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SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


2 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP Núcleo de Documentação e Informação do Instituto de Saúde

Sistema de Monitoramento e Avaliação do SUS a partir da Atenção Básica no Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Saúde, 2006. 84 p. (Temas em Saúde Coletiva, 4) ISBN 85 - 88169-07 - x 1. Avaliação 2. Serviços de Saúde 3. Diagnóstico da Situação em Saúde I. Instituto de Saúde. II. Título. III. Série.


SUMÁRIO INTRODUÇÃO

10 A evolução da política de saúde no Brasil: um breve histórico 12 Conceito de Atenção Básica 14 Conceitos de avaliação e monitoramento 17 Por que um sistema de monitoramento do SUS a partir da Atenção Básica no Estado de São Paulo?

19 Objetivos do sistema de monitoramento 19 Proposta do sistema de monitoramento do SUS a partir da Atenção Básica 20 Dimensões do sistema de monitoramento do SUS a partir da Atenção Básica INDICADORES DE MONITORAMENTO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA: CONCEITOS, CÁLCULOS, INTERPRETAÇÕES

24 MATRIZ I

k Objetivo: avaliar a resolubilidade dos serviços básicos de atenção

40 MATRIZ II

k Objetivo: avaliar o cumprimento do planejamento

44 MATRIZ III

k Objetivo: avaliar o cumprimento da programação

58 MATRIZ IV

k Objetivo: avaliar o cumprimento da regulação

66 MATRIZ V

k Objetivo: avaliar a resolubilidade da descentralização, regionalização e financiamento do SUS

74 MATRIZ VI

k Objetivo: Avaliar a resolubilidade do sistema de saúde em relação à gestão do trabalho e à educação na saúde

81 Bibliografia


INSTITUIÇÕES DO PROJETO k Instituto de Saúde da Coordenadoria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (IS) k Coordenadoria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (CCTIES) k Coordenadoria de Planejamento de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (CPS) k Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (CCD) k Coordenadoria de Regiões de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (CRS) k Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (CRH) k Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (COSEMS-SP) k Grupo Técnico de Atenção Básica da Comissão Intergestores Bipartite k Diretorias Regionais de Saúde – Osasco; São José do Rio Preto; Assis; Botucatu; Ribeirão Preto; Mogi das Cruzes

COORDENAÇÃO GERAL k Alexandre Grangeiro – Diretor Técnico do Instituto de Saúde

COLEGIADO GESTOR k Alexandre Grangeiro – Coordenador k Iramaia Aparecida Luvisotto Colaiacovo - CRS k Helena Caruso Torres - CRS k Suely Vallim - CPS k Marta Fenley Azenha - CCTIES k Adilson Soares - CCD k Arnaldo Sala - CRH k Rosa Maria Barros - CRS k Paulo Monteiro - IS k Luiza Sterman Heimann - IS k Grupo Técnico de AB da Comissão Intergestores Bipartite (Rosa Maria Barros – CRS, Suely Vallim – CPS, Helena Caruso Torres – CRS, e representantes do COSEMS: Eduardo Dall’Lacqua; Rosebel de Alencar C. Lupoli, Marcos da Silveira Franco)

GRUPOS TÉCNICOS 1. Formação k Arnaldo Sala – CRH k Paulo Monteiro – IS k Karina Calife – CRH k Suely Vallim – CPS k Helena Caruso Torres – CRS k Otília Simões – CRH k Representante do COSEMS (Secretários Municipais de Saúde de Praia Grande, Guará e Guarulhos) 2. Sistema de Monitoramento k Luiza Sterman Heimann – Coordenadora – IS k Jorge Kayano – Co-coordenador – IS k Maria Mercedes Loureiro Escuder – IS k Anna Volochko – IS k Silvia Saldiva – IS k Sonia Venâncio – IS k Paulo Monteiro – IS k Carlos Botazzo – IS k Tereza Rosa – IS k Suely Vallim – CPS k Representantes do COSEMS k Representantes das Direções Regionais de Saúde: Osasco, São José do Rio Preto, Assis, Botucatu, Mogi das Cruzes e Ribeirão Preto. 3. Sistema de Informação k Michel Naffah Filho - CPS k Jorge Kayano - IS k Adilson Soares - CCD

APOIO ADMINISTRATIVO k Instituto de Saúde


ORGANOGRAMA COLEGIADO GESTOR

Instituições Executoras do Projeto

Instituições de Acompanhamento do Projeto

Instituto de Saúde

Gabinete da SES/SP

CCTIES

CIB - GT da Atenção Básica

CPS

COSEMS

CCD CRS CRH DIR COSEMS

Sub-projeto e Resultados Esperados Sistema de Monitoramento do SUS/SP a partir da Atenção Básica Estudos e Pesquisa para Avaliação da Atenção Básica Melhoria da Informação em Saúde no SUS/SP Rede de Inovações em Atenção Básica Fortalecimento institucional da SES para avaliação e monitoramento Formação para o Fortalecimento da Capacidade Gestora das Diretorias Regionais de Saúde e Municípios (ensino à distância no SUS/SP)



INTRODUÇÃO Este texto traz algumas reflexões sobre as mudanças ocorridas na Política de Saúde no Brasil nos últimos anos e suas implicações nas propostas de organização da Atenção Básica (AB). Discutem-se aqui conceitos de Atenção Básica, Avaliação e Monitoramento e, ao mesmo tempo, justifica-se a importância de institucionalizar o monitoramento da AB no âmbito da SES-SP. É ainda apresentada uma proposta de indicadores.


A EVOLUÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL: UM BREVE HISTÓRICO Até meados do século XIX, a atuação do Estado brasileiro na área da saúde era voltada à supervisão da prática de médicos e cirurgiões e para o saneamento e controle de doenças em espaços de circulação de mercadorias, como portos e principais cidades do país. Se por um lado – e sobretudo após a Proclamação da República – este enfoque garantiu o controle do espaço urbano nas regiões de importância econômica, por outro, um expressivo contingente populacional permanecia à margem das políticas de atenção à saúde, sem que houvesse uma organização de serviços públicos em moldes amplos. Foi apenas no início do século XX que surgiu a Diretoria Geral de Saúde Pública, fundada por Oswaldo Cruz. Entre outras atribuições, ela tinha o objetivo de preparar “campanhas” (de forma semelhante às militares), isolando os portadores de doenças contagiosas e obrigando o emprego de práticas profiláticas e de imunização. Também nessa época (1923), iniciou-se a institucionalização da Previdência Social, com o desenvolvimento das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) e, posteriormente, dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP). Em 1942, foi criada a Fundação SESP (Serviços Especiais de Saúde Pública), órgão patrocinado pela Fundação Rockfeller, que visava o saneamento do meio ambiente e a assistência médica em determinadas áreas do país. Somente em 1975 é que foi realizada a unificação de todos os institutos de aposentadoria em uma única instituição estatal: o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS). Dessa forma, consolidou-se o modelo brasileiro de seguro social e de prestação de serviços de saúde, com foco na assistência médica, de viés hospitalocêntrico e caráter privatista, onde o Estado emergia como grande financiador do sistema por meio da Previdência Social – sendo o setor privado o maior prestador de serviços (BRAGA & GOES DE PAULA, 1986; FLEURY TEIXEIRA & OLIVEIRA, 1985; NARVAI, 1994; GROISMAN, 2005). Em 1986, a VIII Conferência Nacional de Saúde propôs um novo conceito de seguridade social, no qual a saúde era traduzida como “direito de todos e dever do Estado”. Foram apresentados também princípios e diretrizes para a organização do Sistema Nacional de Saúde de acordo com os pressupostos da Reforma Sanitária brasileira e que foram posteriormente assegurados na Constituição Federal de 1988. As reformas do Estado brasileiro, a partir de então, deram uma nova configuração à organização dos serviços públicos. As bases dessa reforma, que começaram a ser estruturadas na década de 1990, estavam apoiadas em um novo desenho das políticas sociais e de seguridade social, combinadas com uma ampla proposta de reorganização da prestação de serviços. Nesse contexto de reforma é elaborado o maior programa de inclusão social já realizado no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS). Regulamentado pela lei nº 8080 de setembro de 1990, o SUS tem como eixo central garantir a todos os cidadãos a atenção à saúde, assegurando que o acesso seja universal, integral e igualitário. Essa atenção deve ser oferecida de forma qualificada e continuada por meio de medidas de promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação. Sua organização inclui um sistema de gestão partilhado entre as três esferas de governo e representações da sociedade. A realização dos princípios constitucionais do 10 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


SUS implica conquistas na organização do sistema em toda a sua complexidade, para a garantia da universalidade, da integralidade, da eqüidade e do controle social. A implantação do SUS, a partir dos princípios doutrinários citados acima, tem como diretrizes organizativas a regionalização, a hierarquização e a descentralização. A década de 1990 foi marcada pelo avanço da descentralização no setor da saúde no Brasil. A esfera municipal, em particular, torna-se a principal responsável pela gestão da rede de serviços de saúde no país – ainda que de forma lenta, gradual e negociada, a partir das Normas Operacionais Básicas (NOB/93 e NOB/96) – e, conseqüentemente, pela prestação direta da maioria das ações e dos programas de saúde (BODSTEIN, 2002). A partir de 1998, ano em que a NOB/96 efetivamente entrou em vigor, houve uma ampliação no ritmo e no alcance do processo descentralizador. No final de 2000, 99% dos municípios brasileiros já se enquadravam em alguma modalidade de gestão definida pelo Ministério da Saúde (MS) (Plena do Sistema e Plena da Atenção Básica) e, desse total, 89,5% estavam habilitados na condição Plena da Atenção Básica (LEVCOVITZ et al, 2001). O governo federal passa, então, a priorizar a garantia do atendimento básico em saúde, com a introdução do Piso da Atenção Básica (PAB), mecanismo que dissocia a produção do faturamento, característica central do sistema anterior. O PAB introduziu outra lógica no financiamento da assistência à saúde, trazendo importantes inovações ao estabelecer que uma parcela dos recursos federais, ainda que pequena, fosse diretamente alocada para custeio de procedimentos básicos em atenção primária – uma clara tentativa de criar uma porta de entrada para a rede municipal de saúde. A expectativa era que o PAB pudesse impulsionar uma mudança lenta e gradual no modelo assistencial, produzindo melhorias no acesso e na qualidade do atendimento prestado na rede pública (BODSTEIN, 2002). É importante ressaltar que um mecanismo eficaz utilizado pelo governo federal para priorizar a atenção básica foi o incentivo ao Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e ao Programa de Saúde da Família (PSF), por meio de aportes financeiros e de suporte técnico aos municípios. Inicialmente, o governo federal assumiu como prioridade dentro da agenda setorial a implementação dos PACS (existente nos Estados nordestinos desde 1991), que tinha por objetivo estender a cobertura do sistema público de saúde às populações rurais e às periferias urbanas, especialmente para a parcela materno-infantil. A partir de 1994, em um contexto de mobilização dos secretários municipais de saúde em torno da atenção básica, o governo federal utilizou a implantação do PSF como estratégia de mudança do modelo de assistência à saúde no país, prevendo um impacto na reestruturação em todos os níveis de atendimento. A adequação do programa para o contexto nordestino parece inquestionável. Já sua viabilidade e adaptação à realidade de grandes áreas de periferia urbana, como é o caso do Estado de São Paulo, onde a concentração espacial da população significa também concentração de carências, geram novas questões e merecem ser objeto de investigação.

INTRODUÇÃO

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CONCEITO DE ATENÇÃO BÁSICA A catalogação da atenção primária ou atenção básica como doutrina ocorreu na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em 1978 em Alma-Ata, no Cazaquistão, com o patrocínio da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância. Um dos eventos mais significativos para a saúde pública em termos mundiais, a Declaração de Alma-Ata representou uma ruptura radical com o pensamento convencional sobre saúde (GROISMAN, 2005). A experiência acumulada, especialmente no continente americano, nos processos de instrumentação da atenção primária permite constatar a coexistência de diversas interpretações de seu significado, o que traz implicações concretas em relação aos seus aspectos operacionais (MENDES, 1999). Segundo STARFIELD (2001), a Atenção Primária à Saúde é uma estratégia organizativa da atenção à saúde, definida pelos princípios e diretrizes que esses serviços devem proporcionar, como: k atenção generalizada sem restrição a grupos de idade, gênero ou problemas de saúde; k atenção acessível, integrada e continuada, por meio de trabalho em equipe; k atenção centrada na pessoa e não na enfermidade; k atenção orientada à família e à comunidade; k atenção coordenada que inclui o acompanhamento do usuário nos outros níveis de atenção; k atenção constante aos usuários nos aspectos relacionados à saúde e ao bem-estar.

