Hoje Macau 1 NOV 2013 #2966

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VIDA

hoje macau sexta-feira 1.11.2013

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PORTUGAL NASCIMENTOS DESCERAM EM 2012 PARA MENOS DE 90 MIL

População voltou a diminuir em 2012 A população residente em Portugal voltou a diminuir, pelo terceiro ano consecutivo, como resultado do valor negativo do crescimento natural e do crescimento migratório, segundo mostram as Estatísticas Demográficas 2012 publicadas nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Confirmando as previsões e acentuando a tendência, os nascimentos voltaram a descer, ficando pela primeira vez abaixo dos 90 mil (89.841). Foram menos 7,2% do que em 2011, quando se registaram 96.856 nascimentos, representando já nessa altura uma quebra em relação ao ano anterior. Por outro lado, em 2012, registaram-se 107.612 óbitos de pessoas residentes em Portugal, um aumento de 4,6% em relação a 2011. O crescimento natural foi, portanto, negativo: houve mais 17.771 mortes do que nascimentos. O total de população residente em Portugal em 2012, segundo os dados do INE, era de 10.487.289 habitantes (10.542.398 em

2011). Manteve-se a tendência de envelhecimento demográfico, resultando da redução da população jovem (e em idade activa) e do aumento do número de pessoas idosas. Face à população residente, a proporção de jovens passou de 14,9% em 2011 para 14,8% em 2012. Já a proporção de pessoas idosas, com 65 anos ou mais, aumentou de 19% para 19,4%. Ou seja, o índice de envelhecimento passou de 128 idosos por 100 jovens, em 2011, para 131 idosos por 100 jovens, em 2012.

MENOS NASCIMENTOS

Relativamente à diminuição da natalidade, há dois pontos a salientar: o declínio da fecundidade e o adiamento da idade das mulheres no nascimento dos filhos. A idade média da mulher, no nascimento do primeiro filho, passou de 29,2 para 29,5 anos. Confirmou-se também a tendência de aumento dos nascimentos fora do casamento: 42,8% em 2011 para 45,6% em 2012. Em paralelo a esse número, está a diminuição dos casamentos que

tem sido sistemática nos últimos anos. Realizaram-se 34.423 casamentos em 2012 (324 dos quais entre pessoas do mesmo sexo), menos 1612 do que no em 2011. A idade média da mulher no primeiro casamento aumentou para 31,4 anos (31 anos em 2011) e a idade do homem desceu de 29,9 anos em 2011 para 29,5 em 2012. Já os divórcios voltaram a descer: foram 25.380 em 2012, menos 1371 que em 2011. A diminuição já se tinha verificado em 2011 – foi essa a primeira quebra desde 2005 – para a qual a crise foi apontada como uma das razões, entre outras. Contribuindo para a redução da população, está também o crescimento dos fluxos emigratórios. Em 2012, o número de emigrantes permanentes (51.958) ultrapassou novamente o dos imigrantes permanentes (14.606), resultando num saldo negativo. Quanto à emigração temporária, em 2012, estima-se que 69.460 pessoas tenham saído do país com intenção de permanecer no estrangeiro por um período inferior a um ano.

Exoplaneta mais parecido com a Terra é um mundo infernal

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LANETA rochoso tem tamanho e massa semelhantes à Terra, mas dá volta à sua estrela em apenas 8,5 horas. Resultados fazem sonhar com a descoberta de Terras em locais compatíveis com a vida. Em Kepler-78b, o pôr do Sol é gigante. Imagine uma estrela a ocupar metade do céu entre o horizonte e o zénite. E ainda rochas fundidas à superfície devido a temperaturas muito altas. Kepler-78b gira a uma distância mínima do seu sol e completa uma volta em apenas 8,5 horas. Está tão perto daquela estrela que os astrónomos consideraram que

pertence a uma nova classe de planetas. É um mundo quente, infernal, o oposto da nossa realidade amena, e incompatível com a vida que conhecemos. E, no entanto, duas equipas de astrofísicos fizeram, separadamente, medições deste exoplaneta e descobriram que, das centenas que já se conhecem, o Kepler-78b é o mais semelhante à Terra no tamanho, na massa e na densidade. Os artigos com os resultados das duas equipas são publicados nesta quarta-feira na edição online da revista Nature. Uma das equipa inclui um investigador português Pedro Figueira.

Por onde começar a procurar vida noutros planetas? Os astrofísicos gostariam de começar essa procura em sítios com as características do nosso mundo. O ideal seria mesmo encontrar um planeta-irmão da Terra, de tamanho e massa semelhantes, a girar à volta de uma estrela com dimensão e idade equivalentes à do Sol e na mesma zona de habitabilidade. Ou seja, suficientemente perto da sua estrela para o calor impedir a água de congelar, mas não tão perto que a fizesse evaporar-se para o espaço. Mas até agora, ainda não encontraram a Terra número dois.


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