TCC arqurbuvv - Adequação de Apartamento Compacto para Idosos

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ADEQUAÇÃO DE A PA R TA M E N T O COMPACTO PARA IDOSOS ISABELA COSTA BAZZARELLA



UNIVERSIDADE VILA VELHA

ISABELA COSTA BAZZARELLA

ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

Vila Velha 2020



ISABELA COSTA BAZZARELLA

ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Prof.ª Priscilla Silva Loureiro.

Vila Velha 2020



ISABELA COSTA BAZZARELLA

ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, avaliado pelos seguintes examinadores: _____________________________________ Prof.a Priscilla Silva Loureiro _____________________________________ Prof.a Andreia Fernandes Muniz _____________________________________ Arquiteta e Urbanista Adriana da Cunha Bisi

Avaliação: _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ Vila Velha 2020



DEDICATÓRIA Apartamentos e Plantas Baixas sempre foram assuntos muito presentes na minha vida devido à profissão do meu pai. Desde pequena, observando os “folders” que ele deixava no carro, perguntava-me sobre como era possível tanta coisa em espaços tão pequenos. Daí surgiu o meu interesse por apartamentos cada vez menores e funcionais. Porém, falarapenas em “apartamentos compactos” não era nada inovador para mim. Meu objetivo sempre é fugir do óbvio e superar-me. Após muito pensar, a “Gabi”, minha vizinha e amiga médica Geriatra, incentivou-me a trabalhar com o público idoso. Logo, uni dois temas e gosto e que me lembram pessoas especiais, criando o assunto “Adequação de apartamento compacto para idosos”.



AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer aos meus pais, amigos e ao meu namorado que sempre me apoiaram nos momentos mais difíceis e me ajudaram a superar todas as dificuldades. Aos professores, principalmente à Priscilla Silva Loureiro, que me deram recursos e conhecimento para evoluir como futura profissional na área de Arquitetura e Urbanismo. Á Adriana e Hudson, por serem essenciais na minha trajetória acadêmica e profissional, que a cada dia ensinam-me a importância do Arquiteto e Urbanista e por me incentivarem a não desistir dos meus sonhos. À Construtora, que pode ajudar na disponibilização do material necessário para o projeto. E a todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma durante o curso e que acreditaram no meu potencial.


RESUMO O aumento da expectativa de vida, com consequente aumento da população de idosos, gera um novo perfil de consumidores, com necessidades especiais e específicas. Dessa forma, demandará produtos adequados ao seu modo de vida, incluindo a forma de morar. Além disso, observa-se a mudança nos apartamentos entregues no Brasil, sendo esses cada vez mais compactos. Foram pesquisados aspectos relacionados ao bem estar dos idosos, os desafios em espaços compactos. Analisou-se a produção de alguns apartamentos com área reduzida na Região Metropolitana da Grande Vitória, apontando as principais características desses e seus impactos referentes à necessidade do uso do público idoso. Devido à essas duas tendências, viu-se a necessidade de adequar apartamentos com área reduzida para o público alvo. Propõe-se, então, produzir uma proposta projetual de modificação do interior dessas moradias de forma que os idosos possam viver com autonomia.


ABSTRACT The increase in life expectancy, with a consequent increase in the elderly population, generates a new profile of consumers, with special and specific needs. In this way, it will demand products suitable to your way of life, including the way of living. In addition, there is a change in the apartments delivered in Brazil, which are increasingly compact. Aspects related to the well-being of the elderly, the challenges in compact spaces were researched. The production of some apartments with reduced area in the Metropolitan Region of Grande Vitรณria was analyzed, pointing out the main characteristics of these and their impacts regarding the need for the use of the elderly. Due to these two trends, there was a need to adapt apartments with reduced area for the target audience. It is proposed, then, to produce a project proposal to modify the interior of these houses so that the elderly can live independently.


TABELAS Tabela 01: Grupo dos Sentidos.

29

Tabela 02: Grupo Mobilidade.

30

Tabela 03: Grupo Aparelho Respiratório/Alergias.

30

Tabela 04: Grupo Cuidados Preventivos.

30

Tabela 05: Integração x Apartamentos Compactos.

51

Tabela 03 - Altura de instalações de dispositivos.

76 GRÁFICOS

Gráfico 01: População Idosa em 2060.

22

Gráfico 02: Taxa Bruta de Natalidade e Mortalidade.

22

Gráfico 03: Expectativa de Vida ao Nascer.

22 FIGURAS

Figura 09: Planta Baixa apartamento D.

39

Figura 09: Imagem interior apartamento D.

40

Figura 02: Planta Baixa apartamento Facilità.

44

Figura 03: Planta Baixa apartamento Florença.

45

Figura 04: Planta Baixa apartamento Málaga.

46

Figura 05: Planta Baixa apartamento San Pietro.

47

Figura 06: Planta Baixa apartamento Stay.

48


Figura 07: Planta Baixa apartamento Vogue Enseada.

49

Figura 08: Planta Baixa apartamento Via Jardins.

50

Figura 09 - Projeto Estrutural

57

Figura 10 - Projeto Elétrico

59

Figura 11 - Projeto Hidrossanitário - Água Fria

60

Figura 12 - Projeto Hidrossanitário - Esgoto

61

Figura 13 - Layout 01.

62

Figura 14 - Layout 02.

63

Figura 15 - Layout 03.

64

Figura 16 - Layout 04.

65

Figura 17 - Planta baixa antes .

69

Figura 17 - Planta baixa definida.

71

Figura 18 - Planta paginação de piso.

73

Figura 19 - Planta de pontos hidrossanitários.

75

Figura 20- Planta de pontos elétricos.

77

Figura 21- Planta de teto.

78

Figura 23: Alturas bancadas para uso de cadeirantes.

82

Figura 22- Alturas de alcance manual para usuários de cadeira de rodas.

82


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

22

1.1 JUSTIFICATIVA

23

1.2 OBJETIVOS

23

1.2.1 Objetivos Gerais

23

1.2.2 Objetivos Específicos

23

1.3 METODOLOGIA

23

2 CONHECENDO O USUÁRIO: DIAGNÓSTICO DO PÚBLICO IDOSO

26

2.1 ASPECTOS BIOLÓGICOS

26

2.1.1 Grupo dos Sentidos

29

2.1.2 Grupo Mobilidade

30

2.1.3 Grupo Aparelho Respiratório/Alergias

30

2.1.4 Grupo Cuidados Preventivos

30

2.2 ASPECTOS PSÍQUICOS

30

2.3 ASPECTOS CULTURAIS

31

3 APARTAMENTOS COMPACTOS ATUAIS E O PÚBILCO IDOSO

34

4 ESCOLHA DO APARTAMENTO COMPACTO PARA ADEQUAÇÃO

44


5

PROPOSTA PROJETUAL

56

5.1 ESTUDO DOS PROJETOS COMPLEMENTARES

56

5.1.1 Projeto Estrutural

56

5.1.2 Projeto Elétrico e luminotécnico

58

5.1.3 Projeto Hidrossanitário – Água Fria

60

5.1.4 Projeto Hidrossanitário – Esgoto

61

5.2 ANÁLISE DOS LAYOUTS PROPOSTOS

62

5.3 CONCEITO

66

5.4 MOODBOARD

66

5.5 LAYOUT ANTERIOR

68

5.6 LAYOUT DEFINIDO

70

5.7 PAGINAÇÃO DE PISO

73

5.8 PONTOS HIDROSSANITÁRIOS

74

5.9 PONTOS ELÉTRICOS E PLANTA DE TETO

76

5.9.1 Cálculos de iluminação para cada ambiente

76

5.9.2 Justificando a localização dos pontos de iluminação e gesso

78

5.10 COZINHA E ÁREA DE SERVIÇO

80

5.11 BANHEIRO

86


5.12 SALA DE ESTAR/JANTAR

91

5.13 QUARTO

98

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

106

7

REFERENCIAS

108

8 APÊNDICES APÊNDICE A APÊNDICE B APÊNDICE C APÊNDICE D APÊNDICE E APÊNDICE F

9 ANEXOS ANEXO A

111 112 114 116 118 120 122

124 125




INTRODUÇÃO


ISABELA COSTA BAZZARELLA

1 INTRODUÇÃO

Fonte: www.ibge.gov.br

No Brasil e no mundo percebe-se o aumento da população idosa. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), em 2060, o percentual da população com 65 anos ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018 essa proporção é de 9,2% (19,2 milhões) (Gráfico 01).

Além disso, a média da expectativa de vida entre homens e mulheres, mensurada em 76,25 anos em 2018, aumentou para 81,04 no ano de 2060 (Gráfico 04). Gráfico 03: Expectativa de Vida ao Nascer.

Brasil Evolução dos grupos etários 2010-2060

Gráfico 01: População Idosa em 2060.

100

%

75 50 25

20 10 20 14 20 18 20 22 20 26 20 30 20 34 20 38 20 42 20 46 20 50 20 54 20 58

0

Mulheres

Homens

Total

Fonte: www.ibge.gov.br

Fonte: www.ibge.gov.br

Pode-se perceber que a projeção da taxa bruta de natalidade para 2060 diminuiu em relação aos anos anteriores e, a taxa de mortalidade aumentou (Gráfico 02). Tais modificações influenciam diretamente na elevação da população idosa, já que o número de nascimentos torna-se inferior ao de mortes. Gráfico 02: Taxa Bruta de Natalidade e Mortalidade.

Brasil Evolução dos grupos etários 2010-2060 100

%

50 25

38 20 42 20 46 20 50 20 54 20 58

34

Taxa bruta mortalidade

20

30

20

26

20

18

22

20

20

14

20

20

10

0

20

É preciso compreender que, de acordo com a evolução desse segmento, questiona-se como acomodá-lo de modo confortável e seguro, considerando-se a restrição de renda, os preconceitos da sociedade e a falta de estruturas projetadas para essa finalidade (BESTETTI, 2016). Diante dessa realidade, existe a necessidade de compreender a forma de habitar dos idosos, para planejar e adaptar a habitação de forma adequada para esse público. Porém, é preciso reconhecer que: A especulação imobiliária, e a necessidade de construir mais, e não melhor, reduzem cada vez mais as áreas utilizadas dos compartimentos, inversamente proporcional ao aumento de suas funções (BITTAR; VERÍSSIMO, 1999).

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Todos os dados acima apresentam a projeção da população brasileira até 2060 e identificam o envelhecimento populacional do país. Dessa forma, o aumento dos cidadãos com mais de 65 anos demandará necessidades específicas, caracteriza-se um novo mercado consumidor.

Taxa bruta de natalidade

Atualmente, encontra-se apartamentos cada vez menores e sem suporte


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

para a população idosa, já que o mercado imobiliário tem como prioridade a venda de mais unidades habitacionais em detrimento do conforto do futuro usuário do apartamento. Logo, o trabalho em questão conflita essas suas realidades: o aumento da população idosa e a criação de apartamentos compactos, ao adequar espaços cada vez menores para o público de idade mais avançada, já que possuem necessidades especificas.

1.1 JUSTIFICATIVA Sabemos que os idosos possuem ou passarão a ter limitações devido ao avanço da idade. Então, a fim de unir a funcionalidade com a necessidade das pessoas de mais idade, viu-se a possibilidade de criar uma opção de projeto de arquitetura de interiores para que esses tenham uma vida de melhor qualidade e maior independência.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivos Gerais Tem-se como objetivo geral, propor adequações do modelo atual de apartamento compacto considerando às limitações e necessidades específicas dos cidadãos de idade avançada.

