HORNSUP Nº12

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Through The Eyes Of The Dead sofreu com constantes mudanças em seu line-up, tanto que o único membro remanescente da formação original é o guitarrista Justin Longshore. Sentiram em algum momento que a banda poderia acabar, devido a tantas saídas? Eu sei que em um ponto, Jake (baixista) e Justin (guitarrista) basicamente se perguntaram: “E então, vamos acabar com isso ou pegar alguns caras novos e continuar?”. Eles decidiram tirar um tempo para obterem os caras certos, então colocaram as coisas no eixo para a banda novamente e foi isso o que eles fizeram, e aqui estamos. “Skepsis” é o primeiro álbum da banda com o vocalista Danny Rodriguez, o baterista Mike Ranne e o guitarrista Chris Henckel. Como acha que se saíram em suas estréias? Muita coisa mudou, tanto na forma de se trabalhar quanto na sonoridade do grupo, com a entrada desses novos elementos? Eu acho que cada um de nós fizemos bem nossa parte no novo registro, eu acredito que o trabalho de bateria é doentio, Mike mantém essa pegada do Through The Eyes Of The Dead e acrescenta o seu próprio sabor, bem como Hank com o seu trabalho e eu tentando preencher as vagas de Nate Johnson e Anthony Gunnels. Eu diria que já estamos prontos para lançarmos outro álbum (risos), e todos se dão muito bem e isso é uma enorme vantagem ao invés de termos 5 egos colidindo em todos os momentos. Vocês tiveram que mexer em uma peça-chave de uma banda, que é o vocalista. Quando Nate Johnson saiu em 2007, como chegaram a você? Testaram vários caras antes ou já tinham em mente a pessoa certa? Eu sei que os caras estavam tendo um monte de testes para os vocais via e-mail e Myspace. Eu originalmente tentei para o The Faceless, mas não deu certo, então encontrei esses caras no Myspace e fiz uma tentativa. Eu tive que tentar cinco diferentes vezes, porque, em certos momentos, era eu e mais dois outros caras. Eles acabaram fechando com outro cara e o dia em que se encontraram com ele para o ensaio, ele basicamente veio “limpo” e disse que precisava voltar para casa para tomar algumas pílulas para ansiedade para poder entrar em turnê. Nesse ponto, Jake me contactou via MSN perguntando se eu ainda estava disposto a fazer os testes pessoalmente e se eu poderia pegar um vôo na noite seguinte. Eu estava totalmente quebrado, consegui $500 dólares, basicamente deixei meu emprego e voei no dia seguinte, enquanto aprendia oito músicas durante o vôo para o ensaio. Nós ensaiamos, eles gostaram, eu entrei para o barco, então vimos Jouney ao vivo em Virginia, ficamos chapados. Foi bem legal. Em recentes entrevistas, escutei a banda falar sobre o conceito que existe por trás do novo álbum, algo muito interessante. Pode nos explicar então, qual o conceito que envolve o registro e sobre o que falam as letras? O nome do álbum, “Skepsis”, tem relação com tudo isso? A história é uma visão em primeira pessoa do personagem principal que tem uma visão forte e cética sobre a humanidade e a realidade. Ele acredita que esta realidade é uma mera ilusão e que há forças celestiais e espirituais em trabalho que controlam este mundo e a

