potrebbero verificarsi vengono trasportati quotidianamente il carbone, la canna zucalcuni annunci. La circostanza del coronavirus ha danneggiato chero, minerale di ferro, prodotti siderurgici e caffè. Sono 371 l’agenda internazionale dello stato, ma sono ottimista e credo chilometri, attraverso i quali passano 38 mila veicoli al giorno che questo sarà presto superato ”. e che, nell’ultimo decennio, hanno ricevuto investimenti per un totale di circa 1,5 miliardi di dollari. Joselito Rodrigues de SCENARIO PER GRANDI PROGETTI NEL Castro, direttore esecutivo dell’azienda, spiega dove era diretSETTORE DEL TRASPORTO AEREO to l’importo. “In totale, ci sono stati 34 chilometri di duplicati; Il sottosegretario sottolinea il trasporto aereo come un 36 chilometri di correzione del binario; 92 chilometri di terze punto di interesse per gli imprenditori interessati a investire corsie; 23 dispositivi di ritorno e accesso; 19 viadotti, ponti e nel Minas Gerais. Uno dei progetti per attirare le aziende è sottopassi di veicoli; 20 attraversamenti pedonali e passerelle; l’Aeroporto Indústria, situato a Confins e inaugurato a maggio. e 51 chilometri di nuove spalle; oltre ai lavori di restauro della “Permette l’importazione di attrezzature, parti e forniture per pavimentazione ”. la produzione di altri componenti senza pagare le tasse”. Per quanto riguarda le autostrade federali, Vittorio MeRafael Laranjeira, Executive Manager of Logistics Solu- dioli, fondatore del gruppo Sada Transportes e Armazagens, tions presso BH Airport, concessionario responsabile della riconosce che negli ultimi decenni hanno lasciato qualcosa da gestione dell’aeroporto internazionale Belo Horizonte di Con- desiderare in termini di conservazione ed efficienza, ma ritiene fins dal 2014, afferma che l’aeroporto industriale fa parte delle che, dal 2021, la situazione dovrebbe cambiare. “Minas è talinee guida dell’azienda per consolidare l’immagine del termi- gliata da importanti autostrade federali da nord a sud e da est nal come hub logisticamente riconosciuto a livello nazionale a ovest e supporta una domanda non solo locale. Per questo e internazionale. “Per rafforzare questa posizione, vengono motivo, è necessario che il governo federale si sforzi di espaneffettuati investimenti nello sviluppo di progetti, partnership dere e migliorare i principali BR ”. ||

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Foto: ITA - Italian Trade Agency/Divulgação

PARCERIAS BRASIL/ITÁLIA

“Brasil e Itália são economias complementares”. Ferdinando Fiore, diretor-geral da Agência ICE

No comando do escritório brasileiro da ItalianTrade Agency (ITA) desde novembro de 2019, Ferdinando Fiore conversou com a Itália 360º sobre as ações da Agência durante a pandemia e as perspectivas otimistas para reforço e ampliação das relações comerciais e de parceria entre Brasil e Itália para 2021.

Itália 360º: Qual o balanço geral que o senhor faz dos impactos deste ano nas relações de intercâmbio comercial entre o Brasil e Itália? Fiore: Em linhas gerais, pode-se dizer que a crise causada pelo coronavirus teve um impacto maior no setor industrial brasileiro do que no italiano, pelo menos no que tange aos investimentos. As importações brasileiras de máquinas, equipamentos mecânicos e elétricos provenientes da Itália recuaram 15,2% nos primeiros 11 meses de 2020. Já entre as 6 principais categorias de produtos que o Brasil exportou para a Itália em 2019 (pastas de madeira; café; ouro; ferro e aço; peles e couros; minério de ferro) apenas as exportações de ouro cresceram em 2020, tendo as demais recuado, em média, 11%. Apesar de difícil, este ano também abriu oportunidades. É o caso do segmento de produtos farmacêuticos e componentes para a indústria farmacêutica, cujas importações provenientes da Itália cresceram 13,2% diante de uma queda em cerca de 6% das importações do setor. Outro segmento que cresceu foi o de vinhos e destilados. Nunca se bebeu tanto vinho no Brasil quanto durante a pandemia. O consumo per capita aumentou em quase 1 garrafa por brasileiro maior de 18 anos. Com isso, as importações também cresceram, da ordem de 10,4% em valor e 11,5% em quantidade. A Itália, todavia, não aproveitou bem essa oportunidade, pois os vinhos que exporta para o Brasil custam em média

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USD 3,25/litro, enquanto que a média dos vinhos exportados é da ordem de USD 2,74/litro. Outro ponto fraco é a comunicação, que vimos tentando remediar, apresentando ao brasileiro a grande vastidão de rótulos ofertadas pelos italianos, sem comparação com a oferecida pela concorrência. Um ano difícil, de reflexões, no qual a busca por processos mais eficientes foi mais necessária do que nunca. Um ano de transformações, no qual o digital, que vinha engatinhando, passou a correr a passos largos. Um ano para tomar fôlego e ir com tudo em 2021, com a lição de casa feita e atenção nas oportunidades que se descortinam, procurando ser cada vez mais proativo e menos reativo. Itália 360º: Na visão do senhor, quais são os maiores desafios a serem enfrentados em 2021 pela Agência ICE? Fiore: Apesar das dificuldades impostas em 2020, a atividade do escritório não parou. Estávamos em vias de digitalização dos processos e o home office pôde ser introduzido de maneira relativamente simples e com grande ganho de produtividade. Claro que as atividades promocionais e, em particular, a participação em feiras e eventos com grande público, foram reduzidas a praticamente zero. Por outro lado, os serviços personalizados e a produção de materiais informativos cresceu exponencialmente. Até o momento já atendemos a mais de 600 solicitações de serviços vindos de empresas italianas e brasileiras,