É importante realizar um detalhamento conceitual do termo Atenção Básica (AB), adotado no Brasil para expressar os fundamentos e objetivos da atenção primária à saúde. Um conceito de atenção básica compatível com o SUS, sistema de saúde que adota os princípios da eqüidade, da universalidade e da integralidade da atenção, não pode ser interpretado como um “programa seletivo, com objetivos restritos, para satisfazer necessidades elementares de grupos sociais em situação de pobreza, e intervenção de recursos de baixa densidade tecnológica, sem possibilidade de acesso aos níveis secundário e terciário” (MENDES, 2001). Por isso, neste projeto, foi feita a opção de adotar a definição de AB proposta pelo Ministério da Saúde (2006):

A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde

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de maior freqüência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da eqüidade e da participação social” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A atenção básica envolve, portanto, ações dotadas de grande complexidade, uma vez que essas agregam conhecimentos e práticas oriundos de diferentes áreas, como biologia, medicina, psicologia, educação e sociologia. Apesar de complexas, essas ações incorporam tecnologias de pequeno custo financeiro direto. Isso porque a maior parte dos problemas sobre os quais elas incidem não exigem equipamentos e procedimentos de alto custo financeiro (baixa capitalização dos gastos). Ela é o ponto de contato preferencial do usuário com o sistema de saúde, com capacidade de reconhecer e resolver, em âmbito próprio ou por meio de referenciamento, as diferentes necessidades e demandas em saúde da população de sua base territorial. Portanto, é preciso que a atenção básica tenha uma organização que responda de forma integral e integrada a essas necessidades A Atenção Básica é o ponto de e demandas, alocando-as em um nível ótimo de contato preferencial do usuário complexidade e densidade tecnológica. com o sistema de saúde, com

capacidade de reconhecer e resolver Dessa forma, a atenção básica assume as tareas necessidades e demandas em fas de reconhecer necessidades e demandas de saúde da população uma base populacional (função de porta de entrada) e de prover acesso ao nível ótimo de atenção – seja na própria rede básica ou em algum dos outros níveis de maior densidade tecnológica do sistema (função de referência e contra-referência). Essa função estruturante do sistema rompe com a idéia de que a atenção básica se resume a um conjunto de ações de baixa complexidade e de baixo custo, isolada dos níveis mais complexos de atenção à saúde, em que há maior custo e densidade tecnológica. Diferentes interpretações de atenção se devem, por um lado, às ingerências originárias das pressões dos setores contrários à plena implantação de um sistema nacional público de saúde, universalista, integralizado e equânime; e por outro, à incapacidade de se construir uma real mudança no modo de produzir saúde, para que se possa superar o modelo centrado na produção de procedimentos médicos (MERHY & BUENO,1997). É possível descrever a atual proposição da atenção básica e suas articulações com a atenção secundária e terciária como uma rede, na qual cada nó possui competências distintas, relacionadas à atenção primária, secundária ou terciária, com alocação diferenciada de recursos tecnológicos. Cabe ainda a cada nó discernir qual o grau de complexidade e densidade tecnológica necessários para a resolução das demandas (individual ou coletiva), referenciando cada INTRODUÇÃO

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uma delas para o nó adequado. Sob essa perspectiva, não há uma única e exclusiva porta de entrada para o sistema, mas sim fluxos multidirecionais de referenciamento e contra-referenciamento das demandas, o que exige uma efetiva integração entre cada ponto da rede. No Brasil, os programas que compõem a Atenção Básica são: k Programa de Saúde da Família – PSF; k Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS; k Assistência Farmacêutica Básica; k Ações de Vigilância Sanitária; k Ações de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças. Além desses, existem alguns programas considerados estratégicos pelo Ministério da Saúde e que devem ser desenvolvidos neste nível de atenção: k Ações de Saúde da Criança; k Ações de Saúde da Mulher; k Ações de Saúde Bucal; k Controle da Tuberculose; k Eliminação da Hanseníase; k Controle da Hipertensão; k Controle do Diabetes Mellitus.

CONCEITOS DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Para a reflexão sobre os conceitos de Avaliação e Monitoramento, a referência utilizada foi o texto “Subsídios para organizar avaliações da ação governamental” – Ipea, TD 776 (GARCIA, 2001). Vale lembrar que, devido à inexistência de uma cultura de avaliação no serviço público – em todas as esferas de governo –, a implantação de mecanismos de análise como instrumento essencial de governo encontra-se ainda em processo de formação. Assim, quando se parte da idéia de que a própria avaliação não é uma cultura incorporada, percebe-se que a instauração de um sistema de monitoramento, que faz parte da avaliação, impõe desafios ainda maiores. Avaliação

Avaliar deriva de valia que significa valor. Portanto, avaliação corresponde ao ato de determinar o valor de alguma coisa. A todo o momento o ser humano avalia os elementos da realidade que o cerca. A avaliação é uma operação mental que integra o seu próprio pensamento – as avaliações que faz orientam ou reorientam sua conduta” (SILVA, 1992, In GARCIA, 2001).

Seja individual ou socialmente, de uma perspectiva privada, pública ou estatal, avaliar significa determinar o valor, a importância de alguma coisa. Avaliar sempre será, então, exercer julgamento sobre ações, comportamentos, atitudes ou realizações humanas, não importa se produzidas individual, grupal ou institucionalmente. 14 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


No ambiente governamental: A avaliação interessará como um instrumento de gestão do setor público apenas se ela se encaixar nos processos reais de tomada de decisão, isto é, nos processos que estão inseridos na realidade das políticas e instituições e são sempre afetados pela escassez das informações necessárias. Nestas, forças múltiplas além da informação influenciam a tomada de decisão e a oportunidade da informação é crucial” (Conforme Rist, 1993, citado por Capitani, 1993, pág. 6, In GARCIA, 2001). A avaliação será um elemento fundamental na condução de políticas, programas e projetos se, juntamente com outras fontes de informação de mesma natureza – como análise de contexto, pesquisa socioeconômica por problemas, execução orçamentária e contabilidade pública –, integrar-se no processo decisório. Para isso, é necessário que seja consistente com os processos de produção institucionais, com a cultura organizacional, com a dinâmica de tomada de decisões própria de cada instituição e que se insira com naturalidade no ciclo de criação e internalização de conhecimento da organização (GARCIA, 2001). Avaliação é uma operação na qual é julgado o valor de uma iniciativa organizacional, a partir de um quadro referencial ou de um padrão comparativo previamente definidos. Pode-se considerá-la, também, como um mecanismo para constatar a presença ou a quantidade de um valor desejado nos resultados de uma ação empreendida para obtê-lo, tendo como base um quadro referencial ou critérios de aceitabilidade pretendidos. No âmbito específico do Setor Saúde, “as atividades de avaliação realizadas a partir das informações produzidas no cotidiano da atenção – apesar de insuficientes para apreender todas as mudanças desejáveis – são essenciais para a orientação dos processos de implantação, consolidação e reformulação das práticas de saúde, à medida que permitem monitorar a situação de saúde da população, o trabalho em saúde e os resultados das ações" (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Ao propor uma metodologia de avaliação dos sistemas de saúde, vários autores ressaltam a sua vinculação com os modelos assistenciais vigentes. Essa metodologia expressa também funções do Estado no setor, bem como a variabilidade de definições, de conceitos e de categorias utilizadas na análise dos sistemas de saúde (JUNQUEIRA, 2004; FIOCRUZ, 2003). No relatório sobre a situação mundial de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2000, a definição de sistemas de saúde abrange todas as atividades cujo propósito essencial é promover, restaurar ou manter a saúde. Para a FIOCRUZ (2003), o objetivo central de um sistema de saúde deve ser melhorar a saúde da população. Cabe ainda ressaltar a observação de Navarro sobre o equívoco de se vincular de forma acrítica o nível de saúde de uma população aos serviços médicos e à limitação de gastos nos sistemas de atenção à saúde, deixando em plano secundário os determinantes sociais, econômicos, culturais e políticos na distribuição dos agravos e mortes (NAVARRO, 2000). A avaliação de um sistema de saúde depende da clareza dos princípios, objetivos e metas desses INTRODUÇÃO

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próprios sistemas, além da seleção das dimensões que poderiam ser objeto da avaliação. A atenção básica não está imune a esse movimento. Nesse processo, uma das dificuldades é definir o “produto” da operação de um serviço de saúde. Para Starfield (2002) “na atenção primária, muitos dos problemas dos pacientes são tão pouco compreendidos que a natureza de seu curso ou progressão é desconhecida. Diferentemente da área hospitalar, em que uma admissão pode ter um ponto de entrada e de saída mais claros e os resultados podem ser mais facilmente descritos, no ambiente ambulatorial é difícil definir e até medir o produto. Desde o final dos anos 1980 e início dos 1990, com o advento das reformas dos sistemas de saúde em muitos países, surgiram estudos avaliativos dirigidos ao desempenho global da rede de atenção primária, e não restritos aos aspectos assistenciais de serviços isolados. Entre eles, pode-se citar Murrey e Jolley (1999), na Austrália; Conill (2002), no Brasil; Koppel et al (2003), na Estônia; Villalbi et al (2003), na Espanha. Em recente revisão das evidências sobre a contribuição da atenção primária para os sistemas de saúde e para a saúde populacional, ficou evidente que ela ajuda a prevenir doenças e mortes e que está diretamente associada a uma distribuição mais equânime da saúde na população. Uma questão que deve ser abordada na avaliação em atenção básica é a natureza e o desenho da própria avaliação a ser desenvolvida, as categorias avaliativas a serem consideradas e as metodologias mais adequadas para isso. Para Bodestein (2002), “(...) é no nível municipal que ocorre o processo de implementação da política de Atenção Básica, gerando efeitos de difícil avaliação, dada a diversidade de contextos locais”. A autora enfatiza a importância de avaliar “processos e resultados intermediários voltados para o desempenho institucional, que pode ser traduzido em vontade política e compromisso público, capacidade de gestão e maior controle e participação social, mais do que exatamente efeitos ou impactos mais diretos sobre a oferta de serviços”.

Monitoramento O monitoramento é um processo sistemático e contínuo que, ao produzir informações sintéticas e em tempo eficaz, permite a rápida avaliação situacional e a intervenção oportuna que confirma ou corrige as ações monitoradas.

O monitoramento da gestão pública responde ao seguinte princípio elementar: não se pode conduzir com eficácia se o dirigente não conhece de maneira contínua e a mais objetiva possível os sinais vitais do processo que lidera e da situação na qual intervém. Um sistema de informações casuístico, parcial, assistemático, atrasado, inseguro, disperso e sobrecarregado de dados primários irrelevantes, é um aparato sensorial defeituoso que limita severamente a capacidade de uma organização para sintonizar-se com os processos concretos, identificar os problemas atuais e potenciais, avaliar os resultados da ação e corrigir oportunamente os desvios com respeito aos objetivos traçados” (MATUS, 1994, pág. 2 In GARCIA, 2001).

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Quem não monitora os problemas que deve resolver e o resultado das ações com as quais pretende enfrentá-los não sabe como as medidas adotadas se desenrolam nem que mudanças elas provocaram. Enfim, não é possível avaliar a eficácia das intervenções. Para monitorar, é necessário tornar o problema preciso, demarcá-lo e medi-lo com rigor, conhecer suas principais determinações e desenhar soluções específicas capazes de eliminar ou minimizar as causas fundamentais que o geram. Ao implementar ações, deverão ser produzidos O objetivo essencial de um sistema indicadores pertinentes (úteis para quem resde monitoramento é verificar ponde por sua execução) e, portanto, passíveis o nível de cumprimento de de serem trabalhados (analisados e avaliados). determinados compromissos Assim, eles poderão informar quem tem o assumidos pelo gestor, sejam dever de coordenar essas ações e o poder de eles públicos ou institucionais corrigi-las, caso necessário. O monitoramento é, assim, um requisito imprescindível para que o exercício da avaliação possa ser um instrumento de gestão. Quem monitora, avalia. Quem avalia, confirma ou corrige, exercendo o poder de dirigir consciente e direcionalmente. Para fazer um monitoramento, no entanto, é preciso que haja produção sistemática e automatizada de informações relevantes, precisas e sintéticas. Esses dados devem ser oportunos para lidar com cada processo particular, com as peculiaridades que lhe são próprias. E eles somente poderão existir se a ação tiver sido desenhada e programada de forma que englobe a produção de informações apropriadas e em um ritmo adequado à tomada de decisões. O objetivo essencial de um sistema de monitoramento é verificar o nível de cumprimento de determinados compromissos assumidos pelo gestor, sejam eles públicos ou institucionais. Por isso, os processos avaliativos podem ser incorporados e encarados como mecanismos de avaliação de desempenho de gestão. Para obter uma avaliação de desempenho é necessário deixar explícito – de forma precisa – a que se refere a avaliação e quais aspectos desse desempenho são relevantes. Uma possível definição de desempenho “é o resgate do compromisso de execução de uma programação formalmente estabelecida como desejável e factível, a partir de parâmetros confiáveis surgidos da aplicação do conhecimento técnico-científico sobre a experiência prática” (GARCIA,2001).

