CIRCUS MAGAZINE
2.0
EDITORIAL Acredita-se que o termo “Grunge” provém de uma
forma relaxada de pronunciar “grungy” que, em inglês, sig-
ni�ica “sujo”. Da mistura de padrões, ao cabelo desgrenhado e passando, claro, pelas roupas velhas e largas, esta tribo vai de
encontro ao som saturado e distorcido das guitarras elétricas. Com origem na década de 80 em Seattle (EUA), o movi-
mento Grunge assenta as suas raízes em bandas de rock
como os Soundgarden e os Green River sendo, o vocalista da
última, considerado até aos dias de hoje o Pai desta causa. Numa espécie de contra-ataque ao estilo hidratado e engomado usado nos anos 80 pelas aclamadas “Glam Rock Bands”, o Grunge surge como uma forma de promoção da simplicidade e da não ostentação.
É, portanto, do grito sufocado da frente alternativa que
surge o Movimento como fonte de esperança de uma nova geração. E é pelo underground estar tão em voga que a CIRCUS deste mês vos mostra esta tribo numa viagem nada agonizante ao som da velha Seattle...
ENJOY THE RIDE INÊS SANTOS
E Q U I PA EDITORAS * PAGINAÇÃO
Inês Santos
Regina Mendes
DESIGN GRÁFICO
Soraia Oliveira
FOTOGRAFIA
Claúdio Martins
CIRCUS REDATORES
Inês Meira
Raquel Oliveira
José Oliveira
Rúben Dias
Manel Reinna
Catarina Matias
Rita Neto
Bárbara Matias
Susana Afonso
Joel Loureiro
Eduarda Brandão
Tomás Garcez
EM SÍNTESE POLAROID
EDITORIAL EDITORIAL #3
MARINA MOREIRA #14
RED SIGN TURKISH #8
POLAROID #12
CINEMA SEM LEI #18
O ALTO #20
CO ONDE OS EN E O ÓSCAR VAI PARA...#29
NAMARI #34
NTRAR?
GRUNGE.ONDE OS ENCONTRAR? #39
Wonderland TELEVISÃO #40
OH... SWEET HOME OH...SWEET HOME #50
CAÇA AOS DOUTORES CAÇA AOS DOUTORES #55
COMING SOON COMING SOON... #60
WONDERLAND #42
DESPortribo DESPORTRIBO #52
NoVaS TECnologIaS
NOVAS TECNOLOGIAS #56
PRIMAVERA EM 5 SENTIDOS PRIMAVERA EM 5 SENTIDOS #44
TESTOSTERONA(S) TESTOSTERONA(S) #53
EM CARTAZ EM CARTAZ #58
À CONVERSA COM... RED SIGN TURKISH 1.Antes de mais, quem são os RED SIGN TURKISH?
TEXTO DE: INÊS SANTOS
Os RED SIGN TURKISH são:
João Costa na voz, Jorge Lopes e João Vaz na guitarra, Rui Silva no baixo e Pedro Costa na bateria, somos uma banda de Vizela que começou a 26 de janeiro de 2013.
Somos uma banda de Rock Alternativo, in�luenciados por grandes bandas como Alice in Chains, Rage Against the
Machine, Led Zeppelin, Pink Floyd... as nossas músicas surgem da mistura das in�luências de todos e expressam um grande sentimento de revolta tanto a nível das letras como das melodias. É uma espécie de crítica músical ao
que achamos estar mal no mundo que nos rodeia, aqueles que tem excesso de poder etc. Foi esta a maneira que encontramos para dizer e expressar aquilo que sentimos sem tabus e isso vê-se nas nossas letras.
2.Como surgiu a ideia de criarem um projeto musical conjunto? Aconteceu um bocado sem querer, o João Costa o Rui e o João Vaz ja tinham um projeto de covers, DIRT MONK, a
algum tempo, o Jorge arranjou um concerto para o projeto deles, mas como só tinham um guitarrista, ofereceu-se para tocar com eles. O concerto correu bem e no �inal convidaram o Jorge para entrar no projeto.
Começamos a ensaiar com frequência e reparamos que estavamos sintonizados a nível de gostos musicais e também sobre o caminho que queriamos seguir como banda. Foi aí que surgiu o primeiro original, Brainless Mind só que o nome do projeto estava e chocar os mais sensíveis e sentimos necessidade de mudar.
Essa mudança surgiu durante aquelas revoluções que aconteciam na Turquia e com aquela famosa imagem da
mulher do vestido vermelho no meio da revolução, esses foram dois dos motivos pelo qual escolhemos o nome RED SIGN TURKISH, mas há também outros motivos que são apenas conhecidos pela banda.
No �inal do verão passado houve uma mudança de membro também, o nosso baterista inicial saiu da banda e deu lugar ao baterista actual Pedro Costa.
Este projeto musical conjunto nao foi programado com antecedência nem nada, foi surgindo e foi crescendo sem darmos muito por isso, e temos ainda muito, mas muito, para crescer claro.
4.Com um público já fiel e uma personalidade artística já vincada, sentem o reconhecimento do vosso trabalho? Nós ainda somos bastante pequenos neste mundo e não temos assim tanto para mostrar, mas o pouco que temos já começa a ser valorizado, por gente da terra e também de fora. Temos que elaborar algumas ideias que temos em mente para ganhar mais visibilidade o que vai trazer um maior reconhecimento do nosso trabalho, pois nós trabalhamos por conta própria, não temos agente nem colaboradores. 5.Qual é a música que mais gozo vos dá tocar em palco?
3.Apesar dos temas originais, a grande maioria dos vossos concertos contam com covers e músicas adaptadas. É importante mostrar aos fãs quais são as vossas referencias musicais? Sim é sempre importante mostrar onde “nascemos para a música”, pois foram essas referências que nos uniram e o mais importante é que nos dá muito gozo tocar músicas de ídolos nossos, que desde pequenos ouvimos e que �izeram da música uma forma de vida tal como nós queremos fazer. Mas os temas originais é que trazem essa possibilidade de viver da música, quando mostramos a um público aquilo nós fazemos e eles gostam, é uma sensação diferente é como ter um orgasmo. O problema é que apenas ensaiamos ao �im de semana porque à semana a maioria dos elementos está na universidade, o pouco tempo que temos exige o dobro do esforço porque não é fácil criar algo novo que tenha o mínimo de qualidade para poder ser apresentado ao público.
É um bocado di�ícil distinguir porque só tocamos músicas que todos gostam, mas dentro dos originais é a Tumor e nos covers é Rage Against The Machine - Bulls on Parade. 6.A internacionalização é um objetivo? Sem dúvida, é o objectivo de todas as bandas em Portugal, pelo menos aquelas que cantam em inglês. O mundo da música em Portugal é muito mais pequeno do que lá fora e é menos aberto a novos projetos e coisas diferentes do habitual, sem falar no gozo que dá fazer uma tour pela europa ou mesmo fora da europa, é talvez o nosso principal objetivo.
7.Esperam-se novidades para breve? Sim , vamos começar para a próxima semana a gravar o nosso primeiro E.P e mais algumas surpresas.
8.Por último, uma mensagem para os vossos fãs e para os nossos leitores... Obrigado a todos os que nos seguem, todos que nos dão apoio e nos ajudam de alguma maneira, porque sem o incentivo deles era muito mais dí�icil para nós. É muito grati�icante saber que existem pessoas que vão aos nossos concertos porque gostam da nossa atitude e da nossa música, só nos faz querer dar o nosso melhor. Os leitores que ainda não conhecem o nosso projeto, vão a nossa página no Facebook ou ao Youtube e ouçam as nossas músicas, deixem uma crítica, ideias, porque é sempre importante ter um feedback do público e saber o que pensam do projeto RED SIGN TURKISH. Muito obrigado à CIRCUS pelo convite.
POLAROID
TEXTO DE: CLAÚDIO MARTINS
Quanto a ela, não há discórdia. Amantes, ou não, da
fotogra�ia, todos têm um carinho especial pela magia a “olho nu” que ela representa. Da folha branca retida no
interior de uma polaroid espera-se sempre o melhor. Desde cores inigualáveis a momentos inesquecíveis, estas máquinas com dimensões variáveis servem para muitas coisas mas são inquestionáveis enquanto motor para eternizar momentos e pessoas.
A�inal, quantos de nós já tiveram o privilégio de ter em
poucos minutos uma fotogra�ia para mais tarde recordar?