PARCERIAS BRASIL/ITÁLIA especialmente de identificação de parceiros comerciais. Esse número é mais de 36% superior à nossa meta para 2020 e mais de 120% superior ao realizado em 2019. No campo editorial, publicamos até o momento 356 notícias e 13 estudos setoriais na seção de notícias de nosso site www.ice.it, contra cerca e 300 notícias publicadas e 6 estudos realizados em 2019. No campo das atividades promocionais, embora os eventos presenciais tenham sofrido uma forte freada, as versões digitais vieram com tudo. Participamos e favorecemos a participação de compradores e investidores internacionais em diversos eventos digitais e em 2021 não deve ser diferente, particularmente com o desenvolvimento do Projeto Smart 365, plataforma que permite a realização de feiras digitais com a qualidade e conteúdo de um evento presencial, inclusos estandes, materiais de divulgação, rodadas de negócios, etc. É claro que em segmentos como o de bens de consumo e, em particular, o de alimentos e bebidas, que requerem a experimentação, o digital não consegue ser 100% adequado. Para esses casos, criamos os eventos figitais, nos quais as amostras de produtos são entregues aos potenciais compradores, após uma prévia avaliação econômica, e as reuniões de negócios são realizadas virtualmente. No ano que vem, pretendemos reforçar as ações em plataformas digitais de comércio eletrônico e expandir as ações para todas as principais praças econômicas do país e onde a demanda por produtos importados é maior. Itália 360º: Quais aspectos o senhor considera que podem ser melhor explorados para favorecer o desenvolvimento comercial e tecnológico entre Brasil e Itália? Fiore: O Brasil é um mercado de imenso potencial ainda a ser explorado. Tem uma importante agricultura, que não vê crise, que surfa no aumento da demanda internacional e que investe pesadamente em tecnologia, campos nos quais os italianos são referência internacional. Também é um país no qual os investimentos em infraestrutura que, embora desacelerados em 2020, devem crescer a partir do ano que vem, com a retomada dos processos de privatização anunciados de malhas ferroviárias, aeroportos, portos, rodovias, sistemas de produção e distribuição de energia e prospecção e exploração de petróleo, para os quais os italianos podem oferecer desde serviços de engenharia e gestão até partes e componentes mecânicos. No segmento de bens de consumo, o mercado também é grande. Basta escolher bem o mix de produtos que o brasileiro está disposto a comprar e ajudar os italianos a superarem certas barreiras, aproximando-os cada vez mais dos compradores, que o sucesso é garantido.

O maior desafio se concentra no setor de máquinas e equipamentos, mas o sucesso, nesse caso, depende muito mais da retomada da economia. Existe grande receptividade para a tecnologia italiana e pudemos mensurar isso a partir de uma pesquisa com 123 empresas brasileiras de diversos segmentos e dimensões, realizada recentemente e segundo a qual para 65% dos entrevistados, um dos principais pontos fortes da tecnologia italiana é a qualidade e para outros 38% os italianos são a melhor alternativa para fornecimento de máquinas e equipamentos no cenário internacional. Itália 360º: No cenário atual, como uma cooperação mútua pode contribuir para que a Itália e o Brasil superem os efeitos da pandemia? Fiore: O Brasil é rico em recursos naturais e com uma crescente população, pautada pela necessidade serviços básicos, como saneamento, saúde, educação e moradia, mas mas também, embora por uma menor – mas igualmente – importante parcela da população, por novidades e produtos de alta qualidade. São economias complementares: onde em um falta matéria-prima, em outro abunda tecnologia. Ademais, são países com culturas próximas, cunhadas por décadas de presença italiana no Brasil, com influência no modo de se falar, comer e se vestir. Não fossem as barreiras de caráter fiscal, os italianos seriam ainda muito mais presentes, mas com o advento dos marketplaces, cada vez mais italianos de pequeno porte conseguirão colocar seus produtos diretamente no mercado brasileiro, sem intermediários, viabilizando-se economicamente. Há também a possibilidade de mitigar as barreiras através de parcerias, com a união do know-how tecnológico de um e o conhecimento de mercado do outro. Essas todas são pautas que procuraremos levar adiante no ano que vem e, a passos curtos, mas firmes, caminhar cada vez mais distante dentro do território brasileiro. ||

NOTA 360º Minas Gerais é o estado brasileiro que mais exportou para a Itália em 2020*. Ao todo, foram contabilizados U$$ 562.236.929 em negócios de exportação realizados entre janeiro e novembro de 2020. Em termos de importação em relação à Itália e também de fluxo comercial total, Minas ocupa o segundo lugar entre todos os estados no ranking nacional. (*acumulado de janeiro a novembro de 2020. fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços)

