Jornal Arrocha 34 - Emprego e Desemprego

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Editorial: Problema crônico

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ma problemática tão complexa, antiga e crônica no Brasil como o desemprego só pode ser mais bem analisada quando não se leva em conta apenas a frieza dos números. Eles são reveladores, oscilam bastante, servem de “provas contundentes” acerca de uma realidade, quando brandidos tanto pelo governo quanto pelos sindicatos dos trabalhadores, sempre dependendo do ponto de vista que se adota. Nesta edição Arrocha, o emprego e o desemprego são observados por uma perspectiva mais humanizada, conciliando dados com histórias de vida. Os estudantes de Jornalismo responsáveis por essa publicação foram estimulados a procurar personagens em vários campos de atuação, sejam formais ou informais. Mas aqui também foram convocados para

o debate, por exemplo, aposentados que continuaram a trabalhar, pessoas que atuam em profissões condenadas a se extinguir, contribuindo com outras formas de se ponderarem argumentos sobre o assunto que toma a mídia nacional. É principalmente no relato de tantos anônimos, que vivem um duro cotidiano de trabalho ou mesmo aqueles que procuram um emprego há meses, que os repórteres envolvidos nesta edição focaram o seu trabalho de apuração. São eles e elas que enriquecem a abordagem do assunto, representando um testemunho vivo de quem vive na pele a gangorra de tantas estatísticas. O Arrocha soma-se, assim, com uma contribuição regional, ao ciclo intenso de debates que cerca a questão do emprego e desemprego.

Expediente Publicação laboratorial interdisciplinar do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). As informações aqui contidas não representam a opinião da Universidade. Jornal Arrocha. Ano IX. Número 34. Julho de 2018 Reitora - Prof. Dra. Nair Portela | Diretor do Campus de Imperatriz - Prof. Dr. Daniel Duarte | Coordenador do Curso de Jornalismo - Prof. MSc. Carlos Alberto Claudino. Professores: Dr. Alexandre Zarate Maciel (Jornalismo Impresso); Dr. Lucas Reino (Programação Visual); Dr. Miguel Angel Lomillos (Fotojornalismo) e Dr. Marcos Fábio Belo Matos (Revisão).

Alunos de Linguagem e Programação Visual:

Alunos de Jornalismo Impresso e Fotojornalismo:

Andreia Liarte Barbosa Antonio Rennan de Sousa Oliveira Brunna Tavares pereira araujo Cassia de Castro Mota Ellen Cristina Mota Monteiro Felipe da Silva Rodrigues Gabriela Almeida Silva Gislei nayra soares moura Henrique Lima Andrade Joao Marcos dos Santos Silva Joao Paulo Camelo Costa Jonas Danilo Silva Lima Kaio Henrique Nascimento Rodrigues Lais Gomes Alves Feitosa Lais Sousa Nascimento Marcelo Nunes Sousa Silva Maria Eduarda Sousa Silva Michelle Costa de Sousa Rafaela Pinheiro da Silva Rafaete de Araujo Rebeca Sousa Ribeiro Suzana Queiroz de Araujo Tayron da Silva Chagas Tiago de Sousa Nogueira Viviane Reis Silva Wallisson Marques Santos Williana Lima Costa Yanna Duarte Arrais

Abner Mesquita de Carvalho Agda Emanuelle Anastacio de Oliveira Alice Caroline da Silva Alves Ana Carolina Campos dos Santos Asarias Sousa Silva Brenda Caroline Santos da Silva Caroline Duarte Nepomuceno Marinho Cyarla Barbosa Nascimento Ester Feitosa Nogueira Evellyn Caroline Santos Lima Gledson Diegues da Silva Helyh Oliveira Gomes Julie Paz Leide Mayara Sousa Cruz Matheus Lopes dos Santos Janethe Matos da Silva Rafael Mendonça Pestana Raimunda Tupinamba de Sousa Ruilan da Silva Santos Willas Ilarindo Belo de Sena Monitor: Gustavo Viana da Silva Pereira Capa: Cassia de Castro Mota

ARQUIVO DOS JORNAIS ARROCHA

www.imperatriznoticias.com.br/jornal-arrocha

Arrocha

ANO IX. EDIÇÃO 34 IMPERATRIZ, JULHO DE 2018

Charge: Brenda Caroline

Estudantes de Medicina apresentam perspectivas sobre área da saúde ASCOM/UFMA TEXTO:JULIE PAZ

