CARTILHA ELEICOES MUNICIPAIS 2016

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18 venda durante as campanhas eleitorais. Mas, isso já não é novidade. O voto de cabresto já enraizou em nossa cultura a condição involuntária de venda do voto pela garantia de comida e teto para a família. Sobre os novos coronéis, que não mais são senhores de terras, mas interlocutores na vida social, atuam como grandes oradores, líderes, conselheiros, pessoas que têm utilizado abusivamente de sua influencia sobre grandes grupos e comunidades religiosas, induzindo centenas de pessoas à pratica da venda do voto. Eles não estão comprometidos com os rumos da nação. A ganância pelo status social, pela conta bancária institucional ou por mais benefícios jurídicos e econômicos, são as principais motivações dessas pessoas que adaptaram o “voto de cabresto” ao “voto de cajado”. NO CAMINHO DA JUSTIÇA Num panorama inquietante e urgente como este, a questão ética se impõe. Os valores baseados na solidariedade, no comunitarismo, no amor ao próximo, e na partilha do poder, parecem esvaziados em nossas praticas políticas ou como um criado mudo no ambiente democrático. Engana-se quem pensa que o povo não pensa. Na realidade, faltam condições de vida digna, falta educação básica, falta tempo e espaço de qualidade para a participação política. Assumir o posicionamento profético ante a realidade é levantar a voz contra a injustiça e apontar alternativas saudáveis de práticas democráticas. Neste caminho, o da Rede Fale, que é uma rede cristã de defesa de direitos, desenvolve-se, desde 2012, a campanha “FALE contra o Voto de Cajado”, a qual denuncia e, alerta às igrejas sobre os danos sociais causados pelas práticas de uso dos espaços e ocasiões religiosas como meios de cooptação de votos. Como “voto de cajado”, denuncia-se as seguintes práticas e outras similares à estas6: - O uso do poder pastoral para guiar a consciência dos fiéis, como um curral eleitoral, em benefício de qualquer candidato. - A utilização das Sagradas Escrituras ou de imagens bíblicas de forma maliciosa, a fim de legitimar a candidatura de uns e demonizar a candidatura de outros. - A venda de consciência e dos votos dos membros da igreja à algum candidato, em troca de recompensas materiais concedidas: “a liderança, congregação ou denominação. - A permissão do uso do púlpito como plataforma de propaganda partidária e eleitoreira, ou de apresentação de quaisquer candidatos para fins eleitorais (Medida proibida por Lei Nº 9504/97). - A coação ou ameaça aos subordinados ou membros da igreja para que manifestem 6 Conteúdo extraído do blog oficial da Rede Fale : www.redefale.blogpost.com.br


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