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GRUPOS DE TRABALHO

Grupo de Trabalho de Ambiente e Energia tem atuação expressiva no primeiro ano de existência Lançado na Câmara no fim de 2019, grupo atuou mesmo em meio à pandemia e ações já têm mostrado resultados para o setor No fim de novembro de 2019, a Câmara Italiana lançou o técnico comercial da Gasmig, Luiz Jorente. Em seguida, André Grupo de Trabalho de Ambiente e Energia, grupo de trabalho Fernandes, gerente de atendimento técnico ao mercado urbano, que se junta, agora, a outros dois já exisapresentou institucionalmente a compatentes: o GT Financeiro e o GT Logística. nhia, bem como sua atuação, expansão Os grupos de trabalho da Câmara têm e indicadores econômicos. como objetivos gerar sinergia e conheDentre outras atividades, os conAcredito que este cimento, bem como criar uma rede de vidados também participaram de uma relacionamentos em favor da inovação e visita guiada pelas instalações, aprenovo Grupo de dos negócios. Segundo o vice-presidensentadas por Eduardo Bessa, líder da Trabalho se tornará um te executivo da Câmara, Raffaele Peano, equipe de monitoramento, Welder Soufórum de debates para as ações do novo GT têm sido de granza, coordenador do segmento de Gás o desenvolvimento do de relevância: “Acredito que este novo Natural Veicular (GNV) e Luís Marotta, Grupo de Trabalho se tornará um fórum supervisor de desenvolvimento e gessetor e também um de debates para o desenvolvimento do tão de equipamentos. promotor de mudanças, setor e também um promotor de mudanO gestor de energia da Magneti Maatuante nos poderes ças, atuante nos poderes legislativos relli, Carlos Morais, deu continuidade estadual e federal.”, opina. ao encontro com uma palestra em que legislativos estadual O primeiro encontro do Grupo de abordou a World Class Manufacturing e federal. Trabalho de Ambiente e Energia ocorreu (WCM), uma metodologia de melhoria em novembro de 2019 e reuniu profisde processos operacionais, e a norma sionais e empresários de diversas áreas ISO 50.001, que visa a implementação do setor energético, com o intuito de pensarem e discutirem os de um sistema de gestão, auxiliando empresas a usar a energia rumos e perspectivas do mercado. Durante a abertura da reu- de maneira mais eficiente. nião, o secretário-geral da Câmara, Leonardo Freitas, enfatizou a relevância do Grupo de Trabalho de Ambiente e Energia e dos EVENTO ONLINE resultados que podem ser alcançados por meio de sua atuação. Em novembro deste ano, a Câmara realizou, por meio do O engenheiro italiano Raffaele Tognacca da GSA Advice/Guar- Grupo de Trabalho de Ambiente e Energia e em parceria com o nera Advogados e o diretor da Convert Itália na América Latina, Consulado da Itália em Belo Horizonte, o webinário “Energia: Claudio De Cataldo, ambos associados da Câmara, foram apre- A Expertise Italiana no Setor Energético Brasileiro”. sentados no evento como os idealizadores do Grupo de Trabalho O evento online reuniu três importantes executivos de de Ambiente e Energia. empresas italianas para dialogar sobre os rumos e perspecO segundo encontro do Grupo de Trabalho de Ambiente tivas da energia nacional: Fabio Saraga, gerente de projetos e Energia ocorreu na sede da Companhia de Gás de Minas da Terna Plus; Javier Alonso, CEO da Enel Trading; e Francisco Gerais (Gasmig), em 12 de fevereiro. A estatal, que é respon- Scroffa, CEO da Enel X. Intermediado por Leonardo Freitas, sesável pela distribuição do gás em Minas Gerais e associada à cretário-geral da Câmara, a transmissão contou, também, com Câmara, abriu as portas da Cidade do Gás, em Contagem (MG), a participação de Raffaele Peano, vice-presidente executivo da para os integrantes do GTE, liderados pelo secretário-geral da Câmara, e do cônsul da Itália em Belo Horizonte, Dario SavareCâmara, Leonardo Freitas. A recepção foi feita pelo diretor se, que fizeram a abertura do webinário.

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GRUPOS DE TRABALHO

As boas trocas e resultados dos primeiros encontros do Grupo de Trabalho de Ambiente e Energia sinalizaram boas perspectivas para o Grupo em 2021. “O custo e o uso eficiente da energia e para uso residencial e industrial são assuntos de grande atualidade. Fiquei muito positivamente impressionado pelo interesse das empresas e ainda mais pelas contribuções e sinalizações de pedidos de análise nas várias areas da produção, trasnporte e consumo de energia”, pontuou Raffaele Tognacca. “Tenho a impressão que nós vamos fazer um trabalho bem produtivo de troca de informações e experiências, que irá gerar ótimos benefícios para os nossos associados”, finaliza. ||

Reunão de lançamento do Grupo de Trabalho de Ambiente e Energia

A partir da esquerda: Salvatore Scervini, diretor-geral da Horizonte Mineiro Serviços Geológicos; Alberto Albieri, CEO da Geostring Solutions; Marcos Menicucci, diretor da Água Solar; e Ailton Ricaldoni, diretor da Clamper, na 23ª Ecomondo. A feira, que ocorreu em novembro de 2019 em Rimini, é referência em inovações tecnológicas e industriais ligadas à economia verde.