1.2.2 Objetivos Específicos • Conhecer o público culturalmente;

idoso

fisicamente,

mentalmente

e

• Analisar espacialmente os apartamentos compactos do mercado da Grande Vitória; • Examinar a inserção dos idosos, de acordo com suas necessidades e limitações, nos apartamentos pesquisados. • Realizar comparação entre as áreas das habitações e, a partir disso selecionar um deles para adequação ao público idoso.

as limitações gerais e necessidades destes.

1.3 METODOLOGIA A metodologia utilizada efetua-se através da fundamentação teórica para compreensão do público alvo e do tipo de moradia proposta para a adequação interna do ambiente. Primeiramente, foram analisados três fatores que envolvem o processo de envelhecimento: biológicos, psíquicos e sociais. Dessa forma, foi possível compreender a maneira em que vivem, as possíveis dificuldades para a concepção do espaço. Após o estudo do público alvo, foi realizada uma pesquisa em sites de 9 (nove) construtoras que atuam no estado do Espírito Santo para verificar apenas apartamentos que se identificam como compactos. Foram encontrados 13 (treze) moradias com área menor que 45m². Escolheu-se 7 (sete) apartamentos, localizados respectivamente em Jardim Camburi, Vitória; Jardim da Penha, Vitória; Mata da Praia, Vitória; Enseada do Suá, Vitória; Mata da Praia, Vitória; Enseada do Suá, Vitória; Laranjeiras, Serra; Assim, ao escolher as plantas baixas a serem examinadas, procurou-se captar àquelas que mais se diferenciavam entre si espacialmente para que haja diferentes considerações a respeito de cada uma delas. Tal estudo facilitará na análise dos apartamentos compactos presentes no mercado, em como podem ser distribuídos seus ambientes. Após essa etapa, foi analisado cada apartamento escolhido de acordo com as necessidades espaciais e de layout, considerando as limitações e a forma de habitar dos idosos. Posteriormente, comparou-se as áreas das habitações escolhidas e, a partir disso foi selecionado um deles para adequação ao público em questão. Por fim, é apresentado o projeto de adequação de apartamento compacto para os idosos, de forma que atenda todas as necessidades e especificidades do público em questão.

• Adequar apartamento compacto ao público idoso de acordo com

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CONHECENDO O USUÁRIO: DIAGNÓSTICO DO PÚBLICO IDOSO


ISABELA COSTA BAZZARELLA

2 CONHECENDO O USUÁRIO: DIAGNÓSTICO DO PÚBLICO IDOSO

Ouvidos: com a idade crescente, baixa o limite acima do qual não são mais

Segundo o Estatuto do Idoso (2003), a terceira idade tem início aos 60 (sessenta) anos. Envelhecer é tornar-se mais velho, possuir mais experiência e, perceber mudanças no organismo:

escutados.

O envelhecimento representa o conjunto de consequências ou os efeitos da passagem do tempo. Pode ser considerado biologicamente como a involução morfofuncional que afeta todos os sistemas fisiológicos principais, de forma variável (Rev Med Minas Gerais 2010; 20(1): 67-73). Com o decorrer da idade, é possível notar a degeneração do organismo, ou seja, a diminuição da função dos órgãos do corpo humano. Sendo assim, o indivíduo torna-se dependente de terceiros para realizar atividades do dia a dia. Logo, pretende-se facilitar a vida com autonomia. Tornar-se idoso não se aplica apenas em termos quantitativos, “... o processo de envelhecimento depende de três classes de fatores principais: biológicos, psíquicos e sociais”. (CANCELA, 2007). Dessa maneira, falar do envelhecimento envolve os três fatores (biológicos, psíquicos e sociais) sempre em conjunto. É necessário estudar cada um desses aspectos para compreender a maneira em que vivem, as possíveis dificuldades do dia a dia para a concepção do espaço.

2.1 ASPECTOS BIOLÓGICOS “O envelhecimento do ponto de vista fisiológico depende significativamente do estilo de vida que a pessoa assume desde a infância e adolescencia”. (CANCELA, 2007). O funcionamento do corpo depende de fatores relacionados ao estilo de vida, como: alimentação, hábito de atividades físicas, horas de sono, uso de ácool e drogas ilícitas. Vê-se, pois, que é possível observar, conforme o aumento da idade, alterações em alguns órgãos do organismo humano (Figura 01). Segue então as seguintes transformações relacionadas às respectivas partes do corpo. O conhecimento disso facilitará o conhecimento do usuário.

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Boca: Um septuagenário tem um terço das papilas gustativas

Pulmão: Em virtude do enfraquecimento, com o passar do tempo, dos músculos que movimento o pulmão, reduz-se o volume de inspiração dos órgãos respiratórios.

Músculos: O tecido muscular diminui e a camada de gordura cresce. Os músculos da mão suportam menos peso. Ossos e articulações: Os ossos perdem cálcio, tornam-se mais frágeis e as fraturas se soldam com mais dificuldade. Os tendões se desgastam e os ligamentos se rompem com facilidade.


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

Cérebro: O cérebro envelhece durante a vida. Memória imediata diminui.

Olhos: O cristalino endurece e não pode ser mais localizado com precisão a pouca distância. A retina recebe menos luz.

Coração: Com a idade, o coração bombeia menos sangue pelo corpo.

Cérebro e sistema neurológico: O sistema biológico mais comprometido com o envelhecimento é o Sistema Nervoso Central (SNC), responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas (vida de relações) e pelas funções biológicas internas (vida vegetativa) (FECHINE, 2012).

Como observado na Figura 01, o cérebro envelhece durante a vida, ocasionando na perda de memória e equilíbrio, assim como reações mais lentas aos estímulos nervosos, responsáveis pelo monitoramento de outros órgãos e da capacidade motora. Essas mudanças funcionais do corpo podem acarretar em dificuldades na capacidade motora corporal. É importante salientar que devido às influências multifatoriais do envelhecimento, ocorrem no idoso, alterações nos reflexos de proteção e no controle do equilíbrio, prejudicando-se assim a mobilidade corporal (NETTO, 2004).

Rins: Os rins filtram, no mesmo espaço de tempo, apenas metade do sangue filtrado por um homem de 40 anos.

Pele: a pele perde elasticidade. 30 anos: primeiras rugas na testa 50 anos: a pele da face afrouxa. 70 anos: Rugas e manchas no corpo todo.

Logo, compreende-se que, essas transformações podem facilitar a ocorrência de quedas. À vista disso, tais acontecimentos podem levar o idoso ao hospital devido a fraturas ou, em casos mais graves, a morte.

Ouvidos: De acordo com uma pesquisa realizada através da Brazilian Journal of Otorhinolaryngology: Com o avanço da idade, ocorreu um aumento gradual no grau da perda auditiva, sendo que a configuração audiométrica apresentou-se descendente, com maior prejuízo das frequências altas na faixa etária de 80 a 89 anos, ocorrendo uma horizontalização em indivíduos com idade maior que 90 anos. (BARALDI, ALMEIDA, BORGES, 2007). Dessa forma, com o avanço da idade, o nível de capacidade auditiva diminui, podendo cair, aos 70 anos, até pela metade da frequência ouvida aos 30 anos (Figura 01). Assim, pode haver dificuldade de discriminação

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de palavras com ruído de fundo e, em casos extremos, a surdez.

Boca e sistema digestório: Analisando a Figura 01, mostra-se que ocorre a diminuição das papilas gustativas, responsáveis pelo paladar, em grande parte dos idosos.

comandos cerebrais. Vê-se, pois, maior lentidão ao realizar trabalhos que envolvem o físico.

Ossos: Em conformidade com HAYFLICK (1997): O envelhecimento normal provoca de uma forma geral perda do tecido ósseo em todas as pessoas. Por volta dos cinquenta anos, a perda óssea começa a aparecer, tanto no homem quanto na mulher, com maior evolução nesta (FECHINE, 2012).

Além disso, “A população de idosos apresenta alto risco para disfagia em consequência dos efeitos do processo de envelhecimento no mecanismo da deglutição”. (TANURE, BARBOZA, AMARAL, MOTTA, 2005). Pode-se afirmar que, tal dificuldade de engolir o alimento pode gerar maiores riscos de engasgo.

Pulmão e Sistema respiratório:

Dessa forma, é necessário compreender que divido à perda da massa óssea, os idosos estão mais expostos a fraturas, doenças Outras alterações no organismo humano, com o passar do tempo, referem- referentes ao tecido ósseo e mudança na coluna vertebral. se as mudanças do sistema respiratório, principalmente dos pulmões. Em conformidade com Gorzoni e Russo (2002):

Essas alterações fisiológicas são definidas pela diminuição da elasticidade pulmonar, redução da capacidade da difusão do oxigênio, redução dos fluxos expiratórios, elevação da complacência pulmonar, fecho das pequenas vias aéreas e fecho prematuro de vias aéreas. (FECHINE, 2012).

É preciso destacar que, todos esses fatores ligados ao desenvolvimento ósseo podem acarretar em falhas ou dificuldades na sustentação do corpo e na locomoção.

Olhos: Pode-se contatar que, em referência às mudanças visuais, a capacidade de enxergar com clareza e maior número de detalhes reduz.

Portanto, é compreendido que através do processo de envelhecimento natural, os pulmões perdem parcialmente a sua elasticidade e o fluxo de oxigênio. Isto dificulta na realização de exercícios intensos, podendo acarretar na falta de ar ou desconforto ao respirar.

“Com o passar dos anos, ocorre a diminuição do campo visual periférico, da sensibilidade ao contraste, da discriminação das cores, da capacidade de recuperação após exposição à luz, da adaptação ao escuro e da noção de profundidade.” (ESQUENAZI, SILVA, GUIMARÃES, 2014).

Músculos: “Com o envelhecimento, há uma diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o tecido nobre, paulatinamente, substituído por colágeno e gordura”. (ROSSI, 2008). Certamente, a diminuição de massa magra leva à dificuldade para executar determinadas atividades. Observa-se a diminuição capacidade funcional do indivíduo. Tais fatores estão diretamente relacionados com a sustentação do corpo, assim como a eficiência dos movimentos e resposta do organismo aos

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É necessário compreender que a redução da habilidade visual proporciona a facilidade de quedas. Outro fator importante a ser considerado é a sensibilidade ocular tanto à luz solar como à artificial.

Pele: Assim como outros órgãos do corpo humano, a pele também fica exposta a modificações. Mudanças são essas que podem ser consideradas as


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mais visíveis do organismo. Sendo assim, a pele demonstra com clareza o processo de velhice. São essas mudanças, segundo GUEDES (2009): Alterações como diminuição da espessura epiderme-derme, [...], podem contribuir para o surgimento de lesões pela facilidade de cisalhamento da pele, pela perda do tecido de sustentação, que se torna mais frágil e mais susceptível às lesões abrasivas (FREITAS, 2011). Vê-se, pois, que tal órgão se caracteriza, na terceira idade, por possuir camada mais fina e sensível, suscetível a fissuras, danificações e irregularidades. Assim, é possível afirmar que conforme o decorrer do tempo, os cuidados com a pele devem ser reforçados para evitar o rompimento e lesões.

