Neer I e II

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V NEER se revelam na ostentação dos macros espetáculos e celebrações. Pensando na multiplicação litúrgica dos meios de comunicação, associamos ao vetor a imagética do Carnaval – em sua trajetória de elitização e popularização brasileira – para ler o primeiro processo estratégico da expansão devocional. Por ela, temos vislumbrado em Aparecida (SP) e outros santuários, uma crescente mobilização pela aventura teatral das simbologias, como forma de externar, para a festa, a representação da complexa festividade interior. Torna-se “natural” observar andores de Santos e da Virgem ocupando, de tripés a trios elétricos, fartamente associáveis às alegorias dos desfiles carnavalescos. Isso para não falar dos cenários espetaculares, capazes de “repaginar” toda e qualquer celebração canônica habitual. B) Vetor político-turístico: processo de turistificação devocional Aquele que corresponde às forças propulsoras da relação direta entre coletividades internas e externas. Forças estas que operam o mundo prático da gestão cotidiana dos bens públicos e privados. Daí serem os atos e os movimentos mundanos uma representação mediadora de seu funcionamento concreto e ritual. Desta forma o vetor também poderia ser nomeado como pragmáticoritual, se observado seu lado empírico; ou mesmo jurídicoritual, considerando sua regulação ética da conduta ideal. O importante é percebê-lo na prática das inconstâncias espaciais.

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