raça humana. Ele tem um sonho recorrente do apocalipse se aproximando e a condenação inevitável da humanidade. O sonho começa a levá-lo à paranóia extrema, então ele começa a buscar respostas para sua estranha suspeita. Ele, então, fica canalizado por um presságio que lhe dá uma visão do inferno e de como é o destino final para a raça humana. Ele se torna maníaco nesse ponto e se comunica com o presságio, pedindo para seu destino ser poupado e para que possa ser dado a ele o privilégio de se tornar uma força espiritual, como o presságio. Ele retorna da visão... psicótico, acreditando que o presságio lhe concedeu o poder de tirar vidas humanas, de modo que ele possa ser poupado. Ele perde toda sua consciência e moral, e começa a tomar a vida das pessoas de maneira incontrolável, e beber até morrer. Ele é desprovido de sanidade mental nesse momento, possuído por uma força malígna e sobrenatural, que está o matando com pressa. O presságio faz ele cometer suicídio e ele desce ao inferno. Ele acorda em um quarto branco; confuso no início, pensando que era apenas outro sonho... é aí que ele percebe que a sala está vazia, sem saída. Ele está em seu próprio inferno pessoal para eternidade. Seu presságio foi o seu “Skepsis” (ceticismo). O novo álbum foi masterizado por Alan Douches (Hatebreed, Shadows Fall), porém a produção ficou a cargo da própria banda. Por que optaram em auto-produzir o novo CD? Nós decidimos gravar o álbum com o nosso bom amigo Eliot Gellar, porque isso nos deu mais tempo para trabalhar, funcionou muito melhor com o nosso orçamento e tirou um pouco de stress dos nossos ombros do que se fossemos trabalhar com alguém que você não conhece tão bem, etc. A arte de capa de “Skepsis” ficou novamente sob a responsabilidade de Paul Romano (que também desenhou a capa do álbum anterior “Malice”) e traz uma ilustração bem interessante. Acham que o artwork também é algo importante para se compreender o trabalho como um todo? Eu definitivamente acho que o artwork é um elemento chave nos álbuns. Sim, a música fala por si só e obviamente é a parte mais importante... mas você sempre precisa incorporar uma imagem e “sentir” a música também. Os CDs tem que ser mais do que apenas músicas, também devem ser sobre apresentação. O Behemoth é um perfeito exemplo disso, sua imagem nos dá aquele sentimento dark, obscuro que eles carregam como banda. Eu acho que o artwork de “Skepsis” é, de longe, o melhor desta banda. Estamos todos apaixonados por isso e acho que se encaixa na história perfeitamente. Paul Romano não poderia ter feito um trabalho melhor. Em 2007, a banda gravou o clipe da faixa “Failure In The Flesh”, do álbum “Malice”, juntamente com o aclamado diretor David Brodsky. Este vídeo foi escolhido como o nº 7 do ano pelo programa Headbanger’s Ball, da MTV2. Pretendem gravar algum clipe para este novo disco e repetir esse sucesso de três anos atrás? Eu não tenho tanta certeza se um vídeo estará entre os trabalhos para este álbum. Se estiver, seria bem legal, mas, por agora, o plano é fazer turnês tanto quanto possível e obter alguma publicidade para esse registro.

[8] Through the Eyes of the Dead Skepsis

Prosthetic

Desde o início da banda, em 2003, os norteamericanos do Through the Eyes of the Dead já passaram por diversas mudanças no line-up. Da formação original, apenas o guitarrista Justin Longshore permaneceu. Para se ter uma ideia, “Skepsis”, terceiro álbum dos caras, apresenta, também, o terceiro vocalista, o brutal Danny Rodriguez. E, realmente, não foi apenas o time que sofreu alterações. Anteriormente caracterizada como uma banda puramente Deathcore, agora inverteram a mesa, mostrando muitas influências do Death Metal, e apenas um ou outro breakdown perdido por aqui ou ali. O que realmente contará serão as diversas paredes de riffs, as rápidas variações de notas, belos solos e muita agressividade. Muita mesmo! Em pouco mais de 40 minutos, o ouvinte será presenteado com excelentes trabalhos, como “Dementia”, “Inherit Obscurity” e “The Manifest”. Com uma arte de capa sombria e, ao mesmo tempo, bela, não será fácil encontrar alguém que se oponha ao que foi feito neste full-lenght. Pecam muito pouco no lugar comum do Death Metal, pois raramente haverá passagens que irão deixar alguém com a sensação de estar ouvindo The Black Dahlia Murder ou qualquer outra banda nesta linha. Apesar de fazerem muitos shows com grupos do Deathcore, como Impending Doom e Whitechapel, fique tranquilo caso você não curta o gênero. Há apenas traços, como já comentado. Por fim, concordo com tudo que o guitarrista Justin aponta, pois, de fato, estamos diante do melhor trabalho do TTEOTD, tanto em termos de maturidade, quanto de presença nas composições. E então, não vai pegar sua cópia? Igor Lemos

O que acham das pessoas que classificam o som da banda como “Deathcore”. Acham que esse termo já está saturado e que todos estão tentando “fugir” desse rótulo? Honestamente, isso está num ponto aonde digo, nos chame do que você quiser... nós sabemos o que somos e sabemos quais são as nossas intenções ao escrever essas músicas... se é Deathcore para você, legal, é Death Metal pra mim, no final das contas é tudo apenas Metal, quem se importa... beba cerveja, fume maconha, hail Tiger Woods. Quais os shows que mais gostaram de tocar ou aquele que foi o mais importante na carreira da banda? Eu, Hank e Mike não estávamos na banda quando eles tocaram no Sounds Of The Underground, em 2005, com Behemoth, Cannibal Corpse, In Flames, The Black Dahlia Murder, etc... estamos com inveja. Cite algumas das principais influências da banda. Morbid Angel, Darkane, Cannibal Corpse, Meshuggah, J-LO. André Henrique Franco www.myspace.com/tteotd

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