Apesar dos modelos mais antigos de máquinas polaroid viverem no nosso
imaginário, hoje em dia existem modelos como a Fuji�ilm Instax Mini Polaroid que, não obstante ao facto de serem mais pequenas e, por isso mesmo,
reduzirem substancialmente o tamanho das fotogra�ias, nos abrem portas para sonhar e nos proporcionam mais do que uma fotogra�ia que, mais cedo ou mais tarde, se irá perder por entre tantas num arquivo de computador. E tu? Queres viver para sempre?
À CONVERSA COM... MARINA MOREIRA Chama-se Marina Moreira , tem 21 anos e estuda na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Natural do Marco de Canaveses, é na pintura que reflete a sua maior paixão. TEXTO DE: INÊS SANTOS
Marina, como surgiu o gosto pela pintura? Não me recordo exatamente quando come-
cei a pintar. Fui desenvolvendo desde cedo um gosto pelo desenho que me levou até à pintura. Mesmo hoje existe uma relação
intima entre desenho e pintura nos meus trabalhos.
Qual é a técnica que mais utiliza nos seus trabalhos?
Atualmente pinto a acrílico. Os últimos trabalhos, que tenho estado a desenvolver em
pintura são a óleo, e outros em desenho a acrílico. Esta mudança ou preferência por uma ou outra técnica tem a ver com o sentido ou aspeto técnico que melhor se adequam
ao conceito pretendido. Também por ainda ser estudante de belas artes não me parece
de todo despropositado aperfeiçoar a minha técnica a óleo bene�iciando de uma orientação académica. No entanto, a preferência
pela técnica supera essa preocupação. O óleo
é a técnica mais completa de todas. Nesta fase do projeto que continuo a desenvolver
desde o ano anterior, o fato de o tempo de secagem ser maior (quando comparado ao acrílico), possibilita-me maior intervenção sobre o quadro. O óleo permite voltar ao
quadro no dia seguinte sem perder a intensidade e a frescura do trabalho.
Recorda-se da primeira apresentação pública do seu trabalho? Penso que a primeira apresentação pública
dos meus trabalhos foi numa exposição
organizada pela escola onde estudava, no Museu Amadeu de Sousa Cardoso em Amarante em 2009.
Quais são os principais meios de divulgação do seu trabalho?
Geralmente utilizo as redes sociais e participo em concursos para divulgar os trabalhos.
Anos de experiência implicam evoluções e conhecimentos técnicos. Que técnicas a distinguem? Penso que as técnicas de pintura que mais me distinguem são mesmo a encaustica e óleo.
Todos temos artistas de referência . quais são os seus? Os meus artistas de referência são Jenny Saville, Guy Denning, Alex Kanevsky, Frank
Rannou... Os artistas de referência são sobretudo �igurativos.
Em Kanevsky agrada-me a forma como o
artista consegue conferir ambiguidade aos quadros, nunca existe uma tradução muito concreta da sua linguagem. As �iguras deambulam entre a realidade interior e exterior
pela concretização técnica: o artista intervém
no quadro em inúmeros layers que criam este espaço deambulatório e conferem uma enigmática ambiguidade.
Não me considero puramente conceptual ou
puramente tecnicista, mas mediada pelo dois,
e deste modo sinto-me também familiarizada com estes artistas.
Como vê o futuro das artes em Portugal? A arte contemporânea engloba um vasto
leque de movimentos artísticos que se movem em constantes inovações e rupturas, e é muito di�ícil prever o futuro. Quer saber
como vejo o futuro das artes dentro do
contexto sociopolítico? Como a história pode comprovar , a arte sobrevive a crises
económicas, a rupturas e guerras .É inegável que essas rupturas trazem quebras com as
tradições e, por consequência, inovações.
Quanto ao futuro das artes no mercado? O grande núcleo de mercado artístico não parece entrar em crise. Quem tinha grande
poder de compra, na sua maioria continua a ter.
Todo o tipo de arte reflete uma mensagem. Qual é a sua? Passar uma mensagem ou criar narrativas
não é o que me move. Pre�iro suscitar questões no receptor.
Antes de começar aviso que tenho uma página sobre cinema, onde faço a minha inter-
venção social (?), cultural (?) - não sei como lhe chamar - e não tenho jeito nenhum para a promover. Por isso decidi falar da minha experiência e motivação para ter chegado onde estou hoje.
Sabem aquelas pessoas que desde cedo têm os seus objectivos muito bem de�inidos e
lutam incansavelmente para conseguir tal coisa? Eu não sou nada assim. As coisas acontecem-me por acaso e nos últimos tempos até tem corrido muito bem. Eu sou o rapaz que no 9º ano fez os
testes psicotécnicos e me disseram que o meu lugar seria em comunicação. Então como é lógico no 10º entrei para… turismo! Não gostei do curso nos dois primeiros anos, �iz um estágio pro�issional como guia nos barcos do Douro e recebi um dezassete que não foi su�iciente para �icar a
trabalhar por lá. Veio o desemprego e uma nova oportunidade na Academia RTP. Era o mais novo
de 100 estagiários a entrar, acabei como um dos que teve o�icialmente mais projetos e melhor nota. A partir desse momento o mundo era meu. Mas o mundo não era como eu pensava. O mundo está repleto de estágios não remunerados ou de freelancers que não são pagos.
Vivo num país que amo, mas que me diz para ir para fora. Aqui não há lugar para mim,
dizem eles. Sim, eu quero trabalhar com Gary Oldman e quem me dera ter chegado a tempo para
trabalhar com Philip Seymor Hoffman. Perdi essa sorte, mas gostava que me dessem a oportuni-
dade de seguir a minha viagem a partir de Portugal. O que faz um rapaz de 19 anos que não encontra trabalho, tem o sonho de trabalhar para o cinema e não vai a tempo de se inscrever para os exames?
Mais uma vez me vejo desempregado e é aqui que inadvertidamente começa o Cinema
Sem Lei. Queria continuar perto da área que admiro e comecei a escrever. Tinha ideias para curtas de animação, �ilmes, séries… Mas os meses iam passando e a motivação também. Decidi então refu-
giar-me nos �ilmes. Cheguei a ver três �ilmes por dia e no �inal ia sempre procurar aquelas pequenas curiosidades ou a importância que determinado �ilme tinha para a época. Comecei a partilhar isso
no meu facebook pessoal e a aceitação foi agradável. Acabei por pensar se não seria justo e prazeroso partilhar o que sei com mais pessoas para além dos meus amigos.
Um dia, em conversa com alguém que conheço apenas através do facebook sugeri o
CINEMA SEM LEI �ilme “Le fabuleux destin d'Amélie Poulain”. Nunca mais me lembrei que o tinha feito, até que uns dias
depois essa pessoa me veio agradecer por lhe ter proporcionado aquele pedaço de magia. Estava decidi-
do, saber que consigo fazer alguém mais feliz nem que seja por um dia, um bocadinho à imagem do próprio �ilme, passou a ser o meu objetivo. Fiz uma pequena pesquisa e constatei que são poucas as
páginas que mostram esse lado do cinema. O lado dos sonhos e das memórias. E é assim que �inalmente surge o Cinema Sem Lei enquanto página de facebook.
Desde cedo decidi que não estou ali para partilhar notícias ou dar a minha opinião sobre o último �ilme que estreou no cinema. Partilho o que gosto, sem a preocupação de chegar às massas. Esse “serviço” tão próprio agradou e percebi que um pequeno número de pessoas me era �iel e seguia diariamente.
Chegou a altura em que precisava de uma plataforma que me permitisse exprimir de outra
forma e onde a memória não fosse efémera como é no facebook. Criei então um blog que serve de com-
plemento à página. Lá partilho mais entretenimento, desde as 20 melhores cenas de dança, passando pelos 25 melhores �ilmes de Natal ou ainda os 20 actores mais mortíferos de sempre. Tudo conteúdo diferente do habitual e que é muito bem recebido pelos seguidores.
Quem me segue não �ica só a conhecer o cinema, também faço questão de partilhar a cultura
portuguesa. Desde Fernando Pessoa, passando por Almada Negreiro ou Zeca Afonso até ao mais recente Raul Solnado. Acho que é isso que me torna distinto. Uso as minhas ferramentas para levar o nome das coisas que gosto ainda mais longe.