A Gasmig abriu as portas da Cidade do Gás para receber a segunda reunião do Grupo de Trabalho de Ambiente e Energia

Leonardo Freitas e Luiz Jorente, diretor-técnico da Gasmig, durante apresentação na reunião do Grupo na Cidade do Gás

Webinário ocorreu em novembro de 2020

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GRUPOS DE TRABALHO

Webinário reuniu especialistas para debater a inovação e a competitividade no setor de logística Ocorreu, em julho deste ano, o webinário “Aeroporto Industrial e Soluções Logísticas”, organizado pelas Câmaras de Comércio Italianas de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, com o apoio institucional do Consulado Italiano de Belo Horizonte e do Consulado-geral da Itália em Porto Alegre. O evento, que teve apoio empresarial da BH Airport, da Clamper, do escritório Guarnera Advogados e da Ventana Serra do Brasil, apresentou a necessidade de investimentos em alternativas de transporte, de modo a otimizar o tempo e reduzir os custos de operações logísticas. A videoconferência contou com uma apresentação dividida em cinco painéis, conduzidos por destacadas personalidades do setor empresarial, logístico e industrial: Ferdinando Fiore, diretor da Agência ICE São Paulo; Marcos Brandão, CEO da BH Airport; Paolo Casadonte, CEO da Ventana Serra; Ailton Ricaldoni, presidente do conselho da Clamper; e Giacomo Guarnera, sócio-fundador do Guarnera Advogados. O assunto abordado no webinário é de grande importância tanto para empresas, quanto para o país, pois impacta, de forma significativa, a economia nacional, afetando suas produções industriais e agrícolas.

Representantes do mercado automotivo, aeronáutico e agenciamento de cargas discutem logística em webinário A Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais, por meio do Grupo de Trabalho de Logística, e em parceria com o Consulado da Itália em Belo Horizonte, realizou, em 12 de novembro, o webinário “Logística: A Ótica do Cliente em Tempos de Pandemia”. A transmissão contou com a participação de Paolo Casadonte, CEO da Ventana Serra do Brasil, e coordenador do Grupo de Trabalho de Logística da Câmara; Osias Galantine, diretor comercial da Aethra Automotive Systems; Felipe Cabral, CEO da Action Cargo; Thamires Soares, supervisora de importação e exportação da Action Cargo; e Marco Gabaldo, representante comercial da IAS Itália. Mediando o encontro virtual, Leonardo Freitas, secretário-geral da Câmara, conduziu o webinário, que contou, também, com a participação de Valentino Rizzioli, presidente da Câmara Italiana, responsável pela abertura do evento. Na ocasião, foram discutidas questões como os possíveis cenários para o mercado logístico pós-pandemia e projeções baseadas em estatísticas e estudos e estratégicas para superar os desafios enfrentados pelas aduanas de alguns países, em especial, a Itália, com quem o Brasil mantém importantes trocas comerciais.

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www.arcese.com

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ENTREVISTA | PIETRO SPORTELLI

“Sou um otimista com o Brasil”, diz fundador da Aethra

“Sono ottimista con il Brasile”, afferma il fondatore di Aethra

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ENTREVISTA | PIETRO SPORTELLI No Brasil há mais de 50 anos, Pietro Sportelli tem uma longa história com a indústria mineira. Essa narrativa começou ainda em 1974, na construção da Fiat em Betim. De lá para cá, a empresa fornecedora de peças fundada por ele e pela esposa, Gilma, cresceu, consolidou-se, expandiu, e hoje, além da 8 unidades pelo estado, está presente no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e em Michigan, Estados Unidos. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre os planos de internacionalização, a necessidade de fortalecimento da indústria brasileira e o compromisso ambiental da Aethra.

pelo ferramental e protótipo, até a fabricação de um produto completo e de alta qualidade. O Brasil já foi o quarto maior mercado de automóveis do mundo e entendo o potencial de crescimento desse país e de uma empresa nessa nação. Vejo a Aethra com raízes fortes e pronta para continuar expandindo no Brasil e no mundo. Itália 360º: Há planos de internacionalizar a Aethra nos próximos anos? Como são esses projetos? Sportelli: Os planos de internacionalização já estão em andamento, com início nos Estados Unidos. A Aethra está com um escritório em Michigan, com um representante em constantes conversas e negociações com importantes clientes globais. Pretendemos ter uma planta em solo estadunidense em três a cinco anos, dependendo da demanda dos nossos clientes e, claro, de como vai evoluir este mercado. Entendemos a importância desse passo e acreditamos em uma expansão significativa da Aethra fora da América do Sul. Ainda temos muito a crescer no mercado sul-americano, mas nossa ambição global permanece, sempre indo pouco a pouco.

