GUIA DOS BENS TOMBADOS IEPHA/MG – Volume 02

Page 114

2

Acervo IEPHA/MG

Fig. 2 – Planta Baixa da Casa Sede. Desenho: Arquiteta Maria Beatriz Ribeiro Clímaco, 2011. Base Cadastral: Arquiteto Flávio Grillo, 1997.

Fig. 3 – Fachada Principal. Desenho: Arquiteta Maria Beatriz Ribeiro Clímaco, 2011. Base Cadastral: Arquiteto Flávio Grillo, 1997. Acervo IEPHA/MG

O perímetro de tombamento da antiga Fazenda do Manso envolve a casa-sede e seus muros de pedra, o chafariz e parte do córrego do Manso que estão dentro de uma via perimetral de terra batida que circunda a área contígua à Casa Bandeirista. A história sobre a Casa Grande do Manso remonta ao início do século XVIII e mostra-se controversa ou incompleta, segundo pesquisas contratadas pelo IEF – Instituto Estadual de Florestas. De acordo com o historiador Tarquínio José Barbosa de Oliveira, que foi o último proprietário da fazenda antes de sua aquisição pelo IEF, a casa foi construída por Domingos da Silva Bueno, 2º Guarda-Mor do Distrito das Minas Gerais, entre os anos de 1706 e 1708, para cobrança dos quintos, vigilância e defesa do acesso às minas do Ouro Preto, guardando ainda os acessos do Sertão dos Cataguases. O historiador identifica a casa como sendo o primeiro edifício público da história de Minas. Porém, não é possível afirmar que a casa erguida pelo Guarda-Mor seja a casa hoje existente. É possível que uma primeira construção, de feitura mais simples, tenha sido erguida no mesmo local ou em local próximo e posteriormente tenha sido substituída pela atual construção. Documentos encontrados nessa pesquisa permitiram traçar, embora com algumas lacunas, a história de seus sucessivos proprietários ao longo dos anos. A fazenda foi arrematada em 1772, pelo sargento-mor Manoel Manso da Costa Reis sendo, nessa época, conhecida como Fazenda da Vargem da Olaria, passando então a ser tratada como Fazenda do Manso. Mais tarde, seu filho Valeriano Manso da Costa Reis assume a fazenda. Por essa época, aí funcionou uma olaria que fabricava telhas e tijolos que eram comercializados. Em 1856 – o Registro Paroquial de Terras da freguesia de Nossa Senhora do Pillar de Ouro Preto, informa ser a fazenda de propriedade de José Bento Soares, permanecendo com seus sucessores por vários anos. Enquanto pertenceu aos Soares, a propriedade foi hipotecada à Fazenda Provincial de Minas Geraes, tendo sido resgatada pelos mesmos Soares. Nesse período existiu aí uma fábrica de ferro, havendo documentos que citam o capitão José Bento Soares como proprietário de uma fábrica de ferro no Manso (Almanack administrativo civil e industrial da Província de Minas Geraes para o anno de 1864, citado por TERRA).2 De 1909 até 1931 a história do Manso permanece incompleta. Sabe-se que foi vendida a Francisco Diogo de Vasconcelos, mas não foi possível precisar quando se teria dado tal fato. Tem-se notícias que a única atividade existente na fazenda, por esta época, era a exploração do carvão. Em 1932 a fazenda foi adquirida por José de Salles Andrade. Com esse proprietário, o Manso prosperou, cultivandose aí o chá da Índia. A produção do chá, que recebeu o nome de EDELWEISS, desenvolveu-se principalmente no início da década de 1930 e persistiu até fins dos anos 50, sendo sua produção exportada em especial para a Alemanha.

FAZENDA DO MANSO Acervo IEPHA/MG

GUIA DE BENS TOMBADOS IEPHA/MG

Fig. 4 – Planta do perímetro de tombamento: Elaboração: Arquiteto Jason Barroso Santa Rosa, 1997

TERRA, Consultoria e Assessoria em Estudos Geoambientais S/C Ltda. Levantamento dos aspectos históricos e culturais do parque estadual do Itacolomi – Município de Ouro Preto e Mariana, Minas Gerais. Relatório final. Belo Horizonte, Abril, 1994, passim.

94


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.