JHCMídiaDigital - Edição 019 Ano 2013

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Editorial

neste sábado começa oficialmente o período da bagunça chamado carnaval. Digo oficialmente por que nestes dias, a liberação dos instintos e consequentemente os excessos, são permitidos. Sua majestade rei Momo, cercado de belas mulatas ocupará seu camarote em Brasília e aproveitando o momento, oferecerá mais alguns dias de folia (oficial) à população. Durante os trezentos e sessenta e dois dias a folia e comandada por súditos privilegiados e seus apanguados, em vários locais e instituições, as vezes utilizando e transformando, a rampa do palácio, em uma pista do Sambódromo. Essa folia que ali se apresenta durante o ano, período que eles entendem como ensaio, tem como proposta alegrar um pouco o ‘estilo de vida sacrificada’ que eles pensam que levam. A patuleia alheia às maracutaias desenvolvidas neste furdunço, iludida pensa apenas nas possibilidades de ganharem mais alguma merreca ‘bolsa de otário’. Assim, por ser carnaval o ano todo neste Brasil tropical, nós da revista decidimos mostrar para os senhores leitores, outro tipo de manifestação. Alegria, Luxo, Cultura, apenas isso para o momento.

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Fundador e Diretor Responsável: José Heitor da Costa Fundado em 12/09/2012 Presidente: Jaldete Vieira Garcia Vice-presidente: José Heitor da Costa Diretor Executivo: Valberto Garcia Diretor Comercial: João Pedro Gutierrez Teixeira Diretora de Publicidade: Carmem Lúcia Diretora de Projetos Gráficos e Web Designers: Iza Souza Diretor e Editor de Esportes: João Costa Diretor de Assuntos Internacionais: Gilmar Freitas Repórteres: Afonso Aquino. Pinheiro Junior. Rodrigues Taú. Wanda Lacerda. Álvaro Cintra. João Mendes. Correspondente Internacional: Rotieh Atsoc contato@jhcmidiadigital.com Cel: +55 (11) 98178-5433 Conselho Administrativo Presidente: Jaldete Vieira Garcia Vice-Presidente: José Heitor da Costa

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Esporte Pedro Barros venceu o Mundial de Skate Vertical, realizado no Rio de Janeiro JHCMídiaDigital João Costa

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katista com vitórias nos bowls, esta é primeira conquista de Pedro Barros no vertical. Vitória com certa dose de surpresa. Febre e náusea comprometiam o desempenho do skatista. E a queda na primeira das três voltas indicava que este seria o enredo de Barros no Rio. Contudo, cresceu na segunda volta, marcando 83,30 pontos. Alcançou o ápice na última: 85 pontos. Pedro conciliou altura nas rotações, caso dos 540º, a manobras envolvendo giro do skate, como heel flip.

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Pedro Barros venceu o Mundial de Skate Vertical, realizado no Rio de Janeiro.

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O catarinense de 17 anos desbancou competidores Bob

Burnquist

experientes, e

Andy

como

McDonald.

Resultado que ilustra o crescimento da nova geração do skate vertical. Rony Gomes terminou em segundo e Mitchie Brusco em terceiro.

Após vencer semifinal Mitchie Brusco, 15 anos, terminou na terceira posição

Foto Felipe Puerta

Ritmo rendeu segundo lugar a Rony Gomes. O skatista levou às paredes do half sequência de manobras envolvendo rotações como 540º, alley up e flips. Até o fim da primeira volta, Gomes liderava a competição (81.67 pontos). Facilidade para girar os 720º colocava Mitchie Brusco entre os favoritos. O norte-americano de 15 anos venceu a semifinal realizada sábado (2), posição que sustentava tal condição.

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Brusco estava em terceiro na primeira volta. Caiu nas duas seguintes, eliminando as chances de vitória. Mas até o último erro, ameaçava a vitória de Barros. O Mundial de Skate vertical no Rio é realizado desde 2002. Das onze edições, os skatistas brasileiros venceram nove. Resultado Mundial Maresia Vert Jam Facilidade para girar os 720º colocava Mitchie Brusco entre os favoritos. O norte-americano de 15 anos venceu a semifinal realizada sábado (2), posição que sustentava tal condição. Brusco estava em terceiro na primeira volta. Caiu nas duas seguintes, eliminando as chances de vitória. Mas até o último erro, ameaçava a vitória de Barros. O Mundial de Skate vertical no Rio é realizado desde 2002. Das onze edições, os skatistas brasileiros venceram nove. 1. Pedro Barros

2. Rony Gomes

3. Mitchie Brusco

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Ciência e tecnologia NASA aproveitará tecnologia usada em Marte para procurar água nos Desertos do Oriente Médio e África JHCMídiaDigital

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tecnologia da NASA usada para procurar água em Marte poderá ser usada para detectar água escondida a mais de uma milha de profundidade nos massivos desertos que cobrem o Oriente Médio e o norte da África.

O cientista planetário da NASA Essam Heggy, membro do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, disse na conferência em Alexandria no Egito, que a escassez de água em futuro próximo poderá disparar conflitos por esse bem na região. A medida que o aquecimento global continua, a tecnologia poderia eventualmente ajudar a paralisar um potencial conflito por água. Análises da NASA, por exemplo, mostraram que uma região especialmente árida de Darfur no Sudão está localizada acima de vales e lagos que possuem 6000 anos de idade.

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Softwares podem ajudar evitar tragédias Programas de computador em estudo em universidades brasileiras simulam incêndios e outras situações de emergência e podem ser ferramentas úteis no controle de locais de grande aglomeração.

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ome-se como exemplo duas situações de emergência. Na primeira, num estádio de futebol lotado, as 46 mil pessoas conseguem deixar o local em

minutos apesar do bloqueio de uma das saídas principais. O software CrowdSim simula a saída de 46 mil torcedores do estádio do Engenhão

Em outra, num teatro, os cerca de mil espectadores saem ilesos de um incêndio porque, antes, os responsáveis pela segurança da casa foram capazes de simular os padrões de propagação do fogo. Quase uma semana após o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), é consenso que a tragédia poderia ser, se não totalmente evitada, pelo menos minimizada. E um caminho pode ser o uso de softwares que, como nesses dois exemplos, são capazes de projetar cenários virtuais para casos de emergência. Dois desses programas estão em estudo no Brasil. JHCMídiaDigital

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Um foi desenvolvido inteiramente pelo Laboratório de Simulação de Humanos Virtuais da Faculdade de Informática da PUC-RS, coordenado pela professora Soraia Raupp Musse. Fruto de um trabalho iniciado em 2009, o chamado CrowdSim simula em 3D a evacuação de locais onde acontecem grandes aglomerações de pessoas. São levados em conta, além da arquitetura local, aspectos que vão desde o perfil das pessoas presentes até suas eventuais reações diante de uma situação de pânico. "O software não evita uma tragédia. Mas ele apresenta cálculos e cenários ao responsável por um estabelecimento para mostrar que, num quadro de emergência, a estrutura disponível, bem como a forma como está disposta, pode não ser suficiente", diz Vinícius Cassol, doutorando pela PUC-RS e um dos integrantes da equipe do projeto. O pesquisador explica que as simulações apresentam um resultado realista, a baixo custo e sem riscos. E exemplifica dizendo que pode-se simular desde um show voltado para um público infantil, em que a maioria dos adultos não conhece o local e é responsável por várias crianças, até uma partida de futebol, onde grande parte dos presentes sabe onde estão as saídas. O software já foi testado no Engenhão, no Rio de Janeiro, e os resultados foram positivos. O programa constatou que o estádio, administrado pelo Botafogo, pode ser evacuado em 6,5 minutos em condições normais e com 46 JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 13


mil pessoas presentes. Numa das simulações, ainda foi avaliada a retirada do público com a interdição de uma das quatro saídas, e o tempo de retirada foi de sete minutos.

Treinamento de pessoal é fundamental Situações de emergência também são o foco do software Fire Dinamic Simulator (FDS), criado nos Estados Unidos e atualmente em estudo na Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O programa consegue reproduzir as prováveis rotas de propagação das chamas num determinado ambiente e simular a dissipação da fumaça – a maioria das mais de 230 mortes na boate Kiss teria sido causada por asfixiamento. A partir dos dados obtidos e da montagem dos possíveis cenários, o software facilita a definição de medidas estratégicas de segurança, como o posicionamento das portas, a sinalização ao público e a dimensão das rotas de saída e entrada no local. "A função do cientista é usar tais ferramentas para minimizar ou mesmo evitar tragédias como esta no futuro. Se a boate tivesse o número de portas e os procedimentos adequados, o número de vítimas seria muito menor, se é que haveria alguma", explica no site da Unicamp o professor Sávio Vianna, que vem trabalhando com o software. Os dois especialistas dizem que é fundamental também o treinamento adequado, em consonância com as medidas tomadas, dos orientadores e responsáveis pela segurança para casos de emergência – segundo testemunhas, funcionários da boate em Santa Maria teriam obstruído a saída de pessoas para evitar que não pagassem a conta. Autor: Rafael Plaisant Roldão Revisão: Alexandre Schossler

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Metais do Futuro Carros elétricos...

… devem trazer uma mobilidade ecologicamente correta. Pequenas quantidades de metais de terrasraras, como neodímio, samário e praseodímio são usados nos motores dos carros elétricos

Torres eólicas...

