200 Maiores 2016

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ARTIGO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

Brasil que dá certo, ES deixa de ser segredo e se revela JOSÉ CARLOS DA FONSECA JÚNIOR

é diplomata e secretário da Casa Civil

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gradeço ao presidente da Findes, Marcos Guerra, pelo honroso convite para participar do Anuário IEL 200 Maiores Empresas 2016, relevante tradição de duas décadas organizada pelo Instituto Euvaldo Lodi. Trata-se de oportunidade singular para apresentar algumas percepções pessoais sobre o Espírito Santo que encontrei, ao retornar de quase uma década na Ásia, como ministro conselheiro em nossa embaixada em Nova Delhi, na Índia, e como embaixador do Brasil em Myanmar. E também para descrever a missão que me foi confiada pelo governador Paulo Hartung, ao convidar-me para atuar em sua equipe, com a função de coordenar, dentro do Executivo e na interlocução entre o setor público e a iniciativa privada, uma estratégia diplomática ativa, que tenha o tamanho da vocação internacional de nosso Estado. Ao representar o governador Paulo Hartung em recente meeting empresarial organizado pela Findes em Pedra Azul, com a presença do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, procurei ilustrar com um exemplo de globalização que testemunhei em meus tempos no Sudeste Asiático. Vizinha a Yangon, capital de Myanmar, a bela Tailândia, cuja capital é Bangkok, era nosso refúgio frequente. A Tailândia, ainda hoje uma monarquia budista com regime parlamentarista, é o antigo Reino do Sião, que frequenta certa filmografia idílica ou romântica, mas é também o que se via em obras cinematográficas sobre o teatro de operações do Pacífico, na Segunda Grande

Guerra, ou sobre a guerra no vizinho Vietnã, quando Bangkok brilhava como destino preferencial dos soldados em suas folgas naquele país cheio de diversões e que mantinha neutralidade nos conflitos. Por isso, desde sempre a Tailândia evoca exóticas imagens sobre praias, boa culinária, lindas mulheres, muita religiosidade, entre outros estereótipos que até hoje a tornam uma potência turística. Pois bem: em 2012, com monções de força extraordinária, Bangkok viu-se em total colapso, inundada, sem energia e com a população precisando ser evacuada. Para além da calamidade humanitária, o que se observou foi que, poucas semanas depois daquele desastre natural, estava desencadeada uma série de transtornos em diversos arranjos econômicos de escopo global: a produção de automóveis no Japão e na Coreia, de iPhones, tablets e computadores na China, de celulares em Taiwan, de componentes eletrônicos no Vale do Silício, na Califórnia – todas aquelas cadeias globais se viram afetadas, direta ou indiretamente, pela repentina paralisia da indústria tailandesa. Ora, eu me vi a refletir, em que uma situação de isolamento momentâneo do Brasil impactaria cadeias globais significativas? É com esse tipo de reflexão que há muitos anos procuro estudar as perspectivas econômicas do Espírito Santo, a fim de compreender por quais caminhos será possível potencializar nossa clara vocação internacional. Ainda no Senado Federal e durante sua primeira passagem pelo Palácio Anchieta, Paulo Hartung já se preocupava com essa temática, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2016


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