Itália 360º: Ao longo de quatro décadas, a Aethra passou por muitos crescimentos, e hoje, além de fornecer peças automotivas, também é a única empresa a possuir linha completa de pintura automotiva e oferece serviços de protótipos, engenharia, corte a laser, entre outros. A quais valores e diferenciais o senhor atribui tamanha expansão e consolidação? Sportelli: Agradeço muito as oportunidades que me foram oferecidas pelos meus clientes, mas também acredito na minha visão empreendedora, que é compartilhada pela minha esposa, filho (Rafael Sportelli, hoje CEO da empresa) e o restante dos funcionários da Aethra. Temos essa cultura muito forte de foco em inovação e tecnologia, pensando em agregar valor ao Da esquerda para a direita: Agostinho Patrus Filho, presidente da Assembleia Legislativa cliente. Colocamos nosso DNA como Full Service de MG; Rafael Sportelli, CEO da Aethra; Pietro Sportelli; Romeu Zema, governador de Supplier, ou seja, um fornecedor que leva ao clienMG; Antonio Bernardini, embaixador da Itália em Brasília (à época, deixou o cargo em te desde o desenvolvimento do projeto, passando dezembro de 2019); e Dario Savarese, cônsul da Itália em Belo Horizonte.

Fotos-João Guilherme I7-Divulgacao Aethra

Itália 360º: A Aethra tem 13 unidades, sendo 8 delas em Minas Gerais. A que se deve a decisão de concentrar as fábricas no estado? Sportelli: Vim da Itália para o Brasil no final da década de 1950 e, em 1974, a história da Aethra teve início. Eu e minha esposa Gilma começamos a empresa participando da construção da fábrica da Fiat, em Betim, e passamos a ser um fornecedor de peças pouco tempo depois, em 1979. Acompanhamos o crescimento da montadora e, assim, expandimos nossa empresa, com mais unidades no estado para suprir as demandas da Fiat, tanto com a produção de peças, quanto com tecnologia e participação estratégica nos projetos em que nos envolvemos. Fomos para outros estados com o intuito de seguir novos clientes, visto que já tínhamos uma operação forte em Minas Gerais. Chegamos no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e exploramos o sul do nosso estado para ampliar nossa logística e expandir as ramificações da nossa companhia.

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ENTREVISTA | PIETRO SPORTELLI Itália 360º: A Aethra é considerada pela FEAM empresa modelo de compromisso ambiental. Quais ações e iniciativas da Aethra podem servir de modelo a outras empresas que desejam seguir esse caminho? Sportelli: A inovação leva ao DNA da Aethra o poder transformador da sustentabilidade. Temos projetos importantes em toda nossa história que ilustram bem como levamos essa questão em nossa cultura de desenvolvimento. Entre alguns dos mais marcantes projetos está nosso tanque de combustível 100% reciclável, totalmente em aço, com revestimento organometálico, podendo, inclusive, ser desenvolvido para veículos híbridos. Essa tecnologia já está no mercado há anos e vem ganhando espaço com as novas leis mundiais, que pedem veículos mais sustentáveis, ou seja, que emitem menos carbono - uma alternativa superior aos tanques plásticos, por exemplo. Outra patente que registramos foi relacionada ao reaproveitamento das águas nos nossos processos industriais, sistema implantado na empresa e que teve impactos significativos. Itália 360º: Quais são os entraves encontrados por empresários como o senhor no Brasil e quais medidas, na sua opinião, o governo deveria adotar para fortalecer a indústria? Sportelli: São alguns fatores que devem ser priorizados e

colocados em foco. Uma das questões é enxergar a América do Sul como um bloco com população de quase 450 milhões de habitantes que precisa de alinhamento, tendo o Brasil o importante papel de assumir o protagonismo, afinal somos mais de 200 milhões de pessoas. No Brasil devemos ter um ambiente favorável para negócios, tanto nacionais, quanto internacionais. Para isso, tornam-se importantes as reformas tributária e administrativa, assim como foi a da previdência; estas muito bem amarradas e que seja bom para os agentes participantes. Com isso feito, temos que buscar, mesmo que em paralelo, grandes projetos do setor automotivo para o Brasil. Entender nosso país e bloco sul-americano como importante player para o mercado global. Outro fator é a modernização da indústria como um todo, colocando o Brasil de vez na era 4.0. Para isso, é necessário aprimorar a logística do país como um todo – rodovias e ferrovias, por exemplo –, além de termos a capacidade de formar e empregar uma mão de obra de qualidade. Na Aethra temos importantes projetos de qualificação de funcionários, como a formação evolutiva de nossos ferramenteiros; mas não é possível uma empresa sozinha dar conta de todo um mercado. Os desafios são muitos, mas acredito que podemos juntos fazer as mudanças necessárias por um país melhor. Sou um otimista com o Brasil; sempre fui e continuarei sendo. ||

Pietro Sportelli è in Brasile da oltre 50 anni e ha una lunga storia nell’industria mineraria. Questa narrazione iniziò nel 1974, quando la Fiat fu costruita a Betim. Da allora, la società di fornitura di componenti fondata da lui e sua moglie, Gilma, è cresciuta, consolidata, ampliata e oggi, oltre a 8 unità in tutto lo Stato, è presente a Rio de Janeiro, San Paolo, Paraná e nel Michigan, Stati Uniti. In un’intervista esclusiva, egli parla dei piani d’internazionalizzazione, della necessità di rafforzare l’industria brasiliana e dell’impegno ambientale di Aethra.