POR QUE UM SISTEMA DE MONITORAMENTO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO? Com o processo de municipalização da saúde iniciado pela atenção básica há quase duas décadas, o nível estadual de gestão do SUS passou a priorizar a assistência de média e alta complexidade e, gradativamente, afastou-se da AB, realizando-a de forma mais lenta no que diz respeito às ações de vigilância. INTRODUÇÃO

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A necessidade da retomada da importância do gestor estadual em relação às questões da atenção básica, porém, se evidencia a partir da NOB/96, e da criação do PAB – Piso da Atenção Básica, em 1998. Em 1999, o Ministério da Saúde (MS) formou o Pacto da Atenção Básica, em uma tentativa de avaliar e acompanhar metas estabelecidas pelas três esferas de gestão do SUS, a partir de indicadores de saúde, predominantemente de resultados. Apesar de ser uma ferramenta de grande potencial, o Pacto da AB teve uma execução burocrática. Isso porque não estava conectado a um plano de ações, a intervenções com metas para processos que pudessem refletir melhorias nos indicadores a médio prazo. Ele tampouco implicava em propostas efetivas dos Estados de discutir o seu papel frente à AB nem em expectativas dos municípios para essa retomada. A ênfase dada ao Programa de Saúde da Família como uma estratégia para mudança de paradigmas na atenção básica, a partir do fim dos anos 1990, recolocou a importância deste nível de atenção na organização. Em 2003, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS), com o apoio do MS, realizou dois eventos fundamentais para que a discussão em torno das responsabilidades estaduais com a atenção básica emergisse. Como resultado desses eventos, foram publicados os documentos “Carta de Aracaju” e “Consensos sobre a Atenção Básica”. Nesse mesmo ano, formou-se um grupo tripartite para desenvolver uma proposta de avaliação da AB, o que culminou em um documento publicado, mas sem a aprovação da tripartite. Em 2004, foi assinado o Acordo de Empréstimo com o Banco Mundial para a Expansão da Estratégia Saúde da Família em municípios com mais de 100.000 habitantes. Um dos componentes do acordo destinava recursos para os Estados instituírem e institucionalizarem o monitoramento e a avaliação da atenção básica no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Esses movimentos, aliados à compreensão pelos gestores municipais e estaduais de que o Estado tem um papel a desempenhar na atenção básica e de que é justamente ela que estrutura o sistema de saúde, fizeram com que os Estados fossem responsabilizados pelo apoio Na maioria dos Estados, há técnico, financiamento, avaliação, monitoraatualmente equipes técnicas das mento, pactuações e regulação da AB. SES que precisam ser capacitadas

para exercer o seu papel e obter instrumentos que melhorem sua habilidade de gestão

Na maioria dos Estados, há atualmente equipes técnicas das SES que precisam ser capacitadas para exercer o seu papel de gestor da atenção básica e obter instrumentos que melhorem sua habilidade de gestão. Por isso, é necessário um sistema de monitoramento pensado e construído a partir da AB, com flexibilidade suficiente para comportar diferenças regionais. Esse sistema de monitoramento deve: k induzir a formação de consensos, princípios, formas de organização, processos e resultados

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esperados na AB; k ser um instrumento de gestão estadual; k gerar padronização para comparações entre municípios, regiões e macrorregiões; k permitir a identificação de iniqüidades regionais e no Estado (haverá a partir da regulamentação das “Diretrizes para a Operacionalização dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão”, recursos adicionais no valor de 5% do PAB fixo para compensação entre regiões. O sistema precisa sinalizar as diferenças para instrumentalizar a CIB); k evidenciar as diferenças de qualidade e resolubilidade de serviços na AB; k realçar as diferenças de oferta de serviços para o referenciamento; k indicar a necessidade de ajustes na organização da AB nos municípios; k retroalimentar os planos municipais, regionais e estaduais de saúde; k subsidiar a discussão política de saúde nos níveis regionais e central.

OBJETIVOS DO SISTEMA DE MONITORAMENTO Geral k Institucionalizar o processo de Avaliação e Monitoramento do SUS a partir da Atenção Básica no Estado de São Paulo. Específicos k Construir e implantar o sistema de monitoramento do SUS a partir da AB. k Capacitar os gestores municipais e estaduais para avaliar e monitorar o SUS a partir da AB. Resultados esperados k Fortalecimento da capacidade de gestão estadual (nos níveis regionais e central) do sistema de saúde a partir da atenção básica. k Constituição de equipes formadas em Monitoramento e Avaliação (M&A) da AB nas DIR e nos municípios. k Aprimoramento da pactuação entre os gestores municipais e estaduais para a elaboração de planos regionais para a melhoria das condições de saúde e da organização do sistema e de serviços. k Consolidação de um pacto estadual que contemple as demandas regionais e macrorregionais.

PROPOSTA DE SISTEMA DE MONITORAMENTO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA Princípios norteadores O sistema de monitoramento deverá oferecer aos gestores: k uma visão sobre a universalidade, o que significa o acesso universal e contínuo da população a serviços de qualidade e resolutivos caracterizados como “porta de entrada” preferencial do sistema de saúde; k uma perspectiva da dimensão das desigualdades no acesso aos serviços de saúde e da necessidade de sua regulamentação, conforme conceito definido nas “Diretrizes Operacionais INTRODUÇÃO

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para os Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão”. Ou seja, “regulação da atenção à saúde tem como objetivo a produção de todas as ações diretas e finais de atenção à saúde, dirigidas aos prestadores de serviços de saúde, públicos e privados, e compreendem contratação, regulação do acesso à assistência, controle assistencial, avaliação da atenção à saúde, auditoria assistencial e regulamentações das vigilâncias epidemiológica e sanitária”; k subsídios para reorientar a regionalização da atenção, compreendendo o acesso aos diferentes níveis do sistema e a constituição de referências e contra-referências. Além de melhorar a capacidade da gestão regional de planejar, monitorar, avaliar, apoiar e complementar recursos, essa ferramenta pretende estabelecer pactos a partir das necessidades da população captadas na “porta de entrada” do sistema – e não só pela sua oferta de serviços e capacidade de resposta (resultados). Esses pactos são firmados nos Conselhos Municipais de Saúde e entre os gestores (CIR). São ainda diretrizes do sistema de monitoramento: k incorporar conhecimentos preexistentes nas DIR; k ter flexibilidade para se adaptar às diferenças macrorregionais; k contar com a participação do COSEMS-SP no planejamento e construção do sistema mediante representação; k estimular a participação de instituições universitárias que realizam pesquisas e ensino em AB e M&A na sua formulação e implementação.

DIMENSÕES DO SISTEMA DE MONITORAMENTO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA A construção das matrizes de indicadores para o sistema de monitoramento adotou o referencial teórico do Pacto pela Vida e do Pacto de Gestão do SUS, apresentados anteriormente, como dimensões a serem acompanhadas. Já as prioridades definidas nesses pactos foram tomadas como subdimensões e nortearam a seleção dos indicadores. Foram construídas seis matrizes cujos objetivos são: 1- avaliar a resolubilidade dos serviços básicos de atenção no SUS; 2- avaliar o cumprimento do planejamento no SUS a partir da atenção básica; 3- avaliar o cumprimento da programação no SUS a partir da atenção básica; 4- avaliar o cumprimento da regulação no SUS a partir da atenção básica; 5- avaliar a resolubilidade da descentralização, regionalização e financiamento do SUS; 6- avaliar a resolubilidade do sistema de saúde em relação à gestão do trabalho e à educação na saúde. As subdimensões definidas em cada matriz foram: Matriz 1 k as prioridades definidas no Pacto pela Vida e agravos considerados importantes no Estado de São Paulo: mortalidade infantil; mortalidade materna; tuberculose; hanseníase; dengue; AIDS; câncer de colo uterino e de mama; diabetes; hipertensão; alimentação saudável e 20 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


atividade física; violência. Matriz 2 a 6 k as funções gestoras do sistema: planejamento; programação; regulação; descentralização; regionalização; financiamento; gestão do trabalho; educação na saúde. Para cada subdimensão foram definidos indicadores com informação disponível nos sistemas informatizados do SUS, desagregados para o nível municipal, já em uso nas diferentes instâncias da SES-SP. Foram também definidos critérios para a seleção dos indicadores: os objetivos, dimensões e subdimensões a serem acompanhados, o tipo de avaliação segundo a tríade de Donabedian (estrutura, processo e resultado) e que eles fossem traçadores ou evento sentinelas para medida da subdimensão a que correspondem. A seguir, são apresentadas as matrizes propostas.

INTRODUÇÃO

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INDICADORES DE MONITORAMENTO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA: CONCEITOS, CÁLCULOS, INTERPRETAÇÕES


MATRIZ I OBJETIVO Avaliar a resolubilidade dos serviços básicos de atenção

DIMENSÃO

SUBDIMENSÃO

TIPO DE AVALIAÇÃO

Mortalidade infantil

Resultado

Mortalidade materna

Resultado

Tuberculose

Resultado

Hanseníase

Resultado

Dengue

Resultado

AIDS/DST

Resultado

Câncer de colo e de mama

Resultado

Diabetes

Resultado

Hipertensão

Resultado

Alimentação saudável e atividade física

Resultado

Violência

Resultado

PACTO PELA VIDA

Observação: para municípios com população menor de 50.000 habitantes utilizar número absoluto.

24 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


INDICADOR/CRITÉRIO

UNIDADE DE ANÁLISE

FONTE DE DADO

I.1. Coeficiente de mortalidade infantil I.2. Coeficiente de mortalidade neonatal (0-27 dias) I.3. Coeficiente de mortalidade pós-neonatal

Estadual e municipal

SIM, SINASC

I.4. Coeficiente de mortalidade materna

Estadual e municipal

SIM, SINASC

I.5. Proporção de cura de casos de tuberculose

Estadual e municipal

EPITB

I.6. Taxa de detecção de casos de hanseníase I.7. Proporção de casos de hanseníase com grau de incapacidade II e III no diagnóstico

Estadual e municipal

SINAN

I.8. Índice predial

Estadual e municipal

AEDES

I.9. Taxa de mortalidade por AIDS

Estadual e municipal

SIM

I.10. Taxa de mortalidade por câncer de colo uterino I.11. Taxa de mortalidade por câncer de mama

Estadual e municipal

SIM

I.12. Taxa de internação por diabetes mellitus

Estadual e municipal

SIH

I.13. Taxa de mortalidade por doenças cérebro-vasculares na população de 30 a 49 anos

Estadual e municipal

SIM

I.14. Proporção de adultos com excesso de peso

Estadual e municipal

SISVAN

I.15. Taxa de mortalidade por homicídio na população masculina de 15 a 29 anos I.16. Taxa de mortalidade por causas externas

Estadual e municipal

SIM

MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

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I.1. COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL Conceito O coeficiente de mortalidade infantil é definido como o número de óbitos de menores de 1 ano de idade por 1.000 nascidos vivos, em dado local e período. Em municípios com população menor de 50.000 habitantes, será utilizado o número absoluto de óbitos de menores de 1 ano de idade, em dado local e período. Essa diferenciação é adotada porque o coeficiente de mortalidade infantil oscila muito em populações pequenas, se avaliado em curto período de tempo, como um ano. Quando há poucas mortes, cada óbito a mais (ou a menos) provoca grandes variações no coeficiente, sendo importante usar números absolutos. Mas para garantir comparabilidade entre municípios de porte diferente, é preciso utilizar o coeficiente, justificando o uso de ambos os indicadores nos municípios com menos de 50.000 habitantes. Método de cálculo Nº de óbitos de infantis < 1 ano de idade em dado local e período x 1.000 Nº de nascidos vivos, no mesmo local e período

Interpretação k Estima o risco de um nascido vivo morrer durante o primeiro ano de vida. É um dos principais indicadores de saúde pública, usado como índice geral e específico. Como indicador geral de saúde, ele expressa, quando associado a outros, a situação de saúde de uma comunidade e as desigualdades de saúde entre grupos sociais e regiões. Como indicador específico, revela as condições de saúde do grupo materno-infantil. k O Coeficiente de Mortalidade Infantil é considerado alto se for igual ou maior a 50/1.000 nascidos vivos; médio se variar entre 20 e 49/1000; e baixo se for menor que 20/1.000 –em função dos níveis dos países desenvolvidos (IDB 1999). Todavia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera alta a mortalidade infantil maior que 40. k O declínio mundial da mortalidade infantil nas últimas décadas parece refletir mais a cobertura e efetividade de ações específicas de saúde (terapia de reidratação oral, imunização, incentivo à amamentação, etc.) do que melhoria das condições de vida da população. k Na sua análise, é preciso considerar que, embora coeficientes de mortalidade infantil altos revelem condições de vida e saúde precárias, coeficientes baixos não necessariamente representam condições de vida melhores da população. O aumento da mortalidade infantil também pode, em certas circunstâncias, ser resultado de um melhor registro de óbitos infantis. Uso k Analisa e compara a situação de saúde e as condições de vida da população, detectando diferenças geográficas, temporais e entre grupos sociais. k Subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas e ações voltadas para a atenção à saúde da criança e da gestante. 26 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Limitações k Sub-registro de óbitos de menores de 1 ano de idade e de nascidos vivos; erro na definição de nascido vivo; erro na informação de idade da criança na declaração de óbito. Fonte k Numerador: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). k Denominador: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC).

I.2. COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL Conceito A mortalidade infantil é analisada pelos seguintes componentes: k Neonatal – MNN - (óbitos de 0 a 27 dias de idade). k Pós-neonatal - MPNN - (óbitos de 28 e mais dias de idade a 11 meses e 29 dias de idade). Em condições de vida precárias, predomina o componente pós-neonatal da mortalidade infantil, seguido pela mortalidade neonatal, que é decomposta em mortalidade neonatal precoce (0-6 dias) e mortalidade neonatal tardia (7-27 dias). À medida que a mortalidade infantil se reduz, a proporção de seus componentes se inverte e a mortalidade neonatal precoce tornase a mais importante. Em São Paulo, a mortalidade neonatal precoce é o principal componente da mortalidade neonatal e da mortalidade infantil. Esse dado proporciona refinamento do diagnóstico sobre a adequação da assistência ao pré-natal, parto e puerpério imediato, e é útil para o planejamento e avaliação de ações voltadas à mãe e à criança. Neste monitoramento será utilizado apenas o coeficiente de mortalidade neonatal definido como o número de óbitos de infantes de 0 a 27 dias de idade ocorrido em dado local e período. Em municípios com população menor que 50.000 habitantes será usado o número absoluto de óbitos de crianças de 0 a 27 dias, em dado local e período. Como na mortalidade infantil, a diferenciação para municípios de pequeno porte se deve à grande flutuação desse coeficiente quando avaliado durante um ano. Para fins de comparabilidade entre municípios, é necessário o uso do coeficiente, justificando a adoção de ambos os indicadores em municípios com menos de 50.000 habitantes.

