Onipresente nas melhores festas de casamento, a doceira Isabella Suplicy revela a trajetória e os segredos que a tornaram a grande dama dos bolos e dos docinhos mais lindos e saborosos do Brasil
S
e você é assíduo nas melhores festas de casamentos da cidade, certamente já provou um brigadeiro puxa com pistache crocante ou caiu de joelhos ao saborear um pedaço de bolo assinado pela doceira Isabella Suplicy. Se não é um desses convidados sortudos, certamente já salivou ao ver nas revistas as fotos de bolos decorados com esmero, docinhos que lembram pequenas joias e tantas outras e tão deliciosas criações da patisseur. Isabella atribui o sucesso ao fato de estar sempre na hora certa, no lugar certo. Mas a verdade é que a doceira, cujos bolos e pequenas delícias são onipresentes nas festas mais disputadas de São Paulo, faz por merecer os louros que angariou ao longo dos 15 anos de carreira. Estudante de direito, Isabella decidiu trancar a faculdade. Aos 22 anos embarcou para Nova York de onde voltou com um diploma e uma ideia na cabeça. Formada pela Peter Kumps News York Cooking School, decidiu pôr em prática uma paixão que aprisionou por anos. “Desde pequena eu adorava observar minha avó cozinhando e cozinhava junto com ela, e também com a minha bisavó e minhas tias”. Em 1996 começou a fazer bolos e doces que, pouco tempo depois, se tornariam o grande hit das festas paulistanas. A qualidade da massa dos bolos, macia e inigualável graças à cocção em banho-maria durante cinco horas, seria por si só, um diferencial. Mas os recheios inspirados e o trabalho artístico que envolve suas coberturas sagrou Isabella como o grande nome da pâtisserie fina no Brasil. “Além de macio e bem recheado, o bolo deve estar lindo. O trabalho sobre o bolo é 100% artístico e de açúcar”, explica ela que tem entre suas marcas registradas as trufas ouro, campeã de pedidos na seara dos docinhos e os bolos de
chiffon com brigadeiro e o de nozes com recheio de baba de moça. “São os preferidos das noivas”, revela. Apesar do enorme seu know-how no métier, a profissional costuma dar toda a liberdade para que as noivas criem seus pedidos. “Pode ser um bolo de sete andares, de qualquer tamanho e com o recheio e o décor que elas quiserem. O bolo vai estar no dia do evento conforme encomendado. Nenhum bolo é igual ao outro, jamais”, diz Isabella, cuja especialidade são os cobertos com fondant e decorados com enfeites, fitas, laços, flores ou bonecos de açúcar, tudo feito de forma artesanal.
Dedicação total
Sempre inovando, ela costuma trazer tendências de Nova York e Paris, para onde viaja com frequência para pesquisar e trazer novos ingredientes. A rotina agitada do negócio faz com que Isabella se dedique integralmente ao tra-
balho. Afinal, são cerca de oito eventos por semana e uma infinidade de bolos e doces para criar, fazer e confeitar. Em uma casa em estilo provençal instalada no bairro do Morumbi, para onde transferiu seu “atelier de sonhos doces” desde 2004, ela comanda uma equipe de quase 20 pessoas. “Meu maior desafio é conciliar o tempo. Eu acordo cedo, faço ginástica e depois passo o resto do dia na cozinha até fechar”, conta ela, casada com o economista Felipe Simonsen e mãe de três crianças, Graziela, Francesca e Max. Às noivas que pretendem incluir os bolos e doces de Isabella em suas festas, um aviso importante: o ideal é fazer os pedidos com pelo menos três meses de antecedência para conseguir uma data com a doceira. “Tem noivas que me procuram um ano antes e não encontram data, outras têm sorte e com um mês só de antecedência conseguem reservar”. 37