Torres eólicas... … contribuem com o abastecimento com energias renováveis. Grandes turbinas eólicas precisam de magnetos poderosos – os quais, por sua vez, precisam de uma grande quantidade de neodímio ibuem com o abastecimento com energias renováveis. Grandes turbinas eólicas precisam de magnetos poderosos – os quais, por sua vez, precisam de uma grande

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LEDs ...

… e lâmpadas que economizam energia trazem a luz do futuro. Para implantálas também são necessários metais de terras-raras, como disprósio, hólmio e túlio

Capacitores...

… são usados no chamado "craqueamento" do petróleo, o processo químico de quebra das moléculas orgânicas em gasolina e diesel. Para isso são usados metais de terras-raras como cério e lutécio

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Motores de avião...

… precisam ser resistentes, o que é obtido graças às propriedades do metal de terras-raras praseodímio, entre outros. O elemento é usado aqui como um importante suplemento às ligas metálicas

Cientistas chineses...

… pesquisam a ação de metais de terras-raras na agropecuária. Eles pretendem aumentar em até 10% os lucros nos campos. E os porcos podem crescer mais rapidamente

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Em exames...

… como raios-x as terras-raras também são muito usadas. O itérbio permite fazer radiografias sem eletricidade. Em aparelhos móveis essa propriedade é bastante útil

No espaço...

… em satélites não tripulados ou em sondas espaciais, é bastante usado o promécio. Ele é encontrado em pequenas baterias nucleares, que podem fornecer energia por várias décadas

Autoria: Insa Wrede (msb) | Edição: Roselaine Wandscheer JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 18


Saúde AIDS: Histórico de uma epidemia mundial

Um vírus abala o mundo

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s primeiros casos de aids vieram a público mais de 30 anos atrás. Até hoje, a síndrome da deficiência imunológica adquirida fez 30 milhões de vítimas fatais, e ainda não existem vacinas ou medicamentos totalmente confiáveis. Com o intuito de chamar a atenção sobre o assunto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o 1º de dezembro como Dia Mundial de Luta contra a Aids.

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Do animal para o homem O vírus SI, conhecido entre chimpanzés, passou a também atacar seres humanos no início do século 20. Em 1959, no Congo, foi retirada uma amostra de sangue de um homem enfermo. Somente muitos anos mais tarde contatouse que ela continha anticorpos para o vírus HIV. Os cientistas deduzem ter sido esse o primeiro caso de infecção com o vírus.

Vírus fora do comum Em 1981 a aids irrompe pela primeira vez. O médico Michael Gottlieb, de Los Angeles, detecta em cinco de seus pacientes uma forma rara de pneumonia. O sistema imunológico dos rapazes está seriamente debilitado – até então, todos gozavam de saúde perfeita. O fato de os cinco serem homossexuais dirige o foco de atenção para a cena gay.

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Doença gay? Ainda antes de ter identificado o agente patogênico, os cientistas já supunham tratar-se de uma forma de deficiência imunológica transmitida sexualmente. No entanto, partiam do princípio que apenas os homossexuais fossem afetados. Assim, a aids fica inicialmente conhecida como uma imunodeficiência relacionada aos gays, ou Grid ("Gay Related Immune Deficiency").

Do laboratório para o foco internacional Logo se reconheceria que os homossexuais não são as únicas vítimas: também hemofílicos e heterossexuais usuários de drogas adoecem. Em agosto de 1982, a moléstia é denominada "acquired immune deficiency syndrome" – aids. Ao mesmo tempo, a comunidade gay se torna ativa na denunciação da doença. Como aqui, em 1983, numa parada em San Francisco.

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Descoberto o HIV Um grupo de pesquisadores franceses encabeçado por Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi conseguiu isolar em 1983 o vírus associado à linfadenopatia (LAV – foto à esquerda). Um ano mais tarde, nos Estados Unidos, a equipe do cientista Robert Gallo também descobriu o "human T-cell lymphotropic virus-III" (HTLV-III – à direita).

Glória e fortuna As novas constatações científicas se sucedem rapidamente. Em março de 1985, chega-se à conclusão de que o LAV e o HTLV-III são o mesmo vírus. Naquele ano, Gallo patenteava o teste para detecção de anticorpos. Montagnier e Sinoussi recebem em 2008 o Prêmio Nobel por sua descoberta.

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Atenção pública Em 1986, o agente patogênico recebe seu nome definitivo: vírus da imunodeficiência humana ou HIV (de "Human Immunodeficiency Virus"). Aqueles que o portam são denominados "soropositivos". Esclarecimento e prevenção tornam-se prioridade. E os preservativos sexuais passam a assumir um novo papel: proteção, em vez de contracepção.

Tratamento penoso O primeiro medicamento contra a nova doença é colocado no mercado em 1987, embora acarretando fortes efeitos colaterais. Os pacientes precisam ingerir vários coquetéis de comprimidos durante o dia. A terapia da aids só se torna mais eficaz no final da década de 90, com o desenvolvimento da terapia combinada.

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Infectados e isolados A discriminação de soropositivos e aidéticos é uma constante na breve história dessa doença. O laço vermelho é escolhido como símbolo de solidariedade na Conferência Mundial da Aids de 1991, em San Francisco. Quem a porta, chama a atenção para a presença da doença no mundo.

Vacinação impossível? Até hoje, os pesquisadores não conseguiram desenvolver uma vacina para a aids. A razão é a estrutura e a forma de ação do vírus, o qual possui numerosas variedades. Extremamente adaptável, ele consegue ludibriar o sistema imunológico humano. Assim, a meta da medicina é pelo menos reduzir a concentração do vírus no corpo dos pacientes.

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Doença global As Nações Unidas classificaram a aids como uma das piores epidemias do século, ao lado da tuberculose e da malária. Atualmente, cerca de 35 milhões de pessoas são soropositivas, mas apenas 6 milhões recebem tratamento.

Prevenção x terapia O remédio Truvada está disponível nos EUA desde 2000 para o tratamento dos portadores do HIV. A partir de 2012 seu uso por pessoas não infectadas também passou a ser permitido, como medida de prevenção. Na Alemanha, porém, só o uso terapêutico é permitido. Para os médicos, "a proteção mais segura continua sendo a camisinha"

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Contra a estigmatização Vem crescendo ao longo dos anos a compreensão para com os soropositivos. O medo do contágio vai retrocedendo, à medida que aumenta a conscientização sobre a necessidade de prevenção. Autoria: Nicole Scherschun | Edição: A. Valente /M. Santos

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Politica Governo França e Google fecham acordo sobre uso de conteúdo jornalístico na Internet

Documento firmado entre o presidente da França, François Hollande, e o presidente executivo do Google, Eric Schmidt

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igante da informática concorda em pagar e governo francês desiste de lei que regulamenta uso de conteúdo jornalístico na internet. ANJ diz que ainda é cedo para dizer se o modelo vale para o Brasil. O governo da França e o Google assinaram um acordo inédito na última sextafeira (01/02), em reunião no Palácio do Eliseu, em Paris. Pelo documento firmado entre o presidente da França, François Hollande, e o presidente executivo do Google, Eric Schmidt, a empresa norte-americana apoiará com 60 milhões de euros projetos digitais de editoras de jornais. Em troca, o governo francês desiste de buscar legalmente uma remuneração pelo uso que o Google faz do conteúdo das editoras. Schmidt qualificou o acordo de histórico. A impressão era a de que dois Estados haviam assinado um tratado de paz.

Christin Solmecke acredita que o acordo pode ser modelo para outros países

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Para o advogado Christian Solmecke, especializado em direitos autorais e meios de comunicação, a declaração de Schmidt não é exagerada. "Um caso assim nunca aconteceu. O acordo é histórico também porque o governo estava envolvido." Além disso, o acordo mostra que o Google tem muito poder, mas, a princípio, também está disposto a negociar. "Essa situação é nova", comentou Solmecke. Segundo ele, o acordo entre França e Google poderia servir de modelo para outros países, pois não é somente na França que existem conflitos entre o Google e editoras de jornais.

Google terá de pagar No centro da briga está a utilização de conteúdo posto na internet pelas editoras. O Google apresenta conteúdos dos jornais em suas buscas e no site Google News, mas as editoras não participam nos lucros que a gigante norteamericana da informática faz com a publicidade exposta ao lado. A imprensa passa por um momento de crise em todo o mundo e – não só na França – deseja uma parte desses lucros. Já o Google argumenta que, graças ao seu sistema de busca, milhões de leitores são redirecionados para os sites dos jornais, que assim também ganham com o processo. Na França as negociações se estenderam durante semanas e não foram nada fáceis. No final, o acordo tem aspectos positivos para ambas as partes. Além do pagamento milionário, o Google e as editoras concordaram em cooperar de forma abrangente na publicidade na internet, para aumentar a receita dos jornais com ajuda dos serviços do Google. Já o Google poderá utilizar manchetes e fotos dos jornais sem precisar de uma licença.

Exemplo para o Brasil? No Brasil, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) avalia o acordo de forma positiva. Segundo o diretor-executivo Ricardo Pedreira, esse acordo mostra a disposição do Google de remunerar os jornais pela utilização de seus conteúdos. Mas ele acha que ainda é muito cedo para dizer se esse acordo poderia servir de modelo para o resto do mundo. "Acho importante esperar algum tempo para ver se isso vai beneficiar mesmo os jornais franceses", declarou à DW Brasil.

