Ginastica ou Danca: Uma historia do Instituto de Cultura Física

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Carolina Dias e Janice Zarpellon Mazo

os homens expressaram a si próprios e o mundo”. Caberia assim ao historiador, resgatar esse sistema de representações que os homens construíram em todas as épocas para atribuir significado a sua realidade, percorrendo os caminhos da construção imaginária do real pelo viés da cultura. Nesse movimento, a história cultural pressupõe a abertura à interdisciplinaridade e à comunicabilidade entre os diferentes discursos que falam acerca do real. Para tanto, as noções que se unem à de cultura são, de fato, as “práticas” e as “representações”. Como nos lembra Melo (1997), foi através deste novo paradigma de enxergar a cultura enquanto prática que a História do Esporte encontrou espaço dentro dos estudos históricos. A produção de pesquisas no campo da História do Esporte, para Melo (1997), serve tanto para legitimar e justificar a presença da disciplina de História nos cursos de graduação em Educação Física, como se faz relevante à medida que contribui para o entendimento da atuação do homem na construção do mundo que o cerca e na transformação da coletividade. Para o mesmo autor, o que temos e onde nos encontramos atualmente não é, meramente, fruto do acaso. O estudo da história de um tempo passado contribui para a construção de uma história no tempo presente, entendo que ao mesmo tempo em que fazemos história, somos parte dela. Todavia, foi a elaboração da noção de prática que permitiu enxergar o esporte e o movimento corporal como uma forma de (re) produzir cultura por meio de gestos e comportamentos, de expressar e perpetuar uma tradição e um modo de ser. Nesta linha de raciocínio, consideremos enquanto práticas a cultura corporal do movimento humano, um universo portador de significados e simbolismos. Seria ele, o corpo, individual e os corpos num

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