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encida a etapa do Enem, que é considerada um dos primeiros desafios devido à concorrência, os estudantes de medicina chegam à faculdade com sonhos, expectativas e perspectivas muito altas em relação à profissão e principalmente ao mercado de trabalho. Há décadas, a medicina figura como uma das profissões mais bem remuneradas, com melhores oportunidades no mercado e com retorno financeiro rápido, mesmo para os recém-formados. Em Imperatriz, o primeiro curso de Medicina foi implantado na UFMA, Campus Bom Jesus, em 2014. A princípio, foram disponibilizadas 80 vagas, sendo 40 por semestre, e atualmente o curso possui 10 turmas. Para a sua consolidação, foram firmados acordos com as secretarias Municipal e Estadual de Saúde para a utilização dos hospitais municipais Socorrão e Infantil, além do regional Materno Infantil e as 32 Unidades Básicas de Saúde, visando ao contato direto dos alunos com os pacientes e seu futuro ambiente de trabalho, desde os primeiros períodos. Estudantes e a profissão - Para Ramires Almeida, natural de Ipiaú, na Bahia, atualmente no internato, estudante do décimo período de Medicina, as expectativas que tinha durante os dois anos de cursinho em relação à profissão continuam as mesmas. Depois de entrar no curso, sua visão sobre o que significa ser médico foi ampliada, principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. ‘’Acredito que Imperatriz e a Região Tocantina toda, incluindo Maranhão, Pará e Tocantins, seja altamente carente de médicos qualificados, principalmente para o trabalho na atenção primária, área primordial para uma atenção completa, como preconiza o SUS’’. A respeito do contato direto com os pacientes em seus futuros ambientes de trabalho, Ramires afirma: “Nosso curso foca essencialmente nessa questão, o que nos deixa mais

Acadêmicos do curso de Medicina travam contato com um de seus futuros ambientes de trabalho

tranquilos quanto a enfrentar esse mercado de trabalho quando nos formarmos.’’ Apesar de não ter formado sua primeira turma ainda, o curso de Medicina em Imperatriz preenche, a cada semestre, quase a maioria de suas vagas. De acordo com o estudante Ramires Almeida, ter muitos médicos formados pela instituição não reduz suas expectativas em relação às oportunidades de emprego na cidade. ‘’Acredito que as oportunidades existem e continuarão existindo. A região carece de médicos qualificados para atender, principalmente na atenção básica, inclusive se levarmos em consideração que o Maranhão possui o menor índice de médico/paciente, 1/1.917 por habitante, o que reafirma a necessidade de mais médicos’’. Em contrapartida, a aluna Bruna Knanda, que cursa o quinto período de Medicina, não enxerga o mercado da cidade com tanto otimismo. Natural de Presidente Dutra, ela afirma que Imperatriz já é muito bem assistida em relação à quantidade de médicos e, na sua opinião, haveria mais oportunidades de trabalho em Presidente Dutra e nas demais cidades do interior. ‘’Imperatriz tem uma área médica bem desenvolvida e a cada semestre novos médicos estão sendo formados. Portanto,

eu acredito que o mercado esteja se tornando saturado.’’ Para ela, ser de outra cidade acaba se tornando uma desvantagem para conseguir um emprego, principalmente como recém-formada. “Por eu não ser da cidade, não conhecer muito o mercado ainda, e não ter contato com muita gente, eu não conseguiria ter essas oportunidades, até pelo fato de ter me formado recentemente. Acho que teria mais oportunidades no interior, especificamente em Presidente Dutra, por ter menos médicos na cidade’’. Mercado a ser explorado - O internato possibilita um contato maior com a prática da profissão e com os ambientes de trabalho na cidade em si. Ramires afirma que esse fato fez com que ele notasse que ainda existem especialidades médicas em falta na cidade e na região. “Todo o atendimento de cardiologia neonatal do SUS só é feita em São Luís, da mesma forma a pediatria gástrica só tem na capital. Outro serviço terciário que não realizamos aqui é o transplante de órgãos’’. Para ele, médicos formados na cidade e em contato com essas carências podem contribuir para a superação destas faltas. “Acredito que a formação de novos médicos e o seu retorno após as residências médicas, poderá proporcionar a concretização desses serviços.”


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