HORNSUP Nº1

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ABC PRO HC 10 Espaço Anchieta - 05/04/08 São Bernardo do Campo - SP (Bra) No primeiro Sábado de Abril aconteceu no Espaço Anchieta, em São Bernardo do Campo - SP, a 10ª edição do ABC PRO HC, festival de bandas emergentes e que podem ser chamadas de independentes. O evento acontece duas vezes ao ano e de certa forma já virou uma tradição dentre a molecadinha que curte um som hardcore - por sua vez muito mais soft do que hard - e até os tão criticados emos. O ABC PRO HC 10 tinha como atrações principais bandas estrangeiras como os estadunidenses do Funeral For a Friend, Rufio, Strike Anywhere e os hermanos chileños do Humana. Este “tinha” é por conta da atração principal, o tão aguardado Funeral For a Friend, que cancelou sua turnê sul-americana por conta de problemas com os produtores que os trariam ao Brasil. Caindo esta atração, o público foi reduzido em relação ao evento anterior que trouxera os marrentos do The Used, mas seguiu em frente colocando como headline a banda Rufio, querida pelo publico brasileiro, não fosse pelo fato do vocalista original Scott Sellers ter faltado à apresentação pois estava ocupado com a sua banda paralela. Substituído por Peter Munters, vocalista da banda paralela do baixista, a Runner Runner, o Rufio não convenceu. Munters era simpático – até demais, se é que vocês me entendem – não formava par com os caras apesar da tentativa, a banda que parecia uma versão fashion do Rufio que o pessoal costumava conhecer. O vocalista irritava a platéia e isso era visível. Em toda parada entre uma música e outra ele pegava o microfone e cantava o hino do funk nos dias de hoje: “Créu”. E repetia isso o tempo inteiro. “Créu, créu, créu” fazendo trejeitos afeminados e sexualmente toscos, como se estivesse tirando sarro dos brasileiros, da cultura (ou da falta dela) e do público que estava ali para assistir um show de hardcore e não uma demonstração de um gringo cantando funk. Metade do público que ainda restava foi embora antes mesmo do concerto terminar. Entre os momentos constrangedores do “novo” Rufio, houve os bons momentos enquanto a banda tocava a clássica “In Your Eyes”, “Above”, “Science Fiction”, “Pirate”, “Follow Me” e “My Scape”. As estrelas da noite – na opinião da maioria – foram os caras do Strike Anywhere. A banda de Thomas Barnett teve um comportamento exemplar no palco, levantou a galera, gritou, disparou sons como “Prisoner Echoes”, “Timebomb Generation”, “To The World” e “Laughter In A Police Stat”. E o melhor de tudo, pareciam extasiados em estarem tocando no Brasil. O festival ainda contou com bandas como Fresno, Strikem ForFun, Envydust, Granada, o verdadeiro hardcore-novayorkino-paulista do Nitrominds e muitas outras bandas que estão surgindo e se mantendo na cena independente brasuca.. Charline Messa Fotos: Luiz Felipe Leite

Rufio

Strike Anywhere hornsup #1

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