02 cavaleiro eterno (rev prt)

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Kresley Cole

Cavaleiro Eterno

— A Morte vem para todos nós…

*** Perdi muito sangue; ele corria de um ferimento na lateral do meu corpo pingando nas areias do deserto. Meus inimigos me cercavam. Nós nos reuníamos naquele lugar como folhas em um redemoinho. Os chamados deles soavam ainda mais alto na minha cabeça. Eu já matei quatro dos seus mais fortes, mas agora estou esgotada de forças, ferida. Não tenho espinhos, videiras, árvores para me auxiliar. Nada cresce naquela terra desértica. Não havia água em qualquer direção, só paredes de cordilheiras atrás de cordilheiras. E não tinha ideia de como me locomover pelo terreno, nenhum cavalo para me levar. Enquanto tropeçava passando por um labirinto de desfiladeiros interligados, meus pés afundavam na areia. Andando em círculos? Ali, mais a frente… vejo minha própria trilha de sangue. Estive andando em círculos! Apoio em uma rocha. Por que não fui presenteada com os sentidos da Senhora da Fauna? Pegadas de cavalo começaram a ecoar pelo desfiladeiro, o que soava como um massivo corcel. Morte? Ele me encontrou, afinal? De algum modo consegui aumentar o passo, numa corrida embaralhada. Suor escorre. Sangue escorre. Paro abruptamente. Cheguei num local sem saída. Encurralada. Viro quando o Anjo da Morte surge. Ele está só, montado em um garanhão branco de olhos vermelhos. Ele usa uma armadura negra, um elmo cobrindo o seu rosto. Duas espadas presas ao seu cinto. Uma foice polida se sobressai de um coldre na cela. — Imperatriz. — ele enuncia. — Morte. — Falo entredentes, tentando disfarçar a severidade do meu ferimento. — Assisti sua batalha com os outros hoje. — ele diz, sua voz áspera e grossa. — Seus poderes são monstruosos, criatura. — E os seus não? — Ele podia matar só de encostar em algo. Outros Arcanos sussurram que ele prefere matar com o toque. Mas eu quero viver! Só tenho dezoito primaveras, estou muito longe de estar pronta para deixar este mundo. A morte inclina sua cabeça protegida. — Sua carne se regenera. Pergunto-me se os outros poderiam chegar a matá-la de fato. — Não podem. — eu minto. — Nem você. Então me deixe em paz. Como se eu não houvesse falado, ele remove o elmo, revelando uma visão chocante: seu rosto. Ele é… bonito.

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