Apêndice C 1. Formação urbana de Belo Horizonte e seu ônus de classe A capital mineira foi projetada e construída pelo engenheiro Aarão Reis, entre os anos de 1894 e 1897, colocando Belo Horizonte como uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. O projeto trazia elementos chaves do modernismo europeu e estadunidense, incluindo uma malha perpendicular de ruas cortadas por grandes avenidas, quarteirões de dimensões regulares e um anel rodoviário abrangendo todo seu perímetro (Avenida do Contorno), com destaque a semelhança da Av. Do Contorno e a Ringstrasse e a outras claras referências ao plano de Haussmann. “Belo Horizonte tornou-se a primeira experiência de implementação de um modelo de cidade que, aqui, tinha por função simbólica expressar o ideário liberal positivista da então recente república brasileira: ordem e progresso. E esse ideário republicano se materializou nos largos espaços públicos das avenidas e edifícios monumentais da Nova Capital mineira, obedecendo a um traçado de rígida geometria, como também nos diversos sistemas de mesoestrutura que dão suporte à vida moderna, como: abastecimento de água, rede de esgoto, obras viárias (que incluem as canalizações de cursos d’água), iluminação e transporte. A imagem da nova capital deveria conotar modernidade, avanços técnicos e tecnológicos voltados para a salubridade e a higiene e para a circulação (de produtos, pessoas e águas). ” (BOTELHO, 2020, p. 26)
268