Sendo assim, constata-se, maior dificuldade ao urinar e expulsar medicamentos do organismo. Com isso, a capacidade de auto regulação dos rins torna-se menos eficaz. A partir dos aspectos físicos analisados pretende-se criar grupos que estão relacionados entre si para melhor análise, posteriormente, de cada tópico em apartamentos compactos. São esses: Grupos dos Sentidos, Mobilidade, Aparelho Respiratório/Alergias, Cuidados Preventivos.

2.1.1 Grupo dos Sentidos É necessário ressaltar que, tal grupo relaciona-se com as limitações ambientais ligadas aos sentidos. Certamente, essas competências estão relacionadas com órgãos ou partes do corpo humano (nariz, boca, mãos, olhos, ouvidos), e correspondem à compreensão dos humanos no planeta. Fazem parte deste grupo os seguintes componentes do corpo humano:

Coração e sistema cardiovascular: De certa forma, diversos fatores influenciam nas alterações ligadas ao sistema cardiovascular. Dentre esses, outras doenças:

Tabela 01: Grupo dos Sentidos.

Grupo

Com o envelhecimento, ocorre o aumento da incidência de doenças, tais como: doenças das artérias coronárias; doenças cerebrovasculares; doenças vasculares periféricas; doenças renais e doenças pulmonares, que podem acelerar as alterações da função cardiovascular. (MENDES, 2008).

Parte do Corpo Humano Ouvidos Boca e Sistema Digestório

Olhos

Compreende-se que, há o aumento da lentidão da resposta cardíaca, ou seja, possuem menor sensibilidade quando expostos a estímulos de atividades intensas. Logo, estão limitados a certos tipos de atividades pois o bombeamento do sangue e oxigênio no corpo não é feito com a mesma rapidez e percepção de um indivíduo jovem.

Pele

Rins: Se respeitarmos o que é dito por Cancela (2008), com o envelhecimento ocorrem mudanças em todo o organismo, porém, quando relacionado com o sistema urinário humano é possível perceber: a diminuição do fluxo sanguíneo para os rins e a diminuição da capacidade desses de eliminar toxinas.

Fonte: Acervo próprio.

2.1.2 Grupo Mobilidade

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Pode-se evidenciar a relação deste grupo com as limitações ambientais ligadas à mobilidade. Dessa forma, refere-se às características ligadas à capacidade de movimentação. Fazem parte deste grupo os seguintes órgãos do corpo humano:

Por último, viu-se a necessidade de criar o grupo dos cuidados preventivos. Neste grupo foram analisados aspectos relacionados a órgãos que necessitam de medidas preventivas para a preservação da saúde da população idosa como:

Tabela 02: Grupo Mobilidade.

Tabela 04: Grupo Cuidados Preventivos.

Grupo

Parte do Corpo Humano Músculos

Grupo

Parte do Corpo Humano Cérebro Coração e Sistema Cardiovascular

Ossos

Fonte: Acervo próprio.

Rins

2.1.3 Grupo Aparelho Respiratório/Alergias Outro grupo necessário para facilitar a análise posterior do público idoso em apartamentos compactos é o que se relaciona com as limitações ambientais do aparelho respiratório.

Órgãos Reprodutores

Logo, tal grupo constitui das seguintes partes do corpo humano: Fonte: Acervo próprio.

Tabela 03: Grupo Aparelho Respiratório/Alergias.

Grupo

Parte do Corpo Humano Pulmão e Sistema Respiratório Fonte: Acervo próprio.

2.1.4 Grupo Cuidados Preventivos

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2.2 ASPECTOS PSÍQUICOS “Relaciona-se com as competências comportamentais que a pessoa pode mobilizar em resposta às mudanças do ambiente; inclui inteligência, memória e motivação”. (CANCELA, 2008). Dessa forma, o ritmo de aprendizado, facilidade de memorização e lembrança de fatos ocorridos afetam o cérebro humano ao envelhecer. Certamente, quanto mais avançada a idade, maior a dificuldade cognitiva e o dano cerebral. Isso se dá devido ao processo de envelhecimento de todas as células do organismo humano. Sabe-se que mesmo durante o processo de


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envelhecimento normal, algumas capacidades cognitivas como a rapidez de aprendizagem e a memória diminuem naturalmente com a idade. (SCHNEIDER, QUARTI, 2008).

Dessa forma, através vivência em grupos sociais e culturais, o idoso alcança determinado papel social ao perpetuar seu conhecimento. Tais participações podem ajudar na melhora de todos os aspectos pessoais desses.

Essas alterações podem ser retardadas com o desenvolvimento mental, procura de conhecimento, exercício da memória, ganho de experiência.

Após a análise dos aspectos biológicos, psíquicos e culturais do idoso, é necessário verificar como estes estão relacionados e se aplicam à arquitetura.

2.3 ASPECTOS CULTURAIS “A idade social é definida pela obtenção de hábitos e status social pelo indivíduo para o preenchimento de muitos papéis sociais ou expectativas em relação às pessoas de sua idade, em sua cultura e em seu grupo social”. (SCHNEIDER, QUARTI, 2008).

Deve ser considerado a habilidade e capacidade de transitar pelos ambientes construídos de acordo com as limitações corporais e a acessibilidade da residência. Cada aspecto físico interfere diretamente, desde os elementos construtivos da edificação, até a escolha do layout e mobiliário. Percebe-se que projetar para este público é complexo, já que a segurança física é privilegiada em detrimento das outras condições estudadas.

Compreende-se, então, que o ambiente em que o ser humano vive e compartilha de relações pessoais influencia no comportamento desse. Além disso, é possível afirmar que os hábitos, o modo de vestir de e falar também demonstram para a sociedade determinada idade.

Entretanto, a moradia, além de possuir a função de abrigar, é local de experiências e memórias. Desse modo, a fim de facilitar as relações sociais do público alvo, deve-se pensar em apartamentos com espaços para convivência e que propiciem o desenvolvimento mental.

Sendo assim, o modo de vida e o nível e características de atividade, podem modificar a percepção de idade. De acordo com MagnaboscoMartins, Camargo e Biasus (2009),

Vê-se, pois, a necessidade de criar um ambiente interativo que possa estimular o trabalho psíquico, favorecer encontros e facilitar a locomoção dos idosos. Ao representar esses aspectos, é possível trabalhar, de forma geral, as formas mais brandas de perdas e considerar questões unânimes para todos os idosos para que vivam com autonomia.

O entendimento sobre o que é ser idoso perpassa por questões de atividade e estilo de vida, de maneira que, enquanto eles realizarem atividades individuais ou sociais, podem levar uma vida como qualquer outra pessoa, mesmo considerando suas limitações físicas oriundas do processo natural de envelhecimento. (Biasus, Demantova, Brigido, 2011). É importante que os indivíduos idosos realizem atividades, principalmente sociais, para desenvolverem melhor a capacidade cognitiva. Vê-se, pois, que os idosos devem ser tratados como parte importante da sociedade, já que representam a história e cultura da humanidade; conhecimento e sabedoria.

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APARTAMENTOS ATUAIS E O PÚBLICO IDOSO


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3 APARTAMENTOS COMPACTOS ATUAIS E O PÚBILCO IDOSO Grupo dos Sentidos: limitações ambientais ligadas aos sentidos Apartamentos compactos são aqueles que apresentam dimensões (tato, olfato, paladar, visão e audição). reduzidas com relação às dimensões usuais, mostram-se particularmente mais suscetíveis a mudança nas configurações de uso e de layout. Dessa forma, apartamento de até 45m² são considerados compactos (BARTH, VEFAGO, VASCONCELOS, 2017). Neste capítulo serão estudados e analisados apartamentos compactos e a inserção do público idoso nestes, localizados nos municípios pertencentes à Região Metropolitana da Grande Vitória, composta pelos seguintes municípios: Vitória, Vila Velha, Cariacica, Guarapari, Serra, Viana e Fundão.

Grupo Mobilidade: limitações ambientais ligadas à mobilidade, à dificuldade de locomoção. Grupo Aparelho Respiratório/Alergias: limitações ambientais ligadas à respiração e alergias.

Grupo Cuidados Preventivos: limitações ambientais ligadas à Para a investigação dos apartamentos presentes no mercado da Região preservação da saúde idosa. Metropolitana da Grande Vitória, foi realizada uma pesquisa em sites de 9 (nove) construtoras que atuam no estado do Espírito Santo para verificar apenas apartamentos que se identificam como compactos. Foram encontrados 13 (treze) moradias com área menor que 45m². Foram escolhidos 7 (sete) apartamentos, localizados respectivamente em Jardim Camburi, Vitória; Jardim da Penha, Vitória; Mata da Praia, Vitória; Enseada do Suá, Vitória; Mata da Praia, Vitória; Enseada do Suá, Vitória; Laranjeiras, Serra – Espírito Santo;

Sentidos

Mobilidade

Alergias

Cuidados Prev.

Assim, ao escolher as plantas baixas a serem examinadas, procurou-se captar àquelas que mais se diferenciavam entre si espacialmente para que haja diferentes considerações a respeito de cada uma delas.

Esta análise ajudará na compreensão de ambientes adequados para o público idoso de acordo com as barreiras encontradas, relacionadas ao dimensionamento dos cômodos, elementos construídos e layout.

A partir da Pesquisa de Mercado realizada na Região Metropolitana da Grande Vitória, a fim de identificar alguns modelos de apartamentos compactos, é possível avaliar a inserção do público idoso nestes espaços.

Os números demarcados (de 1 a 21) na tabela abaixo representam as deficiências e obstáculos para a vida com autonomia dos idosos, agrupados sengundo o dimensionamento dos ambientes/elementos construídos e layout/mobiliário que são as interfaces dos ambientes que serão pesquisados e podem ser percebidas na análise.

É imprescindível realizar a análise espacial dessas moradias, levando em consideração os aspectos relacionados à espacialidade como materiais, iluminação, forma e mobiliário. Tais questões influenciam diretamente no modo de vida do idoso e em como este realizará as atividades do dia a dia. As considerações serão realizadas de acordo com os aspectos fisiológicos dos idosos, analisados conforme as limitações ambientais ligadas a cada grupo de características limitantes, sintetizados em um quadro, sendo esses:

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

1

2

3

4

BARREIRAS PARA IDOSOS Simbologia Descrição Apto. A Apto. B Apto. C Apto. D Apto. E Dimensionamento dos Ambientes / Elementos construídos Porta menor que 80cm. Caso o idoso necessite de cadeira de rodas a passagem torna-se inviável. Banheiro com dimensões reduzidas, impossibilitando a passagem de cadeira de rodas caso haja necessidade.

Apto. F

Apto. G

Área de serviço não possui ventilação e iluminação natural ou não possui este ambiente. Em caso de problemas urinários há necessidade da secagem rápida das roupas. Apartamento não possui varanda, ambiente considerado importante para iluminação e ventilação do local. Layout / Mobiliário

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Porta não possui cores contrastantes em relação à parede nem luz de vigília permanente sobre guarnição superior, o que dificulta identificação.

