ID: 77496021
02-11-2018
Meio: Imprensa
Pág: 26
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 21,87 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Há um museu que precisa de estar à vista de todos Pérola escondida no ISEP é um convite a viajar pela história do ensino experimental desde 1852
Aumento de visitas Em todo o ano de 2017 passaram pelo Museu do ISEP 800 visitantes. Já em 2018, até outubro tinham sido registadas 1017 entradas.
Também há famílias Embora o universo de visitantes seja constituído maioritariamente por alunos e docentes do instituto, também há famílias que vão ver estas relíquias. Os turistas estrangeiros são sobretudo italianos, brasileiros e polacos.
Mecânica dos fluidos está explicada por uma série de peças, como a prensa hidráulica em primeiro plano na foto Isabel Peixoto ipeixoto@jn.pt
PORTO As boas-vindas são dadas por um Fiat de 1926. Está ali por empréstimo, mas não destoa pois é como se estivesse a convidar para uma viagem, uma viagem no tempo. E, na verdade, é isso que sente o visitante ao entrar no museu do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), onde são os instrumentos outrora usados nas salas de aula que permitem perceber como o ensino experimental evoluiu, em termos científicos e técnicos, desde 1852. O ano refere-se à criação da Escola Industrial do Porto, o parente mais afastado na árvore genealógica do ISEP. São, por isso, mais de 160 anos para descobrir. Em exposição estão objetos e materiais científico-didáticos, na maioria comprados, por catálogo, a fornecedores de França, Inglaterra e Alemanha. Passada a primeira sala, dedicada às exposições temporárias, o visitante tem à
sua frente uma coleção com cerca de 2500 peças, referentes às diversas áreas da engenharia. O objeto mais antigo é uma máquina fotográfica para fazer daguerreótipos, de 1850. Com idade parecida é o telégrafo Hughes, que servia para imprimir e enviar telegramas em tipos comuns de impressão. Também merecedor de destaque ép modelo de prensa hidráulica que aparece, aqui, na imagem principal. Maria João Viamonte, presidente do ISEP, classifica o museu como "uma verdadeira cápsula do tempo", por permitir ver a evolução da engenharia e dos instrumentos usados ao longo dos anos. Sendo uma "peça muito importante para o ensino", não deixa também de ter potencial para captar novos públicos. MANTÊ-LO NAS INSTALAÇÕES
Por isso, é objetivo da responsável "tomá-lo cada vez mais visível", mas mantê-lo no perímetro do instituto. O problema não reside no tamanho das instalações,
Nos átrios Em breve, também os átrios do instituto vão exibir algumas das peças que estão atualmente em reserva.
Entrada gratuita O Museu do ISEP pode ser visitado de segunda a sexta-feira, entre as 9.30 e as 12.30 horas e entre as 14 e as 17 horas. A entrada é gratuita.
Máquina para fazer daguerreótipos é o objeto 'unis antigo antes na necessidade de relocalização. Até porque, apesar de ainda não ter uma vintena de anos, faz parte da Rede Portuguesa de Museus desde 2015. Além do que é possível visitar, há milhares de outras peças guardadas, como desenhos, estampas, fotografias e até outros equipamentos e máquinas, que de futuro passarão a decorar os diversos átrios do instituto. Numa tentativa de envolver ainda mais os estudantes da casa, a próxima exposição temporária terá como curadores alunos do primei-
ro ano. Maria João Viamonte reconhece a juventude deste espaço museológico, mas lembra que "as escolas estão mais despertas para dar aos seus alunos outras atividades além das relativas ao ensino". À frente do projeto está Patrícia Costa, que também sublinha a ideia de "abrir cada vez mais o museu a toda a comunidade". Ao referir que o ISEP "é escola de referência a nível nacional", recorda que as suas raízes estão no século XIX, o que é, no seu entender, motivo de orgulho. •
2500 Peças em exposição Essa é apenas uma parte da riqueza do museu, já que em reserva estão cerca de mil outras peças. Além disso, há cinco mil desenhos e estampas e 380 fotografias.