Método de cálculo Nº de óbitos de crianças de 0 a 27 dias de idade em dado local e período x 1.000 Nº de nascidos vivos, no mesmo local e período

Interpretação k Estima o risco de morte de um nascido vivo no primeiro mês de vida e permite avaliar a qualidade do pré-natal e da assistência ao parto e à criança. MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

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Uso k Analisa as variações geográficas e temporais da mortalidade neonatal e identifica tendências e situações de desigualdade que demandem estudos especiais, complementando as informações de mortalidade infantil. k Analisa a organização e a qualidade dos serviços de saúde e da assistência obstétrica em particular, detectando variações geográficas, temporais e desigualdades no acesso e na qualidade dos serviços maternos e obstétricos entre grupos sociais. k Subsidia processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e de ações de saúde direcionadas à atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. k Contribui para a avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico da população. Limitações k Sub-registro de óbitos neonatais e de nascidos vivos; erro na definição de nascido vivo; erro na informação de idade da criança na declaração de óbito. Fonte k Numerador: SIM. k Denominador: SINASC.

I.3. COEFICIENTE DE MORTALIDADE PÓS-NEONATAL ( > 28 DIAS A 11 MESES E 29 DIAS) Conceito Este componente da mortalidade infantil refere-se aos óbitos de infantes de 28 dias a 11 meses e 29 dias de idade e reflete principalmente os determinantes socioeconômicos. Método de cálculo Nº de óbitos de infantes entre 28 dias e 364 dias de idade em dado local e período x 1.000 Nº de nascidos vivos no mesmo local e período Municípios com população menor que 50 mil habitantes devem monitorar também o número absoluto de óbitos de infantes com idade entre 28 dias e 11 meses e 29 dias em dado local e período. Interpretação k Estima o risco de um nascido vivo morrer após o primeiro mês de vida. Sua interpretação é a mesma do coeficiente de mortalidade infantil. Uso k Analisa a situação de saúde e as condições de vida da população, detectando variações geográficas, temporais e entre grupos sociais. k Subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas e ações setoriais e intersetoriais voltadas para a saúde da criança e da gestante. 28 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Limitações k Sub-registro de óbitos de menores de um ano de idade e de nascidos vivos; erro na definição de nascido vivo; erro na informação de idade da criança na declaração de óbito. Fonte k Numerador: SIM k Denominador: SINASC.

I.4. COEFICIENTE DE MORTALIDADE MATERNA Conceito Óbitos femininos por causas maternas por 100.000 nascidos vivos, em dado local e período. Morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após seu término (independentemente da duração ou localização dessa gestação). Ocorre por fatores relacionados ou agravados pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela – excluídas razões acidentais ou incidentais. A maioria das causas de morte materna do Código Internacional de Doenças (CID-10) está no Capítulo XV. Devem ser excluídos os códigos O96, morte materna tardia (entre 43 dias e até 1 ano após o término da gestação) e O97, morte por seqüela de causa obstétrica direta (ocorre um ano ou mais após o parto). Devem ser incluídas também as seguintes causas, se ocorrerem até 42 dias após o parto: k tétano obstétrico (A34, capítulo I); k doenças causadas pelo vírus da imunodeficiência humana (B20 a B24, capítulo I); k necrose pós-parto da hipófise (E23.0, capítulo IV); k osteomalácia puerperal (M83.0, capítulo XII); k transtornos mentais e comportamentais associados ao puerpério (F53, capítulo V); k mola hidatiforme (D.39.2, capítulo II). Doenças provocadas pelo HIV serão consideradas depois de investigação pelo Comitê de Morte Materna, assim como as do código E.23, pois apenas necrose pós- parto da hipófise é causa materna. Embora seja raro, pode ocorrer morte materna (obstétrica indireta) em conseqüência de fatores externos; nesse caso, codificar segundo o capítulo XV, códigos V,W,X e Y. Método de cálculo Número de óbitos femininos por causas maternas em dado local e período x 100.000 Nº de nascidos vivos, no mesmo local e período

Municípios com população menor que 50.000 habitantes devem monitorar também o seguinte indicador: número de óbitos femininos por causas maternas em determinado local e período. MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

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Interpretação k Reflete as condições de vida e a qualidade da atenção à saúde da mulher. A maioria das suas causas pode ser evitada. Em 1990, 95% dos óbitos maternos ocorreram nos países em desenvolvimento (OMS) e estima-se que na América Latina, 98% das mortes maternas poderiam ser evitadas se as mulheres desfrutassem de condições de vida e de saúde semelhantes às das mulheres de países desenvolvidos. k Sua interpretação merece cautela porque a elevação da razão de mortalidade materna nem sempre significa aumento real de óbitos maternos. Geralmente, se associa a uma melhor qualidade de informação e/ou do registro dos óbitos em mulheres em idade fértil. Sua magnitude indica maior ou menor necessidade de investimentos na assistência obstétrica e na melhoria das condições de vida da população. Sua redução depende, portanto, de políticas e de ações de saúde que garantam o acesso oportuno das mulheres a serviços de boa qualidade – seja na atenção básica, seja na atenção de média complexidade ou hospitalar. k A mortalidade materna, quando analisada por local de ocorrência, visa a avaliação da qualidade da assistência pré-natal e obstétrica. Uso k Avalia a qualidade e o acesso à assistência pré-natal e obstétrica. k Subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas voltadas à saúde da mulher. k Avalia a situação de saúde e as condições de vida da população, detectando variações geográficas, temporais e entre grupos sociais. Limitações k Subinformação dos óbitos maternos (na declaração de óbito muitos médicos relatam a causa final e não a básica, omitindo freqüentemente a gestação na ocasião da morte). k Sub-registro de óbitos maternos e sub-registro de nascidos vivos. Observação: a razão de mortalidade materna sofre as restrições relacionadas aos pequenos números, sendo imperativo considerar aqui o número absoluto de óbitos, a série histórica e as investigações dos comitês municipais e regionais. Fonte k Numerador: SIM. k Denominador: SINASC. k Complementar com informações provenientes da vigilância epidemiológica e/ou Comitês de Morte Materna.

I.5. PROPORÇÃO DE CURA DE CASOS DE TUBERCULOSE Conceito Representa o percentual de casos de tuberculose (TB) curados. 30 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Método de cálculo Número de casos novos curados por local de residência no período x 100 Número de casos que iniciaram tratamento no mesmo período Observação: realizar a contagem após o período previsto (2000 a 2005) de encerramento do tratamento. Na maioria dos casos, o tratamento dura seis meses e a avaliação deverá ser feita no nono mês após o seu início. Para meningite tuberculose, cujo tratamento demora nove meses, a avaliação deverá ser feita no 12º mês após o seu início. Interpretação k Reflete a organização do programa de controle de tuberculose, especialmente a sua capacidade de promover a adesão do paciente ao tratamento e de realizar a busca de faltosos e reintegrá-los ao processo. Uso k Por ser um programa bem estabelecido (em que já se conhecem as dificuldades de operacionalização), reflete indiretamente a capacidade do gestor de organizar os serviços de saúde para enfrentamento da TB; é, portanto, um indicador de avaliação de resultado do programa. Limitações k Atraso na alimentação do sistema de informação (EPI-TB). Fonte k Numerador e Denominador: Sistema de Informação em Tuberculose do Estado de São Paulo – EPI-TB. k Relatório de Tratamento por local de residência (município). Os dados serão disponibilizados no sistema de indicadores.

I.6. TAXA DE DETECÇÃO DE CASOS DE HANSENÍASE Conceito Número de casos novos confirmados de hanseníase, por 10 mil habitantes, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado (código A30 da CID-10). A definição de caso confirmado de hanseníase baseia-se em critérios adotados pelo Ministério da Saúde para orientar as ações de vigilância epidemiológica e controle da doença em todo o País. Método de cálculo Número de casos novos de hanseníase (*) confirmados em residentes x 10.000 população total residente (*) todas as formas MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

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Interpretação k Estima o risco de ocorrência de casos novos de hanseníase, em qualquer de suas formas clínicas, indicando exposição ao bacilo Mycobacterium leprae. k Serve como proxy da incidência de hanseníase, em face a dificuldades para o diagnóstico precoce da maioria dos casos. Os sinais e sintomas iniciais da hanseníase costumam ser pouco expressivos e valorizados e surgem após longo período de incubação. k Taxas elevadas estão geralmente associadas a baixos níveis de desenvolvimento socioeconômico e a insatisfatórias condições assistenciais para o diagnóstico precoce, o tratamento padronizado e o acompanhamento dos casos. Uso k Analisa variações geográficas e temporais na distribuição dos casos novos confirmados de hanseníase, como parte do conjunto de ações de vigilância epidemiológica para prevenção e controle da doença. k Subsidia processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de controle da hanseníase. Limitações k A qualidade dos dados depende das condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica, em cada área geográfica, para detectar, notificar, investigar e confirmar casos de hanseníase. k O indicador não permite detectar oportunamente as variações de tendência, pois o diagnóstico da doença é geralmente tardio. k Os dados não estão desagregados por formas clínicas da hanseníase, que têm diferente significado na dinâmica de transmissão e evolução da doença. Fonte k Numerador: Sistema de informações de Agravos de Notificação – SINAN. k Denominador: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

I.7. PROPORÇÃO DE CASOS DE HANSENÍASE COM GRAU DE INCAPACIDADE II E III NO DIAGNÓSTICO Conceito Mostra a relação indireta com a oportunidade do diagnóstico, ou seja, quanto maior a proporção de pacientes com grau de incapacidade II e III no momento do diagnóstico menos precoce o diagnóstico do doente. Método de cálculo Número de casos novos de Hanseníase com incapacidade II e III registrados no momento do diagnóstico (*) x 100 Casos novos avaliados em relação à incapacidade no momento do diagnóstico (**) 32 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


(*) Campo 30 da Ficha de notificação/investigação de Hanseníase do SINAN (**) Campo 32 da Ficha de notificação/investigação de Hanseníase do SINAN, item 1.

Interpretação/Uso k Mede a proporção de incapacidade grau II e III no momento do diagnóstico em relação aos casos novos avaliados. Indicador epidemiológico que avalia a efetividade das atividades de detecção precoce. Estimar a efetividade das atividades para a detecção precoce de casos. k Estimar a endemia oculta. Limitações k A qualidade dos dados depende das condições técnico-operacionais do sistema de Vigilância Epidemiológica, em cada local para detectar, notificar, investigar e confirmar o caso bem como a capacidade do serviço de saúde promover ações de avaliação para prevenção de incapacidades. Fonte k Numerador e Denominador: SINAN

I.8. ÍNDICE PREDIAL Conceito Relação expressa em porcentagem entre o número de imóveis positivos, isto é, onde foram encontrados larvas e/ou pupas de Aedes aegypti e o número de imóveis pesquisados. Método de cálculo Número de imóveis positivos em um determinado local e período x 100 Número de imóveis pesquisados no mesmo local e período Interpretação k Mede o resultado das ações de controle de doenças transmissíveis por vetores. Uso k Fortalece a capacidade de respostas às doenças endêmicas, como a dengue, e visa a redução da infestação predial por Aedes aegypti nos municípios prioritários. Limitações k Qualidade da informação. Fonte k AEDES – SUCEN – SES/SP

MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

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I.9. TAXA DE MORTALIDADE POR AIDS Conceito Mortes em conseqüência de doenças associadas ao vírus da imunodeficiência humana. Método de cálculo Número de óbitos por doenças associadas ao HIV em determinado local e período x 100.000 População total no mesmo local e período Interpretação k Reflete a situação da epidemia de AIDS e o resultado das ações preventivas, profiláticas e de tratamento deflagradas pelo gestor local. Uso k Avalia o controle da doença e o resultado das ações programáticas previstas. Limitações k A qualidade dos dados depende da implantação e da alimentação regular do sistema de informações utilizado, além das condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica. Fonte k Numerador: SIM k Denominador: IBGE

I.10. TAXA DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO UTERINO Conceito Óbitos por câncer de colo ocorridos no ano em relação à população feminina total. Método de cálculo Número de óbitos por câncer de colo de útero (*) x 100.000 Total da população feminina * o número de óbitos serão obtidos pelos códigos C53-0 a C53-9 do Código Internacional de Doenças (CID – 10).

Interpretação / Uso k Entre as causas de mortalidade, o câncer é a segunda mais importante no Estado de São Paulo, sendo superada apenas pelas doenças do aparelho circulatório. Dentre os muitos tipos de câncer, o de colo uterino é um dos que têm maiores possibilidades de diagnóstico precoce e de cura. Os exames preventivos (papanicolaou) periódicos são uma estratégia eficiente no controle da doença. A organização de ações de 34 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


saúde da mulher deve sensibilizar profissionais e a população para a realização desses exames. O coeficiente de mortalidade por câncer de colo uterino permite uma avaliação da efetividade desta estratégia. Limitações k Qualidade do sistema de informação de mortalidade. Fonte k Numerador: SIM. k Denominador: IBGE.

I.11. TAXA DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA Conceito Mortes por câncer de mama ocorridos no ano, em determinada localidade, em relação à população feminina. Método de cálculo Número de óbitos por câncer de mama (*) em dado local e período x 100.000 Total de população feminina do mesmo local e período * o número de óbitos serão obtidos pelos códigos C50.0 a C50.9 do CID-10.

