Heróis e ilustres poveiros

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Maio era um valente e destemido pescador. Era um homem muito forte, tinha uns braços hérculeos. Cego do Maio nasceu no dia oito de outubro de mil oitocentos e dezassete e o seu nascimento foi muito complicado. Nesse dia uma tempestade surgiu repentinamente. A sua mãe, Duca, estava aflitíssima. António, o seu marido, não regressava do mar. Tamanha era a aflição de Duca que até se lhe soltaram as águas. Mas... Maio teimava em não nascer e António em não regressar. A avó Quitéria correu para a igreja da Matriz e foi rezar aos seus santos protetores. As atenções estavam todas viradas para Cego do Maio. Os anjos e os santos pareciam dizer: “Filho de pescador, pescador será!” Passado algum tempo a tempestade amainou. Os barcos regressaram a terra e Cego do Maio nasceu. Nasceu o homem que viria a tornar-se um verdadeiro “lobo do mar”. Os anjos e os santos protegeram-no sempre. Cego do Maio desafiava o perigo e, sem hesitar, lançava-se ao mar a nado ou no seu barco salva-vidas. “ Cego pelo mar, cego do mar” cego para salvar a vida dos pescadores que estavam à deriva, lá ia Cego do Maio. Morreu aos 67 anos, mas os poveiros não deixam que morra a sua memória. O Dia do Mar é também um bom dia para recordar este herói poveiro.

Vasco Teixeira


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