Não tenho o cuidado de tentar ser diferente porque o Cinema Sem Lei sou eu. Quero incutir o
gosto pelo cinema que nos ensina alguma coisa. Quero reviver emoções ou apresentar novos mundos a quem me segue. E até agora tem resultado. Regra geral con�iam no meu gosto e opinião, o que torna este
projecto uma espécie de comunidade onde já conheci pessoas fantásticas e provavelmente aprendi mais do que ensinei.
Quatro meses depois do início deste projecto, o Cinema Sem Lei chega a países como Angola,
Paraguai ou até Vietnam. Que orgulho!
Acho que encontrei um lugar neste país que me agrada e onde me sinto útil. Mesmo que seja
apenas atrás de um computador. Enquanto não consigo chegar a voos mais altos, dedico-me a este lugar que encontrei para mim.
Como costumo dizer: Que a vossa vida dê um �ilme. Com um �inal feliz!
TEXTO DE: RÚBEN DIAS
O ALTO O Alto retrata a história �iccionada de uma família aristocrata de Marco de Canaveses, os João-Azevedo, que se viram obrigados a recorrer ao exílio em 1960, em pleno
regime salazarista. Acusados injustamente de serem cúmplices na fuga de um revolu-
cionário procurado pela PIDE, os Viscondes fugiram para Inglaterra evitando a captura e prisão da família.
A trama da série inicia-se já no pós-25 de
Abril, no ano de 1980, quando a família decide voltar a terras marcoenses.
TEXTO DE: REGINA MENDES
Quando porém regressam à terra tão
amada, os João-Azevedo encontram um
povo e um país completamente diferentes daquele que abandonaram há vinte
anos. Com eles, um sentimento de nostalgia e saudade, mas sobretudo uma necessidade de justiça e de vingança. Quem quer que seja que os incriminou, terá de pagar.
“O Alto surgiu - como um ex-
ercício para os atores da Alphatones: Academia Artística e Associação Cultural.”
- João, antes de mais, como surgiu a ideia de criar uma série de época?
Bom, tudo começou quando concorri a
lógica possível. Primeiro, porque somos
minissérie televisiva, cujo principal obje-
encanto único e especial. Obviamente que
um fundo internacional de apoio às artes e cultura com a produção de uma tivo se baseia-se na promoção de uma
região histórica do meu país, possibilitando simultaneamente a formação de jovens atores.
Assim, quando me foi comunicado, em
fevereiro de 2013, que a candidatura tinha sido aceite, obviamente �iquei
muito contente e tomei a decisão de começar a trabalhar neste projeto que,
desde início, considerei que poderia mudar a minha vida. E de�initivamente mudou.
A responsabilidade de escrever o argu-
mento todo sozinho não me agradou muito, e surgiu-me assim a ideia de con-
vidar uma prima e amiga, a Helena Macedo, para embarcar comigo nesta
aventura e começarmos a escrever
aquilo que mais tarde se traduziria n'O Alto. Quanto a escolhermos o Marco de
Canaveses como pano de fundo para a história, surgiu da forma mais natural e
naturais do Marco, vivemos no Marco,
crescemos no Marco e por ele temos um ter a possibilidade de utilizar as paisagens
marcoenses como palco para este projeto era uma obrigação inquestionável.
Consequentemente, surgiu a necessidade
de escolher o tempo da ação: se decorreria nos dias de hoje, no século XV, ou XVI, se nos anos 20, 30 e por aí além. Mesmo aí, a escolha foi muito facilitada. Primeiro,
porque queríamos contar uma história passada, mais do que fazer uma re�lexão do presente.
De facto, durante a minha vida, fui ouvindo histórias da minha mãe, da minha avó e tias a falar dos seus tempos de juventude, da época salazarista, e do que mudou depois do 25 de Abril. Sempre me fascinou o facto
de elas conhecerem toda a gente por alcunhas de família, ou de lugar. Nomes como o Manuel das Bombas, ou o Bernardo
da Pontinha, ou o Joaquim Maneta. Porque
apesar de não ser uma cidade cosmopolita como o Porto ou Lisboa, o Marco é
de�initivamente uma cidade bastante
Claro que, com o desenrolar da ação, tor-
bocado da magia do passado.
secundários, e vimo-nos assim obriga-
mais desenvolvida do que há uns
tempos, e acredito ter perdido um
E pronto, se calhar por ser mais fácil
recolher relatos, histórias e testemunhos de pessoas que viveram nessa época do
pós-25 de Abril, decidimos que esse
seria o tempo da ação, e daí todo o gozo que daria falarmos e apresentarmos um
tempo que desconhecíamos, e sobre o qual teríamos de pesquisar e trabalhar para podermos apresentar com alguma �idelidade.
- Criaram os Alphatones no 12ºano. São os membros desta associação que integram o elenco d’O Alto?
Uma vez que tinha conseguido esse
nou-se necessário criar ainda mais personagens
para
concluir
os
tramas
dos a recorrer a castings e a ir recrutar atores. Portanto, O Alto é maioritaria-
mente constituído por atores dos Alpha mas o elenco é composto por muitos outros atores, desde a Filomena Barbosa, professora de inglês do liceu do
Marco de Canaveses, e do Carlos Freitas que trabalha no BES cá no centro, e que
são os únicos atores com mais de 25 anos, a recém-licenciados e alguns
alunos de teatro das faculdades do Porto.
Isto sem falar dos amigos a que recorremos para �iguração ou mesmo para papéis secundários.
incentivo �inanceiro inicial, que mais tarde se revelou praticamente irrisório
- Com que tipo de apoios contaram inicialmente?
total que envolveu a produção dos 7
episódios (cada um com sensivelmente
No início tivemos um apoio �inanceiro da
comunidade europeia, embora muito
neamente ocupava o lugar de Diretor
Claro que, para fazermos acontecer tudo
quando comparado com o investimento 35 minutos de duração), e como simultaArtístico da associação cultural Alpha-
tones, que eu mesmo criei em conjunto com uma amiga, a Filipa Santos, em 2012, naturalmente que decidi direcio-
nar a série como um exercício para atores jovens.
Efetivamente, foi assim que o O Alto
surgiu - como um exercício para os atores da Alphatones: Academia Artísti-
ca e Associação Cultural - e assim foram escritas personagens para todos os atores que constituíam a associação.
reduzido para o orçamento real da série. isto, tivemos de apresentar o projeto a muita gente, muitos empresários e claro,
contamos com uma ajuda signi�icativa da Câmara Municipal do Marco de Cana-
veses na pessoa do Dr. Manuel Moreira
que nos ouviu e decidiu apostar no projeto.
- A primeira temporada já terminou. Podemos esperar pela segunda? Essa pergunta faço-a eu a mim mesmo
inúmeras vezes. O Alto, ao contrário do
que muita gente acredita, não foi concebido para ser vendido, embora com isto não
estou a dizer que não o seja. A série foi
criada para ser um exercício de atores e uma atividade de promoção cultural e regional.
O nosso
principal
objetivo
sempre foi fazer de tudo para que os
atores entrassem nas personagens, eles
próprios criassem a sua própria história e crescessem,
ao
mesmo
tempo
que
explorávamos o Marco de Canaveses. E
isso penso que conseguimos. Neste preciso momento tenho os 7 episódios editados, em processo de correção de cor e
desenho de som. Fazer uma 2ª temporada não está nos planos, mas também não é
uma hipótese descartada, até porque a
história �icou completamente em aberto. Todos os tramas foram propositadamente deixados sem uma conclusão, diria até que no seu auge. Mas para uma segunda
temporada é preciso que esta se mostre
rentável, até porque neste momento estamos já a trabalhar em novos projetos, os nossos atores vão agora entrar num pro-
cesso de formação pro�issional intensa nos próximos 6 meses. Não é viável andar a pedir dinheiro constantemente para a realização de uma segunda temporada
enquanto esta não resultar em bene�ícios �inanceiros para a associação. Portanto,
enquanto
coargumentista,
tenho toda a vontade de escrever, em con-
junto com a Helena, uma segunda tempo-
rada. Enquanto realizador, produtor e
diretor artístico dos Alphatones, sei que todos precisamos de tempo para outros projetos.
“O Alto é maioritariamente constituído por atores dos Alpha
mas o elenco é composto por muitos outros atores. Isto sem falar dos amigos a que recorremos(...)”
- Quais foram as maiores dificuldades até à data?