Interpretação / Uso k A principal causa de morte por câncer em mulheres é o câncer de mama, que vem apresentando uma tendência crescente. Medidas de diagnóstico precoce em grupos de alto risco e na população feminina a partir dos 40 anos (tamizagem por mamografia e tratamento oportuno) podem reduzir a mortalidade. Este indicador mede o resultado das ações programadas para o enfrentamento do problema e a organização da referência e contra-referência entre os níveis de atenção básica e de média complexidade. Limitações k Qualidade do sistema de informação de mortalidade. Fonte k Numerador: SIM. k Denominador: IBGE.

I.12. TAXA DE INTERNAÇÃO POR DIABETES MELLITUS Conceito Representa a população hospitalizada por Diabetes Mellitus medindo a morbidade hospitalar desta doença. MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

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Método de cálculo Número de internações por diabetes mellitus (*) por dado local e período x 10.000 Total de internações exceto partos de mesmo local e período * o número de internações é obtido pelos códigos E10 a E14 do CID-10.

Interpretação/Uso k O diabetes mellitus é importante problema de saúde pública, pois causa complicações que reduzem a qualidade de vida e sobrevida das pessoas, além de envolver altos custos de tratamento. Medidas de controle terapêutico e das complicações podem reduzir o impacto desfavorável sobre a morbimortalidade desses pacientes. Este indicador avalia os resultados das ações de promoção, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença (quando essas ações são pouco efetivas a taxa de internação aumenta). Limitações k Limitações inerentes ao Sistema de Informação Hospitalar (SIH), que registra apenas o diagnóstico de entrada e é suscetível a ingerências administrativas. As informações disponíveis referem-se apenas a pacientes atendidos pelo SUS. Fonte k Numerador: SIH – SUS. k Denominador: SIH – SUS.

I.13. TAXA DE MORTALIDADE POR DOENÇAS CÉREBRO-VASCULARES NA POPULAÇÃO DE 30 A 49 ANOS Conceito Taxa de óbitos decorrentes de alterações vasculares (hemorragias, oclusões etc.) cerebrais que derivam predominantemente de doenças cardiocirculatórias e de diabetes. Método de cálculo Número de óbitos por doenças cérebro-vasculares em pessoas de 30 a 49 anos (*) em determinado local e período x 100.000 População de 30 a 49 anos de determinado local e período * o número de óbitos por doenças cérebro-vasculares é obtido pelos códigos I 60 a I 69 do CID-10.

Interpretação/Uso k Expressa a ocorrência de óbitos por doenças cérebro-vasculares na população selecionada em dado local e período e reflete o impacto das ações de prevenção e de controle da 36 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


hipertensão arterial. Na faixa etária selecionada, a maioria dos óbitos por essa causa pode ser evitada. k Taxas elevadas de mortalidade por doenças cerebro vasculares decorrem da alta incidência dessa doença na população, que freqüentemente está associada a fatores de risco como hipertensão, tabagismo, obesidade, ingestão de sal, diabetes, sedentarismo e estresse. k A variação na taxa de mortalidade específica está relacionada à qualidade da atenção básica e da assistência médica disponível, além da organização do sistema de referência entre a atenção básica e os demais níveis de complexidade. k Este indicador também avalia variações geográficas e temporais da mortalidade específica por hipertensão e identifica tendências e situações de desigualdade que possam demandar estudos especiais. Ele ainda subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas e ações preventivas e assistenciais relativas à hipertensão. Limitações k Apesar da qualidade satisfatória dos dados de mortalidade no Estado, estes ainda podem ser aperfeiçoados. Fonte k Numerador: SIM. k Denominador: IBGE.

I.14. PROPORÇÃO DE ADULTOS COM EXCESSO DE PESO Conceito Proporção da população que apresenta excesso de peso; problema considerado um importante fator de risco para a morbidade e mortalidade, principalmente se estiver associado a doenças crônicas não-transmissíveis como diabetes e hipertensão. Método de cálculo Número de adultos com Índice de Massa Corporal* > _ 25 Total de adultos pesados e medidos na 1ª consulta do ano * Índice de Massa Corporal (IMC)= Peso em kg dividido pela altura em metros ao quadrado.

Interpretação k A medida do peso e da altura permite avaliar o estado nutricional da população. Considerase o Índice de Massa Corporal um bom indicador, tendo como ponto de corte para o excesso de peso o IMC > _ 25 Kg/m2 k As informações para compor este indicador serão as medidas de peso e de altura da população maior ou igual a 20 anos na primeira consulta do ano na Atenção Básica. MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

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Uso k Monitora o estado nutricional da população adulta. k Orienta e avalia as ações de promoção de alimentação saudável e da prática de atividade física na atenção básica. Limitações k Trata-se de um indicador cujo sistema de informações deverá ser implantado nas unidades da Atenção Básica. k Sub-registros no Sistemade Vigilância Alimentar e Nutricional-SISVAN. k Embora não seja uma medida direta do consumo alimentar da população nem da atividade física, o excesso de peso indica um desequilíbrio entre o consumo e o gasto energético. Fonte k Numerador e Denominador: SISVAN.

I.15. TAXA DE MORTALIDADE POR HOMICÍDIO NA POPULAÇÃO MASCULINA DE 15 A 29 ANOS Conceito Reflete o grau de violência em determinada população. A mortalidade por homicídio pode ser evitada por meio de ações intersetoriais de redução de desigualdades socioeconômicas e de melhoria de qualidade de vida e, ainda, com a implantação de políticas públicas de redução da violência.

Método de cálculo Número de óbitos por homicídio de homens de 15 a 29 anos em dado local e período x 100.000 População de homens de 15 a 29 anos no mesmo local e período

Interpretação k Reflete a existência e o resultado da implementação de políticas públicas de redução da violência. Uso k Mostra o grau de sucesso de políticas públicas de combate à violência. Limitações k Qualidade dos dados de registro de óbitos. Fonte k Numerador: SIM. k Denominador: IBGE. 38 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


I.16. TAXA DE MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS Conceito Este indicador reflete o grau de violência existente em uma determinada população. Ele também mede um conjunto de fatores como acidentes de transporte e outros traumatismos acidentais, lesões auto provocadas intencionalmente, agressões, complicações de assistência médica e cirúrgica, seqüelas de causas externas de morbimortalidade, intervenções legais, operações de guerra e fatores suplementares relacionados a causas de morbimortalidade classificados em diferentes aparelhos e órgãos do corpo humano. A mortalidade por causas externas pode ser prevenida por meio de ações intersetoriais de redução de desigualdades socioeconômicas e de melhoria de qualidade de vida, e, ainda, com a implantação de políticas públicas de redução da violência. Método de cálculo Número de óbitos por causas externas (*) em determinado local e período x 100.000 População total de determinado local e período * o número de óbitos por causas externas é obtido pelos códigos V 01-V99; W00-X59; X60-X84; X85-Y09; Y10Y36; Y40-Y98 do CID-10.

Interpretação k Reflete a existência e o resultado da implementação de políticas públicas de redução da violência. Uso k Indica o grau de sucesso de políticas públicas setoriais e intersetoriais de combate à violência. Limitações k Qualidade dos dados de registro de óbitos. Fonte k Numerador: SIM k Denominador: IBGE

MATRIZ I | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DOS SERVIÇOS BÁSICOS DE ATENÇÃO

39


MATRIZ II OBJETIVO Avaliar o cumprimento do planejamento

DIMENSÃO

SUBDIMENSÃO

TIPO DE AVALIAÇÃO

PACTO DE GESTÃO DO SUS

Planejamento

Estrutura

40 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


INDICADOR/CRITÉRIO

UNIDADE DE ANÁLISE

FONTE DE DADO

II.1. Modelos de Atenção Básica adotados: - Saúde da Família - Unidades Básicas de Saúde Tradicional II. 2. Ações de Vigilância Sanitária II.3. Atendimentos de Urgência e Emergência II.4. Programa de Planejamento Familiar II.5. Programa de Saúde da Mulher

Plano estadual de saúde

II.6. Programa de Humanização do Pré-natal e Assistência ao Parto

Planos municipais de saúde Estadual e municipal

Relatórios de gestão

II.7. Programa de Saúde da Criança II.8. Programa de Imunização do Estado de São Paulo II.9. Programa de Saúde Bucal na Atenção Básica

Plano Diretor de Regionalização (PDR) Plano Diretor de Investimentos (PDI)

II.10. Programa de Saúde do Idoso II.11. Programa de Vigilância Nutricional II.12. Programa de Controle da Hipertensão, Diabetes, Tuberculose, Hanseníase, AIDS e Dengue II.13. Programa de Vigilância à Violência

MATRIZ II | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO

41


O planejamento é função de todos os níveis de gestão do SUS, mediante o qual se firmam compromissos para a implementação de políticas e a organização do sistema, com seus serviços e ações. É por meio do planejamento que são definidos os objetivos, as metas e as atividades a serem atingidos em determinado período. Ele é, portanto, uma função estratégica que faz parte dos planos e programas de saúde. Para avaliar o cumprimento do planejamento no SUS, a partir da Atenção Básica, comparamos o que está estabelecido nas atuais normatizações (portarias, instruções normativas, protocolos, programas etc.) com o que está sendo efetivamente realizado nos municípios e regiões do Estado. Assim, este instrumento possibilitará que o gestor avalie o quanto está próximo ou não do desejável, permitindo identificar necessidades de correções de estratégias e de recursos. Os indicadores/critérios que constam da Matriz II referem-se aos modelos de Atenção Básica e aos programas/protocolos de ações pactuadas no SUS para enfrentamento (neste nível de atenção) dos problemas priorizados no Pacto pela Vida, encontrados na Matriz I. O método de verificação a ser adotado é a listagem com alternativas sim/não (check-list). II.1. Modelos de Atenção Básica Adotados: - Saúde da Família - Unidades Básicas de Saúde tradicional II. 2. Ações de Vigilância Sanitária II.3. Atendimentos de Urgência e Emergência II.4. Programa de Planejamento Familiar II.5. Programa de Saúde da Mulher II.6. Programa de Humanização do Pré-Natal e Assistência ao Parto II.7. Programa de Saúde da Criança II.8. Programa de Imunização do Estado de São Paulo II.9. Programa de Saúde Bucal na Atenção Básica II.10. Programa de Saúde do Idoso II.11. Programa de Vigilância Nutricional II.12. Programa de Controle da Hipertensão, Diabetes, Tuberculose, Hanseníase, AIDS e Dengue II.13. Programa de Vigilância à Violência Fonte Devem ser verificados: Plano Estadual de Saúde, Planos Municipais de Saúde, Plano Diretor de Regionalização (PDR) e Plano Diretor de Investimentos (PDI).

42 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


MATRIZ II | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO

43


MATRIZ III OBJETIVO Avaliar o cumprimento da programação DIMENSÃO

SUBDIMENSÃO

TIPO DE AVALIAÇÃO

PACTO DE GESTÃO DO SUS

Programação

Processo

44 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


INDICADOR/CRITÉRIO

UNIDADE DE ANÁLISE

FONTE DE DADO

III.1. Proporção da população coberta pelo Programa de Saúde da Família

Estadual e municipal

SIAB

III.2. Média anual de consultas por habitante nas especialidades básicas

Estadual e municipal

SIA

III.3. Percentual de Consultas de Urgência/ Emergência no total de Consultas Básicas.

Estadual e municipal

SIA

III.4. Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal

Estadual e municipal

SINASC

III.5. Proporção de nascidos vivos com sífilis congênita.

Estadual e municipal

SINASC – SINAN

III.6. Proporção de cesáreas

Estadual e municipal

SINASC

III.7. Taxa de internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de 5 anos

Estadual e municipal

SIH

III.8. Cobertura de primeira consulta consulta odontológica programática.

Estadual e municipal

SIA

III.9. Taxa de sintomáticos respiratórios com baciloscopia de escarro

Estadual e municipal

SINAN/EPITB

III.10. Proporção de casos de Tuberculose em tratamento supervisionado

Estadual e municipal

SINAN/EPITB

III.11.a. Percentual de cura entre os casos novos de hanseníase multibacilar diagnosticados no ano da coorte III.11.b. Percentual de cura entre os casos novos de hanseníase paucibacilar diagnosticados no ano da coorte

Estadual e municipal

SINAN/CVE/SES-SP

III.12. Proporção da população testada anualmente para o HIV

Estadual e municipal

SIA

III.13. Proporção de diabéticos cadastrados em relação à meta estabelecida no ano

Estadual e municipal

SIA/HIPERDIA

III.14. Proporção de hipertensos cadastrados em relação à meta estabelecida no ano

Estadual e municipal

SIA/HIPERDIA

III.15. Cobertura de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 59 anos

Estadual e municipal

SISCAN/SISCOLO

III.16. Número de casos de violência notificados

Estadual e municipal

SINAN

MATRIZ III | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

45


III.1. PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO COBERTA PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Conceito Proporção da população do município coberta pelo Programa de Saúde da Família em um determinado ano. Método de cálculo Número de pessoas cadastrada no SIAB (modelo de atenção PSF) em dado local e período x 100 População total do município em dado local e e período Interpretação / Uso k Mede a cobertura populacional do Programa de Saúde da Família. k Avalia se a estratégia de saúde da família constitui-se no eixo de reorientação da atenção básica. k Acompanha e avalia o processo de extensão da cobertura das ações de saúde da família. k Identifica variações geográficas no percentual de cobertura das ações de saúde da família. Limitações k As bases de dados do cadastramento familiar do SIAB apresentam variações de cobertura entre municípios. Em alguns deles, devido ao atraso no processo de informatização, o número de famílias cadastradas não corresponde ao total das que são atendidas pelas equipes de saúde da família. k A população do município, estimada pelo IBGE, pode estar subestimada ou superestimada. Fonte k Numerador: Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). k Denominador: IBGE.