Ricardo Pedreira, da ANJ, diz que ainda é cedo para saber se modelo francês vale para o Brasil

Além disso, um acordo como esse não seria alcançado da mesma maneira no Brasil, argumenta. "Na França, a presença do estado na economia e na própria JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 28


indústria jornalística é muito grande, e daí ter havido essa intermediação do governo. Muito provavelmente um caminho como esse no Brasil não seria possível", disse. No Brasil, o conflito entre o Google e as editoras levou vários jornais brasileiros, incluindo periódicos como O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo, a retirar seus conteúdos do Google News.

Alemães não querem acordo nos moldes franceses Foi necessária uma certa pressão para que o Google assinasse o acordo. O governo ameaçou várias vezes criar um lei de proteção de serviços. Se ela existisse, o Google teria que comprar uma licença para utilizar trechos das matérias dos jornais. Esse debate também existe na Alemanha. O Parlamento alemão está analisando a situação. Mas as editoras alemãs não desejam um acordo como o realizado na França. O jornalista Christoph Keese, que defende os interesses das editoras junto ao Parlamento, afirma que a solução francesa é uma aposta no monopólio do Google. As editoras alemãs, argumenta, preferem uma lei que valha para todos os sistemas de busca na internet, e não apenas um acordo com um deles. Solmecke tem uma opinião diferente. "Um acordo é melhor do que uma lei, pois também a lei será feita tomando por base o Google." Já um acordo deixa as editoras livres para negociar com as novas empresas que surgirem no setor de buscas e assim se adaptar a situações hoje imprevisíveis, diz o advogado. Para ele, vários países vão procurar modelos de cooperação semelhantes ao francês. "Quando o primeiro passo é dado, frequentemente ele é seguido. Por exemplo, quando o primeiro site de troca de músicas pela internet surgiu, outras licenças surgiram logo em seguida."

O que dizem os autores? Um grupo costuma ser deixado de lado no debate sobre direitos autorais e Google: os próprios autores. O que os jornalistas acham do acordo com o Google? "A princípio, nós não vemos o acordo na França como um modelo", diz Hendrik Zörner, porta-voz da Associação dos Jornalistas Alemães (DJV, na sigla em alemão). Para ele, um acordo entre editoras e o Google não basta. "Os autores também precisam ser levados em consideração", afirma. É certo que o acordo na França impediu o agravamento do conflito com o Google. Mas só o futuro mostrará se as editoras aumentarão significativamente sua receita com o acordo e se os autores um dia farão parte dele. Autoras: Marie Todeskino / Clarissa Neher Revisão: Alexandre Schossler JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 29


Cristina Kirchne é acusada de manobrar para esconder inflação argentina

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undo Monetário Internacional censura estatísticas do governo argentino, que estaria maquiando os números da inflação. Índice baixo significa economia para o Estado, já que juros da dívida são vinculados ao indicador.

A Argentina voltou a trocar farpas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) depois que divulgou a taxa de inflação registrada no país em 2012. O índice, de 10,8%, é menos da metade do valor calculado por consultorias privadas, que estimaram a alta de preços em 25,6% no ano passado. Devido à disparidade nos cálculos, o Comitê Executivo do FMI apresentou uma "declaração de censura" à Argentina na última sexta-feira (01/02) pela falta de precisão dos dados de inflação e de crescimento econômico divulgados pelo governo. A moção de censura não tem consequências imediatas, mas pode afetar a credibilidade internacional do país. Ela é o primeiro passo para abrir um processo de sanções – como a suspensão do direito de voto – que pode chegar, até mesmo, à declaração do país como "não elegível" para receber recursos financeiros do FMI. Para o professor do Instituto de Economia de Kiel, na Alemanha, Federico Foders, as críticas do FMI têm fundamento. "Não se pode confiar nos dados apresentados pela Argentina. O governo interviu no instituto de estatísticas em 2007 e colocou lá um político que representa os interesses do governo argentino. É preciso um instituto independente para realizar estatísticas corretas", frisou, em entrevista à DW. Para ele, a "maquiagem" do índice de inflação tem alguns motivos claros: JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 30


além de servir nas negociações salariais, a inflação também baliza os juros da dívida pública argentina. "Quanto menor o índice, menores serão os custos do Estado com o pagamento de bônus. Vantagem para o orçamentopúblico, mas as pessoas que compraram títulos do governo não acham a medida tão animadora", disse. Foders diz que controle de preços não resolve para segurar a inflação

Preços congelados A inflação é uma das principais preocupações dos argentinos, segundo várias pesquisas de opinião. Para contêla, o governo argentino realizou um acordo com as principais cadeias de supermercado do país para congelar, por dois meses, os preços de venda de todos os produtos, informou a Secretaria do Comércio Interior. Ao realizar o controle de preços, a Argentina dá indícios de que os dados sobre a inflação até agora apresentados por seu instituto de estatística não correspondem à realidade. Na opinião de Foders, congelar preços não é a solução. "O controle de preços sempre falhou como instrumento para domar a inflação. Depois que ela já está alta, não é possível freá-la com esse artifício. Deve-se curar as causas, não os sintomas", afirmou o economista. Entre as causas está a grande quantidade de pesos circulando na Argentina e, por outro lado, a baixa quantidade de dólares devido ao controle de divisas e de câmbio realizado pelo governo. Os argentinos só podem comprar uma certa quantidade de dólares no mercado e, dessa forma, o mercado negro se intensifica a cada dia. O congelamento de preços nos supermercados da Argentina pode trazer sérios riscos ao país. "As empresas vão reduzir a produção. Se um produto custa, por exemplo, 10 euros, por que eu o venderia a 5?", questionou Foders, afirmando que deverá surgir um mercado negro para a negociação de produtos como café, pão, carne, chá, entre outros.

Puxão de orelha Com a censura do FMI, o governo de Cristina Kirchner tem até o dia 29 de setembro para tomar medidas corretivas. A declaração de censura é a advertência mais dura dada até hoje ao país pelo FMI, que afirma que a Argentina JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 31


não tem realizado progressos suficientes na precisão de suas estatísticas logo após a primeira advertência, dada há um ano. Há uma grande quantidade de pesos circulando na Argentina e cidadãos têm restrições para comprar dólares A presidente criticou a moção do FMI em sua conta do microblog Twitter. "A verdadeira causa da raiva do FMI", diz ela, "é que a Argentina pagou o FMI e renegociou duas vezes sua dívida sem voltar a pedir dinheiro emprestado no mercado financeiro internacional para terminar com a lógica do endividamento eterno e o negócio permanente de bancos, intermediários etc que acabou no calote de 2001". O ministro da Economia da Argentina, Hernán Lorenzino, considerou que "parece paradoxal que [os especialistas do FMI] estejam preocupados com as medidas que a Argentina aplica, neste contexto internacional em que muitos países europeus têm problemas importantes e seguem a cartilha do Fundo". No entanto, o ministro anunciou que o governo "está trabalhando fortemente em um Índice de Preços ao Consumidor (IPC) com alcance nacional". Autor: Fernando Caulyt Revisão: Francis França

Ministério confirma sequestro de alemães por guerrilheiros na Colômbia Ministério

confirma

sequestro

de alemães por guerrilheiros na Colômbia

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xército de Libertação Nacional da Colômbia pressiona governo para participar de negociações de paz com as Farc. Guerrilheiros acreditam que os reféns, dois turistas alemães aposentados, são espiões.

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O ministério alemão do Exterior confirmou nesta terça-feira (05/02) que os dois homens feitos reféns na Colômbia são mesmo alemães. "Os dois cidadãos alemães são aposentados e estavam fazendo turismo na região", anunciou um porta-voz do ministério. Nesta segunda-feira, guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia haviam comunicado em sua página na internet que fizeram dois reféns de nacionalidade alemã na região de Catatumbo. Segundo o ELN, os homens foram identificados como Uwe Breuer e Günther Otto Breuer. Segundo os guerrilheiros, os dois foram considerados espiões, devido à falta de uma explicação plausível sobre a presença deles na região. O grupo não deu detalhes sobre quando e onde os homens foram capturados. O presidente colombiano, Juan Manuel dos Santos, exige a liberação imediata dos reféns. "Somente eles (os guerrilheiros) são responsáveis perante o mundo pela vida desses alemães", declarou Santos. Em janeiro, o grupo sequestrou dois canadenses, dois peruanos e dois colombianos que trabalhavam em uma mina no norte do país. As ações são consideradas uma forma de pressionar o governo, pois o ELN deseja ser incluído nas negociações de paz entre o governo e os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Negociações de paz Em outubro do ano passado foi iniciado o processo de negociação de paz entre as Farc e o governo colombiano. As reuniões têm sido realizadas em Cuba. Em novembro, as Farc anunciaram um cessar-fogo unilateral de dois meses. Poucos dias após o anúncio, o governo colombiano declarou que os guerrilheiros não estavam cumprindo a trégua. Essa trégua terminou em janeiro. Desde então, ataques têm ocorrido na região sul do país e resultaram na morte ou captura de vários guerrilheiros e policiais. Em decorrência dos acontecimentos, relatos de que as negociações estavam perto do colapso foram publicados. No início desta semana, os guerrilheiros negaram qualquer crise no processo. Um porta-voz do grupo acusou a imprensa de tentar sabotar as negociações.

