A ascensão dos nove pittacus lore

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Adelina morreu, posso abrir minha arca sozinha, e esse é um benefício amargo. Seis me observa, e eu sei que ela entende exatamente como me sinto, porque também perdeu sua Cêpan. A fechadura fria de metal treme em minha mão. Com um estalo, ela cai no assoalho do veículo. A estrada de terra em que estamos é cheia de buracos e detritos, sacudindo-me sem parar de tal forma que é difícil deixar minha mão firme ao enfiá-la na arca. Tomo cuidado para não tocar no cristal vermelho brilhante no canto, que tanto problema me causou no campanário do orfanato que tive medo de que fosse uma granada lórica ou algo pior. Pego um par de óculos escuros. — Sabe para que serve isto? — pergunto a Crayton. Ele os examina por um segundo, mas os devolve e balança a cabeça, — Não tenho certeza, mas talvez permitam que você enxergue através das coisas, como se tivesse visão de raios X. Ou podem ser detectores térmicos, bons para enxergar à noite. Só há um modo de descobrir. Ponho os óculos no rosto e olho pela janela. Além de amenizar a claridade do sol, parece que não serve para mais nada. Confiro minhas mãos, mas elas permanecem sólidas, e quando olho para o rosto de Crayton não há mancha alguma de calor. — E aí? — Seis pergunta. — O que eles fazem? — Não sei — respondo, olhando mais uma vez para a paisagem desértica fora da janela. — Talvez sejam só óculos escuros comuns. — Duvido — Crayton diz. — Você vai acabar descobrindo a utilidade deles, como a de tudo aí dentro, — Posso ver? — Ella pede. Eu entrego os óculos, Ela os coloca no rosto e então se vira e olha pela janela de trás. Volto a examinar minha arca. — Espere... tudo parece um pouco diferente de algum jeito, mas não consigo dizer o que é. E quase como se a imagem estivesse um pouco atrasada... ou acelerada, talvez... não consigo decidir. — De repente Ella grita: — Foguete! Foguete!


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