É muito di�ícil falar dos entraves com que nos fomos deparando ao longo do caminho. Primeiro, porque ainda os há, sempre, a
toda a hora surge outro entrave que nos quer deitar a baixo, mas que acabamos por conseguir vencer. Os principais entraves basearam-se
na
minha
inexperiência
enquanto realizador e produtor de um projeto desta envergadura, na falta de pessoal
para a produção e maioritariamente na di�i-
culdade em conseguir angariar fundos, atrás de fundos e atrás de fundos. A verdade é que isto foi uma aventura com "A"
grande. Eu não fazia a mínima ideia no que
me estava a meter. Nenhum de nós fazia. Mas a�inal de contas, o que é uma aventura
se não partir ao desconhecido? A nossa
sorte foi que tivemos sempre imensa gente pronta a ajudar-nos, desde a Margarida
Aguiar Cabeleireiros que foi responsável pelos cabelos das personagens mais impor-
tantes da série, à JPS Informática que nos forneceu ajuda tecnológica sempre que possível, do MCoutinho, a Câmara Munici-
pal em questões logísticas, desde fechar
ruas, a fornecer material de escritório, do Fornos do Padeiro ao ceder local para a produção e bolos para alimentar os nossos atores e equipa técnica, familiares, amigos, e por aí além. Uma das coisas que descobri foi que quando quero fazer uma lista de
toda a gente que se envolveu no projeto, de toda a gente que ajudou de alguma forma,
dou por mim a escrever mais de 70
nomes, e mesmo assim parece sempre que falta alguém. Até o tempo foi um
obstáculo. Gravamos a série em três fases:
15 dias em Março, 15 dias em Junho e 4 dias em setembro. De umas vezes para as
outras era preciso angariar mais dinheiro, organizar roupas (mais de 200 conjuntos), criar horários de cabeleireiro, ma-
quilhagem, transporte, refeições, isto sem
esquecer estadia dos atores e equipa técnica de fora. Da primeira vez, a chuva impediu a gravação de grande parte das
cenas exteriores, da 2ª vez o calor derretia a maquilhagem de envelhecimento em
minutos, havia sempre algo a correr mal.
E claro que tendo pouco dinheiro, não podíamos contratar pessoas para ser responsáveis por departamentos, e as
fazer as coisas com dignidade. É impossível quanti�icar os entraves, mas o mais fundamental é ver que os vencemos, a todos, destemidamente.
- Sabemos que, neste momento, o seu objetivo principal é vender a série. Podemos esperar vê-la na televisão em breve? Apesar do objetivo inicial não ter sido a venda da série, é agora algo que quere-
mos muito que se concretize. Apesar de ser muito di�ícil O Alto transmite uma mensagem. E acredito que é nessa
mensagem que se encontra o segredo pessoas andavam sobrecarregadas. Mesmo
para os atores é muito di�ícil conseguir fazer um trabalho de qualidade quando eles são
os primeiros a sofrer com as de�iciências da equipa de produção que se via impossibilitada de fazer mais do que o que já faziam
porque eram poucas pessoas responsáveis por um sem �im número de tarefas. E claro,
não posso deixar de falar da Dona Amélia
Ribeiro, uma senhora com um caráter
incrível, sempre humilde, sempre a rir-se, sempre pronta a ouvir-nos e tentar ajudar. Custa-me referir-me a ela como a euro mil-
ionária que ganhou 51M € em Março de
2013, mas sim como uma amiga, que entendeu que sem ajuda dela não nos seria possível realizar a 3ª fase de gravações. E graças
à ajuda dela estes 4 dias de gravações foram incríveis, porque tínhamos dinheiro para
para que consigamos vender. Obvia-
mente que em termos de qualidade a série �ica aquém das produções televisivas que estamos habituados, embora
muitos pro�issionais do ramo �iquem impressionados com o que consegui-
mos concretizar. Mas o que este produ-
to tem que os outros não tem é que é a prova viva de que, independentemente
das condições socioeconómicas do país, independentemente desta crise hedionda que atravessamos, é na von-
tade e no sonho que reside a verdadeira essência da vida. E espero que sim, que muito brevemente possam ver a série num canal de televisão. Pelo menos
por isso.
lutaremos
incessantemente
- Em que projetos andam os Alphatones metidos? Neste momento estamos a trabalhar em
imensos projetos. Vamos fazer um documentário a Londres em fevereiro, temos
realizado alguns vídeos promocionais para angariar algum dinheiro para atividades cul-
turais e vamos também iniciar um ciclo de formação artística e pro�issional intensa
para os nossos atores nos próximos 5 meses com personalidades reconhecidas nacional-
mente no campo do movimento e expressão corporal, voz e interpretação. Além disso,
temos o nosso grande projeto mas isso é uma surpresa que esperamos puder revelar
muito em breve. Só deixo a pista que a vontade é permitir que a associação chegue a muitas mais pessoas.
E O ÓSCAR VAI PARA... TEXTO DE: JOSÉ OLIVEIRA
Cate Blanchet Este é já o segundo Oscar para Cate, o primeiro foi ganho ao comando de Martin Scorsese em “O Aviador”, onde deu vida a Katharine Hepburn. Agora dirigida por por Woody Allen leva o seu segundo Oscar fruto da soberba interpretação em “Blue Jasmine” onde dá vida a uma mulher de classe alta que depois de perder tudo é obrigada a viver na casa da sua irmã num pequeno bairro de São Francisco.
Lupita Nyong’o Derrubou a concorrência feroz de Jennifer Lawrence e levou o Oscar
para casa. Este foi o seu primeiro �ilme e foi o su�iciente para mostrar ao mundo que talento não lhe falta. Patsey, a personagem a quem deu
vida, �icará para sempre na memória de todos os que virão “12 Anos Escravo”, assim como a cena em que é violentamente chicoteada.
MATTHEW MCCONAUGHEY A vitória de Matthew foi merecida, a sua transformação �ísica em
“ Dallas Buyers Club” é de quem dá tudo de si em prol da arte. Contudo, a vitória de Matthew gerou a derrota mais contestada da noite.
Leonardo Dicaprio mais uma vez foi posto de lado e as redes sociais rebentaram de desagrado.
Jared leto O vocalista dos “30 Seconds to Mars” viu reconhecido o seu trabalho extraordinário em “Dallas Buyers Club”com o transsexual Rayon, a transformação �ísica de Leto também contou muito na hora da academia escolher o vencedor. Por premiar �icaram Michael Fassbender e Barkhad Abdi que não �icaram nada atrás de Jared Leto.
alfonso cuarón Um trabalho tão minucioso e perfecionista como aquele que Cuarón fez em “Gravidade” merece e deve ser premiado. Ainda bem que o foi, porque foi do seu génio que saiu aquele que daqui a uns anos será relembrado como um dos �ilmes mais à frente do seu tempo desta década.
12 anos escravo O �ilme aborda um dos temas dos quais a América tem mais motivos para ter vergonha do seu passado, e agora �ica bem à mesma América reconhecer o erro do passado e premiar este �ilme. “12 Anos Escravo” é brilhante em cada segundo, em cada interpretação, na realização e em tudo o resto. Um daqueles �ilmes que será recordado para a eternidade.
w w w. f a c e b o o k . c o m / n a m a r i m u s i c a
Dois jovens, uma câmara, uma guitarra e uma paixão em comum: a música.
NAMARI surge deste equilíbrio perfeito! - Antes de mais, como surgiu a ideia deste projeto?
- Porquê Namari?
Apesar de ambos já termos um passado
Por muito que quiséssemos dizer o con-
relacionado com a música e já cantarmos
juntos em casa, este projeto começou quase por brincadeira. Surgiu-nos a ideia de testar uma câmara de �ilmar já com
alguns anos de idade. Pousamos a câmara num tripé, sentámo-nos a frente e grava-
mos uma música que andávamos a cantar
por aqueles dias. Como achamos que estava engraçado, �izemos o upload para o YouTube e muitas pessoas gostaram.
Depois disso nunca mais paramos com os vídeos.
TEXTO DE: REGINA MENDES
trário, o nome não tem nenhum signi�icado em especial, não fomos buscá-lo a
nenhum lado, surgiu simplesmente de ligações entre palavras e frases do
dia-a-dia e em determinado momento achamos que este soava bem. Depois
desse "plim" fomos descobrir que a palavra "Namari" tinha ligações com
termos africanos e pensamos que essa questão étnica combinava com os nossos valores.
