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A EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO NO VOLUNTARIADO PARA A COOPERAÇÃO
• O ambiente é propício ao voluntariado? Os voluntários dispõem de um espaço de trabalho e discussão com o qual se possam identificar/relacionar? A sua presença na instituição é visivel? • Sabemos o que queremos e como o queremos desenvolver com os voluntários? • A equipa e os beneficiários com quem vão trabalhar estão informados sobre a sua integração? Os colaboradores estão disponiveis e motivados? • Os projectos, tarefas, regras, princípios e orientações estão definidos e são partilhados por todos? • Está definida a pessoa responsável pelo acolhimento inicial? • Está definido o modelo de acompanhamento (tutoria; coordenação partilhada…)? • Os voluntários dispõem das informações e ferramentas necessárias para realizarem as suas tarefas? Como já foi referido, as expectativas e motivações dos voluntários são elementos primordiais na gestão de voluntários e assumem um carácter transversal a todas as etapas do programa. O acolhimento é a fase indicada para abordar estes temas com os voluntários, pelo que se torna necessário compreender o seu impacto. No anexo 6 encontra-se disponível um modelo de sistematização das acções desta etapa. Embora próximo da gestão de recursos humanos remunerados, a gestão de voluntários apresenta algumas particularidades e necessidades específicas, sendo a motivação um dos aspectos determinantes para o desenvolvimento da acção e para a relação entre o voluntário e a organização, bem como os beneficiários da ação e os parceiros, entre outros intervenientes directos. O voluntariado assenta sobretudo numa componente subjectiva: a motivação, a vontade de fazer a diferença, a vontade de dedicar o seu tempo livre a causas sociais. A forma como os voluntários são acolhidos e integrados nas organizações deverá ter em consideração esta componente subjectiva que é a motivação. Neste sentido, na fase de acolhimento, devemos questionar os voluntários: O que procuram? O que pretendem alcançar? Que resultados gostariam de alcançar com esta participação voluntária? Como visualizam a sua relação com a entidade e as pessoas com quem irão trabalhar? Que expectativas têm sobre as actividades que irão desenvolver? Estas são algumas questões de partida que poderão orientar uma entrevista inicial com os voluntários e permitir um melhor conhecimento dos seus interesses e expectativas, bem como adoptar futuras estratégias de acompanhamento. Neste momento, enquanto organização, dar feedback aos voluntários, apresentando a perspectiva institucional é essencial, pelo que devemos conseguir responder às seguintes questões: temos os meios para contribuir para estes resultados? As expectativas são realistas e possíveis de alcançar? Em que medida podem as motivações indicadas influenciar o trabalho proposto ao voluntário? A propósito desta questão, podemos analisar o esquema da fig. 3 de McCurley (2012) que representa, através de três elementos circulares, os círculos de necessidades, interesses e motivações dos principais intervenientes directos da acção voluntária – a organização promotora, o voluntário e a(s) pessoa(s) que beneficiam do programa.25 25. O documento original refere-se a este elemento enquanto “client” – cliente e foi neste texto livremente