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Arte 2ª Bienal Internacional do Grafite em São Paulo

Mostra sobre grafite

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á um bom tempo, a arte de rua passou a ser apreciada também fora das ruas. Os museus caíram nas graças do spray. De 22 de janeiro a 17 de fevereiro de 2013, o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), em São Paulo, apresenta a 2ª Bienal Internacional do Grafite. Artistas de todo o mundo participam do evento, mostrando o melhor de seus coloridos trabalhos.

Mundo colorido Cinquenta artistas usaram pincéis, tintas e latas de spray para transformar o museu, por dentro e por fora, em uma única, grandiosa e colorida obra de arte. Na parte externa do prédio, paredes brancas foram erguidas e rapidamente se tornaram irreconhecíveis. Todos os artistas participam da exposição pela primeira vez, como o francês Noetwo. JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 35


Paradisíaco A Bienal reúne diferentes estilos e formas de apresentação dos trabalhos. O grafiteiro Frank, 30 anos, vem do norte do Brasil, região dominada pela Floresta Amazônica. O estilo do artista é realista e mostra elementos típicos de sua terra natal, como uma enorme arara.

Jóias feitas de spray São Paulo é hoje considerada mundo afora a Meca do grafite. Todo o tipo de arte de rua pode ser encontrado espalhado pela cidade. Os grafiteiros e seus trabalhos recebem cada vez mais aceitação e incentivo. A cidade dá suporte aos artistas, colocando muros à disposição e pagando por determinados projetos, por exemplo. JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 36


A rua como escola Todo grafiteiro começou a pintar nas ruas, de maneira ilegal. Apesar de hoje uma pequena minoria ganhar dinheiro com o trabalho, a maioria dos artistas passa despercebida ou ainda é vista com desaprovação. No entanto, mesmo os que já alcançaram a fama têm, às vezes, a necessidade de sair de casa à noite para deixar sua marca nos muros da cidade.

Pixação No Brasil, a maioria dos grafiteiros começa a usar o spray nas ruas, como pixador. Caracterizada por letras quase ilegíveis que não dizem muito, a pixação toma conta dos muros de São Paulo. Os dizeres em spray chamam a atenção de todos. JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 37


Reflexo da cidade O estilo de pixação em São Paulo é único. As letras em spray sobre muros dos Estados Unidos, da Europa e até do Rio de Janeiro são geralmente curvilíneas, enquanto as dos pixadores paulistanos são mais delgadas e cheias de cantos. A inspiração vem de logotipos de bandas como Iron Maiden. As letras também tornaram-se cada vez mais longas para acompanhar os cada vez mais altos prédios da cidade.

Isso é arte? Apesar de alguns pixadores terem sido convidados a expor, a maioria não se considera ou tem a pretensão de ser artista. Eles querem provocar, chamar atenção e, acima de tudo, precisam viver perigosamente. Quanto mais alto conseguirem deixar sua marca, melhor. Muitos deles arriscam suas vidas para conseguir tal feito. Autoria: Christina Weise (mas) | Edição: Luisa Frey JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 38


Encontro Europeu de Maracatu em Colônia

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encontro aconteceu na cidade de Colônia, no oeste da Alemanha, recebeu o 5º Encontro Europeu de Maracatus. As ruas da cidade foram tomadas por muita cor, música e dança. Uma mistura de vários grupos vindos de diversos países da Europa e ministrados por mestres brasileiros.

Workshop de música

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Os grupos de percussão se reuniram no Salão Gürzenich para os workshops de maracatu e ensaio geral do cortejo

Workshop de dança

Enquanto o rufo dos tambores e demais instrumentos se ouvia ao longe, acontecia também o workshop de dança, uma preparação dos integrantes para o desfile do dia seguinte.

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Os participantes do cortejo sairam pelas ruas de Colônia, espalhando o contagiante som e a alegria. De acordo com a organização, o evento teve 370 inscritos. No entanto, o desfile nas ruas atraiu mais de 500 pessoas, entre participantes e público.

Tradição brasileira

O cortejo real, com rainha, baianas e outras figuras típicas dançava, chamando a atenção das pessoas nas ruas, que puderam aproveitar o bonito dia de sol.

Mistura alemã

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O maracatu, ritmo tipicamente brasileiro, ganhou novas misturas e foi muito bem representado por todos os alemães que participaram do evento. O ritmo contagiou também o público que prestigiou o cortejo.

Mestre e percussão

Às margens do rio Reno, na praça Harry Blum, o batuque do maracatu tomou forma com instrumentos de percussão acompanhados de um coro guiado pelo mestre Walter de França, convidado para o evento.

Os grupos

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O evento foi organizado pelo Grupo Maracatu Colônia e contou com a presença de mais de 20 grupos vindos da Alemanha, França, Irlanda, Inglaterra, Itália, Espanha, Áustria e Suíça. Além de muitos participantes independentes.

Alegria

Era quase impossível ficar indiferente ao som contagiante da batucada do cortejo, que podia ser ouvido ao longe. As cores vibrantes e a dança completavam o espírito de alegria e harmonia que o ambiente do maracatu trouxe para Colônia.

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Os cortejos de maracatu têm sempre a figuras míticas da rainha e seus súditos, uma forma de lembrar as antigas cortes africanas.

Religiosidade

A religiosidade das raízes africanas, representada pelo candomblé, é evidente nas letras das músicas e nos símbolos utilizados no cortejo. Autoria: Antônio Netto/Giovana Ferreto | Edição: Roselaine Wandscheer

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Moda Os dez sapatos mais estranhos do verão gringo

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rifes desejadas mundialmente "capricharam" no design dos sapatos da temporada. Tem chinelo plataforma com meia, salto impossível e escarpim de pelúcia.

Prada: super estranhos todos os sapatos da grife para o verão. O pior é que a grife de Miuccia Prada é das mais copiadas, mesmo que o modelito não seja bonito.... Foto: Getty Images

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Chanel: caramelo, chocolate, caramelo e chocolate... Típico sapato de grife que se fosse visto em uma vitrine com menos prestígio, causaria arrepios. Foto: Getty Images

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Céline: o que dizer sobre o escarpim coberto por pele colorida? Além de estranho, vai causar polêmica com grupos de defesa dos animais.

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Yohji Yamamoto: para uns, um misto de coturno com maxipolainas e, para outros, um sapato com coletor de água da chuva embutido. Foto: Getty Images

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Alexander McQueen: os sapatos da marca para o verão não são exatamente feios, mas é difícil se acostumar com a ideia de se equilibrar nestes saltos instáveis. Foto: Getty Images

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Dolce&Gabbana: o verão da grife veio cheio de detalhes artesanais. Só não precisava exagerar nesse sapatinho de crochê com salto esquisito esculpido

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Louis Vuitton: um escarpim ou uma arma branca? Cuidado ao usá-lo em aeroportos e outros ambientes com segurança controlada. Foto: Getty Images

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Comme des Garçons: duas palavras sobre o modelito: bota ortopédica

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Givenchy: aparentemente, as sandálias de Riccardo Tisci são as mais desconfortáveis da temporada. Todas as modelos desfilaram assim, com os dedos encolhidos. Foto: Getty

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Stella McCartney: a estilista voltou aos saltos de acrílico. Os da vez são espelhados por dentro e “comem” as barras das calças. Haja alvejante pra lavar essas barras.... Foto: Getty

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As melhores fotos da semana de moda de Nova York Desfile do peruano Sergio Dávila Foto: Getty images

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Desfile de Richard Chai Foto: Getty images

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Desfile da BCBGMAXAZRIA Foto: AFP

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Desfile de Nicholas Foto Getty Images

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Fatos em Foco Igreja Universal é condenada a devolver R$ 74 mil a fiel arrependida

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Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a devolver R$ 74,3 mil doados por uma fiel entre 2003 e 2004, que seis anos depois se arrependeu e pediu a nulidade da doação. Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT), a mulher alegou ter sido pressionada por um pastor a aumentar suas contribuições ao dízimo, o que a levou a entrar em depressão, perder o emprego e ficar na miséria. A decisão da 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT) confirma sentença proferida em primeira instância pela 9ª Vara Cível de Brasília. Segundo os autos do processo, a fiel frequentava a Igreja Universal do Reino de Deus, pagando seus dízimos em dia. Ao enfrentar um processo de separação judicial, a mulher alega ter sido induzida pelo pastor Jorge a aumentar suas contribuições. Ao receber uma alta quantia por um serviço realizado, a fiel teria sido pressionada pelo pastor para doar toda a quantia que havia recebido. A fiel acabou cedendo às pressões e doou dois cheques em dezembro de 2003 e janeiro de 2004, totalizando o valor de R$ 74.341,40. Pouco tempo depois, ao perceber que o pastor havia sumido da igreja, a fiel entrou em depressão, perdendo o emprego e ficando impossibilitada de pagar suas contas. Por isso, segundo o TJ-DFT, a mulher pediu em 2010 a nulidade da doação e a restituição de todo o valor. A igreja, por sua vez, afirma que a fiel sempre foi empresária, que não ficou sem rendimentos em razão da doação e que ela tinha capacidade de reflexão e discernimento para avaliar as vantagens de frequentar a igreja e de fazer doações. Afirmou, ainda, que "a liturgia da igreja baseia-se na tradição bíblica, ou seja, que é a Bíblia que prevê a oferenda a Deus em inúmeras passagens, destacando, na passagem da viúva pobre, que doar tirando do próprio sustento é um gesto de fé muito mais significativo". Ao condenar a Igreja Universal do Reino de Deus a restituir os valores doados, a juíza de primeira instância considerou que a fiel teve o seu sustento comprometido em razão da doação realizada, citando no processo relatos de que houve carência de recursos até mesmo para alimentação. Segundo ela, a sobrevivência e a dignidade do doador é que são os bens jurídicos protegidos

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pelo artigo nº 548 do Código Civil, que determina ser "nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador". A Igreja Universal recorreu, mas a sentença foi confirmada por unanimidade pela Segunda Instância, não cabendo mais recurso de mérito no TJ-DFT.