- Uma banda com apenas dois membros é sempre complicada de gerir. Quais foram as vossas maiores dificuldades? Na maior parte do tempo sentíamo-nos
confortáveis só os dois, até porque sendo o nosso estilo acústico e o projeto
muito caseiro, o conjunto voz e viola bastava para nós. Mas algumas vezes em
que tivemos experiências a tocar com outras pessoas, amigos próximos, com
mais instrumentos, víamos que se isso
fosse acrescentado poderíamos vir a melhorar muito e a transmitir muito mais. Outras pessoas sempre trazem
opiniões novas, mais dinâmica e especialmente no nosso caso, variedade.
- Com que estilos musicais se identificam mais? Provavelmente podemos dizer que da mistura das nossas origens não se destaca um estilo maior, mas destaca-se sim a importância que a língua
portuguesa tem para nós através dos
ritmos que nos são mais próprios. O samba e a bossa nova, o fado e todo
esse novo movimento da música portuguesa, mas também nos identi�icamos com um pouquinho de rock, de reggae e de qualquer outro estilo que nos faça sentir qualquer coisa "diferente".
- Apesar de alguns originais, sabemos que são, maioritariamente, uma banda de covers. Quantos covers podemos ouvir na vossa página?
Temos até agora quinze covers e quatro originais no nosso canal do YouTube e con-
tamos com mais de 36,500 visualizações no total! É realmente um número que nos
deixa muito contentes, especialmente porque além do apoio
dos amigos temos também muitas pes-
soas de todo o mundo que diariamente conhecem o nosso trabalho.
- Novidades para breve …?
A maior novidade deste momento e que temos guardado com muito carinho é a expansão do projeto para uma banda,
composta no total por seis elementos.
Somos agora um grupo de amigos a trabalhar arduamente na preparação de
material, especialmente original, e com vista a apresentações dentro de pouco tempo.
Temos já marcada a nossa estreia para o
dia 19 deste mês, em Torre de Moncor-
vo, e acreditamos que deste pontapé inicial certamente sairá a vontade de continuar esse caminho.
Desejamos ter mais e mais novidades
nos próximos tempos e esperamos que os leitores da Circus também as possam acompanhar desse lado!
G O
E G N U R
? R A R T N O C NDE OS EN
Fazem compras na rua de Santa Ca-
tarina,no Porto, onde encontram
peças de roupas diferentes… mesmo ao seu estilo. Lojas como a Pull and
Bear ou Berskha podem, por vezes,
conter peças do seu interesse. Sítios como Outlets e feiras de produtos em
E: INÊS
TEXTO D
MEIRA
do, obviamente, do gosto de cada um.
Regra
geral,
frequentam
restaurantes mais económicos e com boa qualidade. Por serem malta do underground, deslo-
cam-se preferencialmente pela periferia
evitando,
sempre,
grandes centros económicos.
Apesar do estilo Grunge estar
segunda mão também estão na mira.
preferencialmente
novas tendências; seguem o seu
verdade é que nem só a esses esti-
Não ligam muito a “modas” nem às próprio estilo e não se deixam levar
pelo que é, ou não, “cool” de acordo
com os critérios de aceitação da sociedade. Por norma, não são de gastar fortunas em peças de roupa.
Tal como toda a gente, gostam de
uma boa refeição, embora tanto são
vistos no McDonald's como num restaurante vegetariano dependen-
ligado
ao
Rock, punk ou Rock alternativo, a
los de música esta tribo está asso-
ciada. Frequentadores da noite e
do dark side of the moon, podem ser visto, regra geral, em spots de
música electronica como, por exemplo, a norte o Hardclub ou o Gare e, mais a sul, o Lux.
~ TELEVIsaO House of Cards é a sensação do momento. Se ainda não viu a série de que toda a gente anda a falar, �ique com 5 razões que talvez o façam mudar de ideias:
1. Kevin Spacey
2. o obama gosta
É um dos melhores da sua geração! Se é fã do
É sabido que o presidente dos Estados Unidos
dio é muito elevada. A sua interpretação de Frank
Acha que estou a exagerar ? Pois bem, o gosto
trabalho de Spacey, a probabilidade de �icar viciado
em “House of Cards” depois de ver o primeiro episó-
Underwood, o mais corrupto dos políticos , é extraordinária e a prova disso, para além da quantidade de fãs que a personagem tem, é a nomeação ao
globo de ouro que acabou por receber. O ponto alto
da personagem são os monólogos diretos ao espectador, são brilhantes !!!
3. David Fincher é um dos produtores
da América é fã de inúmeras séries, mas é por
“House of Cards” que o seu coração mais sofre. de Obama por esta série é tanto que no dia que
antecedeu a estreia da segunda temporada fez
um tweet com a seguinte a�irmação: “ Tomor-
row: @HouseOfCards. No spoilers, please “, esperemos que ninguém tenha quebrado o pedido do presidente.
4. TEM UM BOM VILÃO
O génio por detrás de Fight Club é o mesmo que
Com o �im de Breaking Bad e Dexter a televisão
reencontro de Spacey com Fincher desde Fight
insubstituíveis Dexter e Walter White, talvez
deu vida a esta série política. Isto é sem dúvida um
ponto a favor. “House of Cards” marca assim o Club.
�icou carenciada de bons vilões. Se ainda não conseguiu arranjar um substituto para os Frank Underwood seja uma boa opação.
5. o PODER DAS MULHERES ESTÁ BEM PRESENTE Robin Wright é eximia no papel de Claire Underwood, a mulher de Frank, que comanda grande parte
do rumo da série. É aqui mostrado mais uma vez que por detrás das grandes decisões de um homem está a inteligência de uma mulher forte. A dedicação de Robin já lhe valeu um Globo de Ouro.
Estas são razões mais do que su�icientes para ver o novo sucesso da televisão mundial.
TEXTO DE: JOSÉ OLIVEIRA
Wonderland TEXTO DE: RAQUEL OLIVEIRA
Por entre as ruelas estreitas de Paris, decide entrar na sua loja favorita, não que seja cliente assídua, mas aquela loja faz com que consiga ver. Alguém lhe abre a porta de vidro e um “Bonjour” doce encanta-lhe o ouvido como se de uma melodia se tratasse. O homem estende-lhe a mão de modo a ajudá-la. Imagina-o alto, elegante e bem vestido, provavelmente com um fato de marca que nem um galã. Tem umas mãos suaves, possivelmente hidratadas com os melhores cremes e um aroma fresco, citrinos talvez. Este acompanha-a até à secção feminina, onde começa a contemplar tudo como se recuperasse a visão que perdera há anos atrás. Toca no primeiro cabide e um arrepio percorre-lhe a espinha. Segue o metal frio e estreito até encontrar tecido que lhe abafe a mão e lhe aconchegue a alma. Aí, percorre o vestido e perde-se em todo o plissado que este tem. Continua a sua descoberta peça a peça. Ora sedas �luídas como uma cascata suave, ora tecidos rijos e estruturados, ora bordados ornamentados. Parou neste cabide em especial. Uma lufada de ar fresco no corpo de um
vestido. Percorre as missangas uma a uma com as suas mãos esguias de unhas meticulosamente pintadas com um verniz cor de vinho que trouxe da sua última viagem a Nova Iorque. Nesse momento, começa a ver o vestido na sua cabeça. Há muito tempo que não se sentia assim, onde tudo parecia ganhar vida. - Como é possível um vestido despertar um frenesim de sentidos e sentimentos? – pensou. Na verdade não se surpreendeu quando o empregado lhe disse a marca: - Alexander McQueen, Mademoiselle. Há anos que admira as suas coleções ricas em texturas. Parecem despertar um festival de emoções a quem não pode realmente ver. Prova-o. Com ele, sente-se viva. Mais do que nunca! Decide perdurar aquela sensação no tempo e leva-lo consigo. Sabia que era uma aposta ganha e que a faria ver o mundo com outros “olhos”. Apesar do dinheiro não comprar a felicidade, comprar-lhe-ia um fragmento de “visão”, nem que fosse apenas nos momentos em que o tinha vestido. Nesse instante, ela foi feliz.