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6

7

8

9

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11

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Banheiro não possui barras e campainha para evitar riscos de quedas e alertar em caso de acidentes. Evitar uso de cortinas plásticas e portas de acrílico ou vidro para fechamento de box em banheiros. Em caso de quedas podem provocar cortes ou sufocamento. Prever telas ou fechamento de varanda para que não ocorra risco de queda, já que é comum perda do equilíbrio em idosos. Tapetes podem facilitar quedas, além e acumular poeira, podendo causar alergias e problemas respiratórios. Área de preparo pequena e deve-se incluir fogão por indução e sensor de fumaça (ajuda na prevenção de incêndios e evita queimaduras). Armários e bancadas devem possuir altura ideal (entre 0,40m e 1,20m), de preferência o mais próximo à altura dos olhos para facilitar o alcance de objetos.


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

12

13

14

15

16

17

Móveis não estáveis e pouco robustos, o que pode ocasionar em acidentes. Além disso, evitar objetos soltos ao chão ou sobre móveis para evitar que se quebrem. Deve-se evitar móveis de vidro e superfícies cortantes para evitar acidentes. Armários devem possuir iluminação interna para melhorar visualização, já que a percepção dos sentidos modifica-se com o avanço da idade. Piso de material reflexivo ou que não seja antiderrapante pode ofuscar a visão e facilitar quedas. Móveis com quinas podem facilitar cortes e arranhões. Devese preferir mobiliário com quinas arredondadas. Paredes com cores fortes podem confundir os sentidos. Preferir paredes com cores neutras e claras por transmitir sensação de amplitude e iluminar o espaço.

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18

19

20

21

Móveis muito próximos podem facilitar quedas e arranhões, além de dificultar a locomoção (manter distância mínima de 80cm). Adotar iluminação difusa, luzes em spots podem causar ofuscamento e confusão dos sentidos. Instalar sensores de presença evita que esqueçam de acender as luzes e sofram acidentes. Persianas horizontais ou de tecido podem acumular poeira caso não sejam limpadas frequentemente, facilitando alergias (preferir modelo rolô). Janelas com peitoril baixo e portas de vidro podem dificultar a limpeza, já que necessitaria maior mobilidade.

A partir desta, foram analisadas as plantas baixas e as imagens do interior de cada apartamento escolhido (7 apartamentos estabelecidos, sendo estes nomeados como: A, B, C, D, E, F, G) para verificar as interferências citadas na tabela em cada um destes. Cada item numerado na tabela agora aparecem pontuados diretamente sobre a planta e sobre as perspectivas ilustrativas. Foi demonstrado a análise no Apartamento D, o restante das habitações examinadas encontra-se nos apêndices A, B, C, D, E, F deste trabalho.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

APARTAMENTO D Figura 09: Planta Baixa apartamento D.

Fonte: pesquisa realizada online.

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Figura 09: Imagem interior apartamento D.

Fonte: pesquisa realizada online.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

É possível observar que, dentre as vinte e uma (21) barreiras encontradas que dificultam o dia a dia do idoso, dez (10) estão presentes em todos os apartamentos pesquisados, dentre eles:

1 Presença de portas menores que 80cm. 2 Banheiro com dimensões reduzidas. 6 Banheiro sem barras de apoio e campainha.

de alterações físicas, psíquicas e culturais decorrentes do envelhecimento se torna cada vez mais evidentes. Logo, é preciso que o idoso tenha um ambiente adequado para viver, livre de qualquer obstáculo, na forma de barreiras arquitetônicas, que dificulte sua mobilidade, e que ponha em risco sua saúde.

7 Banheiros com fechamento de box em vidro ou acrílico. 10 Área de preparo da cozinha pequena. 11 Armários e bancadas não possuem altura ideal. 12 Presença de móveis não estáveis e pouco robustos. 14 Armários devem possuir iluminação interna. 16 Presença de móveis com quinas. 21 Existência de janelas com peitoril baixo e portas de vidro. Tais barreiras representam os erros mais comuns em relação à layout, mobiliário e elementos construtivos ao pensar em arquitetura de interiores para idosos nos apartamentos compactos atuais. Além disso, dentre os sete (7) apartamentos analisados, aqueles que possuem menor quantidade de barreiras para os idosos são os apartamentos C, E, F, possuindo quinze (15), dentre os vinte e um (21) obstáculos considerados. Já a habitação com maior número de adversidades é o apartamento B, com vinte (20) problemas encontrados. É possível perceber que até mesmo os apartamentos com menos barreiras para a vivência do público alvo possuem muitas dificuldades. Certamente, atualmente ainda se percebe pouca preocupação com a necessidade dos idosos. Vê-se, pois, que os ambientes devem ser adaptados, com o intuito de melhorar a transitabilidade dos idosos em sua habitação, minimizando as perdas funcionais (relacionadas aos grupos dos sentidos, mobilidade, aparelho respiratório/alergias e cuidados preventivos) causadas pelo envelhecimento. A população idosa está crescendo significativamente. Assim, a presença

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ESCOLHA DO APARTAMENTO PARA ADEQUAÇÃO


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4 ESCOLHA DO APARTAMENTO COMPACTO PARA As imagens a seguir mostram graficamente, por cores, a divisão dos ambientes. Mostra-se a integração ou isolamento de cada cômodo ADEQUAÇÃO para análise de flexibilidade e versatilidade da planta baixa de cada Os apartamentos compactos podem ser divididos internamente de várias maneiras, possuindo ambientes integrados ou não. Logo, seguem diferentes apartamentos, no qual foram demarcadas as áreas em setores, visando analisar como estes foram divididos internamente.

apartamento.

APARTAMENTO A Figura 02: Planta Baixa apartamento Facilità.

Integração: Sala cozinha e lavabo

estar/jantar,

Banheiro: área isolada com porta. Quarto: Área isolada com porta. Varanda: área isolada com porta. Fonte: pesquisa online.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

APARTAMENTO B Figura 03: Planta Baixa apartamento Florença.

Integração: cozinha.

Sala

estar/jantar,

Banheiro: área isolada com porta. Quarto: Área isolada com porta. Varanda: área isolada com porta. Fonte: pesquisa online.

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APARTAMENTO C Figura 04: Planta Baixa apartamento Málaga.

Integração: Sala cozinha, quarto.

estar/jantar,

Banheiro: área isolada com porta.

Fonte: pesquisa online.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

APARTAMENTO D Figura 05: Planta Baixa apartamento San Pietro.

Integração: Sala cozinha e quarto.

estar/jantar,

Banheiro: área isolada com porta. Varanda: área isolada com porta.

Fonte: pesquisa online.

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APARTAMENTO E Figura 06: Planta Baixa apartamento Stay.

Integração: cozinha.

Sala

estar/jantar,

Banheiro: área isolada com porta. Quarto: Área isolada com porta. Varanda: área isolada com porta.

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Fonte: pesquisa online.


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

APARTAMENTO F Figura 07: Planta Baixa apartamento Vogue Enseada.

Integração: Sala estar/jantar, cozinha , lavabo e quarto. Banheiro: área isolada com porta.

Fonte: pesquisa online.

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APARTAMENTO G Figura 08: Planta Baixa apartamento Via Jardins.

Integração: cozinha.

Sala

estar/jantar,

Banheiro: área isolada com porta. Quarto: Área isolada com porta.

Fonte: www.metronengenhara.com.br

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

A partir da análise gráfica feita dos apartamentos acima, nota-se a diferenciação na divisão dos espaços, as diversas alternativas de divisões de habitações compactas.

Com base a observação das diferentes plantas baixas, compreende-se que a otimização e compatibilização de usos, relacionado à disposição dos móveis e distribuição do espaço, são de grande importância para moradias com menor metragem quadrada para que essas possam atender às necessidades dos usuários.

Pode-se observar a ausência de área de serviço em dois dos apartamentos (A e C) e a ausência de ventilação deste cômodo em outros (B e D). Para os idosos, o cuidado com este ambiente é imprescindível, já que podem haver problemas relacionados ao sistema excretor com frequência. Logo, há necessidade da higienização constante das roupas.

Dessa forma, plantas mais livres (C, D e F) permitem a melhor distribuição e diferentes possibilidades de layout. Além disso, podem facilitar na criação de um ambiente mais acessível, amplo e, ao mesmo tempo funcional para os idosos.

Nota-se também, a não existência de varandas em 3 (três) habitações (C, F e G). Entretanto, são importantes ambientes para o público idoso, já que permitem a iluminação e ventilação do local. Tornou-se comum nas construções mais novas, devido a demanda existente e ao agregar valor ao imóvel por permitir maior qualidade de vida.

Apesar de apresentarem funções sobrepostas, ou seja, um ambiente apresentar diversos usos, as tarefas podem ser divididas através de mobiliários e estratégias de design. Para melhor análise da integração das áreas dos apartamentos e a fim de realizar a escolha da habitação a ser adequada para o público idoso, criou-se uma tabela para verificar a média de áreas das plantas baixas:

É possível perceber que, os apartamentos C, D e F são os que mais possuem integração entre os cômodos, existindo paredes apenas no ambiente do banheiro. Os outros já possuem maiores divisões internas e diferenciação dos ambientes.

Tabela 05: Integração x Apartamentos Compactos. Área Apartamentos

Integração (m²/%)

Banheiro: área isolada (m²/%)

Varanda + Área Técnica: área isolada (m²/%)

Quarto: área isolada (m²/%)

Total (m²/%)

%

%

%

%

%

A

12,20

41,10

2,00

6,74

7,55

25,44

7,93

26,72

29,68

100

B

20,89

57,39

3,33

9,15

2,93

8,05

9,25

25,41

36,40

100

C

21,89

88,44

2,86

11,56

-

-

-

-

24,75

100

D

24,69

81,75

1,71

5,67

3,80

12,58

-

30,20

100

E

23,25

60,23

3,60

9,33

3,35

8,68

8,40

21,76

38,60

100

F

36,46

94,41

2,16

5,59

-

-

-

-

38,62

100

G

16,79

61,62

3,08

11,30

-

-

7,38

11,30

27,25

100

Médias (m²)

22,31

2,68

4,41

8,24

32,21

Fonte: Acervo próprio. * Valores com base nos apartamentos que apresentam essas áreas. 43% dos apartamentos não apresentam esses espaços (varanda e quarto) isolados

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A partir da tabela acima, é possível analisar que a maior parte das áreas em moradias compactas são destinadas à cômodos integrados, ou seja, com mais de uma função e atividades a serem realizadas em determinado ambiente. O maior desafio ao trabalhar com apartamentos compactos para idosos é permitir que as atividades sejam realizadas, dividindo adequadamente os usos. Vê-se, pois, que outro obstáculo é garantir a funcionalidade e qualidade dos elementos arquitetônicos, alinhados com a acessibilidade. Para a escolha do apartamento compacto a ser adaptado, levou-se em conta a média das áreas de cada ambiente. Com base mostrado na tabela, os números marcados em verde representam aqueles que mais se aproximam desta média. As moradias C e D foram as que mais obtiveram áreas aproximadas as médias. No entanto, o apartamento C não apresenta o espaço isolado da varanda, espaço valorizado e bastante utilizado nas edificações novas da Região Metropolitana da Grande Vitória. Dessa forma, considerou-se como mais adequado para modificação o apartamento D, para que seja possível analisar o caso mais compatível com a realidade média local.