III.2. MÉDIA ANUAL DE CONSULTAS POR HABITANTE NAS ESPECIALIDADES BÁSICAS Conceito Este indicador reflete a média anual de consultas médicas realizadas, por habitante, nas especialidades básicas, em determinado local e período. Método de cálculo Número (*) de consultas médicas nas especialidades básicas (**), em determinado local e período População total no mesmo local e período * utilizar os registros das quantidades apresentadas de consultas médicas básicas. ** código dos procedimentos no SIA/SUS.

46 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


02.011.02 k Consulta/atendimento de urgência em clínicas básicas com remoção 02.011.03 k Consulta/atendimento de urgência em clínicas básicas 02.011.04 k Atendimento médico de urgência com observação de até 8 horas 02.012.01 k Atendimento clínico para indicação/fornecimento de diafragma 02.012.02 k Atendimento clínico para indicação/fornecimento/inserção de DIU 02.012.03 k Consulta de pré-natal realizada por médico 02.012.04 k Consulta em clínica médica 02.012.05 k Consulta em gineco-obstetrícia 02.012.06 k Consulta em ginecologia 02.012.07 k Consulta em pediatria 02.12.08 k Consulta médica do PSF 02.12.09 k Consulta médica domiciliar realizada por médico do PSF 02.012.10 k Consulta médica para hanseníase 02.012.11 k Consulta médica puerperal para conclusão de assistência obstétrica 02.012.12 k Consulta para diagnóstico de diabetes mellitus realizada por médico 02.012.13 k Acompanhamento e avaliação de portador de diabetes mellitus realizada por médico 02.012.14 k Consulta especializada para identificação de casos novos de tuberculose 02.012.15 k Consulta de tratamento auto-administrado para alta por cura de paciente com tuberculose 02.012.16 k Consulta de tratamento supervisonado para alta por cura de paciente com tuberculose. 02.0121.8 k Consulta para avaliação clínica do fumante Interpretação k A oferta de consultas médicas nas especialidades básicas reflete a capacidade da rede básica de prestar assistência individual. Uso k Avalia e reprograma a oferta de consultas básicas ambulatoriais. Limitações k Dificuldade de definir um parâmetro ideal de consultas médicas nas especialidades básicas por habitante. k Sub-registro das informações no SIA/SUS, principalmente a partir da introdução do SIAB. Fonte k Numerador: Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). k Denominador: IBGE.

MATRIZ III | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

47


III.3. PERCENTUAL DE CONSULTAS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO TOTAL DE CONSULTAS BÁSICAS Conceito Proporção de consultas de urgência e emergência em relação ao total de consultas básicas no mesmo ano. Método de cálculo Número de consultas de urgência e de emergência no ano x 100 Número total de consultas básicas do mesmo ano Interpretação k Avalia o grau de integralidade na atenção. Se o valor apresentado estiver elevado indica que o atendimento que vem ocorrendo é privilegiadamente em pronto atendimento e não no acompanhamento continuado. Uso k Analisa a distribuição entre consultas de urgência/ emergência e as consultas de atenção básica. k Subsidia o planejamento e a avaliação de políticas de saúde voltadas para a integralidade. Limitação k Preenchimento inadequado do SIA. Fonte k Numerador e Denominador: SIA

III.4. PROPORÇÃO DE NASCIDOS VIVOS DE MÃES COM 7 OU MAIS CONSULTAS DE PRÉ-NATAL Conceito Expressa o percentual de bebês nascidos vivos de mães que tiveram uma concentração adequada de consultas de pré-natal, em determinado local e período. Método de cálculo Número de nascidos vivos de mães com 7 ou + consultas de pré-natal por local de residência da mãe no período x 100 Número de nascidos vivos por local de residência da mãe no período Interpretação k Indica a concentração de consultas de atendimento pré-natal, a partir da sétima consulta.

48 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Uso k Analisa a cobertura dos serviços de pré-natal, detectando variações geográficas, temporais e entre grupos sociais. k Subsidia o planejamento e a avaliação de políticas de saúde voltadas ao atendimento pré-natal. Limitações k Abrangência parcial do universo das gestantes (o indicador exclui as que tiveram aborto ou natimorto). k Análise apenas quantitativa (não há informação sobre a qualidade do atendimento). Implantação parcial do SINASC em alguns municípios. Fonte k Numerador e Denominador: SINASC.

III.5. PROPORÇÃO DE NASCIDOS VIVOS COM SÍFILIS CONGÊNITA Conceito Mostra a incidência de sífilis congênita entre os recém nascidos de um determinado local. Método de cálculo Número de nascidos vivos com sífilis congênita em dado local e período Total de nascidos vivos no mesmo local e período Interpretação/Uso k O nascimento de bebês com sífilis congênita é um evento sentinela que aponta para inadequações técnico-gerenciais da atenção pré-natal. A sífilis congênita é uma das doenças diagnosticáveis e evitáveis por pré-natal de qualidade. k Avalia o acesso a e qualidade da assistência ao pré-natal. Limitações k Qualidade dos dados. Fonte k Numerador: SINAN. k Denominador: SINASC.

III.6. PROPORÇÃO DE CESÁREAS Conceito Percentual de cesáreas em relação ao total de partos hospitalares em um determinado período. MATRIZ III | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

49


Método de cálculo Número de nascidos vivos por parto cesáreo por local de residência da mãe em dado período x 100 Número total de recém-nascidos por local de residência da mãe em dado período Interpretação k Baseada em evidências científicas, a OMS afirma que as indicações oportunas e necessárias de partos por cesariana não devem ultrapassar 15% das gestações em países em desenvolvimento. Proporções acima de 15% representam inadequações do uso desse procedimento cirúrgico, o que expõe mães e recém-nascidos a riscos de maior morbidade e mortalidade. Uso k Este indicador representa diretamente a qualidade da assistência obstétrica proporcionada. Deve-se lembrar que a assistência obstétrica é considerada parte da Atenção Básica de saúde. Limitações k Qualidade dos registros do SINASC. k Indicador apenas quantitativo (não há informação sobre a qualidade do atendimento). Fonte k Numerador e Denominador: SINASC.

III.7. TAXA DE INTERNAÇÃO POR INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA (IRA) EM MENORES DE 5 ANOS Conceito Ocorrência de internações hospitalares por infecção respiratória aguda em menores de 5 anos, na população residente desta faixa etária em determinado local e período. Método de cálculo Número de internações por IRA* em < 5 anos em dado local e período x 1000 Total da população < 5 anos no mesmo local e período *Os códigos de procedimentos do SIH/SUS para determinar a causa de internação por IR são: 71300066, 76300188, 76300056, 76300064, 76300072, 76300080, 76300110, 76400077, 76400085, 42003024 e 42008069.

Interpretação/Uso k Casos de internação por IRA em menores de 5 anos em relação ao total de crianças nessa faixa etária. O indicador pode avaliar, de forma indireta, a resolubilidade da atenção à saúde (diagnós50 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


tico e tratamento precoces) do grupo etário de menores de 5 anos em relação às infecções respiratórias, que são a segunda causa de MI no ESP. Limitações k Preenchimento inadequado da AIH. Fonte k Numerador: SIH. k Denominador: IBGE.

III.8. COBERTURA DE PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLÓGICA PROGRAMÁTICA Conceito Percentual de pessoas que receberam no SUS uma primeira consulta odontológica programática (aquela em que o exame clínico odontológico do paciente é realizado com finalidade de diagnóstico e de elaboração de um plano preventivo-terapêutico (PPT), no âmbito de um programa de saúde. Método de cálculo Número de primeiras consultas odontológicas programáticas (*) em dado local e período x 100 População no mesmo local e período * Código do SIA/SUS: 03.021.01-7.

A descrição deste procedimento foi alterada pela Portaria SAS Nº 95, de 14 de fevereiro de 2006. Interpretação k Estima o acesso da população aos serviços odontológicos individuais no SUS para a elaboração e a execução do PPT a partir de avaliação/exame clínico odontológico (o PPT pode ter resolução completa na Atenção Básica ou incluir ações de média e alta complexidade). k Considera a intenção da equipe em dar seguimento ao PPT. k Não se refere a atendimentos eventuais de urgência/ emergência sem seguimento previsto. k Aponta tendência de inserção das ações odontológicas nos programas de saúde como parte de cuidados integrais. Uso k Analisa a cobertura populacional da primeira consulta odontológica programática na Atenção Básica e identifica variações geográficas e temporais que demandem medidas para ampliar o acesso aos serviços odontológicos básicos. k Contribui para a avaliação do perfil de atendimento dos serviços odontológicos básicos no SUS. k Subsidia a avaliação, o planejamento e a implementação de ações de saúde bucal na Atenção Básica. MATRIZ III | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

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Limitações k Inconsistência no registro desse evento pelos profissionais. É comum ocorrerem registros do código “Consulta Odontológica (1ª consulta)– 03.021.01-7” em qualquer tipo de consulta, seja de urgência/ emergência, de atendimento a demanda espontânea ou de retorno. A descrição do procedimento na tabela SIA/SUS é “exame do paciente com finalidade de diagnóstico e/ou plano de tratamento e condicionamento do paciente”. Não há código para os outros tipos de consulta odontológica – estes devem ser registrados somente como procedimentos realizados. Exemplo: registrar como restauração uma exodontia e não como “Primeira Consulta Odontológica”. Observação: é preciso realizar treinamentos para padronizar o conceito “primeira consulta odontológica programática” e aprimorar os registros. Fonte k Numerador: SIA/SUS. k Denominador: IBGE.

III.9. TAXA DE SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS COM BACILOSCOPIA DE ESCARRO Conceito Indica a intensidade da busca de casos de tuberculose. Método de cálculo Número de sintomáticos respiratórios que realizaram baciloscopia de escarro (primeiras amostras para diagnóstico) em determinado local e período x 100 1% da população (*) no mesmo local e período * OBS: estimativa dos SR (sintomáticos respiratórios) que necessitam de baciloscopia de escarro.

Interpretação/Uso k Este é um indicador operacional que avalia a estruturação das ações de controle da TB (busca ativa) e a qualidade dos serviços prestados. Limitações k A qualidade dos dados depende da implantação e da alimentação regular do sistema de informações utilizado, além das condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica. Fonte k Numerador: SINAN - EPITB k Denominador: IBGE.

52 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


III.10. PROPORÇÃO DE CASOS DE TUBERCULOSE EM TRATAMENTO SUPERVISIONADO Conceito Proporção de pacientes com tuberculose que realizam tratamento supervisionado. Método de cálculo Número de pacientes de TB sob tratamento supervisionado em dado local e período x 100 Número de pacientes de TB em tratamento

Interpretação/ Uso k Analisa a estruturação das ações de controle da tuberculose e a qualidade do programa. Limitações k Sistema de informação ainda em implementação. Fonte k SINAN – CPI – EPI-TB – CVE – SES/SP. k Relatório de Tratamento por município de residência. Dados serão disponibilizados no sistema de indicadores.

III.11. PERCENTUAL DE CURA ENTRE OS CASOS NOVOS DE HANSENÍASE DIAGNOSTICADOS NO ANO DA COORTE* *Esse indicador deve ser calculado separadamente para os casos Multibacilares e Paucibacilares (Matriz III.11a. e III.11b.) Conceito Proporção de casos curados dentre os casos diagnosticados. Método de cálculo Número total de casos diagnosticados de Hanseníase nos anos da coortes e curados até 31/12 do ano de avaliação x 100 Total de casos diagnosticados nos anos das coortes Interpretação k É um indicador para avaliar a capacidade operacional local no desenvolvimento das ações de controle da Hanseníase k Avalia a efetividade do serviço, mede a qualidade da atenção e do acompanhamento dos casos e a disponibilidade de poliquimioterapia. MATRIZ III | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

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Uso k Avalia o resultado do conjunto de ações de vigilância epidemiológica para prevenção e controle da doença; subsidia processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de controle da Hanseníase bem como o resultado da eficácia do programa. Limitações k A qualidade dos dados depende das condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica, em cada local, para detectar, notificar, investigar e confirmar casos de hanseníase. k Indicador influenciado pela capacidade dos serviços de saúde promoverem ações de detecção de casos através de campanhas de divulgação, busca ativa entre grupos selecionados, vigilância de comunicantes e inclusão no SINAN das informações de notificações dos casos. k A notificação individual é de pacientes residentes no município mesmo recebendo assistência médica em outro município. Fonte k Numerador e Denominador: SINAN – CVE-SES/SP

III.12. PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO TESTADA ANUALMENTE PARA O HIV Conceito Número de testes anti-HIV (ELISA para o vírus da imunodeficiência humana) realizados por ano nos serviços de atenção básica do município, em relação à população residente no mesmo período. Método de cálculo Número de testes anti-HIV realizados pelos serviços de atenção básica à saúde do município no ano x 100 População total residente no mesmo local e período Interpretação/Uso k Reflete o esforço para ampliação da cobertura e acesso da população ao diagnóstico da infecção pelo HIV realizado pelo gestor local, passo importante para o conhecimento da situação epidemiológica da infecção pelo HIV e para identificação precoce de casos, que contribui para a qualidade de vida das pessoas afetadas pela aids e para o controle da epidemia local, especialmente no que se refere à prevenção da transmissão vertical do HIV (transmissão de mãe para bebê durante a gestação, parto ou amamentação). Limitações k Indicador quantitativo e pouco específico, pois não se pode verificar se houve indicação correta para a realização do teste, assim como não permite verificar se o teste deixou de ser realizado nos casos indicados.