Inglaterra: teste confirma mais de 60% de carne de cavalo em lasanha

Em lasanha da marca Findus foram confirmados pelo menos 60% de carne de cavalo

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s autoridades britânicas confirmaram, nesta quinta-feira(7), que uma lasanha de carne da marca de congelados Findus apresentou mais de 60% de carne de cavalo em sua composição. De acordo com testes realizados, a porcentagem de carne de cavalo pode chegar a até 100% no produto. As informações são do Huffington Post. A marca retirou as lasanhas dos supermercados britânicos.

A porcentagem de carne de cavalo pode chegar a até 100% no produto JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 60


De acordo com informações da BBC, a empresa de congelados Findus confirmou que foi encontrada carne de cavalo em suas lasanhas. A marca também disse que o produto era feito por fornecedor terceirizado e pediu desculpas aos consumidores. A agência responsável pelas normas alimentares na Inglaterra (The Food Standards Agency) informou que, segundo os testes realizados com a carne da lasanha da marca Findus, não há evidência de que o alimento represente um risco à saúde. Neste ano, a presença de DNA de cavalo em hambúrgueres, produzidos em dois frigoríficos irlandeses e em um de Yorkshire, na Inglaterra, causou polêmica.

Cobra vira ingrediente de sopa em restaurante em Hong Kong

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á quem tenha pavor de cobras. Por outro lado, existem pessoas que não só não as enxergam como um perigo eminente, como também as identificam como uma deliciosa oportunidade gastronômica. A Reuters divulgou, nesta quinta-feira (7), imagens de uma loja em Hong Kong que serviu a iguaria no último dia 30.

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A agência informa que, no local, dezenas de pessoas atravessaram gerações domesticando cobras para usar sua carne no preparo de sopas. Acredita-se que o alimento traga benefícios para a saúde. Confira, acima, imagens do preparo e do prato pronto.

São Paulo intensifica blitze para pegar usuários de maconha e cocaína Operação Direção Segura tem ação pioneira para detectar drogas no organismo Leonardo Soares EstadãoConteúdo

Fiscalização de Lei Seca ficará mais intensa neste Carnaval em São Paulo

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m decreto do Governo do Estado irá intensificar a fiscalização da Lei Seca em São Paulo. Além do bafômetro, usado para identificar a presença de álcool no sangue, a operação Direção Segura fará testes para detectar entorpecentes nos condutores.

O novo equipamento usado pela Polícia Militar sinaliza, por meio da saliva, se há presença de maconha e cocaína no organismo. Nesses casos, também valerá a regra da “tolerância zero”, com multa e possível prisão. Outra mudança é que a fiscalização, que antes era restrita a PM, passará a ser feita com diferentes órgãos. Um carro adaptado da Polícia Civil irá funcionar como delegacia móvel na operação. Antes desse novo formato de operação, os motoristas que eram flagrados embriagados nas blitze da Lei Seca eram encaminhados a uma delegacia. De acordo com o Governo, a medida tem o intuito de “agilizar as providências necessárias durante as abordagens”. O novo decreto, que visa à prevenção e redução de acidentes e mortes no trânsito causados pelo consumo de álcool e drogas será assinado pelo governador Geraldo Alckmin, nesta sexta-feira (8), em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. A ação funcionará durante o Carnaval, entre sexta-feira (8) e terça-feira (12), como teste na cidade de São Paulo. Se der certo, o Detran/SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) irá investir R$ 40 milhões para expandir a ação por todo o Estado.

Nova Lei Seca A nova Lei Seca, em vigor desde o dia 21 de dezembro de 2012, prevê que vídeos e fotografias poderão ser usados como comprovações de que o motorista dirigia sob efeito de álcool ou drogas ilícitas. Além disso, a multa passará de R$ 957,65 para R$ 1.915,30 para motorista flagrado dirigindo alcoolizado. Se o motorista reincidir na infração dentro do prazo de um ano, o valor será duplicado, chegando a R$ 3.830,60, além de determinar a suspensão do direito de dirigir por um ano. Em caso de infração, o texto determina que a carteira do motorista e os documentos do veículo devem ser recolhidos pelas autoridades. O veículo também deve ser levado para o depósito dos departamentos de trânsito. De acordo com o artigo 262, o veículo será mantido sob o poder público.

Câmeras Câmeras de segurança com tecnologia israelense também irão contribuir na fiscalização de trânsito. A nova tecnologia é capaz de ler placas de carros e até identificar pelo rostos foragidos da Justiça.

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Mutilação genital feminina vem caindo no mundo: conheça os países mais agressivos Dados das Nações Unidas indicam uma queda no número de mulheres mutiladas, mas estima-se que ainda hoje existam 120 milhões de meninas e mulheres mutiladas pelo mundo

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número de meninas e mulheres submetidas à mutilação genital feminina diminuiu 32% em 30 anos, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (6), Dia Mundial de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. Os números mostram que as novas gerações são menos vulneráveis a essa prática, considerada pela ONU uma violação dos direitos humanos. Em 29 países da África e do Oriente Médio, onde se concentra a mutilação genital feminina, 36% das meninas entre 15 e 19 anos foram mutiladas, em média. Já entre as mulheres de 45 a 49 anos, esse número chega a 53%, o que indica que as novas gerações estão menos sujeitas à prática.

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Diferentemente da circuncisão masculina, que apresenta vantagens significativas para a saúde (como a redução do risco de infecção por HIV em aproximadamente 60%), a mutilação genital feminina é nociva. No Egito, onde 90% são mutiladas, a porcentagem das mulheres casadas que acreditam que a prática deve acabar mais que dobrou entre 1995 e 2008, passando de 13% para 28%

A expressão “mutilação genital feminina” refere-se a todos os procedimentos que envolvam a remoção parcial ou total dos órgãos genitais externos ou quaisquer danos infligidos aos órgãos genitais femininos por motivos não médicos. JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 67


Existem quatro tipos de mutilação: remoção parcial ou total do clitóris e/ou do prepúcio; remoção parcial ou total do clitóris e dos pequenos lábios, com ou sem excisão dos grandes lábios; estreitamento do orifício vaginal por meio da criação de uma membrana selante; outras intervenções por razões não médicas, como punção, perfuração, corte, escarificação e cauterização. O quinto país do mundo onde mais se realiza a mutilação é Djibuti, onde 93,1% das mulheres de 15 a 49 anos foram mutiladas, segundo dados da ONU de 2006 Foto: Associated Press

De acordo com o relatório Eliminação da Mutilação Genital Feminina, da Organização Mundial da Saúde, quase todas as meninas e mulheres submetidas à mutilação genital feminina sofrem de dores e hemorragias como consequência do ato. Os problemas a longo prazo incluem infertilidade, cistos, infecções no trato urinário, complicação no parto e necessidade de novas cirurgias. Cerca de 95,6% da população feminina da Guiné passou por esse processo, segundo dados de 2005. O país é o terceiro colocado na lista de países onde a mutilação é mais comum. Em dezembro de 2012, a Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução que prevê a eliminação da mutilação genital feminina, considerada pela organização mundial uma prática nociva. O sexto país que mais pratica a mutilação genital em todo o mundo, segundo as Nações Unidas, é o Mali. JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 68


Foto: Associated Press

No país, dados de 2001 indicam que 91,6% das mulheres entre 15 e 49 anos já foram mutiladas.

Médicos implantam contraceptivo em mexicana de nove anos que deu à luz De acordo com familiares, a garota tinha oito anos quando ficou grávida; menino de 17 anos é o pai Da Ansa, com EFE

Parto ocorreu no dia 27 de janeiro no Hospital Geral do Ocidente

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s autoridades mexicanas informaram que foi implantado um método contraceptivo na menina de nove anos que deu à luz uma criança de quase 3 kg no Estado de Jalisco. O parto ocorreu no dia 27 de janeiro, no Hospital Geral do Ocidente, conhecido também como Hospital de Zoquipan, mas a notícia veio à tona recentemente. “Foi colocado um implante subdérmico no antebraço. É um método que protege e não tem contra-indicações à amamentação materna”, disseram fontes médicas, destacando que a decisão foi tomada para proteger a saúde da menina. Os pais da jovem aprovaram o implante. De acordo com familiares, a garota tinha oito anos quando ficou grávida. O pai é um jovem de 17 anos, que fugiu após saber da gravidez. O bebê nasceu com 50 cm e 2,7 kg. Ambas receberam alta no fim de semana, aparentemente em boas condições de saúde, mas o hospital informou que acompanhará de perto o desenvolvimento do bebê devido à pouca idade de sua mãe. A Procuradoria-Geral de Justiça de Jalisco iniciou uma investigação do caso e pretende processar o pai do bebê por abuso sexual.

