com o que pode a gente tenta

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com o que pode a gente tenta

anie barreto



com o que pode a gente tenta

anie barreto


com o que pode a gente tenta

reverberar perdura. atravessa o corpo. um canal de ondas. que se apega, que se soma as experiências desse mesmo corpo, que se retrai ou se

expande.

com o que pode a gente tenta com o que pode a gente tenta o novo sobre si, coisas reverberar perdura. de linear não tem nada. é junção do que do que e do que

ser. descobrir e o outro.

é ilinhado.

se foi, se é pode ser.

com o que pode a gente tenta é território fértil pra existir.

_o que realmente importa, 2018, fotografia

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_desalinho, 2016,bordado




com o que pode a gente tenta

a palavra é fortaleza, a vida pode ser fraqueza.

_sagrado ser, 2019,fotografia

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com o que pode a gente tenta

eu lembro que eu quis muito contar como foi tudo isso, como que se formou e como depois deixou de existir. escrevendo isso, a mensagem se repete, de novo e de novo, dizendo que pareceu que nada disso ia existir. e talvez nem exista por ser tudo ficção, né não? eu me fiz crer que o que hoje ponho aqui era um lugar que eu pertencia. a língua, os signos, tão aí. nem sempre em alto e bom tom, mas tá aí. só não sabia que começar a existir, ou a ilusão de achar que existe também se envereda por mais passos pro ar. e veja, eu delimito. tudo se trata de linhas, de perto, de estar, presente na ausência que eu sinto.

_tentei não ir, 2017, fotografia

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com o que pode a gente tenta

precisar ditou tudo. precisar quem não precisa não faz. desesquecer o sentimento de fazer. abraçar as linhas de confronto que teço diante das tramas que surgem, ilinhadas, travessas, monocromática. confunde, mas alimenta. alimenta o que desse lado a gente crer que é espiríto. me alimentou o corpo também. tudo isso alimentou meu corpo. por um tempo. por um tempo. por um tempo. o tempo mudou e não alimenta mais. o que a gente chama de espírito, viu? se tornou outra coisa, que desalinho com carinho pra continuar. não sei bem o que, mas dizem que é preciso continuar. é tudo e é o nada. e nesses extremos eu venho dialogando faz um tempo.

_sob muitos sóis, 2014, desenho

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com o que pode a gente tenta

o manto da precariedade sufoca, mas há territórios férteis pra ressignificar.

_estar perto, 2018, fotografia

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com o que pode a gente tenta

_com o que pode a gente tenta, mesmo não podendo, 2020, fotografia

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com o que pode a gente tenta

_eu vi o que não podia, 2017, fotografia

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_eu vi o que não podia, 2017, fotografia

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com o que pode a gente tenta

_não tem como ser outre, 2017, fotografia

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_é frágil sim, 2018, fotografia

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mas às vezes não dá certo.

_é frágil sim, 2018, fotografia

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_violência transviada, 2014, pintura

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com o que pode a gente tenta

_presença na ausência, 2018, série de fotografia

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com o que pode a gente tenta

Todo mundo tem o direito de ver a própria nudez.

A carne morre. O espírito não?

_quis estar em todos os lugares, 2016, fotografia

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_o dito pelo não dito, 2019, fotografia

com o que pode a gente tenta

_eu estaria te esperando, 2016, desenho

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com o que pode a gente tenta fotografias, textos, experimentações, bordados e desenhos feitos em 2014 à 2020. não é tudo que tenho, mas é tudo que fui.

anie barreto


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