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PROPOSTA PROJETUAL


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PROPOSTA PROJETUAL

Este capítulo tem como função apresentar os conceitos norteadores da proposta, assim como sugestão de adequação do apartamento compacto em questão voltado para o uso do público idoso. O apartamento escolhido para modificação (apartamento D) está situado no bairro Enseada do Suá, Vitória, Espírito Santo.

5.1 ESTUDO DOS PROJETOS COMPLEMENTARES São conhecidos como projetos complementares, os projetos técnicos que se integram ao projeto arquitetônico e que o completam, ou seja, são as demais plantas necessárias para a execução das edificações. São considerados projetos complementares:

• • •

Projeto Estrutural; Projeto Elétrico e Luminotécnico; Projeto Hidrossanitário: Água Fria, Água Quente, Esgoto, Pluvial;

Para projeto de reforma, ter em mãos os projetos complementares é a garantia da integração de soluções e técnicas de execução e escolha de materiais, resultando em funcionalidade, estética e projetos bem solucionados. Seguem abaixo os projetos complementares da moradia selecionada e suas análises:

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5.1.1 Projeto Estrutural Nota-se, ao avaliar o projeto, a presença do Bloco Estrutural, ou seja, as paredes da edificação suportam todas as cargas, além do peso próprio. Dessa forma, não há a existência de pilares e vigas, já que a alvenaria atende a dupla função: resistência ao carregamento e vedação. Apenas as paredes internas não são autoportantes, sendo as únicas que podem ser alteradas. A laje da edificação é protendida, são aquelas cujo aço passa pelo processo de protensão (os cabos de aço são tensionados para aumentar a resistência do concreto). Neste tipo de laje deve-se evitar perfurações futuras, diferente das já previstas em projetos.


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS Figura 09 - Projeto Estrutural

LAJE PROTENDIDA

Furo na laje para passagem das tubulações Bloco cerâmico (não estrutural)

Bloco estrutural sem preenchimento

Bloco estrutural preenchido com concreto

PROJETO ESTRUTURAL

Fonte: Acervo da Construtora.

ESC.: 1/50

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5.1.2 Projeto Elétrico e luminotécnico Devido à utilização de paredes autoportantes, viu-se a necessidade de verificação para qualquer mudança nas instalações da edificação. De cordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, pode-se realizar cortes na alvenaria para trocar a posição das instalações, reparos e pequenas reformas em instalações prediais: • Verticais – Cortes com comprimentos superiores a 60 cm definem elementos distintos. •

Horizontais – comprimento máximo de 40 cm.

• Não são permitidos condutores de fluidos embutidos em paredes estruturais, exceto quando a instalação e a manutenção não exigem cortes. (ABNT NBR 15961, 2011) Além disso, para modificar as instalações elétricas é necessário verificar se os pontos elétricos passam por bloco estrutural sem preenchimento.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS Figura 10 - Projeto Elétrico

PROJETO ELÉTRICO ESC.: 1/50 Fonte: Acervo da Construtora.

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5.1.3 Projeto Hidrossanitário – Água Fria

Figura 11 - Projeto Hidrossanitário - Água Fria

Da mesma forma que as instalações elétricas, as instalações hidrossanitárias também podem ser modificadas nas alvenarias de bloco estrutural com as limitações citadas anteriormente, de acordo com a NBR 15961, 2011. Além disso, é importante ressaltar que os “shafts” demarcados em plantas devem permanecer no mesmo local, já que nestes circulam as tubulações de água e esgoto de toda edificação.

PROJETO HIDROSSANITÁRIO ÁGUA FRIA ESC.: 1/50

60

Fonte: Acervo da Construtora.


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

5.1.4 Projeto Hidrossanitário – Esgoto

Figura 12 - Projeto Hidrossanitário - Esgoto

Além da limitação dos shafts e tubulação de descida de água pluvial, que não podem ser modificados, existem outras restrições para alteração dos pontos de esgoto. A presença da laje protendida, discutida anteriormente na análise do projeto estrutural, limita qualquer perfuração na laje. Assim, não é aconselhável alterar a localização dos ralos e esgoto da bacia sanitária e do lavatório. Pode haver modificação caso o arquiteto obtiver o projeto de protenção dos cabos de aço e, verificar que não há cabeamento percorrendo o local da possível abertura na laje.

PROJETO HIDROSSANITÁRIO ESGOTO ESC.: 1/50

Fonte: Acervo da Construtora.

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5.2 ANÁLISE DOS LAYOUTS PROPOSTOS

Figura 13 - Layout 01.

A partir da Planta Baixa arquitetônica analisou-se diversas opções de layouts para o apartamento em questão. Porém, após a obtenção dos Projetos Complementares (estrutural, elétrico, hidrossanitário) foi possível chegar à disposição definitiva da proposta de adequação da moradia. Foram feitos alguns estudos em que, pensando em relação à ergonomia e circulação, consideram os pontos limitantes a estruturada edificação. Serão mostradas alterações onde os problemas que inviabilizaram as propostas estão demarcados.

Não desejável a alteração do local da bacia sanitária e lavatório.

Circulação menor que 80cm – sem acesso à cama. 63 cm

Fonte: Acervo próprio.

62


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS Figura 14 - Layout 02.

Não desejável mudar o local da bacia sanitária e lavatório. Não há espaço para barras de apoio. Não desejável mudar o local do tanque e pia da cozinha.

Parede não deve ser retirada.

Fonte: Acervo próprio.

63


ISABELA COSTA BAZZARELLA Figura 15 - Layout 03.

Não pode mudar o local da bacia sanitária e lavatório.

Não pode mudar o local do tanque e pia da cozinha.

Fonte: Acervo da pessoal.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

A quarta opção de layout proporcionou ambientes integrados e maior facilidade de circulação no apartamento.

Figura 16 - Layout 04.

Tal modificação é compatível com o projeto estrutural e hidrossanitários. A bacia sanitária, lavatório, tanque e pia da cozinha permaneceram nos locais indicados em projeto. Assim, não há necessidade de realizar mais furos na laje. Verificou-se a necessidade de áreas de circulação maior ou igual a 80cm, para que, caso haja necessidade de equipamentos de apoio (cadeira de rodas, andador, etc.) o idoso circule com facilidade. Logo, devido à preservação das limitações estruturais (paredes externas são autoportantes e a laje é protendida) e à maior facilidade de deslocamento no interior do apartamento, este foi o layout escolhido para desenvolvimento do projeto.

Fonte: Acervo da pessoal.

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5.3 CONCEITO

5.4 MOODBOARD

O objetivo principal da proposta foi propor adequações internas ao modelo atual de apartamento compacto da Região Metropolitana da Grande Vitória, considerando às limitações e necessidades específicas dos idosos.

O moodboard auxilia na compreensão e tradução da essência e conceito do projeto, definindo a identidade deste através de texturas, objetos e elementos importantes para a composição do ambiente. Dessa forma, a escolha dos materiais e mobiliário traduz segurança, conforto e autonomia para os idosos.

Com a intenção de oferecer bem-estar e a diminuição de riscos de acidentes domésticos para idosos que moram sozinhos, o conceito do projeto baseia-se em: AUTONOMIA, SEGURANÇA E CONFORTO. Estes conceitos estão amplamente ligados ao Grupos, anteriormente explicados (grupo dos sentidos, grupo dos cuidados preventivos, grupo de mobilidade e grupo do sistema respiratório/alergias), concendentes às limitações dos usuários. Tais premissas buscam promover melhores condições para a vida do público alvo, contribuindo para independência, integridade e saúde do idoso através da escolha do mobiliário, divisão dos espaços, decisões projetuais técnicas (pontos elétricos, hidrossanitários), e iluminação adequada.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

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5.5 LAYOUT ANTERIOR Como analisado anteriormente, no “Capítulo 3 – Apartamentos Compactos Atuais e o Público Idoso”, a moradia em questão apresentou problemas para a vivência do público alvo, dentre esses: •

Portas menores que 80cm.

• Banheiro com dimensões reduzidas e sem equipamentos de apoio. •

Móveis com quinas.

Espaço pequeno para circulação (menor que 80cm).

Taisbarreiras impedem a circulação e dificultam o dia a dia do público idoso.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS Figura 17 - Planta baixa antes .

ACESSO COM CADEIRA DE RODAS INACESSO COM CADEIRA DE RODAS

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5.6 LAYOUT DEFINIDO O layout definido respeitou as limitações estruturais da edificação, comentadas anteriormente. Dessa forma, procurou-se não modificar as perfurações já existentes para a tubulação de esgoto, ou seja, os aparelhos hidrossanitários (bacia sanitária, lavatório, ralos, etc.) permaneceram no mesmo local. Além das restrições técnicas, foi pensado nas áreas necessárias para o idoso circular de forma confortável e possibilitar o uso de dispositivos auxiliares de marcha (muletas, cadeira de rodas e andadores) caso haja necessidade. Dessa forma, as portas foram modificadas para 80cm, assim como as circulações internas e, evitou-se mobiliários com quinas. Em relação ao layout anterior, é possível perceber o aumento das áreas que possibilitam acesso à cadeira de rodas e outros equipamentos. O banheiro teve suas dimensões aumentadas e adicionadas barras de apoio, alarmes e banco na área de chuveiro. Assim, possibilita o uso de cadeira de rodas e evita o risco de quedas. Apesar da redução das dimensões do quarto para possibilitar o aumento do banheiro, foi possível manter o espaço necessário para entrada de cadeira de rodas ao lado da cama. Porém, não foi encontrado espaço para o armário de roupas dentro do ambiente. Como solução, foi estabelecida a integração entre todos os ambientes, exceto o banheiro. Posteriormente, através do detalhamento do projeto, cada decisão projetual será justificada e analisada para o uso do público idoso, de acordo com a NBR 9050, 2014. A norma estabelece diretrizes para a arquitetura inclusiva de idosos e portadores de necessidades especiais. Em relação à cozinha, a área de preparo permaneceu pequena, mas deu lugar ao “cooktop” por indução e à torre de fornos para evitar queimaduras e facilitar os movimentos. Na área de serviço, não foi possível criar ventilação e iluminação devido à estrutural em blocos autoportantes e à disposição do apartamento no pavimento. Devido à esta questão, sugeriu-se a compra de equipamento com a função de lavar e secar as roupas caso haja necessidade de rápido reuso. Entretanto, é importante lembrar que não se trata de uma moradia para

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pessoas com necessidades especiais, mas há necessidade de atender alguns pontos apresentados na norma de acessibilidade, como altura mais baixa de bancadas e prateleiras e banheiros com maior área de circulação e apoios.


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

Figura 17 - Planta baixa definida.

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Portas com 80cm

Espaços integrados e com livre circulação

Banheiro Acessivel

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS

5.7 PAGINAÇÃO DE PISO

Figura 18 - Planta paginação de piso.

Para os ambientes da cozinha, área de serviço, sala de jantar/estra e quarto, foi escolhido o piso vinílico imitando madeira. A escolha justifica-se: • Propriedades atérmicas do produto, ou seja, conserva a temperatura dos ambientes, dispensando tapetes. •

Antialérgico, não permite acúmulo de poeira e fungos.

Antiderrapante e amortecem quedas.

• Não possui rejunte, o que diminuir riscos de quedas e facilita o uso de cadeira de rodas (caso necessário). •

Resistência à água e durabilidade.

