HISTÓRIAS DAS MINHAS RAIZES

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Tantos nomes de baleeiros célebres e outras figuras carismáticas, que ficaram na história da caça à baleia em São Caetano. O povo, duma maneira geral, era bom. Respeitava toda e qualquer pessoa de fora da terra que por lá vivesse ou passasse. Alguns baleeiros – normalmente os mais simpáticos – eram convidados para algumas matanças de porcos, para ir à adega beber umas tigelas de vinho, para ajudar a vindimar as uvas, etc. Estes agradeciam, pois normalmente gostavam muito daquele precioso líquido e sempre levavam para casa um cesto de asa de uvas, para comer mais a família. Recordo-me ainda dos tempos do Caçoila, do Capão, do Loiro, etc. Profissionais da caça à baleia, que mais para o fim da festa, até cantavam ao desafio. Muito novo ainda, parece-me estar a ver e ouvir o João Capão a cantar ao desafio a sua cantiga ao Caçoila: O Racha mais o Caçoila São dois amigos leais Se o racha gosta de vinho O Caçoila muito mais Com a entrada de Portugal na União Europeia, no ano de 1978, foi proibida a caça à baleia na Comunidade Europeia e, por conseguinte, também nos Açores. No Pico, onde houve forte actividade, resta apenas e ainda bem, o museu dos baleeiros nas Lajes do Pico, que vale a pena visitar. Ali, pode-se ver tudo, não só em artesanato, mas a própria tenda do ferreiro, o bote, a 56


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