Inside
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Egui Baldasso e.baldasso@gmail.com
A de azul, de avô, de todos nós Ele não era mais o mesmo quando a doença encerrou suas forças. O coração gigante que sobrou parado ainda tinha muito o que viver, e sabia disso. Só que o sorriso não estava mais aberto, a doçura dos traços havia trocado de lugar com palidez da pele e o pouco peso que mal nos faziam lembrar do abraço forte que vinha de lá. Nem as vozes ao redor já não o interessavam tanto quanto o desejo de que as dores cessassem. O egoísmo típico de quem fica nos fazia torcer pra que resistisse um pouco mais, mas a vontade de vê-lo descansando depois de tudo aquilo era maior. Fazia dois anos que o câncer na próstata tinha sido diagnosticado, e que a esperança de tê-lo pra sempre na mesa do domingo dera lugar à certeza de aproveitar ao máximo sua companhia porque, a partir dali, o pra sempre tinha hora pra acabar. Viria num fevereiro qualquer. Ele tinha nome, tinha filhos. E foi antes de ver o neto escrevendo. Não vai ler essas linhas por falta de interesse, mas de tempo. Não porque era homem atarefado demais ou que não se importasse com a família. Muito pelo contrário. Além de comprar os biscoitos ‘que o Egui gosta’, fatalmente emprestaria sua atenção aos meus textos. Quem o cercava era, literalmente, a vida dele. Mas a falta de tempo foi justamente por não dá-lo a si mesmo. Foi, como muitos, um grande avô. Porém, também como outros tantos, não cuidou de si tanto quanto cuidou do mundo. Assim como centenas de avôs, foi como milhares de homens que deixam a saúde pra depois. Depois do futebol, depois da novela, depois de amanhã, depois deles mesmos. A falta de cuidados consigo mesmo foi a culpada pelo câncer que o levou. Lutou, claro, depois de descoberto. Mas a vitória poderia ter fechado a história, caso o exame do toque tivesse sido realizado, já que as chances de cura são de 95% quando a doença é detectada precocemente. Se, ignorando preconceitos bobos, tivesse brincado: ‘Tá bom, doutor, mas ao menos me serve um whiskyzinho antes’, quem sabe o domingo continuaria sendo pra sempre. Por um mundo com mais avôs trazendo biscoitos, à mesa posta, sorriso e barrigões à mostra é que surgiu o Novembro Azul. Uma campanha para nos mostrar a importância da prevenção contra o câncer de próstata que mata quase 300 mil homens por ano em todo o planeta. O público-alvo da campanha são homens a partir dos 50 anos de idade (ou 45, se houver histórico familiar da doença). O objetivo é quebrar o preconceito e desmistificar o exame de toque. Novembro Azul é um mês, e uma campanha que nos faz entender que a prevenção pode, sim, salvar vidas. Ou ao menos estendê-las. Já que os avôs podem não ser eternos, mas isso ninguém, e nem o câncer de próstata, precisa saber. * Jornalista e escritor
Cultura
FARROUPILHA, 8 DE NOVEMBRO DE 2019
Feiras estimulam pesquisa Eventos vão envolver todos os alunos do Nossa Senhora de Lourdes nesta sexta e sábado
A
sexta e o sábado vão ser dias movimentados no Colégio Nossa Senhora do Lourdes (CNSL). O educandário decidiu reuniu três grandes eventos, abertos à comunidade, que envolvem alunos da Educação Infantil até o 3º ano do Ensino Médio. Tudo acontece nas dependências do CNSL, na Thomas Edison, 200. Nesta sexta é a vez da 3ª Feira do Empreendedorismo Científico e da 26ª Feira de Ciências e Matemática, ambas das 17h30min às 20h; e no sábado, acontece a Mostra Artística e Cultural, das 9h às 11h. A Feira do Empreendedorismo Científico tem como tema centra “O Aluno Como Empreendedor no Setor Alimentício” e envolve alunos do 9º ano do Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Ela tem como objetivo preparar o estudante para o mercado de trabalho e para as finanças desde jovem. Foi proposto que os discentes produzissem alimentos que serão comercializados durante o evento. “As turmas fabricaram o produto com o auxílio da família e tiverem orientação com nutricionista para elaboração da tabela nutricional e manuseio correto dos alimentos a serem utilizados”, declara a professora