O VESTIDO QUE INSPIROU A HISTÓRIA
PRIMAVERA EM 5 SENTIDOS
TATO TATO TATO Toque-toque. Sim, como os Da Weasel. Gosto de te sentir o arrepio quando a tua pele retribui um sopro meu. Ainda mais dos relevos que a vida desenhou nas mãos da minha mãe e no rosto do meu pai, com igual mestria. Delicio-me com o passear dos dedos pelos cabelos da minha avó, que do branco irradiam sabedoria. Perco-me e logo me encontro no caminho de sinais que salpicam os braços do meu irmão. Sim, há também os pequenos toques. Na fruta que marca com a precisão do ponteiro do relógio da sala, as estações do ano, os anos, a vida. Na seda dos lençóis que me embrulham os sonhos, e me desembrulham para a realidade todas as manhãs. Na gota de água, na bolha de líquido da louça que se desformam na palma da minha mão. Nos cremes mais ou menos espessos que passo no rosto e no corpo, exigindo o mimo que a minha pele me pede. Nos caracóis do Bolinhas, eterno companheiro que a morte me levou, mas que deu mais vida à minha infância do que as barbies que �iz carecas. Na camisola e nas meias de lã, que me levam para o frio e para memórias de uma infância onde era a minha vizinha quem as tecia para me aquecer o corpo e, sobretudo, a alma. Na ganga dos primeiros tombos de bicicleta e da lycra nas meias que rasgava no recreio. No cabedal ou na imitação (que o toque no dinheiro não me foi frequente) das semanas do caloiro, das académicas e das saídas à noite. Na areia da praia, na terra dos vasos e das �lores que nela crescem. Nas cortinas dos hotéis e no papel dos guardanapos, onde tantas histórias contei sem contar. Mas que daqui �ique apenas a importância do meu toque nos que amo e o deles em mim. É aí que reside a felicidade da vida, no toque-toque. Não duvidem.
TEXTO DE: BÁRBARA MATIAS
OLFATO OLFATO Um perfume, uma mudança de estação, um cigarro mal apagado...
Todos os cheiros têm a sua caraterística e bons ou maus,
trazem-nos memórias.
Conseguimos facilmente reconhecer sítios e pessoas pelo
aroma. Somos igualmente persuadidos a gostar ou a mostrar repulsa, mesmo antes de olhar, e certamente conseguimos lembrar-nos do cheiro de casa da nossa avó.
Habituamo-nos e viciamo-nos nessas pequenas partículas que estão por todo o lado, e na falta delas, �ica tudo monótono, sem graça.
Ainda me lembro do cheiro dos lençóis na minha infância.
A minha mãe tinha um sabão como esses que hoje em dia as grandes marcas tentam recriar. E talvez o sabão seja o
mesmo, mas o odor é diferente. Já nada cheira como antes...
Os perfumes são cada vez mais valorizados, porque nos
personi�icam...tivemos muitos, ou tivemos sempre o mesmo. Tal como as estações do ano, cada uma tem um
cheiro especial. No inverno cheira a Natal, a frio, a chuva, na primavera cheira a �lores, a liberdade, a natureza com os seus pensamentos o tempo inteiro.
Há cheiros alegres, tristes, que deixam saudades e que
nunca vamos esquecer. Há pessoas que vão �icar eternizadas num frasco e lugares que serão sempre lembrados pelo seu aroma.
Como canta a grande Amália “Lisboa cheira aos cafés do
Rossio, e o fado cheira sempre a solidão, cheira a castanha assada se está frio, cheira a fruta madura quando é verão”.
TEXTO DE: SUSANA AFONSO
PALADAR PALADAR Nasceste a saber a Primavera…
Na minha boca escorre o sumo de maçãs sumarentas.
Na tua as maçãs nascem, tu és árvore repleta de �lores
que, nos entardeceres quentes, se vê de onde em onde o início de um fruto novo.
Nas minhas mãos balançam framboesas que sabem a
chá de frutos vermelhos em esplanadas com cheiro a mar gelado e areia morna.
Trinco cerejas carnudas que me deixam os lábios roxos.
Tu procuras as que estão picadas pelos pássaros e dizes “estas são as mais doces”…
A tua pele tem sabores de terra e os teus lábios a com-
potas primaveris e, no entanto, esses sabores só se sentem em Março, quando o sol �ica mais um pouco a amadurecer-nos entre as cerdeiras e as silvas.
Caminhamos. Caminhamos e os jardins das casas já
deitam fumo e cheiram a churrascos de domingo. Caminhamos e tu roubas duas laranjas no pátio do
Senhor António, sempre doces, sempre quentes, sempre melhores com cheirinho a calor. Caminhamos e a água na boca cresce. Paramos. É aqui a padaria. Um pão
quente com manteiga por favor. Sentamo-nos na beira do passeio. O pão saído do forno escalda as mãos. A manteiga escorrega pelos dedos.
Brota da água o sabor a Primavera…
TEXTO DE: RITA NETO
AUDIÇÃO AUDIÇÃO Como ouvir a primavera? É certo que não podemos ouvir os raios de sol, ou os dias que crescem trazendo o silÊncio das cores, o cheiro das �lores e as caricias na pele que sopram nas primeiras brisas. Não obstante, é o conforto desses silêncios que nos dá o tempo para parar e ouvir os sons da primavera. Esta é a época do ano que traz uma promessa de vida a tudo o que nos rodeia, sendo que do ponto de vista auditivo a busca pelo prazer sonoro se revela um desa�io individual,principalmente no meio urbano onde a mão humana faz com que o ruído do quotidiano se sobreponha na maioria das vezes aos estímulos auditivos naturais. Nesse sentido, nos nossos dias a primavera pode ter na música um forte aliado, pois apesar de não ser fácil distinguir o cantar de um passaro do trabalhar de um carro, fácilmente se pode experimentar o prazer auditivo atravéz desta forma de arte. São vários os exemplos de artistas que ao longo dos tempos tentaram pintar os sons desta estação do ano, sendo que existem bastantes exemplos de produções musicais com a Primavera como nome. Da Seduçao do tango de Astor Piazzola ao génio classico de Vivaldi, passando pelos sons dos portugueses The Gift, podemos encontrar variadissimas sugestões sonoras para os mais variados estados de espirito. Ainda assim, a melhor forma de participar no contexto auditivo da primavera reveste-se da capacidade que cada um de nós tem de sair à rua e levar a música com que melhor nos identi�icamos, da procura pelas conversas que acompanham um bom café e uma caminhada de �im de tarde, ou da forma mais, ou menos talentosa de acompanhar a musica da rádio num carro ou transporte público, correndo os riscos naturais de uma cantoria para lá do chuveiro matinal. A todos os cinco sentidos com que percecionamos o mundo, deixando de lado o sexto que é reconhecido como exclusiva competência feminina, a primavera tem o poder de trazer vida!! Por isso viva, procure ter tempo e ouça a primavera, mas se possivel... faça-se ouvir!!!
TEXTO DE: JOEL LOUREIRO
visão visão visão Espero-te encostada à porta do quarto. Vejo-te a
olhares-me e a dizeres “e quando vinha a Primavera a
casa brilhava...”. Tinhas uns olhos tão desejosos do passado, avó. Hoje a casa não brilha, vê-se nela a escuridão de portas fechadas.
Falavas da Primavera como quem fala de um �ilho e
todas as tuas palavras eram imagens de dias já quentes e noites ainda frias.
Vivias os dias com a mesma magia com que vivias as
noites. Tu a observar as �lores do quintal ao pormenor, a
conheceres todos os seus pormenores em cada piscar de olhos. Tu a olhar o céu do dia novo, com a mão ao
nível das sobrancelhas e os olhos semicerrados. Tu a abrires janelas e a analisares o pó a baloiçar nos raios de sol. Sempre foste só tu e a tua Primavera.
Hoje sou eu que te mostro a minha Primavera.
Vejo a Primavera quando erva cresce nos vincos de
passeios de cimento. Vejo a Primavera quando há �lores pisadas no chão. Vejo a Primavera quando a mãe põe os cortinados �loridos no meu quarto e, às cinco da tarde, o sol trespassa-o e as paredes ganham novas cores.
Reparo que, na Primavera, todos trazem um pouco de
ti no olhar. A tua esperança nas cores do pôr do sol e o teu mistério nas noites em que se �ica à varanda a tentar decifrar os movimentos no escuro.
Devolve-me as tuas mãos que são como árvores
esguias e verdejantes. Devolve-me os teus cabelos como avelãs. Devolve-me tudo de ti e deixa-me olhar-te. Quero para sempre a imagem de ti a passear com a Primavera.