Já o piso do banheiro, foi escolhido porcelanato com acabamento natural bold, ou seja, possui superfície fosca e levemente áspera para evitar quedas. Além disso, a fim de evitar cortes e irregularidades pelo mau assentamento das peças, as bordas deste revestimento são abauladas. Em relação às paredes, foram utilizados monoporosas/porcelanatos, nas paredes de áreas molhadas, como no banheiro, cozinha e área de serviço. Em todas essas áreas o acabamento desses revestimentos é bold (arredondado), para evitar arranhões e cortes. Outro material utilizado foi a tinta imitando cimento queimado, no qual possibilita registrar personalidade ao ambiente sem prejudicar a visão e o toque.

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5.8 PONTOS HIDROSSANITÁRIOS Os pontos hidrossanitários não sofreram grandes modificações devido às limitações estruturais da edificação. Foram adicionados pontos para filtro de água e chuveirinho (com a finalidade de facilitar no banho). Os pontos de ducha higiênica, chuveiro, bacia sanitária, máquina de lavar roupas, tanque e registros não foram modificados. Já os pontos de lavatório e pia, foram deslocados em pequenas distâncias na mesma parede, o que permite a permanência das saídas de esgoto.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS Figura 19 - Planta de pontos hidrossanitários.

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5.9 PONTOS ELÉTRICOS E PLANTA DE TETO

• Cozinha:

Os pontos elétricos e de iluminação foram modificados de acordo com o novo layout sugerido. Assim como na legenda, os pontos em vermelho simbolizam aqueles que foram retirados. Em amarelo os pontos a mover, seguidos dos pontos em azul, que representam o novo local dos pontos amarelos. Já os pontos em verde, demonstram aqueles a adicionar.

- Geral: 100 a 200 lux (lumens/m²).

Todas as alturas dos interruptores e tomadas foram modificados, conforme a tabela abaixo: Tabela 03 - Altura de instalações de dispositivos.

- Local: 200 a 500 lux (lumens/m²). • Quarto: - Geral: 100 a 200 lux (lumens/m²). - Local: 200 a 500 lux (lumens/m²). • Banheiro: - Geral: 100 a 200 lux (lumens/m²). - Local: 200 a 500 lux (lumens/m²). Devido a complicações na visão e perda da sensibilidade com o passar da idade, é aconselhável utilizar a quantidade de lux máxima. •

Sala de estar: 200 lux | A = 12,95m²

200 x 12,95 = 2590lm Para iluminação geral foi escolhida fita de LED de 5,50m com 550lm/m, ou seja, com o total de 3025lm. A temperatura de cor neste ambiente deve ser mais fria. O fornecimento de luz em Led de coloração branca ajuda os idosos a ficarem mais atentos, evitando acidentes e ajudando nas tarefas diárias. Fonte: Manual Prático de Acessibilidade, CONFEA, 2ª edição.

5.9.1 Cálculos de iluminação para cada ambiente Em relação aos pontos de iluminação, foi consultada a Norma de Iluminância de Interiores, NBR 5413, 1992. Seguem as iluminâncias adequadas para cada ambiente, de acordo com a norma:

Sala de Estar:

- Geral: 100 a 200 lux (lumens/m²). - Local: 300 a 750 lux (lumens/m²).

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O restante da iluminação presente é apenas decorativa. Para não ocorrer ofuscamento, deve-se utilizar ângulo menor que 24º e com menor temperatura de cor (lâmpada de cor amarelada, 3000K). •

Cozinha: 200 lux (geral) e 500lux (local) | A = 5,88m²

Geral: 200 x 5,88 = 1176lm Para iluminação geral foi escolhida fita de LED de 5,50m com 550lm/m, ou seja, com o total de 3025lm. Local: 500 x 5,88 = 2940lm A cor de todas as lâmpadas da cozinha são de coloração branca (5000K) para evitar acidentes e proporcionar maior atenção.


ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS Figura 20- Planta de pontos elétricos.

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Quarto: 200 lux (geral) e 500lux (local) | A = 7,00m²

Geral: 200 x 7,00 = 1400lm. Para iluminação geral foi escolhida plafon de LED 1840lm. Local: 300 x 7 = 2100lm. Para iluminação local foi escolhida fita de LED de 2,80m com 7500lm/m, ou seja, com o total de 2100lm. A cor de todas as lâmpadas do quarto são de coloração amarela (3000K) para proporcionar maior relaxamento. •

Banheiro: 200 lux (geral) | A = 4,51m²

Geral: 200 x 4,51 = 902lm. Para iluminação geral foi escolhida plafon de LED 920lm.

5.9.2 Justificando a localização dos pontos de iluminação e gesso Além das iluminâncias calculadas para cada ambiente, foi adicionado ponto de luz próximo a entrada do apartamento. Tal ponto de iluminação tem como objetivo proporcionar segurança ao idoso logo que entrar no local, além de sinalizar a porta. A iluminação da fita de LED, juntamente com o rasgo no gesso, permite guiar o idoso para percorrer toda extensão da sala de estar/jantar, cozinha e área de serviço. Segue o corte correspondente:

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Figura 21- Planta de teto.


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Além das iluminâncias calculadas para cada ambiente, foi adicionado ponto de luz próximo a entrada do apartamento. Tal ponto de iluminação tem como objetivo proporcionar segurança ao idoso logo que entrar no local, além de sinalizar a porta. A iluminação da fita de LED, juntamente com o rasgo no gesso, permite guiar o idoso para percorrer toda extensão da sala de estar/jantar, cozinha e área de serviço. Segue o corte correspondente. Já o gesso do banheiro e quarto é descolado da parede para evitar trincas devido aos esforços dos materiais da parede e do gesso:

É importante ressaltar, a presença da fita de LED embutida nas marcenarias do armário (auxiliar na escolha das roupas), cabeceira e painel da televisão do quarto (auxiliar na iluminação noturna). Em conclusão, baixos níveis de iluminação podem contribuir para escorregões, tropeções e quedas nos idosos, diminuindo a visibilidade de perigos. Dessa forma, é necessário fornecer boa iluminação geral, assim como auxiliares para as tarefas do dia a dia.

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5.10 COZINHA E ÁREA DE SERVIÇO O ambiente da cozinha e área de serviço limitaram-se ao mesmo espaço anterior à adequação, porém, com ajustes do mobiliário e escolha dos eletrodomésticos. • Geladeira: Optou-se pela geladeira modelo “inverse”, no qual o freezer encontra-se na parte inferior e o refrigerador na parte superior. Dessa forma, os alimentos mais utilizados ficam em uma altura mais confortável, característica interessante para idosos e pessoas que têm dificuldade para abaixar. • Cooktop por Indução: O cooktop por indução foi escolhido devido ao risco de acidentes de cozinha causados por desatenção (queimaduras ou choques) ou esquecimento (incêndios). A superfície do fogão aquece apenas quando há panelas diretamente sobre campo magnético do elemento de indução, caso contrário, desliga automaticamente quando as panelas são removidas da superfície de cozimento. • Bancada em Silestone Miami White: O Silestone é composto por cerca de 94% de quartzo natural, o que lhe proporciona dureza, resistência e é resistente à manchas. A cor clara foi escolhida para que o idoso enxergue com maior facilidade objetos e sujeiras. • Lavadora e Secadora: Como não há ventilação e iluminação na área de serviço, optou-se por máquina com função de lavagem e secagem de roupas, para que, em casos de problemas urinários o idoso consiga secar a roupa com maior facilidade. •

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Tanque: Para alinhar design com funcionalidade, foi escolhida a cuba suspensa multiuso da deca, que se adapta a diversos tipos de ambientes.


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A vista 01 externa permite a visualização da escolha dos materiais da marcenaria, eletrodomésticos, metais, louças, bancada e revestimentos escolhidos. Cada material possui justificativa que visa facilitar o cotidiano do idoso:

as alturas de alcance manual lateral e frontal para usuários de cadeira de rodas: Figura 22- Alturas de alcance manual para usuários de cadeira de rodas.

• Torre de fornos (microondas e forno elétrico) e cooktop: Ao invés do fogão convencional optou-se pelo cooktop e pela torre de fornos. O forno mais próximo á altura dos olhos evita movimentos difíceis para o idoso (agachar) e diminui a chances de queimaduras, assim como o cooktop, dito anteriormente. Os produtos da torre quente foram escolhidos da mesma marca e linha, para que fique agradável esteticamente. • MDF de armários e prateleiras: As cores escolhidas para a marcenaria da cozinha e área de serviço (tons de cinza e madeira) são neutras para não confundir o olhar, nem correr risco de ofuscamento e incômodo na visão. • Cuba: Já que as dimensões da cozinha não possibilitaram a presença de bancada espaçosa, optou-se por cuba redonda com dimensões menores (30cm de diâmetro). O material escolhido foi o inox, por ser de maior facilidade de manuseio e limpeza. • Misturadores: Optou-se por misturadores monocomando modelo alavanca, tanto na cozinha como área de serviço para facilitar o manuseio. • Puxadores: Preferiu-se puxadores modelo “cava”, já que estes não se estendem para fora do móvel.

Fonte: Manual Prático de Acessibilidade, CONFEA, 2ª edição.

Logo, o alcance máximo para pessoas que fazem uso da cadeira de rodas está entre 135 a 140cm de altura. Já em relação as alturas das bancadas, devem possuir altura de no máximo 0,85 m, com altura livre inferior de no mínimo 0,73 m. Figura 23: Alturas bancadas para uso de cadeirantes.

Dessa forma, evita-se possíveis arranhões ou cortes. Segue o detalhe:

Fonte: Manual Prático de Acessibilidade, CONFEA, 2ª edição.

Para realizar a divisão interna dos armários e bancada, pensou-se nas alturas adequadas para caso haja necessidade do uso de cadeira de rodas. Dessa maneira, foi consultado o Manual Prático de Acessibilidade do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) para conferir

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Segue a vista 01 aberta e a vista 02 para verificação de todas as medidas e compartimentos necessários para utensílios culinários e de serviço, respeitando as distâncias mínimas e máximas.


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Iluminação guia pela extensão do cômodo

Iluminação na área de trabalho

Bancada con altura mais baixa (85cm)

Mobiliário e eletrodomésticos com alcance mais baixo Geladeira “inverse” facilita acesso aos alimentos mais pesados Portas de barra de apoio e proteção para uso de equipamentos de

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5.11 BANHEIRO

relacionadas ao sistema urinário.

O ambiente do banheiro foi ampliado para atender às necessidades do público idoso caso haja necessidade do uso de cadeira de rodas ou elementos que auxiliam o andar, além de evitar o risco de quedas. Dessa forma, as dimensões e materiais foram escolhidos a fim de obedecer a Norma Brasileira de Acessibilidade, NBR 9050 – 2004 (ver Anexo A).

• Banco articulado e barras de apoio: necessárias para apoio, a fim de evitar quedas. Ambos em inox para facilitar a higienização.

• Cuba: O modelo de cuba escolhido foi de semi-encaixe para permitir menor profundidade da bancada e facilitar o giro da cadeira de rodas. • Bacia Sanitária: A bacia sanitária não possui altura adequada para cadeirantes. Porém, aconselha-se a obtenção do assento elevado. Além disso, possui cor branca para se detectar com maior facilidade doenças

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Seguem as vistas 04, 05, 06 e 07, no qual demonstram as dimensões de cada elemento, de acordo com a norma de acessibilidade (ver anexo A).