Busca pelo pai Uma fonte da procuradoria informou à agência de notícias EFE que foi iniciada uma investigação para buscar o suposto pai, corroborar sua idade (17 anos) e fazê-lo declarar sua relação com a pequena. De acordo com a mãe da menina, que tem outros dez filhos, quando percebeu a gravidez da filha, aos sete meses de gestação, ela procurou o suposto pai para pedir que assumisse sua responsabilidade. Segundo sua versão, o menino aceitou que a menor vivesse com ele, o que a mãe da garota descartou, e este decidiu então sair do estado para buscar trabalho, sem que até agora se saiba de seu paradeiro. A procuradoria está em busca do jovem, que pode ser acusado de abuso sexual infantil, cuja pena vai de um a 20 anos de prisão, de acordo com as circunstâncias.

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EUA apontam ganhos na segurança fronteiras apesar de mais prisões

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Secretária de Segurança americana afirma que a fronteira é segura e protegida

O secretário de Segurança, Janet Napolitano, diz que fronteiras estão protegidas e Obama busca apoio para reformas de imigração

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anet Napolitano, disse nessa segunda-feira (4) que o governo norteamericano tem feito grande progresso na proteção da fronteira com o México, conforme Obama busca apoio para reformas de imigração. Durante um passeio de helicóptero sobre a parte da fronteira de San Diego, nos EUA, com o México, a Secretária afirmou que "o que temos visto agora, em comparação a 20 anos atrás, é a diferença entre um foguete e um cavalo de charrete".

Antes do muro, San Diego. Ao fundo, Tijuana e o México. Foto: Gabriel Bonis

— Eu acredito que a fronteira é protegida, a fronteira é segura (...) isso não JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 71


quer dizer que é 100% segura. Nunca será 100%. Nos últimos 20 anos, o governo americano adicionou milhares de agentes às patrulhas de fronteira, construiu centenas de quilômetros de cercas de segurança extra e acrescentou sistemas de vigilância de alta tecnologia, incluindo aeronaves de vigilância não tripuladas.

A placa em San Diego (Califórnia) indica: o caminho para o México é só de ida. Foto: Gabriel Bonis

A secretária também disse que houve uma queda nas prisões de imigrantes ilegais que cruzam a fronteira no setor da patrulha de San Diego (o setor que fica mais ao oeste da fronteira de quase 2.000 Km), provando que os esforços do governo estão dando resultado.

O muro corta toda a cidade. Foto: Gabriel Bonis

Ainda assim, autoridades e senadores conservadores argumentam que o governo não tem feito o suficiente para aumentar a segurança e acusaram Obama de não conseguir conter a onda de imigração ilegal e o elevado número de prisões na região em 2012.

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Silas Malafaia e a Teologia da Estupidez: Homossexuais e Bandidos? Alyson Freire

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ão há surpresas ou novidades quando o pastor Silas Malafaia fala. Cada vez em que é entrevistado ou empresta sua voz para algum programa de natureza política ou religiosa, assistimos e ouvimos o mesmo desfile de preconceitos, inverdades e sofismas. Bem sabemos que os disparates e infâmias habituais de sua retórica convicta e fundamentalista enojam e irritam. Entretanto, convém não perder a capacidade, e a paciência, de nos chocarmos e nem “acomodar com o que incomoda”, como diz a letra de uma bela canção. E por que não devemos nos calar ou tão simplesmente dar de ombros, ignorar a ignorância? Porque o silêncio nos torna cúmplices da ignorância. Aliás, se é verdadeiro que em certas circunstâncias o silêncio pode ser mais eloquente do que a palavra, em outras o silêncio é o adubo fértil para o crescimento da ignorância e da barbárie. Por isso, cabe não calar. Falar a verdade ao poder e criticar os preconceitos é combater incansavelmente contra o silêncio que naturaliza ambos. Voltemos, pois, a Malafaia, este paladino e missionário do ódio. Coube a jornalista Marília Gabriela a hercúlea tarefa de suportar o discurso de Malafaia, entrevistando-o em seu programa “De Frente com Gabi”. E se a jornalista por vezes se exaltou com as afirmações do pastor ou por este a atropelá-la em suas perguntas e raciocínios, penso que ela aguentou em nome de um compromisso com a verdade e com a sensatez; afinal, a mentira para ser desmascarada deve ser antes exposta. O que disse o pastor desta vez? Num exemplo cristalino de homofobia cordial, disse que amava os homossexuais da mesma forma como ama os bandidos: “Eu amo os homossexuais como amo os bandidos”. Este amor misericordioso que Malafaia afirma cultivar não passa de um ardil ideológico que finge aceitar e acolher mas apenas para tentar “corrigir”, “reorientar”, “ajustar”. Em outras palavras, domesticar e “curar” a homossexualidade segundo os “meus valores” e “minha verdade”. Não creio que os homossexuais precisem deste amor denegador da liberdade e da autonomia individual. O amor de Malafaia é um amor tutelar, de correção moral e interesseiro. A correlação valorativa entre “homossexuais” e “bandidos” é odiosa. Ela objetiva reforçar o vínculo entre homossexualidade e desvio, sustentando, sorrateiramente, a ideia de que a homossexualidade assim como o fenômeno da delinquência atenta e prejudica a sociedade. Em outros termos, a analogia diz o seguinte: os bandidos existem, são um fato social, mas precisamos mudálos, puni-los e “ressocializá-los” para que não lesem a sociedade. Sem afirmar diretamente, Malafaia pensa o mesmo sobre os homossexuais; eles são um fato social, existem, mas precisamos corrigi-los para que não lesem à família,

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os bons costumes, etc.. A piedade e a compreensão amorosa do pastor são, com efeito, estratégias retóricas para a normalização pastoral e sexual. Nesse ponto, Malafaia se serve abundantemente de preconceitos e concepções de gênero, família e sexualidade que não se sustentam, nem do ponto de vista do conhecimento científico nem socialmente – haja vista todas as transformações culturais, sociais e jurídicas das últimas décadas. Tentando atenuar os aspectos mais, digamos, etnocêntricos e interessados de suas opiniões, o pastor recorre a ciência em vez da religião pura e simplesmente; refugia-se em argumentos pseudo-científicos e pesquisas que nunca cita a fonte, Malafaia busca, com isso, preencher de autoridade, poder de verdade e neutralidade os seus preconceitos e sua intolerância. À bem da verdade, Malafaia achincalha a ciência – mais uma razão para não nos calarmos. Quando prenuncia, num claro julgamento moral e especulativo, que a formação de famílias homoparentais ou a criação de filhos por casais homossexuais terá consequências sociais e psicológicas nefastas e nocivas, Malafaia esquece que, segundo Freud, a família independentemente das orientações sexuais do casal é a origem e o palco da maior parte dos problemas emocionais e psíquicos por conta dos conflitos subjetivos que envolvem a constituição do eu nas relações e identificações familiares. Aliás, a grande maioria das psicoses estudadas por Freud era produto das dinâmicas emocionais, repressivas e traumáticas da família vitoriana. O artigo “Desconstruindo preconceitos sobre a homoparentalidade” dos psicólogos Jorge Gato e Anne Maria Fontaine cita diversos estudos psiquiátricos, psicológicos, sociológicos e antropológicos que desmentem as pré-noções estigmatizantes de que a criança em famílias homoparentais sofreria danos em seu desenvolvimento psicológico. Todos os estudos mencionados pelos autores foram unânimes na constatação da não-existência de uma excepcionalidade ou de diferenças substanciais que tornem a homoparentalidade especialmente danosa para o desenvolvimento emocional, cognitivo e sexual da criança em comparação às famílias heteroparentais. Inclusive, em algumas casos, de mães lésbicas, por exemplo, estudiosos verificaram um ambiente familiar no qual as crianças sentiam-se mais a vontade, livres e confiantes em discutir temáticas de caráter emocional e sexual, ocasionando um efeito positivo no desempenho escolar. Em contrapartida, as dificuldades das crianças criadas em famílias homoparentais aparecem exatamente no plano das relações sociais, ou seja, obstáculos na aceitação e reconhecimento social por conta de contextos sociais discriminatórios como a escola. Mas, ainda assim, os estudos mostraram variações importantes nesse ponto a depender do país e região. O que podemos concluir com os resultados das pesquisas científicas é que os problemas que estas crianças enfrentarão no futuro se devem precisamente JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 74


de pessoas como Malafaia. Quer dizer, do preconceito, da intolerância e da ignorância que Malafaia pratica, semeia e propaga. Portanto, o que atrapalha e lese o desenvolvimento psicológico e social é o preconceito e a intolerância, os quais Malafaia transforma em bandeira. As religiões se tornam nocivas à humanidade quando são eivadas de ódio e ignorância por profetas fundamentalistas e intolerantes que alimentam incompreensões. Por mais que canse, devemos continuar a combater e criticar os absurdos odiosos do pastor Malafaia, pois ele, por sua retórica e status, goza de um poder de interferência na vida social capaz de favorecer violências simbólicas e físicas contra grupos e minorias sexuais que já tem de enfrentar práticas homofóbicas em seu cotidiano. Se não quisermos cair presas da retórica do preconceito e sua violência simbólica, devemos sempre exercitar a crítica pública. É com ela que podemos cultivar uma cultura de direitos humanos e de reconhecimento capaz de transformar uma esfera pública refratária ao debate racional dos direitos e das violências sofridas por minorias e grupos vulneráveis em uma esfera pública refratária a estupidez, a barbárie e ao preconceito. Para essa transformação ocorrer, então, é preciso jamais se cansar de se contrapor ao preconceito.