Itália 360º: Aethra ha 13 unità, 8 delle quali in Minas Gerais. Qual è il motivo della decisione di concentrare le fabbriche nello Stato? Sportelli: Mi trasferii dall’Italia in Brasile alla fine degli anni ‘50 e, nel 1974, inizió la storia di Aethra. Io e mia moglie, Gilma, abbiamo fondato la società partecipando alla costruzione dello stabilimento Fiat a Betim, e siamo diventati fornitori di ricambi poco dopo, nel 1979. Abbiamo seguito la crescita della casa automobilistica e,

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in questo modo, abbiamo ampliato la nostra azienda, con più unità nello Stato, per soddisfare le esigenze della Fiat sia con la produzione di parti, sia con la tecnologia e la partecipazione strategica ai progetti in cui ci impegniamo. Siamo andati in altri Stati per seguire nuovi clienti, dal momento che avevamo già una forte opportunità in Minas Gerais. Siamo arrivati a Rio de Janeiro, San Paolo, Paraná ed abbiamo esplorato il sud di Minas Gerais per espandere la nostra logistica e ampliare le ramificazioni della nostra azienda.


ENTREVISTA | PIETRO SPORTELLI Itália 360º: Nel corso di quattro decenni, Aethra ha attraversato molte crescite e oggi, oltre a fornire componenti automobilistici, è anche l’unica azienda ad avere una linea completa di vernici per autoveicoli e offrire prototipi, ingegneria, servizi di taglio laser. A quali valori e differenziali attribuisci tale espansione e consolidamento? Sportelli: Sono molto grato per le opportunità che mi furono offerte dai miei clienti ma credo anche nella mia visione imprenditoriale, che è condivisa da mia moglie, mio figlio (Rafael Sportelli, ora CEO dell’azienda) e dal resto dei dipendenti di Aethra. Abbiamo questa fortissima cultura di focalizzazione sull’innovazione e la tecnologia, con la valorizzazione del cliente. Mettiamo il nostro DNA come Full Service Supplier (fornitore di servizi completi), ovvero un fornitore che porta il cliente dallo sviluppo del progetto, attraverso gli strumenti e il prototipo, alla produzione di un prodotto completo e di alta qualità. Il Brasile, una volta, era il quarto mercato automobilistico più grande del mondo e capisco benissimo il potenziale di crescita di questo paese e di un’azienda in questa nazione. Vedo Aethra con radici forti e pronta a continuare ad espandersi in Brasile e nel mondo. Itália 360º: Ci sono piani per internazionalizzare Aethra nei prossimi anni? Che progetti ha in mente? Sportelli: i piani di internazionalizzazione sono già in corso, a partire dagli Stati Uniti. Aethra ha un ufficio nel Michigan, con un rappresentante in costante conversazione e trattative con importanti clienti globali. Intendiamo avere una pianta sul suolo americano tra tre o cinque anni, a seconda della domanda dei nostri clienti e, naturalmente, di come si evolverà questo mercato. Comprendiamo l’importanza di questo passaggio e crediamo in una significativa espansione di Aethra al di fuori del Sud America. Abbiamo ancora molto da crescere nel mercato sudamericano, ma la nostra ambizione globale rimane. Itália 360º: Aethra è considerata da FEAM un’azienda modello di impegno ambientale. Quali azioni e iniziative di Aethra possono servire da modello per altre aziende che desiderano seguire questo percorso? Sportelli: l’innovazione porta al DNA di Aethra il potere trasformante della sostenibilità. Abbiamo avuto progetti importanti nel corso della nostra storia che illustrano bene come

abbiamo affrontato questo problema nella nostra cultura di sviluppo. Tra alcuni dei progetti più sorprendenti, c’è il nostro serbatoio riciclabile al 100%, interamente in acciaio, con rivestimento organometallico, che può anche essere sviluppato per veicoli ibridi. Questa tecnologia è presente sul mercato da anni e sta guadagnando terreno con le nuove leggi mondiali, che richiedono veicoli più sostenibili, cioè che emettono meno carbonio, un’alternativa superiore ai serbatoi di plastica, ad esempio. Un altro brevetto che abbiamo registrato riguardava il riutilizzo dell’acqua nei processi dei nostri prodotti, un sistema implementato in azienda e che ha avuto impatti significativi. Itália 360º: Quali sono gli ostacoli incontrati da imprenditori come te in Brasile e quali misure, secondo te, il governo dovrebbe adottare per rafforzare il settore? Sportelli: queste sono alcune questioni che devono essere prioritarie e messe a fuoco. Uno dei problemi è quello di vedere il Sud America come un blocco con una popolazione di quasi 450 milioni di abitanti che ha bisogno di un allineamento, con il Brasile che ha il ruolo importante di prendere il comando in questa unificazione, dopo tutto siamo più di 200 milioni di persone. In Brasile, dobbiamo avere un ambiente favorevole per le imprese, sia nazionali che internazionali. A tal fine, le riforme fiscali e amministrative, nonché le riforme della sicurezza sociale, diventano importanti; queste sono molto ben legate e questo è un bene per gli agenti partecipanti. Fatto ciò, dobbiamo cercare, anche in parallelo, importanti progetti nel settore automobilistico per il Brasile. Comprendere il nostro paese e il blocco sudamericano come attori importanti per il mercato globale. Un altro fattore è la modernizzazione dell’intero settore, che ha portato il Brasile una volta per tutte nell’era 4.0. Per questo motivo, è necessario migliorare la logistica del paese nel suo insieme - ad esempio autostrade e ferrovie- oltre che avere la capacità di formare e impiegare una forza lavoro di qualità. In Aethra abbiamo importanti progetti di qualificazione dei dipendenti, come la formazione evolutiva dei nostri produttori di utensili; ma non è possibile per un’azienda sola gestire un intero mercato. Le sfide sono molte, ma credo che insieme possiamo fare i cambiamenti necessari per un paese migliore. Sono ottimista con il Brasile, sono sempre stato e continuerò ad esserlo.||