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Espelho com iluminação frontal

Torneira tipo alavanca

Barras de apoio

Banco articulado de inox

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Iluminação para banho

Barras de apoio

Revestimento diferenciado para permitir noção de profundidade e diferença de uso

Barras de apoio

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Bacia sanitária branca facilita detecção de doenças do sistema urinário


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5.12 SALA DE ESTAR/JANTAR Como solução a espaço pequeno, foi decidida a integração da varanda com a sala para criar ambiente multifuncional e com maior espaço para livre circulação. Além disso, como o tamanho do quarto precisou ser reduzido para possibilitar a realização do banheiro acessível, foi necessária a integração deste com o ambiente da sala de estar/ jantar para acesso ao guarda roupas. • Sofá: o sofá escolhido possui dois lugares e conta com medidas compactas. Possui encosto alto, espuma com maior densidade, ou seja, é considerado um sofá firme, evitando problemas na coluna. • MDF: O material do mdf aplicado dos armários e mesa de jantar é da mesma tonalidade que o dos armários da cozinha, mantendo tons neutros para evitar confusão dos sentidos. • Cadeiras de jantar: Assim como o sofá, as cadeiras possuem assento firme. Além disso, possuem encosto mais alto e braços para apoio. Assim como a divisão interna do mobiliário da cozinha, é necessário verificar o alcance máximo para pessoas que fazem uso da cadeira de rodas (135 a 140cm de altura). Já em relação as alturas das bancadas, devem possuir altura de no máximo 0,85 m, com altura livre inferior de no mínimo 0,73 m.

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ISABELA COSTA BAZZARELLA Iluminação guia por

toda extensão do ambiente

Iluminação para área de alimentação

Contraste entre cores das paredes, piso e teto, para visualização dos diferentes planos

Cortina com automação e fechamento de varanda

Móveis mais lisos e com espuma densa

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Iluminação guia por toda extensão do ambiente

Espaço para vegetação e objetos decorativos

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5.13 QUARTO O mobiliário e layout do quarto foi pensado a fim de buscar maior conforto ao usuário idoso. • Cama: como sugestão, indicou-se o colchão ortopédico. Este é adequado para evitar problemas relacionados a coluna. • Cadeira: a cadeira ao lado da cama serve como apoio para troca de sapatos, assistir televisão, dentre outras funções. • Cabeceira: foi escolhida a cabeceira estofada (evitar acidentes) com LED embutido (auxiliar na iluminação guia). O enfraquecimento muscular e a perda de equilíbrio são fatores naturais no processo de envelhecimento. Entretanto, podem propiciar quedas e fraturas. Desse modo, é preciso que a cama para idoso tenha uma altura mais baixa (45 a 65 centímetros). Isso é importante porque, para sustentar o corpo, se levantar e se deitar com mais segurança, o idoso precisa firmar o pé no chão, encostando todo o solado. Além dos cuidados relacionados à ergonomia, é necessário adicionar grade de proteção ao lado da cama para evitar quedas durante a noite e auxiliar nos movimentos. Outro fator importante a se observar é a proximidade e o caminho livre para o banheiro, já que o excesso de urina durante a noite é comum em idosos.

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Cortina com fechamento automรกtico

Cabeceira estofada

Cadeira para apoio de tarefas

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Grade de apoio


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Iluminação guia de cabeceira

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CONSIDERAÇÕES FINAIS 105


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho possibilitou compreender como se deve pensar ao adequar determinado apartamento com dimensões reduzidas para o público idoso, já que é possível verificar o crescimento da população de idade mais avançada e das moradias compactas. É importante apontar que não se trata de uma moradia para portadores de necessidades especiais. Mas, há necessidade de atender alguns pontos apresentados na norma de acessibilidade (NBR 9050), como altura de mobiliários e bancadas, dimensões dos banheiros e presença de apoios. A partir disso, sabe-se a necessidade de estudar o público alvo e os apartamentos compactos no mercado atual. A adequação deve atender às limitações dos idosos. Assim, foi possível elencar aspectos referentes às limitações físicas dos idosos, dividindo-os em quatro grupos (mobilidade, sentidos, alergias e cuidados preventivos), com a interface do ambiente. Espaços pequenos facilitam a manutenção e limpeza do lar, além de propiciarem o uso de todos os ambientes, proporcionando convívio maior entre os moradores e visitas. Além do layout e medidas propícios para facilitar a autonomia dos idosos, percebeu-se a importância da iluminação adequada para que as tarefas do cotidiano sejam realizadas com maior facilidade. Durante o processo criativo, percebeu-se a importância da aquisição dos projetos complementares (elétrico, hidrossanitário e estrutural), pois estes delimitam até onde pode ocorrer as mudanças adequadas sem prejudicar as instalações prediais. Mesmo apresentando diversas restrições, tanto em relação às dimensões, como às instalações prediais, o apartamento foi modificado conforme as limitações do público alvo. Dessa forma, é possível concluir que, a habitação deve adequar-se ao idoso, e não o idoso modificar seu estilo de vida para morar em determinado local. E, para que isto aconteça, é preciso prever espaços que permitam autonomia em momentos de alterações fisiológicas e corporais.

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REFERÊNCIAS 107


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7 REFERENCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos, Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5413. Iluminância de Interiores, Rio de Janeiro. 1992. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISSO 8995-1. Iluminação de ambientes de trabalho Parte 1: Interior, Rio de Janeiro, 2013. CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA, Comissão Temática de Acessibilidade e Equipamentos. Manual Prático de Acessibilidade. Brasil, 2018. ARAÚJO, L. F. DE; CARVALHO, V. ÂNGELA M. DE L. E. Aspectos SócioHistóricos e Psicológicos da Velhice. Mneme - Revista de Humanidades, v. 6, n. 13, 14 jul. 2010. BARTH, Fernando; VEFAGO, Luiz Henrique; VASCONCELOS, Cláudia. COMPACIDADE DOS ESPAÇOS ARQUITETÔNICOS. MIX Sustentável, [S.l.], v. 3, n. 1, p. 100-108, mar. 2017. ISSN 24473073. BESTETTI, Maria Luisa Trindade. Habitação para idosos. O trabalho do arquiteto, arquitetura e cidade. 2006. Tese (Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, University of São Paulo, São Paulo, 2006. Biasus, Felipe; Demantova, Aline; Vizeu Camargo, Brigido Representações sociais do envelhecimento e da sexualidade para pessoas com mais de 50 anos. Temas em Psicologia, vol. 19, núm. 1, enero, 2011, pp. 319-336 Sociedade Brasileira de Psicologia Ribeirão Preto, Brasil.

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2007. Trabalho realizado no Estágio de Complemento ao Diploma de Licenciatura em Psicologia – Universidade Lusíada do Porto. - http://www. psicologia.pt/artigos/textos/TL0097.pdf CARDOSO, Jorge. Sexualidade e Envelhecimento. Sexualidade e Planeamento Familiar - nº 38/39 - Janeiro/Dezembro 2004. Corrêa Tanure, Carla Maria; Pinheiro Barboza, Janaína; Paixão Amaral, Joanna; Rodrigues Motta, Andréa. A deglutição no processo normal de envelhecimento. Revista CEFAC, vol. 7, núm. 2, abril-junio, 2005, pp. 171177 Instituto Cefac São Paulo, Brasil. De FREITAS, Delfino Oliveira. O processo de envelhecimento da pele do idoso: diagnósticos e intervenções de enfermagem. Porto Alegre, v. 16, edição especial, p. 485-497, 2011. Dos Santos Baraldi, Giovana; de Almeida, Lais Castro; de Carvalho Borges, Alda Cristina. Evolução da perda auditiva no decorrer do envelhecimento. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, vol. 73, núm. 1, enero-febrero, 2007, pp. 64-70 Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial São Paulo, Brasil. ESQUINAZI, Danuza; da SILVA, Sandra Boiça; GUIMARÃES, Marco Antônio. Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento humano e quedas em idosos. Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(2):11-20.2014. Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004. FECHINE, Basílio Rommel Almeida. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Revista científica Internacional InterScience: Edição 20, volume 1, artigo nº 7, Janeiro/Março 2012. Moraes, E.N.; Moraes, F.L. & Lima, S.P.P. (2010). Características Biológicas e Psicológicas do Envelhecimento. Revista Médica de Minas Gerais, 20(1): 67-73. MENDES, Romeu. et al, Envelhecimento e pressão arterial. Acta Med Port. 2008; 21(2):193-198. NETTO, Francisco Luiz de Marchi. Aspectos biológicos e fisiológicos do envelhecimento humano e suas implicações na saúde do idoso. Pensar a Prática 7: 75-84, Mar. 2004.


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APÊNDICES 111


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APÊNDICE A - APARTAMENTO A

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APARTAMENTO A

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APÊNDICE B - APARTAMENTO B

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APARTAMENTO B

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APÊNDICE C - APARTAMENTO C

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APARTAMENTO C

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APÊNDICE D - APARTAMENTO E

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APARTAMENTO E

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APÊNDICE E - APARTAMENTO F

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APARTAMENTO F

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APÊNDICE F - APARTAMENTO G

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APARTAMENTO G

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ANEXOS 124


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ANEXO A - NBR 9050 - SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS

ABNT NBR 9050:2004

7.2.4

Barras de apoio

Todas as barras de apoio utilizadas em sanitários e vestiários devem suportar a resistência a um esforço mínimo de 1,5 KN em qualquer sentido, ter diâmetro entre 3 cm e 4,5 cm, e estar firmemente fixadas em paredes ou divisórias a uma distância mínima destas de 4 cm da face interna da barra. Suas extremidades devem estar fixadas ou justapostas nas paredes ou ter desenvolvimento contínuo até o ponto de fixação com formato recurvado. Quando necessários, os suportes intermediários de fixação devem estar sob a área de empunhadura, garantindo a continuidade de deslocamento das mãos (figura 113). O comprimento e a altura de fixação são determinados em função de sua utilização, conforme 7.3.1.2, 7.3.4.4, 7.3.5.4, 7.3.6.4, 7.3.7.4 e 7.4.3.1 Quando executadas em material metálico, as barras de apoio e seus elementos de fixação e instalação devem ser de material resistente à corrosão, e com aderência, conforme ABNT NBR 10283 e ABNT NBR 11003. Dimensões em centímetros

Figura 113 — Barras de apoio 7.2.5

Piso

O piso dos sanitários e vestiários deve seguir as condições especificadas em 6.1.1.

7.3

Sanitários

7.3.1 7.3.1.1

Bacia sanitária Áreas de transferência

Para instalação de bacias sanitárias devem ser previstas áreas de transferência lateral, perpendicular e diagonal, conforme figura 114. A figura 115 demonstra exemplos de transferência.