Marcelo Rubens Paiva quer saber quem mandou matar seu pai Enviado por luisnassif, sex, 08/02/2013 - 12:14 Por Gilberto - Do Estadão 'E quem era o comandante?', questiona Marcelo Rubens Paiva

Filho de Rubens Paiva quer saber nome de responsável por ordenar assassinato do pai em 1971 Roldão Arruda, de O Estado de S. Paulo SÃO PAULO - O escritor Marcelo Rubens Paiva tinha 11 anos quando, no dia 20 de janeiro de 1971, seu pai, o deputado cassado Rubens Beirodt Paiva, foi arrancado de casa por militares ligados aos serviços de repressão política e levado ao DOI-Codi do Rio. Foi a última vez que ele, a mãe e suas quatro irmãs o viram. Nos anos seguintes, Marcelo, baseando-se em livros e depoimentos sobre desaparecidos políticos, reconstituiu passo a passo a história da morte do pai. O primeiro longo relato que fez sobre o episódio foi em 1982, no livro Feliz Ano Velho. Para ele, as revelações feitas nesta semana pela Comissão Nacional da Verdade, desmontando a versão oficial de que o deputado teria fugido depois de preso, não constituem nenhuma novidade: ele nunca duvidou JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 75


de que o pai foi morto no DOI-Codi. A principal conquista do trabalho da Comissão, na avaliação dele, é a apresentação de documentos oficiais, com timbre do Exército, que comprovam o que já se sabia. Para Marcelo, que é colunista do Estado, falta agora descobrir onde está o corpo do pai e punir os responsáveis.

-Como você recebeu as informações da Comissão da Verdade? A novidade real apresentada pela comissão é a seguinte: finalmente documentos internos do Exército estão vindo a público, estão surgindo papéis timbrados provando o que já se sabia. Nós já sabíamos quando e como o meu pai foi preso - a família toda estava presente e testemunhou -, como foi torturado, como morreu. Sabemos há mais de quarenta anos que ele não saiu vivo do DOICodi do Rio. O médico Amilcar Lobo, que trabalhou para o DOI-Codi e viu meu pai sendo torturado e morto, já descreveu essa morte no livro A Hora do Lobo. A diferença é que até agora tudo era baseado em depoimentos de pessoas.

-O que muda para você? O que vai mudar é o que vem agora, o que não foi revelado: em qual dia foi morto? Para onde foi o corpo? Quem deu as ordens? Ele foi esquartejado? Quem levou o corpo? Quem matou vai ser chamado a depor? Já sabemos que um deles morreu e dois estão vivos. Só eles vão responder? Será que, como sempre acontece no Brasil, a corda vai estourar no lado da ralé?

-Você acha que é preciso conhecer a cadeia de comando? Sim. Quem sobreviveu são oficiaizinhos do Exército. Eles é que vão responder? Só quem bateu é responsável? Quem mandou? Quem era o comandante? Por que havia tortura? Por que existia o DOI-Codi? Por que meu pai foi preso? Por que o golpe de 1964? O que o empresariado americano queria com o golpe? E o empresariado brasileiro? Pela Lei da Anistia de 1979, os responsáveis não podem ser punidos. Eu discordo. Essa é uma lei antidemocrática, promulgada com o Congresso engessado pelo Pacote de Abril, com senadores biônicos. Na época não existia debate democrático, a imprensa estava sob censura, as passeatas e manifestações pela anistia eram reprimidas brutalmente pela polícia. A oposição brasileira estava metade morta e metade no exílio, os partidos de esquerda não podiam existir, os sindicatos não tinham liberdade. Como é que alguém pode dizer que a lei, promulgada nesse clima, é democrática? Outro paradoxo dessa história é que o Brasil é signatário da carta internacional que afirma que a tortura é crime contra a humanidade e, portanto, imprescritível. Como é que o País, sendo signatário da carta, considera a tortura prescritível? A interpretação original da lei, garantindo anistia para os agentes públicos, foi referendada pelo STF.

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O debate no Supremo é político, não jurídico. Parte da sociedade não quer rever o seu passado, não quer julgar os abusos de poder. A decisão do Supremo foi vergonhosa, um vexame perante a Organização dos Estados Americanos, a Anistia Internacional e outros organismos. Para o STF a lei resultou de um acordo político, que permitiu a volta dos exilados e a pacificação do País. Não é verdade. Tanto que, passados mais de quarenta anos após a morte do meu pai, você está falando comigo sobre isso. A ferida está muito aberta, muito exposta. Minha família não aguenta mais ficar falando, a cada ano tenho que dar pelo menos dez entrevistas sobre esse caso, que é um entre muitos, talvez o mais notório. E o resto?

-O que deve ser feito agora? Vamos ouvir os depoimentos das testemunhas. Já houve um inquérito policial militar sobre o caso, que está descrito no livro Segredo de Estado, de Jason Tércio, lançado em 2011. Ele diz que os torturadores do meu pai foram chamados e que eles negaram. Pode ser que neguem de novo. Para mim ainda falta o documento essencial: aonde foi o corpo do meu pai? Quem mandou esquartejar? Foi jogado no mar? Enterrado na Barra da Tijuca? Que dia saiu a viatura com o corpo de dentro do DOI-Codi? Outra coisa: minha mãe ficou presa nesse mesmo DOI-Codi e nesse mesmo período durante treze dias. Cadê o documento sobre a prisão dela? Por que ficou presa?

Recursos de família brasileira do garoto Sean são rejeitados STF rejeita recursos de família brasileira no caso Sean Goldman Débora Repórter da Agência Brasil Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou recursos da família brasileira do garoto Sean Goldman para que ele seja ouvido no processo que discute sua guarda. O caso provocou comoção nacional nos anos 2000 e criou conflito jurídico internacional envolvendo Brasil e Estados Unidos. Sean Goldman é filho de pai americano e mãe brasileira e foi trazido para o Brasil em 2004 quando a mãe decidiu se separar do companheiro. Embora o pai biológico tivesse acionado a Justiça brasileira pedindo a guarda do menino, a demanda foi reforçada quando a mãe de Sean morreu, em 2008. Na época, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) acatou o pedido do pai biológico, determinando o envio de Sean para os Estados Unidos. A família JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 77


brasileira apresentou recursos que chegaram ao STF, onde houve conflito entre ministros. Marco Aurélio concedeu liminar para manter o garoto no Brasil, mas o então presidente do Supremo, Gilmar Mendes, cassou a decisão. Sean foi enviado para os Estados Unidos em dezembro de 2009. Nos recursos julgados hoje, a família brasileira pedia que o garoto fosse ouvido no processo de guarda, pois isso estava diretamente relacionado a seu direito de ir e vir. Por maioria, os ministros entenderam que o habeas corpus (tipo de recurso que trata do direito de ir e vir) não pode ser usado para discutir o direito de família, rejeitando os pedidos. Ao final da sessão, o ministro Marco Aurélio, único voto vencido, disse que a discussão do caso Sean Goldman está encerrada no STF. A advogada do caso, Fernanda Figueiredo, disse que embora o STF tenha rejeitado os recursos, a discussão judicial sobre a guarda de Sean continua no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O tribunal ainda deve julgar recurso da família contra decisão do TRF2. A advogada também criticou, “do ponto de vista ético e moral”, a participação do ministro Antonio Dias Toffoli no julgamento. Toffoli era advogado-geral da União quando o órgão decidiu entrar no caso apoiando o pleito do pai biológico. Hoje, o ministro deu um dos votos pela derrubada do recurso da família brasileira.

Múltiplos ataques com carros-bomba deixam ao menos 36 mortos no Iraque Atentados que atingiram regiões xiitas ocorrem no mesmo dia em que sunitas organizam uma marcha nacional contra o governo de Nouri al-Maliki IG São Paulo

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arros-bomba explodiram do lado de fora de duas feiras em regiões xiitas e perto de uma fila de táxis no Iraque nesta sexta-feira (8), deixando ao menos 36 mortos e ferindo dezenas, no dia mais sangrento no país em quase dois meses. Os ataques coincidem com protestos organizados pela minoria sunita contra o governo, o que pode acirrar as tensões sectárias.