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ENERGIA E MEIO-AMBIENTE

GF – soluções ambientais para as indústrias Projetos ecologicamente integrados e eficiência energética contra a poluição ambiental A GF está presente no mercado desde 1977, e mais de quarenta anos de experiência foram direcionados para melhorar as condições atmosféricas ambientais, garantindo o projeto e a implementação de soluções ambientais adequadas para a indústria, em total conformidade com as normas vigentes. Nosso negócio principal é o estudio, construção e instalação de sistemas “chave na mão” para o tratamento de ar poluído e, com mais detalhes, extração de fumos de solda, pós de soldadura, névoas de óleo e emulsões oleosas decorrentes do processamento mecânico, sistemas de pintura com tratamento de solventes, salas metrológicas, cabines de teste de água. Nossos sistemas são instalados nos mais conhecidos grupos industriais, atingindo os mais diversos setores de produtos, incluindo o FCA GROUP (automotivo), ALSTOM (trens), SAINT-GOBAIN (vidro), CNH INDUSTRIAL (caminhões pesados ​​para a agricultura) ), FERRARI (carros esportivos e de corrida), MASERATI (carros esportivos), TIBERINA (chassis para a indústria automotiva), LAVAZZA (café), MICHELIN (pneus de borracha), BALOCCO (produtos assados), MAGNETI MARELLI (acessórios automotivos ), TEKSID (bases de motores para automóveis).

Filtros GFC (Atex), completos com cabine condicionada, para lixar finamente os carros. Fábrica de AGAP Maserati (Torino)

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ENERGIA E MEIO-AMBIENTE

À esquerda, sistema de aspiração das ilhas de soldagem na planta da Tiberina em Pernambuco. Abaixo, à direita, sistema de aspiração para fumaças de soldagem, filtro modelo GFT, na planta de TIBERINA -Goiana (PE).

Sistema de aspiração de nevoas oleosas, com filtro GFC, na planta de FCA BETIM - MG - Brasil

Desde 2014, a GF opera em território brasileiro com a GF DO BRASIL, que trabalha em paralelo com a empresa italiana para o fornecimento e instalação de nossos sistemas na América do Sul. Nos últimos anos, trouxemos nossa experiência e capacidade atendendo grandes grupos brasileiros, conforme indicado: • sistemas de aspiração de nevoa oleosa em FCA automóveis de Betim; • sistemas de aspiração de fumaça e de escape em FCA automóveis de Goiana; • sistemas de elevadores e tratamento de ar em FCA automóveis de Goiana; • sistema de aspiraçao de fumos sobre islãs de soldagem em TIBERI NA de Goiana; • sala metrológica em TIBERINA de Juatuba – Samambaia (MG); • sistema de aspiração fumos de cola em ADLER de Goiana. Sistema de aspiração Atex, com filtração à bolsa modelo GFM, para poeiras de resina, na planta FCA de Torino - Itália

GF Itália

Contatos: info@gfaspirazioni.it • +39.0172.89597 • www.gfaspirazioni.it

GF do Brasil

Contatos: info@gfar.com.br • www.gfar.com.br • (83) 3020-0474 • (31) 99857-3270

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CRÔNICA

BELLA ITALIA

Laura Medioli

Olho para as fendas no teto, vestígios da guerra e de alguns A Itália me encanta; suas cores, seu cheiro, sua gente, seus terremotos. Cicatrizes deixadas nesta casa antiga, onde, sentada jardins... Encontro-me na casa de campo de minha sogra, rodeada por a uma mesa ampla, resolvo escrever um pouco. Também nas paredes, quadros com retratos de mulheres que cedros, pinheiros e uma variedade de frutos do bosque. há muito já se foram, algumas de forma Da cozinha, vem o cheiro do minestroprematura. Maddalena, a avó de meu ne, feito com legumes e verduras da horta, marido que, com 26 anos, dando à luz o misturando-se ao cheiro da grama cortada sexto filho, partiu numa manhã de agosto que entranha pela janela. São oito horas Lá embaixo, onde as de 1910. Ao seu lado, outra jovem, sua da noite, e o sol lá fora ainda brilha. bisavó, morta também precocemente. Construída pelo bisavô do meu mariparedes são geladas, Olhando para elas, tento captar um pouco do, a casa completou 112 anos. resquícios de uma daquilo que provavelmente viveram, sob Vincenzo, um empresário pioneiro e fábrica caseira de este mesmo teto, nesta mesma casa, que visionário, foi o primeiro na província de há mais de cem anos pertence à família. Parma a eletrificar uma fábrica, no lonvinhos. As uvas eram Penso nela, na Maddalena, que com gínquo ano de 1888. Também foi dele a amassadas com os 26 anos já havia gerado seis crianças. primeira indústria de extrato de tomate Estranhamente morreu para dar a vida. de que se tem conhecimento. pés, fermentadas no Penso em quão forte deveriam ser essas Feita de pedras retiradas do rio e tonel, num processo mulheres, doadoras incontestes, cujos transportadas em carroças, a casa levou que durava oito dias. destinos já eram traçados desde sempre, três anos para ser concluída com seus vivendo na mais completa resignação. enormes pés-direitos, paredes largas e Provavelmente, esposas submissas, abrobustas, algumas rachaduras – causanegadas mães, carregando seus fardos... das por terremotos –, quatro andares, incluídos sótão e porão. A menos de cem metros, próximo ao jardim, uma profunda cratera provocada por uma bomba – herança da Segunda Guerra. Lá embaixo, onde as paredes são geladas, resquícios de uma fábrica caseira de vinhos. As uvas eram amassadas com os pés, fermentadas no tonel, num processo que durava oito dias. O vinho fazia e continua fazendo parte da cultura do país. Gosto de explorar cada recanto da casa, seu silêncio e seus detalhes me atraem. Com a permissão de minha sogra, abro baús, portas emperradas, caixas empoeiradas e, assim, vou viajando no tempo, me deleitando na mais pura e prazerosa imaginação. Na sala de jantar, um antigo gramofone, fabricado na década de 20 do século passado. Por inúmeras vezes tocou Caruso, o maior tenor de todos os tempos. O disco ainda existe, e o gramofone, inacreditavelmente, funciona. Ao seu lado, um velho piano, cujas teclas desgastadas enchem de sons e desafino o silêncio do recinto.