TEXTO DE: RITA NETO
OH... SWEET HOME TEXTO DE: EDUARDA BRANDÃO
O mês de março é um mês interessante. Interessante ao ponto de nos
fazer despir alguma roupa, abrir uma janela para entrar um raio de sol ou com-
prar uma �lor para colocar numa jarra de vidro na sala. Flores, leveza e harmo-
nia é para o que nos remete o mês de Março que traz consigo a tão desejada Pri-
mavera depois de uns meses cinzentos. Com efeito, a vontade de aclarar os
nossos dias parte dentro de casa e a necessidade de suavizar ou colorir um pouco o lar torna-se irresistível.
Os momentos solarengos começam a despertar os nossos sentidos,
mas o frio ainda não disse adeus de vez, assim, com pequenos gestos decorativos podemos enaltecer o que de melhor nos traz este mês. Vivacidade. Contudo, sabemos que a época não é a mais favorável para dispêndios decorativos mas nada como uma pitada de imaginação para adocicarmos o nosso ninho.
Quem diria que um caixote de madeira podia substituir uma mesinha
de cabeceira? Ou uma dúzia, uma estante? O segredo está no reutilizar, lixar e pintar da cor que mais nos aconchegue. Os mais exuberantes podem recorrer a
uma nova pintura de parede e os singelos podem optar por umas almofadas coradas ou um ramo de �lores, o que conta mesmo é a intenção.
DESPortribo Sem ordem e sem progresso.
Se Inglaterra é considerada a mãe
do futebol, o Brasil é com toda a certeza o pai. Penta campeão mundial,
milhões de futebolísticas, milhares
de grande classe e um povo que viveu acostumado a três prazeres: Samba, Novela e Futebol. Se pu-
desse caricaturar um cidadão bra-
sileiro este teria, obrigatoriamente duas peças de roupa: uma ‘camisa’
do escrete e umas chuteiras nos pés. Os brasileiros deliram com o fute-
bol deles, ponto �inal. E nem um mundial de futebol acalma um país
que não tem a mesma mentalidade de há 30 anos atrás do: “Deus quis
assim”. Quando no ano passado de-
cidiram aumentar o preço dos autocarros em São Paulo os brasileiros sentiram que já não viviam num país de Ordem e Progresso.
À volta viam estádios a ser construídos para a Taça das Confederações e
Mundial de futebol, milhões a serem
investidos para a FIFA chegar, ver e levar quase todo o lucro. A rua foi o
caminho, os protestos o método, as Confederações o eco mediático para
mostrar um país sem ordem e sem progresso. No meio de tanto barulho
os brasileiros têm razão para o grito do Ipiranga pois, a 13 de Julho
quando tudo acabar, os transportes
vão continuar caros, os estádios de futebol terão de ser pagos e a FIFA já foi embora.
Não há dúvida que são uma tribo
afável, boa onda, apaixonante até… mas ai de quem tentar mexer com a
‘Garota de Ipanema’ ou o ‘Cristo Redentor’.
TEXTO DE: ALBERTO PEREIRA
TESTOSTERONA(S) Algures no caminho entre a nova Simone de Beauvoir e uma estirpe inteligente da Bridget Jones há nas ruas portuguesas uma mulher de ferro em saias de cabedal.
Se é verdade que, algures na década de 70, a
ZARA trouxe a Portugal um mundo de cores,
formas e tecidos até então ignorados pela modista do ancien régime, verídico será também que a mulher portuguesa (hoje, uma
mulher do mundo?) enfrenta desa�ios personalistas em nada importados com o tradi-
por ser mulher, e os homens não percebem
nada do assunto. Fitemo-nos pois em áreas basilares do saber, traduzidas em o�ícios
reputados da nossa praça com os quais as
mulheres, desimportadas ou simplesmente apartadas,nunca puderam contactar.
A ideia de uma mulher historicamente
cional paradigma da fada do lar. Reporta-
mais burri�icada que o homem é errada: a
nascida nos anos 70 (inícios de 80, talvez), que
música, literatura, e não só os tradicionais
mo-nos a uma mulher, globalmente considerada, frequentou a universidade, viajou e viveu sem pressas. Passou por um processo de integração pautado pela masculinidade: estudou
maioritariamente com homens, competiu com homens, prestou provas a homens, e deles arrancou, como que por osmose, uma espécie de virilidade.
É sobretudo no mundo pro�issional que esta
nova dama de ferro se planta. Exclua-se, desde
já, um conjunto de atividades do tipo Santa Casa da Misericórdia,imprescindíveis, e mui nobremente exercidas, que há séculos estão
acometidos às rainhas – em parte, a educação, a assistência à família, à criança ou ao idoso. Aí a mulher vale, sobretudo e sem menosprezo,
dama
pós-medieval
estudava
pintura,
lavores, enquanto o �idalgo conhecia dos sistemas de pousio, da gestão dos contos,
administração dos coutos e da dízima. A mulher teve sempre menos destaque, mas,
na sombra das suas grandes saias, soube-se cultivar. Há quem pense até que uma certa
ignorância feminina, doce e de cunho divino, como que neutralizaria a arrogância da
gnose masculina. Não cabe aqui, obvia-
mente, questionar dos proveitos da educação, universal e igualitária, mas só da reação,
natural
e
absolutamente
espontânea, que a mulher madura desen-
cadeia em face de um batido de conhecimento, ambição e sucesso que dá aspeto de
TESTOSTERONA(S) uma nova idade da parvalheira (eloquente-
instintos e sensibilidades cabalmente femi-
em termos do equilíbrio que a mulher tende a
géneros. Na presença de homens tudo
mente, puberdade). O problema está hoje posto não encontrar entre a biologia de ser mãe e
esposa e a proeza histórica de desempenhar as mesmas funções que o homem. Hormonalmente confusa, e aparentemente instável, esta
ninos e, de resto, organizadores dos piora: impressionar pela expressão máscula, falta de ternura, e até rudez é o visivelmente o objetivo.
Desengane-se quem pensa que este híbri-
senhora sorri pouco, como que antevendo um
do forçado é uma mulher muitíssimo fria e
cumprimenta com aperto de mão, compensan-
mundana.O que acabade ser descrito mais
certo sinal de fraqueza nesse ato de graça, e do-se com tecidos nobres, alguns padrões Balenciaga, e o répudio completo das pérolas, o
absolutamente inerte aos prazeres da vida não serve, à semelhança de uma daquelas
capas de chuva transparentes muito
que evidencia uma atualidade em nada tacanha
usadas pelos britânicos, do que para deixar
sublime bom gosto. É qualquer coisa do género,
sequinho e bem conservado. A senhora
e um
“eu sou mulher, gosto de ser mulher, mas só devem lembrar-se disso fora do local de trabalho pela elegante roupa que visto e formas
que quero/deixo pronunciar”. No concreto, na atitude, na crítica, e até no elogio ela é homen-
zarragada, falando cinzento como os ancestrais que a ostracizaram, num papel tão mais idiota
do que o deles consegue ser pelo simples facto de que está 20 anos
atrasada – ou serão, 30, 50, (…). Parece que o
apogeu pro�issional da mulher, conquistado a pulso e legitimador de uma liberdade sem igual, desencadeia uma espécie de amnésia nos
tudo o que está oculto incrivelmente
iPad, iPod e iPhone é assumidamente
importada com a família, os �ilhos, a arte do banho-maria e os docinhos levados ao forno. Aí, ela não abdica da injeção funcional que a História lhe cravou nos genes, e mal passa
um
certo
portão,
uma
aura
cor-de-rosa consome-a de novo. Terá a
mulher que abdicar da delicadeza no trato, inteligência emocional e subtileza nas pala-
vras para se fazer ouvir? Não, com certeza que não.
TEXTO DE: MANEL REINNA
CAÇA AOS DOUTORES Com a terrível tragédia recentemente
Atrevo-me a dizer que o problema não
“homens de negro” e a todas as actividades
torna-se complicada. Há personalidades
acolhida pela praia do Meco, Portugal abriu sem hesitar uma época de caça aos
que supostamente promovem a integração
dos estudantes no ensino superior. No
entanto, há pontos mais importantes a serem discutidos do que a questão do “vamos banir a praxe ou não”.
Neste caso o que é realmente alarmante é
o silêncio perturbador e a falta de esclareci-
mentos que não dá paz às famílias dos que
já cá não estão. Não esquecendo ainda as
diferentes versões que levantam a hipótese de ter sido mais do que um acidente e já colocam as palavras “praxe” e “homicídio” na mesma frase.