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ISABELA COSTA BAZZARELLA ABNT NBR 9050:2004

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7.3.1.2

Localização das barras de apoio

A localização das barras de apoio deve atender às seguintes condições: a) junto à bacia sanitária, na lateral e no fundo, devem ser colocadas barras horizontais para apoio e transferência, com comprimento mínimo de 0,80 m, a 0,75 m de altura do piso acabado (medidos pelos eixos de fixação). A distância entre o eixo da bacia e a face da barra lateral ao vaso deve ser de 0,40 m, estando esta posicionada a uma distância mínima de 0,50 m da borda frontal da bacia. A barra da parede do fundo deve estar a uma distância máxima de 0,11 m da sua face externa à parede e estenderse no mínimo 0,30 m além do eixo da bacia, em direção à parede lateral, conforme figura 116; b) na impossibilidade de instalação de barras nas paredes laterais, são admitidas barras laterais articuladas ou fixas (com fixação na parede de fundo), desde que sejam observados os parâmetros de segurança e dimensionamento estabelecidos conforme 7.2.4, e que estas e seus apoios não interfiram na área de giro e transferência. A distância entre esta barra e o eixo da bacia deve ser de 0,40 m, sendo que sua extremidade deve estar a uma distância mínima de 0,20 m da borda frontal da bacia, conforme figura 117; Figura 114 — Áreas de transferência para bacia sanitária

c) no caso de bacias com caixa acoplada, deve-se garantir a instalação da barra na parede do fundo, de forma a se evitar que a caixa seja utilizada como apoio. A distância mínima entre a face inferior da barra e a tampa da caixa acoplada deve ser de 0,15 m, conforme figura 118.

Figura 116 — Bacia sanitária – Barras de apoio lateral e de fundo

Figura 115 — Exemplos de transferência para bacia sanitária

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS ABNT NBR 9050:2004

ABNT NBR 9050:2004

Figura 120 — Adequação de altura da bacia sanitária alongada 7.3.1.4

Bacia com altura inferior

Quando a bacia tiver altura inferior à estipulada em 7.3.1.3, deve ser ajustada de uma das seguintes formas: Figura 117 — Bacia sanitária – Exemplo de barra de apoio lateral com fixação na parede de fundo

a) instalação de sóculo na base da bacia, devendo acompanhar a projeção da base da bacia não ultrapassando em 0,05 m o seu contorno, conforme figura 121; b) utilização de assento que ajuste a altura final da bacia para a medida estipulada em 7.3.1.3.

Figura 118 — Bacia sanitária com caixa acoplada 7.3.1.3

Altura de instalação

Figura 121 — Adequação de altura da bacia sanitária com sóculo 7.3.1.5

As bacias sanitárias devem estar a uma altura entre 0,43 m e 0,45 m do piso acabado, medidas a partir da borda superior, sem o assento. Com o assento, esta altura deve ser de no máximo 0,46 m, conforme figuras 119 a 121.

Figura 119 — Adequação de altura da bacia sanitária suspensa

Acionamento da descarga

O acionamento da descarga deve estar a uma altura de 1,00 m, do seu eixo ao piso acabado, e ser preferencialmente do tipo alavanca ou com mecanismos automáticos, conforme figura 122. Recomenda-se que a força de acionamento humano seja inferior a 23 N.

Figura 122 — Altura de acionamento da descarga 7.3.2

Boxe para bacia sanitária comum

Os sanitários e vestiários de uso público devem permitir a uma pessoa utilizar todas as peças sanitárias atendendo às medidas das figuras 123 e 124.

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7.3.3.3 Deve ser instalado um lavatório dentro do boxe, em local que não interfira na área de transferência. 7.3.3.4

Quando a porta instalada for do tipo de eixo vertical, ela deve abrir para o lado externo do boxe.

7.3.3.5 Quando instalado em locais de prática de esportes, as portas dos boxes devem atender a 6.9.2.10.

Figura 123 — Boxe com porta abrindo para o interior 7.3.3

Figura 124 — Boxe com porta sanfonada

Boxe para bacia sanitária acessível

7.3.3.6 Recomenda-se a instalação de ducha higiênica ao lado da bacia, dotada de registro de pressão para regulagem da vazão. 7.3.4

7.3.3.1 Os boxes para bacia sanitária devem garantir as áreas para transferência diagonal, lateral e perpendicular, bem como área de manobra para rotação de 180º, conforme figura 125. Quando houver mais de um boxe acessível, as bacias sanitárias, áreas de transferência e barras de apoio devem estar posicionadas de lados diferentes, contemplando todas as formas de transferência para a bacia, conforme 7.3.1.1.

7.3.4.1

Boxes para chuveiro e ducha Área de transferência

Para boxes de chuveiros deve ser prevista área de transferência externa ao boxe, de forma a permitir a aproximação paralela, devendo estender-se no mínimo 0,30 m além da parede onde o banco está fixado, sendo que o local de transposição da cadeira de rodas para o banco deve estar livre de barreiras ou obstáculos, conforme figura 127. Quando houver porta no boxe, esta não deve interferir na transferência da cadeira de rodas para o banco e deve ser de material resistente a impacto.

Figura 127 — Área de transferência para boxe de chuveiro — Exemplo

Figura 125 — Boxe para bacia sanitária - Transferência lateral - Exemplo 7.3.3.2 Em caso de reformas, quando for impraticável a instalação de boxes com as dimensões que atendam às condições acima especificadas, são admissíveis boxes com dimensões mínimas, de forma que atendam pelo menos uma forma de transferência, ou se considere área de manobra externamente ao boxe, conforme figura 126. Neste caso, as portas devem ter 1,00 m de largura.

7.3.4.2

Dimensões mínimas

As dimensões mínimas dos boxes devem ser de 0,90 m por 0,95 m. Os boxes devem ser providos de banco articulado ou removível, com cantos arredondados e superfície antiderrapante impermeável, ter profundidade mínima de 0,45 m, altura de 0,46 m do piso acabado e comprimento mínimo de 0,70 m, conforme figuras 128 a 130. Recomenda-se banco do tipo articulado para cima. O banco e os dispositivos de fixação devem suportar um esforço de 1,5 kN. 7.3.4.3

Comandos

O chuveiro deve ser equipado com desviador para ducha manual e o controle de fluxo (ducha/chuveiro) deve ser na ducha manual. Os registros ou misturadores devem ser do tipo alavanca, preferencialmente de monocomando, e ser instalados a 0,45 m da parede de fixação do banco e a uma altura de 1,00 m do piso acabado. A ducha manual deve estar a 0,30 m da parede de fixação do banco e a uma altura de 1,00 m do piso acabado, conforme figuras 128 a 130. 7.3.4.4

Barras de apoio

Os boxes para chuveiros devem ser providos de barras de apoio verticais, horizontais ou em “L”.

Figura 126 — Boxe para bacia sanitária — Reformas — Área de manobra externa — Exemplo

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Na parede de fixação do banco deve ser instalada uma barra vertical com altura de 0,75 m do piso acabado e comprimento mínimo de 0,70 m, a uma distância de 0,85 m da parede lateral ao banco.

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ADEQUAÇÃO DE APARTAMENTO COMPACTO PARA IDOSOS ABNT NBR 9050:2004

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Na parede lateral ao banco devem ser instaladas duas barras de apoio, uma vertical e outra horizontal ou, alternativamente, uma única barra em “L”, obedecendo aos seguintes parâmetros:

7.3.4.5

Desnível

a)

barra vertical – com comprimento mínimo de 0,70 m, a uma altura de 0,75 m do piso acabado e a uma distância de 0,45 m da borda frontal do banco;

Admite-se que o piso do boxe para chuveiro tenha um desnível máximo de 1,5 cm do restante do sanitário. Quando superiores a 0,5 cm e até 1,5 cm, os desníveis devem ser tratados como rampa, com inclinação máxima de 1:2 (50%), de acordo com 6.1.4.

b)

barra horizontal – com comprimento mínimo de 0,60 m, a uma altura de 0,75 m do piso acabado e a uma distância máxima de 0,20 m da parede de fixação do banco (figuras 128 a 130);

7.3.5

c)

barra em “L” – em substituição às barras vertical e horizontal, com segmentos das barras de 0,70 m de comprimento mínimo, a uma altura de 0,75 m do piso acabado no segmento horizontal e a uma distância de 0,45 m da borda frontal do banco no segmento vertical, conforme figuras 128 a 130.

Banheira

7.3.5.1 Deve ser prevista área de transferência lateral, de forma a permitir aproximação paralela à banheira, devendo estender-se 0,30 m mínimo além da parede da cabeceira. A transferência pode ser feita das seguintes formas: a) plataformas fixas niveladas com sua cabeceira, com profundidade mínima de 0,40 m e comprimento igual à extensão total da cabeceira. É aconselhável a existência de parede ao fundo desta plataforma, para servir como encosto; b) plataformas móveis para transferência (figuras 131 e 132).

Figura 128 — Boxe para chuveiro com barras vertical e horizontal – Exemplo Figura 131 — Plataforma fixa para transferência

Figura 132 — Plataforma para transferência móvel

Figura 129 — Boxe para chuveiro com barra de apoio em L - Exemplo 7.3.5.2

A altura da banheira deve ser de 0,46 m do piso acabado.

7.3.5.3 Os registros ou misturadores devem ser do tipo alavanca, preferencialmente de monocomando, e estar a uma altura de 0,75 m do piso acabado. Recomenda-se que estejam posicionados na parede lateral à banheira.

a) Exemplo A

b) Exemplo B

7.3.5.4 A banheira deve ser provida de duas barras de apoio horizontais e uma vertical. A barra vertical deve estar fixada a uma altura de 0,10 m da borda, com comprimento mínimo de 0,70 m, alinhada à face externa da banheira e do mesmo lado da plataforma. As barras horizontais devem ter comprimento mínimo de 0,80 m e ser fixadas na parede de fundo. A barra horizontal inferior deve estar alinhada à cabeceira da banheira, com altura de 0,10 m da borda, e a superior deve estender-se 0,10 m além da cabeceira (sobre a plataforma), com altura de 0,30 m da borda, conforme figura 133.

Figura 130 — Perspectiva do boxe com as barras de apoio

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ISABELA COSTA BAZZARELLA ABNT NBR 9050:2004

Figura 133 — Banheira — Exemplo 7.3.5.5 A plataforma para transferência, bem como o fundo da banheira, devem ter superfície antiderrapante, não devendo ser excessivamente abrasiva. 7.3.5.6 7.3.6

A existência da banheira acessível não elimina a necessidade do boxe acessível para chuveiro. Lavatório

7.3.6.1 Deve ser prevista área de aproximação frontal para P.M.R., conforme figura 134, e para P.C.R., conforme figura 135, devendo estender-se até o mínimo de 0,25 m sob o lavatório.

Figura 134 — Área de aproximação para P.M.R.

Figura 135 — Área de aproximação para P.C.R.

7.3.6.2 Os lavatórios devem ser suspensos, sendo que sua borda superior deve estar a uma altura de 0,78 m a 0,80 m do piso acabado e respeitando uma altura livre mínima de 0,73 m na sua parte inferior frontal. O sifão e a tubulação devem estar situados a no mínimo 0,25 m da face externa frontal e ter dispositivo de proteção do tipo coluna suspensa ou similar. Não é permitida a utilização de colunas até o piso ou gabinetes. Sob o lavatório não deve haver elementos com superfícies cortantes ou abrasivas. 7.3.6.3 As torneiras de lavatórios devem ser acionadas por alavanca, sensor eletrônico ou dispositivos equivalentes. Quando forem utilizados misturadores, estes devem ser preferencialmente de monocomando. O comando da torneira deve estar no máximo a 0,50 m da face externa frontal do lavatório, conforme figura 136. 7.3.6.4 Devem ser instaladas barras de apoio junto ao lavatório, na altura do mesmo, conforme exemplos da figura 136.

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