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CRÔNICA

em passos lentos... em silêncio... As fotos na parede me atraem, observo suas expressões, a força oculta dentro de seus olhares, os cabelos presos, as vestes escuras, compridas e cheias de recalques. E se vivessem hoje? Morreriam dando à luz o sexto filho? Talvez seus olhares não fossem tão profundos, cujas pálpebras se fecham sob o peso de seus mensuráveis e densos horizontes. Mulheres! Em cujos cernes correm o mesmo sangue, as mesmas lutas e paixões. Mulheres que se calam, fingindo não saber, que esperam, que labutam, acariciam, fortalecem, partilham, se dão por inteiro... E que por amor... são capazes até de dar a própria vida! E me transporto para fora, às estradinhas estreitas e bucólicas. Cercadas por trigais, plantações de uvas e tomates, riachos

que seguem seu curso entre carvalhos... As estradinhas nos levam às montanhas, onde os bosques vão se tornando frequentes. Nada mais gostoso que passear por ali, observando cervos, lebres, perdizes e faisões, preservados e protegidos por leis. No caminho, algumas poucas cantinas, onde descemos para comer “focaccias” ou tomar um café expresso. O ar da montanha inebria, aquela sensação gostosa de estarmos num paraíso. A Itália, rica de tradição e histórias, me sensibiliza e desperta. Principalmente aqui, na província de Parma, onde nasceu o meu marido. Muitos anos se passaram desde quando escrevi essa crônica. Há dois anos minha sogra partiu, e nunca mais retornei à velha casa de campo, rodeada por cedros e pinheiros. Saudades... ||

Laura Medioli

é jornalista e colunista do Jornal O Tempo.

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NOTAS 360º

Celebrações do sétimo centenário de morte de Dante Alighieri Em setembro deste ano, foram abertas, em Ravenna, as comemorações em razão do sétimo centenário de morte de Dante. O evento aconteceu na Praça São Francisco e contou com a presença do presidente da república, Sergio Mattarella, do prefeito de Ravenna, Michele de Pascale, e de diversos músicos e atores. No dia 17 de janeiro deste ano, o governo da Itália aprovou a instituição de um dia nacional comemorativo dedicado a Dante Alighieri (1265-1321). O “Dantedi”, como foi apelidado o dia, será celebrado sempre em 25 de março, dia em que começa a viagem do poeta na “Divina Comédia”, sua obra-prima. O ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini, foi autor da proposta, que faz parte de uma jornada comemorativa do sétimo centenário de morte de Dante, que seguirá sendo celebrado até 2021.

Fundação Torino é a única instituição em Minas a oferecer o teste de proficiência para cidadania italiana por matrimónio A lei n. 132 de 01/12/2018 estabelece que o reconhecimento da cidadania italiana só pode ser concedido com comprovado e adequado conhecimento da língua italiana e isso é válido também no caso de obtenção de cidadania por matrimônio. Ou seja, o cônjuge casado com um cidadão italiano precisa apresentar comprovante do domínio da língua, dentre outros documentos e certidões, para dar entrada com o processo de naturalização. A obtenção dessa comprovação se dá através do teste B1 de certificação de proficiência em língua italiana. O B1 é o nível básico da competência, que verifica a capacidade linguístico-comunicativa necessária para usar a língua italiana com autonomia e de modo adequado nas situações mais frequentes da vida cotidiana. A certificação é o atestado reconhecido pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália de proficiência na língua.

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Em Minas Gerais, a Fundação Torino, em Belo Horizonte, é a única instituição oficialmente autorizada a oferecer este teste. Maiores informações sobre o teste B1 podem ser obtidos pelo email centrodelingua@fundacaotorino.com.br ou pelo telefone (31) 3289-4200.


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