Maconaria [manual do aprendiz franco macom]

Page 68

força primeira da qual podem se considerar originárias todas as demais forças, e portanto aquela que a todas pode dominar, atrair e dirigir. Devemos entretanto, precaver-nos dos excessos aos quais poderão nos conduzir o culto exagerado da faculdade volitiva, uma vez que os resultados desta Força soberana entre todas as forças cósmicas podem também ser destrutivos, quando essa força não for aplicada e dirigida construtivamente por meio do discernimento necessário à sua manifestação mais harmônica, de acordo com a Unidade de tudo o que existe. Pois assim, como o malho utilizado sem o auxílio do cinzel, instrumento que concentra e dirige a força daquele em harmonia com os propósitos da obra, poderá facilmente destruir a pedra em vez de aproximá-la da forma ideal de sua finalidade assim igualmente a Vontade que não é acompanhada do claro discernimento da Verdade não pode nunca manifestar seus efeitos mais sutis, benéficos e duradouros. O propósito inteligente que deve dirigir a ação da vontade é aquilo que é representado exatamente pelo cinzel, como instrumento que complementa o malho na Obra maçônica. Essa faculdade que determina a linha de ação de nosso potencial volitivo não é menos importante uma vez que de sua justa aplicação, iluminada pela Sabedoria que é manifestada como discernimento e visão geral, dependem inteiramente a qualidade e a bondade intrínsecas do resultado: ou uma formosa obra de arte sobre a qual se concentra a admiração dos séculos, ou então a obra tosca e mal formada que revela uma imaginação enferma e um discernimento ainda rudimentar. Para que a ação combinada de ambos os instrumentos seja realmente maçônica, isto é, útil e benéfica para o propósito da evolução individual e cósmica, ela deve ser constantemente comprovada e dirigida pelo Esquadro da Lei ou norma de retidão, cujo ângulo reto representa a retidão de nossa visão, que nos coloca em harmonia com todos os nossos semelhantes fazendo-nos progredir retamente na Senda do Bem. Esta atividade eminentemente diretora do Esquadro, que representa e expressa a Sabedoria, faz dele o símbolo mais apropriado do Ven. Mestre, assim como o malho, emblema da Força, pode ser atribuído ao 1° Vigilante, e o cinzel, produtor da Beleza, ao Segundo. Assim como a atividade combinada dos três instrumentos é indispensável à obra maçônica, da mesma forma a cooperação mais completa das três luzes da Loja e indispensável para que esta possa desenvolver um trabalho realmente fecundo.

IDEAL Os dois Vigilantes representam também, respectivamente, o nível e o prumo. Este último principalmente diz respeito ao Aprendiz, ao demonstrar a direção vertical de seus esforços e de suas aspirações, para realizar o que há de mais elevado em seu ser e em suas potencialidades latentes. Este esforço, em sentido oposto à gravidade dos instintos, é o que caracteriza o maçom no seu desejo de aperfeiçoamento. Sua mira deve, pois, dirigir-se constantemente ao Ideal mais elevado de sua alma, para realizá-lo em cada pensamento, palavra e ação. Assim, como a planta cresce e progride por meio de seus esforços verticais, também, nós ao fixarmos nosso olhar no Ideal que nos revela a verdadeira luz, cresceremos em sua direção e chegaremos a encarnálo, avançando na senda de nosso progresso individual. Este é o uso que devemos fazer do prumo para erigir o simbólico Templo à Glória do Grande Arquiteto, do qual procedem nossas mais elevadas aspirações: o Templo que construímos ou erguemos em nosso


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.