AP JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 78


Inspetores observam a cena de um ataque com carro-bomba ao norte de Bagdá, no Iraque

Violência Centenas de sunitas participaram da passeata em cinco cidades contra o premiê Nouri al-Maliki, xiita acusado de monopolizar o poder. Os sunitas também reclamam de sofrer preconceito por parte das autoridades do Estado. Os líderes dos manifestantes sunitas rejeitaram a proposta de um grupo ligado à Al-Qaeda de pegar em armas contra o governo, mas há uma preocupação generalizada de que os militantes aproveitem o descontentamento para realizar ataques. Na cidade de Samarra, o xeque Mohammed Jumaa fez um alerta ao primeiroministro. "Pare com a tirania e a opressão", disse. "Queremos nossos direitos. Você testemunhará o que outros tiranos testemunharam antes de você." Nas cidades de Fallujah e Ramadi, ambos na província de Anbar, manifestantes bloquearam a principal estrada para a Jordânia, realizando as orações de sextafeira, um dos momentos mais importantes do calendário semanal religioso. A província de Anbar é um antigo reduto da Al-Qaeda e foi cenário de uma dos mais brutais ataques dos EUA durante a Guerra do Iraque (2003-2011). Outros protestos ocorrem também nas cidades de Mosul e Tikrit. Os sunitas têm feito protestos semanais contra o governo do Iraque desde meados de dezembro. Mais cedo, nesta sexta, supostos insurgentes sunitas detonaram quatro carrosbomba, deixando ao menos 36 mortos e ferindo 97, no dia mais sangrento de ataques desde novembro, quando 43 xiitas foram mortos em uma onda de ataques. Os ataques atingiram uma feira de filhotes no norte de Bagdá, em Kazimyah, uma quitanda na cidade xiita de Shomali, na província Hillah, ao sul da capital iraquiana, e uma fila de táxis no extremo sul da cidade de Kabala. Os insurgentes escolheram regiões movimentadas. Toda sexta-feira, iraquianos vão a mercados e passam um tempo em família durante o fim de semana muçulmano. Feiras desse tipo são alvos comuns dos militantes, que procuram sempre provocar o maior número possível de mortes. Na fila de táxis, haviam passageiros retornando das orações do meio dia. Em Bagdá, o primeiro carro-bomba explodiu por volta das 12h no horário local (7h em Brasília) na entrada do mercado de Kazimyah, informaram à agência AP dois policiais. Quando clientes em pânico tentavam fugir, um segundo carro estacionado explodiu a poucos metros.

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Ao menos 17 morreram e 45 ficaram feridas nessas duas explosões e todas as vítimas eram civis. Cerca de uma hora depois, dois carros-bomba explodiram simultaneamente no mercado Shomali, deixando 14 mortos e 26 feridos. O carro-bomba em Kabala deixou cinco mortos e 16 feridos, de acordo com a polícia. Autoridades da saúde também confirmaram o número de mortos e feridos nos dois atentados. O índice de violência caiu no Iraque desde a pior luta sectária entre 2006 e 2007, mas insurgentes têm realizado ataques quase diários contra as forças de segurança e civis, em uma tentativa de pressionar o governo xiita. Os recentem ataques acontecem cerca de dois meses antes das eleições regionais do Iraque, de 20 de abril, a primeira votação nacional no país desde a retirada das forças americanas há mais de um ano.

Truques para esconder a bagunça da casa A visita está chegando e os ambientes precisam ser arrumados em alguns minutos? Bruna Bessi , iG São Paulo | 06/02/2013 05:00:00

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chegada de uma visita inesperada sempre traz à tona a famosa expressão “Não repare a bagunça”. Mas é possível esconder a desordem com medidas simples e rápidas. Fechar cortinas, quando a janela estiver suja, e guardar brinquedos em baús são bons exemplos do que pode ser feito emalguns minutos . Na hora do aperto, não hesite em usar de tais segredos para deixar a casa mais arrumada (ou menos bagunçada, como preferir). Consultamos Luiza Altman, arquiteta da Port Casa, e Ingrid Lisboa, personal organizer, e montamos uma lista com 30 soluções muito práticas. Veja a galeria abaixo e mãos à obra:

O varal está cheio de roupas? Nada melhor do que escondê-las na máquina de lavar e estender depois.

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Que tal colocar a louça suja da pia dentro da lava-louças? Esconda tudo e se preocupe com a limpeza em outro momento.

Outra saída para esvaziar a pia é colocar itens como talheres dentro de panelas. O forno também pode servir de abrigo emergencial.

Cestos e baús funcionam como elemento chave em organizações de minutos. Aposte na ideia mesmo na sala.

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Armários localizados debaixo da pia ajudam a guardar bagunças deixadas após as refeições.

O baú recebe toda espécie de objetos largados nos ambientes. Deixe um vazio sempre por perto.

Cestos ajudam a guardar toalhas e roupas sujas deixadas no box do banheiro.

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Use os famosos 'porta-trecos' em momentos de organizações rápidas. São práticos e sempre funcionam.

Antes da visita chegar, recolha os brinquedos, e o que mais estiver espalhado pelo chão, guardando tudo em cestos grandes.

Aproveite gavetas e armários para esconder a bagunça do quarto. Gavetões localizados na cama são muito práticos.

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CAPA

Carnaval em Veneza Enviado especial da JHCMíDiaDigital Rotieh Atsoc / Fotos: Afonso Aquino

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rquitetura impressionante. Passagens misteriosas. E, é claro, os canais. Veneza é uma das cidades mais sedutoras do mundo; é o tipo de lugar onde você, como visitante, se sentirá convidado a se perder (e isso inevitavelmente acontecerá).

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Relaxe na Praça de São Marcos, faça um passeio de gôndola sob a luz do luar, ou simplesmente caminhe. Para onde quer que vá, você encontrará história, beleza e romance.

Carnaval de Veneza Hoje celebrado em várias partes do Mundo, o Carnaval ou Entrudo teve a sua origem na Europa, segundo uns nas festas em honra de Baco ou Saturno da Roma antiga, embora outros se inclinem mais para reconhecer a sua raiz nos rituais celtas pagãos que foram posteriormente regulamentados pela Igreja Católica. Do latim levare (retirar) e carne, o Carnaval marcava o fim dos prazeres carnais e era celebrado com grande liberdade de costumes, em que se podia comer e beber sem limite, nos três dias anteriores à Quaresma, período de abstinência em que só era permitido comer peixe. O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e famoso de toda a Europa. A sua origem, nos termos em que hoje é conhecido, remonta, segundo se pensa, ao ano de 1162, quando a então designada Repubblica Della Serenissima obteve uma importante vitória na guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquileia, que invadiu a cidade enquanto esta estava ocupada a lutar com o Ducado de Pádua e Ferrara. Após a derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze porcos, que passaram, a partir de então, a fazer parte da tradição da festa da Sexta-feira Gorda, em que o mesmo número de animais era morto na Praça de S. Marcos, numa grande festa que incluía banquetes, danças, espetáculos de acrobacias, truques de magia e marionetas, entre outros. A especificidade do Carnaval de Veneza nascia assim oficialmente das celebrações desta vitória e, como era hábito na Idade Média, mágicos,charlatães, acrobatas e saltimbancos juntavam-se ao povo, aos mercadores e à nobreza. Veneza, na época ainda uma pequena mas muito poderosa república, tinha uma acentuada característica multicultural, fruto da sua importância como centro mercantil e ponto obrigatório da passagem, tanto no atual território da Itália como nas rotas da China e do Próximo Oriente. Esta festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi enriquecida em termos de música, cultura e vestuário rico e exótico.As belíssimas máscaras estiveram, durante centenas de anos, associadas à tradição e à fantasia do Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas fazendo mesmo parte da "Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico surgido na segunda metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro clássico rígido e formal e que imortalizou personagens como o Arlequim, a Columbina, a Pulcinella, o Doutor ou o Pantalone. JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 85


Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere, o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que, elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas em sedas e joias. Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais tarde pela Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para trás e para a frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante ou no teatro. A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitiros encontros românticos. A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do apreço dos homens. As touradas ao estilo de Pamplona, introduzidas em Veneza no século XVII, foram muito populares até ao início do século XIX. Tinham lugar desde o primeiro dia até ao último domingo de Carnaval, exceto à sexta-feira, cada dia numa parte diferente da cidade,começando logo após o almoço. Outra prática interessante era o patinar no gelo dos canais de Veneza, o que demonstra bem o tipo de condições atmosféricas desses tempos. Os espetáculos de marionetas agradavam imenso à população e eram uma forma de vender bálsamos milagrosos e o elixir da longa vida. O Carnaval era uma excelente oportunidade para conhecer novos amores e uma das formas de fazer a corte às mulheres; era a práticade atirar ovos perfumados, cheios de água de rosas, às casas das eleitas, mas também aos espectadores, às damas da sua preferência e aos maridos destas. "Mattaccino" era o nome dado às máscaras dos jovens atiradores de ovos, ficando a ser um dos personagens típicos do Carnaval de Veneza. Estes ovos perfumados, que existiam em grande variedade, chegaram a ser grande moda e eramvendidos nas ruas pelos mercadores. Existem hoje em Veneza cerca de dois mil fabricantes de máscaras, verdadeiras obras de arte feitas de couro, papel machê, alumínio ou seda. Requintadas, como a maschera noble, ou absurdas, como o taracco da Commedia Dell'Arte, são absolutamente imprescindíveisao ambiente de ilusão feérica vivido no grande palco de personagens irreais em que Veneza se transforma durante o Carnaval. O entusiasmo e a folia continuam no Carnaval de hoje, grande atração turística que chama à cidade um sem-número de estrangeiros que nem a inflação dos preços dos hotéis consegue desencorajar. Nas ruas, os trajes e as máscaras continuam exuberantes e magníficos eo auge da festa é atingido no fogo de artifício de terça-feira à noite, após o qual os ânimos desmaiam no rescaldo dos despojos do festim que ainda mantém o seu carácter sensual e pagão de celebração da primavera. JHC Mídia Digital - Edição 019 Ano 2013 86


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