Fisica quantica e espiritualidade

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risível que os cientistas de outros campos do saber sugiram que suas regras para obtenção de evidências devam ser adotadas na pesquisa da cura... Seria sem dúvida mais fácil, elegante e menos complicado se isso desse certo. O fato de que não dá não significa que a cura não existe.” Alguns pesquisadores da cura têm tentado, apesar de reveses, corresponder a essas expectativas. Por exemplo, alguns tentaram identificar e estipular uma "dose padrão" de cura que poderia ser emitida por um curador ao longo de uma extensão uniforme no tempo. O pressuposto é que a cura deveria funcionar como as drogas ou a irradiação, que são aplicadas em doses padrão. Embora algumas dessas tentativas tenham dado resultados positivos, os próprios curadores rejeitaram tal abordagem. Eles reconhecem que o período de tempo necessário para curar varia drasticamente de paciente para paciente, mas não sabem dizer por quê. Concordo com Benor, que acredita que devemos reconhecer essas limitações como fatos. "Chegou o momento de aceitar que a cura é como é", diz ele. A cura parece ser influenciada por múltiplos fatores - tantos, na realidade, que é virtualmente impossível estabelecer um experimento passível de repetição em que tudo pudesse ocorrer na mesma combinação, mais de uma vez. Como é difícil controlar qualquer um destes fatores, muito menos todos eles em conjunto, pouco espanta que resultados só aproximadamente equivalentes tenham sido obtidos nos experimentos, com sucessivas tentativas. Teremos de nos contentar com nossas limitações humanas e nos satisfazer com resultados aproximados, medidos em termos de probabilidades dentro de um grande número de tentativas. Não são necessárias quaisquer desculpas. Essas são as limitações da cura.

1. A cura muitas vezes está ligada a religiões que enfatizam a fé e as crenças. C. S. Lewis disse certa vez que: "As grandes religiões foram divulgadas pelos pregadores e por muito tempo praticados, num mundo que ainda não usava o clorofórmio." Isso implica que a dor, o sofrimento e o fervor religioso andam juntos. Mas agora que a ciência chegou e transformou a medicina, não há motivo real para que medicina e religião se mesclem. Para a maioria dos cientistas, enfatizar o papel da fé e da crença na cura parece ser um passo para trás na história, e uma justificativa para se rejeitar a cura baseada em preces. 2. Carreiras e investimentos profissionais estão em jogo. Praticamente, todas as dotações financeiras, postos de professor e produtos de saúde estão coligados a uma visão da realidade baseada no plano físico. Não é de espantar, portanto, que os cientistas envolvidos com essas atividades não entrem automaticamente nas experiências que desafiam esses pressupostos. A seguinte história exemplifica a futilidade de mais debates a respeito de muitas dessas questões. Um psiquiatra está tratando uma pessoa paranóica que insiste que está morta. Depois de ter esgotado todos os argumentos de praxe, o psiquiatra pergunta se o paciente sabe que os homens mortos não sangram. Ele prontamente concorda com isso e permite que o psiquiatra faça um furinho na ponta do seu dedo, usando uma agulha, e assim o sangue brota. "Veja", diz o psiquiatra, "você está vivo!" "Errado!", grita o paciente, "os homens mortos sangram!" Benor, que conta este episódio, sugere que "aqueles que percebem como a cura é um fato não desperdiçam muito tempo argumentando com os que não aceitam a sua verdade, mas preferem continuar dando, recebendo e/ou estudando a cura". Em geral, sou menos pessimista. Os céticos mudam de opinião de vez em quando, quando as evidências os confrontam. E, em especial, mudam de postura quando passam pessoalmente por situações paranormais, o que não é incomum.


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