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FARROUPILHA, 24 DE AGOSTO DE 2018
Música Conversamos com Vitor Ramil, que nos contou um pouco sobre o álbum e sobre as expectativas para o show de domingo. Jornal Informante: Sobre o que trata o “Campos Neutrais”? Por que deste esse nome ao álbum e qual mensagem que ele traz? Vitor Ramil: O álbum não trata de um tema específico. Campos Neutrais é uma referência ao tratado de 1777 que estabeleceu uma zona neutra entre os reinos de Portugal e Espanha no território do Rio Grande do Sul. Tratava-se de uma extensa faixa que cruzava o Estado. Sua porção maior, no extremo sul, entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, ficou conhecida como os Campos Neutrais por excelência. A história nos diz que ocorreu nessa zona neutra uma grande mistura étnica, linguística, cultural. Por exemplo, um escravo fugido não poderia ser recapturado nos Campos Neutrais. Moro no extremo sul do Rio Grande do Sul. Em tempos de polarizações e xenofobia, no meu disco há uma grande mistura, parceiros do Norte, Nordeste e Sul do Brasil, da Argentina, versões para canções da Galícia e dos Estados Unidos, letras em português, espanhol e inglês. Em tempos de superficialidade, Campos Neutrais propõe um aprofundamento. Talvez essas sejam as mensagens. Informante: O álbum surgiu de um financiamento coletivo. Como foi essa experiência? Vitor: Foi ótima, como da primeira vez no disco “Foi no Mês que Vem”. Convido sempre o público a ser agente da produção, não mero consumidor. Muita gente apoiou como no álbum anterior. Sou muito grato aos apoiado-
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Marcelo Soares
Dedicação à música O álbum é composto por músicas inéditas escritas por Ramil e foi produzido pelo cantor em Porto Alegre
res, pela forma como se comunicaram comigo, receberam o trabalho e pelo financiamento do projeto. Sem eles, o disco teria custado uma pequena fortuna para mim. Informante: O que te inspira a compor? Vitor: Sou dos que acredita que o artista não sabe porquê cria. Qualquer coisa ou nenhuma podem me inspirar. Um acorde ou uma palavra aparentemente casual podem motivar uma canção inteira. Digo “aparentemente” porque não acredito num acaso puro. De algum recanto da nossa mente as imagens poéticas, e nisso incluo as musicais, tratam de surpreender nosso pensamento objetivo. Informante: Você vem de uma família de músicos e a música sempre esteve muito presente em sua vida. Quando você soube que iria fazer disso a sua profissão? Vitor: Desde que entendi que um dia me ocuparia profissionalmente de algo na vida. Informante: Qual foi o momento de maior destaque na sua carreira? Vitor: Minha carreira é um contínuo lento e persistente, talvez esse seja o destaque. Informante: O que você espera do show em Farroupilha? Vitor: Que eu possa dar o meu melhor e emocionar o público.
Programe-se O que: show de Vitor Ramil Quando: domingo, às 19h Onde: Auditório Professor Raul Bampi, do CFar (Rodovia dos Romeiros, 567) Quanto: comerciários e dependentes com cartão Sesc/Senac, R$ 12,00; estudantes, professores, maiores de 60 anos e classe artística, R$ 13,00; empresários e dependentes com cartão Sesc/Senac, R$ 18,00; público em geral, R$ 26,00