desconectados: habilidades, educação e emprego na américa latina

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30 pontos às habilidades de conhecimento e somente 15 pontos às habilidades específicas. A figura 6.7 também apresenta uma dispersão relativamente importante na demanda de habilidades. Dez por cento das empresas valorizam pouco as habilidades socioemocionais (conferiram-lhes menos de 30 pontos), favorecendo, em troca, as de conhecimento ou as específicas. Mas, também, há 10 % que conferem um valor muito alto (mais de 80 pontos) às habilidades socioemocionais, atribuindo pouco valor às habilidades de conhecimento ou específicas. Observa-se um padrão similar quanto às habilidades específicas ou de conhecimento. Esses resultados são extremamente sólidos e se mantêm quando a análise é feita por país, setor, porte e tipo da empresa e de ocupação. O quadro 6.4 demonstra que a valoração maior das habilidades de comportamento é registrada tanto nas empresas que pagam salários altos quanto nas que pagam salários baixos, em empresas de todos os setores e de todos os portes. A única diferença importante no padrão de valoração das habilidades verifica-se na indústria automotiva, nas quais as habilidades específicas são relativamente mais valorizadas do que no resto dos setores. Essa maior valorização relativa das habilidades socioemocionais tem sido também documentada na literatura para o caso de países desenvolvidos. Maxwell (2007) opina que as três habilidades mais demandadas pertencem à categoria do comportamento. O’Neil, Allred e Baker (1997) indicam que em pelo menos duas pesquisas sobre as exigências de habilidades nos Estados Unidos (The Michigan Employability Skills Employer Survey e o Basic and Expanded Basic Skills Study) descobriu-se que os empregadores valorizam mais as habilidades de comportamento do que as de conhecimento. Em princípio, a demanda desses três tipos de habilidades pode exigir do trabalhador aptidões diferentes conforme o tipo de ocupação. Por exemplo, em um posto do setor automotivo em que se exija um alto grau de habilidades socioemocionais talvez se privilegie um elevado comprometimento com o trabalho para cobrir turnos inesperados. Em contrapartida, no setor comercial, de um trabalhador que requeira o mesmo nível de habilidades de comportamento pode-se esperar um atendimento esmerado ao cliente, além do compromisso com o trabalho. Com a finalidade de entender melhor que tipo de habilidades particulares subjazem a esses grupos gerais, desglosa-se a seguir sua demanda relativa.

Demanda de habilidades de conhecimento A EDH especifica quatro tipos de habilidades de conhecimento: (i) habilidades de linguagem e comunicação, referentes à capacidade de ouvir, fazer perguntas e expressar conceitos e ideias de maneira efetiva; (ii) habilidades de leitura e


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