54 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Fonte k Numerador: SIA. k Denominador: IBGE.

III.13. PROPORÇÃO DE DIABÉTICOS CADASTRADOS EM RELAÇÃO À META ESTABELECIDA NO ANO Conceito Proporção de cumprimento da meta de cadastramento de diabéticos. Método de cálculo Número de casos de diabéticos cadastrados no HIPERDIA em dado local e periodo x 100 Meta estabelecida de cadastramento de diabéticos no mesmo local e periodo Interpretação/ Uso k Checa o cumprimento do planejamento do programa de diabetes. k Avalia a implementação do programa de diabetes. Limitações k Qualidade do preenchimento das informações. Fonte k Numerador e Denominador: HIPERDIA.

III.14. PROPORÇÃO DE HIPERTENSOS CADASTRADOS EM RELAÇÃO À META ESTABELECIDA NO ANO Conceito Proporção de cumprimento da meta de cadastramento de portadores de hipertensão. Método de cálculo Número de portadores de hipertensão cadastrados por local de residência e período x 100 Meta estabelecida de cadastramento de hipertensos no mesmo local e período Interpretação/ Uso k Checa o cumprimento do planejamento do programa de controle de hipertensão. k Avalia a implementação do programa de controle da hipertensão.

MATRIZ III | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

55


Limitações k Qualidade no preenchimento das informações. Fonte k Numerador e Denominador: HIPERDIA.

III.15. COBERTURA DE EXAMES CITOPATOLÓGICOS CÉRVICO-VAGINAIS EM MULHERES DE 25 A 59 ANOS Conceito Este indicador reflete o número de exames de citopatologia realizados em mulheres de 25 a 59 anos em relação à população feminina da mesma faixa etária, em determinado local e período. Método de cálculo Número de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 59 anos em dado local e período População de mulheres de 25 a 59 anos no mesmo local e período Interpretação k Mostra a cobertura de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 59 anos. k Este indicador visa medir, de forma direta, a disponibilidade de ações básicas de prevenção e de controle (educação para a saúde, captação e diagnóstico precoce) do câncer de colo de útero. k Como se preconiza a realização de um exame a cada três anos depois de se obter dois resultados negativos nos exames anuais, razões acima de 0,3 são consideradas adequadas. Uso k Identifica a cobertura desta ação nos grupos de risco da população feminina e orienta a adoção de medidas de controle. k Subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas e de ações voltadas para a atenção à saúde da mulher desse grupo etário. Limitações k Este numerador abrange apenas o universo de exames de mulheres, desse grupo etário, atendidas em unidades vinculadas ao SUS, enquanto o denominador inclui, também, o conjunto de mulheres beneficiárias de seguros privados de saúde. k Não reflete adequadamente a cobertura ou a concentração deste procedimento na população alvo, pois não identifica a realização de vários procedimentos em uma mesma mulher. k A fonte de dados é o Siscam/Siscolo, cujas informações não estão disponíveis para os municípios que não contam com laboratórios de citopatologia. 56 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Fonte k Numerador: Sistema de Informações do Câncer da Mulher – Siscam/Siscolo. k Denominador: IBGE.

III.16. NÚMERO DE CASOS DE VIOLÊNCIA NOTIFICADOS Conceito Número de notificações de casos de violência pelos serviços de saúde. Método de cálculo Número de casos de violência notificado no ano. Interpretação/Uso k Confere o cumprimento da legislação que obriga a notificação de ocorrência de violência doméstica, especialmente em mulheres e crianças. k Subsidia o planejamento e a implementação de ações intersetoriais. Fonte k SINAN.

MATRIZ III | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

57


MATRIZ IV OBJETIVO Avaliar o cumprimento da regulação

DIMENSÃO

SUBDIMENSÃO

TIPO DE AVALIAÇÃO

PACTO DE GESTÃO DO SUS

Regulação

Processo

* Garantia para toda gestante

58 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


INDICADOR/CRITÉRIO

UNIDADE DE ANÁLISE

FONTE DE DADO

Estadual e municipal

Relatórios dos comitês de mortalidade

IV.4. Homogeneidade da cobertura vacinal por tetravalente em menores de 1 ano

Regional e estadual

SISPNI

IV.5. Mortalidade proporcional por causas mal definidas

Estadual e municipal

SIM

IV.6. Percentual de encaminhamentos atendidos em relação ao solicitado

Estadual

Centrais municipais e de DIR

IV.7. Percentual de gestantes de risco com vaga garantida*

Estadual

Centrais municipais e de DIR, SIS-PRENATAL

IV.8. Tempo médio de espera por vaga em UTI

Estadual

Centrais municipais e de DIR

IV.1. Proporção de óbitos infantis investigados IV.2. Proporção de óbitos de mulheres em idade fértil investigados IV.3. Proporção de óbitos maternos investigados

MATRIZ IV | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA REGULAÇÃO

59


IV.1. PROPORÇÃO DE ÓBITOS INFANTIS INVESTIGADOS Conceito Percentual de mortes de crianças investigadas em relação ao total dessas mortes em dado local e período. Método de cálculo Número de óbitos de infantes < de 1 ano de idade investigados em dado local e período x 100 Número total de óbitos de infantes < de 1 ano no mesmo local e período Interpretação k Traduz a capacidade de investigação do sistema de vigilância e dos comitês de investigação de óbitos. k A Portaria Nº 1172 do Ministério da Saúde, de 15/6/2004, regulamentando a NOB 96, atribui aos municípios a vigilância epidemiológica da mortalidade infantil e materna. A investigação do óbito infantil deve ser conduzida pelos departamentos de vigilância epidemiológica das SMS e, de forma complementar ou suplementar, pelas SES. Uso k Incentiva a criação e o pleno funcionamento dos Comitês de Mortalidade Infantil. k Dimensiona as principais causas de morte na população infantil e identifica seus determinantes. k Contribui para reduzir o sub-registro e a subnotificação dos óbitos infantis. k Avalia a implementação das ações de vigilância do óbito infantil. k Subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas e de ações voltadas para a atenção à saúde infantil. Limitações k Sub-registro de óbitos. k Fonte da informação não-sistematizada. Fonte k Numerador: Comitês de Morte Infantil. k Denominador: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

IV.2. PROPORÇÃO DE ÓBITOS DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL INVESTIGADOS Conceito Expressa a proporção de óbitos de mulheres em idade fértil investigadas em relação ao total dessas mortes em dado local e período.

60 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Método de cálculo Número de óbitos de mulheres de 10 a 49 anos de idade investigados em dado local e período x 100 Número total de óbitos de mulheres de 10 a 49 anos de idade no mesmo local e período

Interpretação k Traduz a capacidade de investigação do sistema de vigilância e dos comitês de investigação de óbitos maternos. k A Portaria Nº 1172 do Ministério da Saúde, de 15/6/2004, regulamentando a NOB 96, atribui aos municípios a vigilância epidemiológica da mortalidade infantil e materna. A investigação do óbito materno deve ser conduzida pelos departamentos de vigilância epidemiológica das SMS e, de forma complementar ou suplementar, pelas SES. Recomenda-se que os Comitês de Morte Materna realizem a investigação dos óbitos maternos nos Estados ou nos municípios onde os departamentos de vigilância epidemiológica não estejam aptos a realizar essa ação. Uso k Incentiva a criação e o pleno funcionamento dos Comitês de Mortalidade Materna. k Dimensiona as principais causas de morte na população feminina em idade fértil. k Contribui para reduzir o sub-registro e a subnotificação dos óbitos maternos. k Identifica os determinantes da mortalidade materna. k Avalia a implementação das ações de vigilância do óbito de mulheres em idade fértil. k Melhora o registro e a notificação dos óbitos maternos. k Subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas e de ações voltadas para a atenção à saúde da mulher. Limitações k Sub-registro de óbitos. k Fonte da informação não-sistematizada. Fonte k Numerador: Comitês de Morte Materna. k Denominador: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

IV.3. PROPORÇÃO DE ÓBITOS MATERNOS INVESTIGADOS Conceito Expressa a proporção de óbitos maternos investigadas em relação ao total dessas mortes identificadas em determinado local e período.

MATRIZ IV | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA REGULAÇÃO

61


Método de cálculo Número de óbitos maternos investigados em dado local e período x 100 Número total de óbitos maternos no mesmo local e período Interpretação k Traduz a capacidade de investigação do sistema de vigilância e dos comitês de investigação de óbitos maternos. k A Portaria Nº 1172 do Ministério da Saúde, de 15/6/2004, regulamentando a NOB 96, atribui aos municípios a vigilância epidemiológica da mortalidade infantil e materna. A investigação do óbito materno deve ser conduzida pelos departamentos de vigilância epidemiológica das SMS e, de forma complementar ou suplementar, pelas SES. Recomenda-se que, devido à sua importância, os Comitês de Morte Materna realizem a investigação dos óbitos maternos nos estados ou nos municípios onde os departamentos de vigilância epidemiológica não estejam aptos a realizar esta ação. Uso k Incentiva a criação e o pleno funcionamento dos Comitês de Mortalidade Materna. k Dimensiona as principais causas de morte na população feminina em idade fértil. k Contribui para reduzir o sub-registro e a subnotificação dos óbitos maternos. k Identifica os determinantes da mortalidade materna. k Avalia a implementação das ações de vigilância do óbito de mulheres em idade fértil. k Melhora o registro e a notificação dos óbitos maternos. k Subsidia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas e de ações voltadas para a atenção à saúde da mulher. Limitações k Sub-registro de óbitos. k Fonte da informação não-sistematizada. Fonte k Numerador: Comitês de Morte Materna. k Denominador: SIM.

IV.4. HOMOGENEIDADE DA COBERTURA VACINAL POR TETRAVALENTE EM MENORES DE 1 ANO Conceito Proporção dos municípios do Estado com cobertura vacinal adequada de tetravalente em crianças com até 1 ano de idade.

62 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Método de cálculo Número de municípios com cobertura vacinal por tetravalente em menores de 1 ano ≥ 95% x 100 Total de municípios do Estado ou DIR Interpretação k A taxa de cobertura vacinal está diretamente associada ao controle da difteria, do tétano, da coqueluche e de hemófilos. Quando se obtém coberturas altas e homogêneas ao longo dos anos, assegura-se o controle, a eliminação ou até mesmo a erradicação dessas doenças. k O Ministério da Saúde preconiza como meta que no mínimo 95% das crianças menores de 1 ano sejam vacinadas. Esse deve ser o parâmetro de cobertura para o imunizante. k Nos municípios e nos Estados, valores médios elevados podem significar bolsões de baixa cobertura em determinados grupos populacionais, o que compromete o controle das doenças. Por isso, está sendo proposto o uso do indicador de homogeneidade vacinal para os Estados. Uso k Acompanha e avalia a situação vacinal das crianças menores de 1 ano, detectando variações geográficas, temporais e entre grupos sociais. k Subsidia a definição de estratégias de vacinação (campanhas, rotinas, intensificações etc.). k Auxilia o planejamento, a gestão e a avaliação de políticas públicas voltadas para a atenção à saúde da criança e para o controle de doenças que podem ser evitadas por imunização. Limitações k Estimativas populacionais super ou subestimadas que comprometem o acompanhamento e a avaliação do cumprimento da meta. k Morosidade no fluxo de dados nos diversos níveis. k Demanda nos postos de vacinação da população não-residente (especialmente em campanhas) que interfere na obtenção do indicador e na avaliação da cobertura vacinal. Fonte k SISPNI.

IV.5. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSAS MAL DEFINIDAS Conceito Percentual de óbitos informados ao SIM por causas básicas mal definidas em relação ao total de óbitos não-fetais informados ao SIM. São classificados no capítulo XVIII da CID-10 (sintomas, sinais e achados clínicos e de laboratório não-classificados em outra parte). Método de cálculo Número de óbitos não-fetais por sinais e sintomas mal definidos (*) x 100 Total de óbitos não-fetais * capítulo XVIII da CID-10. MATRIZ IV | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA REGULAÇÃO

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Interpretação/Uso k Reflete a qualidade da informação por causa de morte, revelando especialmente se há deficiência no preenchimento do atestado de óbito. k Avalia o acesso, a organização e a qualidade da assistência médica em determinado local. Limitações k Qualidade do sistema de informação de mortalidade. Fonte k Numerador e Denominador: SIM.

IV.6. PERCENTUAL DE ENCAMINHAMENTOS ATENDIDOS EM RELAÇÃO AO SOLICITADO Conceito Proporção de resolução de encaminhamentos solicitados à central de vagas. Método de cálculo Número de encaminhamentos atendidos pela central de vagas em dado local e período x 100 Número de encaminhamentos solicitados à central de vagas no mesmo local e período Interpretação k Revela a capacidade de resposta da central de vagas. k Mostra o grau de pactuação de internações no município e na regional. Uso k Planejamento das necessidades de referência e contra-referências no município e na região. Limitações k Informação indisponível em sistema informatizado. Fonte k Registros das centrais.

IV.7. PERCENTUAL DE GESTANTES DE RISCO COM VAGA GARANTIDA Conceito Proporção de resolução da necessidade de internação para parto de gestantes de alto risco.