Desde sempre me lembro de ver as tele-
visões invadidas por imagens das praxes logo no início dos anos lectivos. O tradicional “pudim Danone”, o cabelo lavado com
gemas de ovos, os banhos nas fontes; resumindo assim as brincadeiras que re�lectem
a união dos universitários e o lado positivo desta atividade. Mas quando acontece um desastre o foco vai para um lado negro que infelizmente existe.
está na praxe, mas sim nas pessoas. E
quando se atinge um extremo, a situação e feitios. Há abuso de poder.
Posso a�irmar, com um largo sorriso, que tive a melhor praxe do mundo mas
também tive o prazer de conviver com as
melhores pessoas. Nunca considerei uma humilhação,
muito
pelo
contrário,
sempre me diverti. Ri a ladrar, ri a fazer
serenatas aos velhinhos, ri na tentativa de cantar o hino de Freamunde. Como eu,
muitos vão recordar o ano de caloiro com amor e saudade. Mas outros provavel-
mente não. Ninguém é obrigado a fazer o que não quer e, principalmente, o que for
contra os seus princípios. Há sempre opções.
Aos universitários, peço que se divirtam
e pensem, acima de tudo, na essência de
usar o traje académico. O objetivo aqui é criar uma segunda família. A�inal de
contas, vocês são uma espécie de conselheiros dos novatos. Por último, não privem ninguém desta experiência. Por favor, não matem a praxe.
TEXTO DE: CATARINA MATIAS
NoVaS TECnologIaS TEXTO DE: REGINA MENDES
NIKON LANÇA NOVA COOLPIX A Coolpix P530 é o novo modelo da P520. As semelhanças são grandes interna e externamente, mas algumas novidades fazem com que sintam necessidade de atualizar o próprio equipamento. Além de WiFi (graças a um adaptador móvel que custa 50 € adicionais) e controlos manuais, também presentes nos outros modelos, a câmara conta com um zoom ótico de 42 vezes, o que permite a captura de detalhes impressionantes ou objetos distantes em alta qualidade. Este novo modelo conta também como outras características como: • Lente de 35 mm (24-1.000 mm) • Tela LCD de 3″
• Zoom 84x Dynamic Fine Zoom • Sensor BSI CMOS de 16 MP • Abertura f/3.0-5.9
• Estabilizador de imagem Lens Shift VR
Este modelo já está disponível no mercado desde fevereiro por 450€.
• Sistema de redução de vibrações
TELEMÓVEL FLEXÍVEL DA LG CHEGA AOS MERCADOS PORTUGUESES
O LG Flex já se encontra à venda em Portugal pelo valor de 690€ na Vodafone, ou perto de 900€ desbloqueado.
As marcas de smartphones têm vindo acrescentar funcionalidades e a procurar características que convençam os consumidores a comprar novos aparelhos. Os telemóveis curvos são, atualmente, uma das tendências de fabrico. O novo LG Flex caracteriza-se pela sua ligeira curvatura e pelo facto de ser �lexível pode assumir a forma plana, contém um ecrã de 6 polegadas e o material da parte de trás tem a capacidade para se “auto-regenerar”, fazendo que os riscos pouco profundos se apaguem ou se tornem menos visíveis. Este smartphone vem equipado com o sistema operativo Android, câmara de 13 megapixéis e 32GB de capacidade de armazenamento.
NoVaS TECnologIaS
TOSHIBA VAI LANÇAR APLICAÇÃO PARA ALERTAR CONDUTORES SONOLENTOS A japonesa Toshiba vai lançar, em 2015, uma aplicação para smartphones que controlará os sinais vitais dos condutores de veículos, alertando-os quando estão a adormecer. A aplicação, que vai utilizar tecnologia do fabricante de acessórios de automóveis Ca Mate, �icará ligada a um sensor que mede o ritmo cardíaco do condutor, além de outros como reconhecimento de imagens e de dados da condução. Os dados recolhidos são enviados para um centro de controlo da Toshiba que após analisar os dados avisarão condutor através de mensagens sonoras e alertando-o para a necessidade de descanso. O plano de negócio é conseguir 50 mil utilizadores em três anos, especialmente com um mercado alvo nas empresas de autocarros, camiões e táxis.
IPHONE 6? Segundo a informação divulgada por Sun Changxu, um analista de mercado, a Apple está a preparar-se para lançar uma nova versão do Iphone, com um ecrã maior, de 5,7 polegadas e pode ser lançado no mercado em Junho deste ano. A câmara traseira do novo smartphone terá, segundo as informações divulgadas, uma resolução maior que a convencional mantendo o padrão retina. A marca ainda não con�irmou nenhuma destas informações.
EM CARTAZ TEXTO DE: TOMÁS GARCEZ
Um Novo Fôlego (M12) Título Original: Breathe In Género: Drama
De: Drake Doremus
Com: Felicity Jones, Guy Pearce, Mackenzie Davis, Amy Ryan Duração: 98 min.
Sinopse: Quando uma estudante estrangeira chega a uma pequena cidade
dos Estados Unidos, é acolhida por uma família, que vê a sua dinâmica ser por ela desa�iada e as suas vidas alteradas para sempre.
O MAL-INTENCIONADO (M12) Título OriginaL: Borgman Género: Thriller
De: Alex van Warmendam
Com: Jan Bijvoet, Hadewych Minis, Jeroen Perceval Duração: 113 min.
Sinopse: Um mendigo entra na vida de uma família de classe alta, transformando a vida da mesma num enorme pesadelo psicológico. Quem será Borgman? Um sonho, um demónio? Ou uma alegoria que incorpora os medos da vida atual?
O congresso (M12) Título Original: The Congress
Género: Animação/Ficção Cientí�ica De: Ari Folman
Com: Robin Wright, Harvey Keitel, Jon Hamm Duração: 122 min.
Sinopse: Uma atriz em �im de carreira decide aceitar uma proposta ousada, mas muito bem paga, para ter mais condições para criar o seu �ilho portador
de de�iciência �ísica. Assim, ela deve aceitar que uma empresa crie uma versão digital sua, criando uma atriz virtual idêntica a si. A empresa pode utilizar a sua imagem para o que desejar, enquanto a atriz real será proibida
de atuar até ao �im da sua vida. Aos poucos, ela começa a ter noção das consequências catastró�icas da sua decisão.
300: o início de um império (M16) Título Original: 300: Rise Of An Empire Género: Ação/Drama De: Noam Murro
Com: Sullivan Stapleton, Rodrigo Santoro, Eva Green Duração: 102 min.
Sinopse: Após a morte do pai, Xerxes dá início a uma jornada de vingança e ruma em direção à Grécia, com seu exército sendo liderado por Artemisia.
Enquanto os 300 espartanos liderados por Leonidas tentam combater o
Deus-Rei, os exércitos do resto da Grécia se unem para uma batalha com as
tropas de Artemisia no mar. Themistocles é o responsável por liderar os gregos.
academia de vampiros (M12) Título Original: Vampire Academy Género: Ação/Comédia/Fantasia De: Mark Waters
Com: Zoey Deutch, Lucy Fry, Danila Kozlovzky Duração: 104 min.
Sinopse: O �ilme é uma adaptação da série best-seller ‘Academia de Vampiros‘, de Richelle Mead. O �ilme apresenta as primeiras aventuras de Rose Hathaway, uma dhampir — meio vampira, meio humana — no treino para
ser a guardiã da sua melhor amiga, a princesa Lissa Dragomir, única herdeira das 12 famílias da realeza Moroi, pací�icos vampiros mortais.
COMING SOON TEXTO DE: INÊS SANTOS
A D I D R E P TARA
A digressão nacional 2014 dos Tara Perdida, arranca dia 14 de março no Paradise Garage. Depois da sua participação no Super Bock Super Rock, a banda portuguesa
levará “O DONO DO MUNDO” a esta sala emblemática num concerto que promete fazer o chão tremer.
O T S U A F O Ã CAPIT
Os CAPITÃO FAUSTO andam por aí e levam “GAZELA” consigo. O refrescante álbum da
banda tem dado muito o que falar pelas marcas de psicadelismo que, há muito, lhes são conhecidas.
Dia 20 de Março vão estar no centro cultural de Belém numa explosão de cores que promete edi�icar o nome de Portugal.