APOSTILA ECOLOGIA 1 - IFSP SÃO ROQUE

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conhecidas como ESPÉCIES r ESTRATEGISTAS. O ambiente onde essas espécies aparecem e são favorecidas são ditos r-seletivos. Por outro lado, existem indivíduos que sobrevivem em habitats onde há grande competição por recursos limitados, de maneira que terão mais sucesso reprodutivo aqueles que conseguirem obter maior quantidade de recursos. Suas populações caracterizam-se por geralmente estarem agregados e por investirem mais no crescimento e competição do que na reprodução. São denominados ESPÉCIES k ESTRATEGISTAS, pois passam a maior parte de sua vida na fase K-dominante do crescimento populacional e os habitats nos quais se adaptam bem são chamados de K-seletivos. Outra diferença entre as espécies r e k estrategistas está no tamanho e no número da prole produzida. Espécies r estrategistas geralmente produzem descendentes pequenos, porém numerosos. Já as espécies k-estrategistas geram indivíduos maiores, porém em pequena quantidade. Como ele tem pouco recurso para a reprodução, a seleção natural influenciará em como eles serão alocados. Em ambientes onde é possível um crescimento rápido, os indivíduos que produzem mais indivíduos e de pequeno porte serão favorecidos – neste caso o tamanho da prole pode não ser tão importante, uma vez que não haverá competição entre os jovens. Entretanto, em ambientes onde os indivíduos estão adensados, a competição pelos recursos será maior, o que favorece a prole mais provida de recursos provenientes dos pais. A produção de uma prole bem adaptada requer, por outro lado, uma restrição quanto ao número de descendentes produzidos. As árvores de uma floresta são k estrategistas. Elas competem por luz na copa, sendo sobreviventes aquelas que alocam seus recursos para crescimento, ultrapassando seus vizinhos. Essas árvores geralmente retardam a reprodução até seus galhos atingirem uma posição favorável no dossel. Uma vez estabelecidas, elas dedicarão energia para a reprodução, produzindo sementes grandes. Já em áreas perturbadas e abertas, as plantas tendem a ser r estrategistas: elas investem mais na reprodução, produzindo muitas sementes pequenas. Além disso, podemos perceber uma reprodução precoce e ciclo de vida mais curto. Em suma, temos: ESPÉCIES r ESTRATEGISTAS Muitos descendentes pequenos Pouco ou nenhum cuidado parental Maioria da prole morre antes de atingir idade reprodutiva Adultos pequenos Idade reprodutiva precoce Alta taxa de crescimento populacional (r) Tamanho da população flutua acima ou abaixo da capacidade suporte (K) Nicho generalista Baixa capacidade de competição Espécies de fase inicial da sucessão EX: algas, bactérias, maioria dos insetos e plantas anuais (dente-de-leão).

ESPÉCIES k ESTRATEGISTAS Descendentes maiores, em menor número Muito cuidado parental Maioria da prole sobrevive até idade reprodutiva Adultos grandes Idade reprodutiva tardia Baixa taxa de crescimento (r) Tamanho da população relativamente estável próximo da capacidade suporte (K) Nicho especialista Grande capacidade de competição Espécies de fase final da sucessão EX:maioria dos grandes mamíferos (elefante, baleia, homem), aves de rapina, e plantas grandes e de vida longa (maioria das árvores de florestas pluviais tropicais e cacto-saguaro)

Importante ressaltar que este modelo r/k é limitado, havendo muitos exemplos que não parecem enquadrar nessas estratégias. Mas apesar dessa limitação, ele tem sido muito utilizado como uma simplificação do mundo real, sendo útil na interpretação e comparação de organismos muito diferentes em forma e comportamento. Espécies r-estrategistas superam a perda maciça de descendentes ao produzir muitos indivíduos. Essas espécies são oportunistas e se espalham com rapidez em áreas recém-formadas, como nos estágios iniciais da sucessão. Entretanto, suas populações tendem a entrar em colapso, em virtude de mudanças desfavoráveis nas condições ambientais ou invasão de espécies mais competitivas,. Espécies k-estrategistas= descendentes geralmente se desenvolvem em segurança, dentro do corpo da mãe. Sua população tende a ter crescimento logístico. IMPORTANTE: a velocidade da reprodução não interfere no tamanho final da população – não pode haver mais dentesde-leão do que seu habitat permite. CRESCIMENTO POPULACIONAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: Nunca a população mundial cresceu tão rápido quanto na segunda metade deste século. Em 1997, nasciam três bebês por segundo, o que dá uma Alemanha por ano. Isto tem caráter único entre todas as populações animais da biosfera. A maneira mais fácil de entender esse crescimento é através do tempo de duplicação, ou seja, do tempo necessário para que a população duplique seu tamanho. No quadro abaixo pode-se acompanhar esse crescimento. Observa-se que a população mundial além de manter um aumento contínuo ao longo do período analisado, o tem feito a uma velocidade cada vez maior, devido ao crescimento exponencial.


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