64 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Método de cálculo Número de solicitações de vagas para parto de gestantes de alto risco atendidas pela central de vagas em dado local e período x 100 Total de solicitações de vagas para parto de gestantes de alto risco recebidas pela central de vagas em dado local e período Interpretação k Revela a capacidade de resposta da central de vagas. k Grau de pactuação de internações no município e na região. Uso k Planejamento das necessidades de referência e contra-referência municipal e regional. Limitações k Informação indisponível em sistema informatizado. Fonte k Registros das centrais.

IV.8. TEMPO MÉDIO DE ESPERA POR VAGA EM UTI Conceito Tempo médio de espera para obtenção de vaga e internação em UTI. Método de cálculo Tempo de espera por vaga de UTI de cada atendimento pela central de vagas em dado local e período Total de solicitações de vagas de UTI recebido pela central de vagas no mesmo local e período Interpretação k Confere a agilidade e a qualidade da central de vagas e da pactuação de vagas de UTI no município e na região. Uso k Subsidia o planejamento e a PPI local e regional. Limitações k Informação indisponível em sistema informatizado. Fonte k Registros das centrais. MATRIZ IV | OBJETIVO: AVALIAR O CUMPRIMENTO DA REGULAÇÃO

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MATRIZ V OBJETIVO Avaliar a resolubilidade da descentralização, regionalização e financiamento do SUS

DIMENSÃO

PACTO DE GESTÃO DO SUS

SUBDIMENSÃO

TIPO DE AVALIAÇÃO

Descentralização

Resultado

Regionalização

Resultado

Financiamento

Resultado

66 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


INDICADOR/CRITÉRIO

UNIDADE DE ANÁLISE

FONTE DE DADO

V.1. Proporção de leitos no município sob gestão municipal

Estadual e regional

SIH

V.2. Proporção de ações de baixa e média complexidade da vigilância sanitária sob gestão municipal

Municipal

SIVISA

V.3. Taxa de invasão de internação V.4. Taxa de evasão de internação

Estadual e regional

SIH

V.5. Gasto municipal em saúde per capita dos municípios V.6. Gasto estadual em saúde per capita dos municípios V.7. Gasto federal em saúde per capita dos municípios V.8. Gasto total em saúde per capita dos municípios

Estadual e municipal

SIOPS Execução orçamentária Outras fontes

MATRIZ V | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DA DESCENTRALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO E FINANCIAMENTO DO SUS

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V.1. PROPORÇÃO DE LEITOS NO MUNICÍPIO SOB GESTÃO MUNICIPAL Conceito Percentual de leitos hospitalares sob gestão municipal em relação ao total de leitos disponíveis no município. Método de cálculo Número de leitos hospitalares sob gestão municipal em dado local e período x 100 Número total de leitos do mesmo local e período Interpretação k Mede o grau de autonomia, a capacidade de negociação e a pactuação do município. Uso k Subsidia a discussão e a tomada de decisão para descentralização e conformação do SUS regional. Limitações k Qualidade de informação do SIH. Fonte k Numerador e Denominador: SIH.

V.2. PROPORÇÃO DE AÇÕES DE BAIXA E MÉDIA COMPLEXIDADE DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA SOB GESTÃO MUNICIPAL Conceito Mede a quantidade de ações de baixa e média complexidade da vigilância sanitária realizadas pelo município. Método de cálculo Número de ações de vigilância sanitária de baixa e média complexidade sob gestão municipal em dado local e período x 100 Total de ações de vigilância realizadas em dado local e período Interpretação k Indica o grau de descentralização das ações de vigilância sanitária. Uso k Subsidia a discussão e a tomada de decisão para a descentralização e regionalização das ações de vigilância sanitária. 68 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Limitações k Atualização da PPI da Vigilância e acesso ao SIVISA. Fonte k Numerador e Denominador: SIVISA.

V.3. TAXA DE INVASÃO DE INTERNAÇÃO Conceito Proporção das internações de pacientes residentes em outros municípios em relação ao total das internações do município. Método de cálculo Número de internações hospitalares de pacientes de fora do município em dado período x 100 Total de internações hospitalares no município no mesmo período Interpretação k Indica a capacidade hospitalar instalada no município e seu potencial de referência para um conjunto de municípios. Uso k Contribui para a discussão e a tomada de decisão da regionalização, do planejamento e Programação Pactuada Integrada. Limitações k Qualidade dos registros hospitalares. Fonte k Numerador e Denominador: SIH.

V.4. TAXA DE EVASÃO DE INTERNAÇÃO Conceito Proporção de residentes de um determinado município internados em outros municípios. Método de cálculo Número de internações de residentes de um determinado município ocorridas em outros municípios em dado período x 100 Total de internações hospitalares deste município no mesmo período MATRIZ V | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DA DESCENTRALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO E FINANCIAMENTO DO SUS

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Interpretação k Indica a falta de leitos em determinado município e as possíveis referências existentes. Uso k Contribui para a regionalização, descentralização, planejamento e Programação Pactuada Integrada (PPI). Limitações k Qualidade dos registros hospitalares. Fonte k Numerador e denominador: SIH.

V.5. GASTO MUNICIPAL EM SAÚDE PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS Conceito Montante de gasto municipal em atividades e em ações de saúde com recursos próprios e transferidos para o orçamento municipal. Método de cálculo Gasto municipal em saúde de dado município no ano Total da população no mesmo município no ano Interpretação k Confere o montante do orçamento municipal executado em saúde. Uso k Avalia o cumprimento da legislação no que diz respeito ao montante municipal mínimo para a saúde. Limitações k Qualidade dos registros das contas municipais. Fonte k Numerador: SIOPS e execução orçamentária. k Denominador: IBGE.

V.6. GASTO ESTADUAL EM SAÚDE PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS Conceito Montante de recurso estadual gasto em atividades e em ações de saúde do município. 70 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Método de cálculo Gasto estadual em saúde em dado município no ano Total da população no mesmo município no ano Interpretação k Confere o investimento estadual em saúde no município. k Mede o grau de dependência financeira municipal para financiamento da saúde em relação ao Estado. k Checa o grau de influência e interesse estadual no município. Uso k Avalia o cumprimento da legislação no que diz respeito ao montante de participação estadual no financiamento da saúde. k Testa a capacidade de alocação de recurso estadual para a redução de desigualdades regionais. Limitações k Indisponibilidade de parte da informação. Fonte k Numerador e denominador: SIOPS e execução orçamentária. k Numerador e denominador: IBGE.

V.7. GASTO FEDERAL EM SAÚDE PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS Conceito Montante de recurso federal gasto em atividades e em ações de saúde do município. Método de cálculo Gasto federal em saúde em dado município no ano Total da população no mesmo município no ano Interpretação k Confere o investimento federal em saúde no município. k Mede o grau de dependência financeira municipal para financiamento da saúde em relação ao governo federal. k Checa o grau de influência federal no município. Uso k Avalia cumprimento da legislação no que diz respeito ao montante de participação federal no financiamento da saúde. MATRIZ V | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DA DESCENTRALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO E FINANCIAMENTO DO SUS

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k Testa a capacidade de alocação de recurso federal para a redução de desigualdades regionais. Limitações k Qualidade da informação do SIOPS. Fonte k Numerador e denominador: SIOPS e execução orçamentária. k Numerador e denominador: IBGE.

V.8. GASTO TOTAL EM SAÚDE PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS Conceito Total do gasto em atividades e em ações de saúde com recursos municipal, estadual e federal. Método de cálculo Gasto municipal + Gasto estadual + Gasto federal em saúde em dado município no ano Total da população no mesmo município no ano Interpretação k Mede o volume de recursos em saúde alocados no município, verifica o cumprimento da legislação e indica o peso de cada nível de gestão no financiamento do SUS municipal. Uso k Permite avaliar desigualdades e alocação eqüitativa de recursos financeiros. Pode ser um instrumento de negociação política no interior de cada nível de governo e entre os níveis de governo. Limitações k Qualidade da informação do SIOPS. k Disponibilidade de informação. k Qualidade dos registros das contas municipais. Fonte k Numerador e denominador: SIOPS e execução orçamentária. k Numerador e denominador: IBGE.

72 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


MATRIZ V | OBJETIVO: AVALIAR A RESOLUBILIDADE DA DESCENTRALIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO E FINANCIAMENTO DO SUS

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MATRIZ VI OBJETIVO Analisar a resolubilidade do sistema de saúde em relação à gestão do trabalho e à educação na saúde

DIMENSÃO

SUBDIMENSÃO

TIPO DE AVALIAÇÃO

Gestão do trabalho

Estrutura

Formação do trabalhador (educação permanente) na saúde

Estrutura Processo

PACTO DE GESTÃO DO SUS

74 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


INDICADOR/CRITÉRIO

UNIDADE DE ANÁLISE

FONTE DE DADO

VI.1. Proporção de médicos terceirizados da Atenção Básica

Estadual e municipal

RH municipal CNES, CRH - SES/SP

VI.2. Proporção de agentes comunitários de saúde terceirizados VI.3. Proporção de médicos da Atenção Básica com mais de 12 meses de serviço VI.4. Presença de núcleo de educação permanente

Estadual e municipal

Relatórios dos pólos RH municipal, CRH - SES/SP

VI.5. Número de cursos ou ações de formação para Atenção Básica demandados aos pólos VI.6. Proporção dos trabalhadores do SUS com qualificação oferecida pelo SUS

MATRIZ VI | OBJETIVO: ANALISAR RESOLUBILIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE EM RELAÇÃO À GESTÃO DO TRABALHO E À EDUCAÇÃO NA SAÚDE

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VI.1. PROPORÇÃO DE MÉDICOS TERCEIRIZADOS NA ATENÇÃO BÁSICA Conceito Parcela de médicos atendendo na Atenção Básica sob contratação terceirizada. Método de cálculo Número de médicos na Atenção Básica terceirizados em dado local e período x 100 Número total de médicos na Atenção Básica no mesmo local e período Interpretação/Uso k É considerado terceirizado, o profissional que é contratado por instituição privada que presta serviço nos equipamentos públicos estatais do SUS. k Mede a capacidade de gestão do SUS sobre a força de trabalho em saúde no sistema público. k Indica a capacidade regulatória do gestor sobre a força de trabalho. Limitações k Informação disponível nem sempre de forma regular e transparente. Fonte k RH municipal. k CNES. k CRH - SES/SP

VI.2. PROPORÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE TERCEIRIZADOS Conceito Parcela de agentes comunitários de saúde sob contratação terceirizada. Método de cálculo Número de agentes comunitários de saúde terceirizados em dado local e período x 100 Número total de agentes comunitários de saúde no mesmo local e período Interpretação/Uso k É considerado terceirizado, o profissional que é contratado por instituição privada que presta serviço nos equipamentos públicos estatais do SUS. k Mede a capacidade de gestão do SUS sobre a força de trabalho em saúde no sistema público. k Indica a capacidade regulatória do gestor sobre esta força de trabalho. Limitações k Informação disponível nem sempre de forma regular e transparente. 76 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


Fonte k RH municipal. k CNES. k CRH - SES/SP

VI.3. PROPORÇÃO DE MÉDICOS DA ATENÇÃO BÁSICA COM MAIS DE 12 MESES DE SERVIÇO Conceito Parcela de médicos trabalhando há mais de 12 meses na Atenção Básica. Método de cálculo Número de médicos na Atenção Básica trabalhando há mais de 12 meses em dado local e período x 100 Número total de médicos na Atenção Básica no mesmo local e período Interpretação/Uso k Mede a rotatividade dos profissionais e permite avaliar, por exemplo, o estabelecimento de vínculos com os usuários dos serviços, a qualidade da prestação desses serviços, a descontinuidade das ações e a perda do investimento direcionado à formação dos profissionais. Limitações k Informação disponível nem sempre de forma regular e transparente. Fonte k RH municipal. k CNES. k CRH - SES/SP

VI.4. PRESENÇA DE NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE Trata-se de um indicador que mede a pactuação entre os gestores estaduais e municipais para a implementação da política de formação e de qualificação do trabalhador do SUS. A obtenção do dado se dá simplesmente por verificação da existência ou não do núcleo na região (SIM/NÃO).

VI.5. NÚMERO DE CURSOS OU AÇÕES DE FORMAÇÃO PARA ATENÇÃO BÁSICA DEMANDADOS AOS PÓLOS Conceito Indica a necessidade dos gestores locais e regionais de formar e qualificar a força de trabalho do SUS. MATRIZ VI | OBJETIVO: ANALISAR RESOLUBILIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE EM RELAÇÃO À GESTÃO DO TRABALHO E À EDUCAÇÃO NA SAÚDE

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Método de cálculo Número de cursos em Atenção Básica por pólo. Limitações k Informação indisponível em sistema informatizado. Fonte k Relatório dos pólos de educação continuada.

VI.6. PROPORÇÃO DE TRABALHADORES DO SUS COM QUALIFICAÇÃO OFERECIDA PELO SUS Conceito Parcela de trabalhadores do SUS cuja qualificação foi dada pelo SUS. Método de cálculo Número de trabalhadores do SUS qualificados pelo SUS em dado local e período x 100 Número total de trabalhadores do SUS Interpretação/Uso k Mede a capacidade do SUS de qualificar a sua força de trabalho. Limitações k Informação inexistente ou indisponível em sistema informatizado. Fonte k Relatórios.

78 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


MATRIZ VI | OBJETIVO: ANALISAR RESOLUBILIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE EM RELAÇÃO À GESTÃO DO TRABALHO E À EDUCAÇÃO NA SAÚDE

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80 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUS A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA NO ESTADO DE SÃO PAULO


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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