A morte do planeta (psicografia wera krijanowskaia espírito j w rochester)

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A MORTE DO PLANETA J. W. ROCHESTER reunidos, esta porta se fechará hermeticamente e nós vamos respirar somente a essência original, que será acesa em todas as trípodes. Assim conversando, eles entraram na nave, mas Dakhir pediu ainda mais explicações, enquanto Supramati parou para esperá-los e, baixando a cabeça mergulhou em tristes pensamentos. Tudo que lhe restava de ―humano‖ e ―terreno‖ agitou-se naquele minuto e ele sentiu o coração apertado por uma angústia indescritível... Pois, no momento em que ele atravessasse pela última vez aquele limiar e atrás dele se fechasse a porta da nave espacial, desmoronar-se-ia, sob os seus pés, aquele mundo em que ele havia nascido, desapareceria essa extraordinária obra do Criador, com o seu imenso e maravilhoso passado... Nesse instante, ele sentiu no ombro uma mão e levantando a cabeça encontrou o olha profundo de Ebramar, que com seu brilho luminoso penetrou nos seus olhos rendidos pela tristeza. - Não encasquete Supramati, e chame para auxiliá-lo a sensatez. Voce é oprimido pelo porvir, porque voce vai presenciar o fim do mundo pela primeira vez. Mas chegará o tempo em que, como uma andorinha, voce voará facilmente de um mundo para outro, de esfera a esfera, e vai se acostumar a assistir à morte de um planeta, como por exemplo, a morte de uma célula num organismo qualquer. Aquilo que lhe parece agora tão importante e comovente nada é no grandioso Tudo do universo. Olhe – ele levantou a mão – para a Via-Láctea, onde se revolvem milhões de sóis com seus sistemas planetários. Os mundos pululam ali, feito poeira no raio solar; no entanto, em cada um desses átomos do espaço, nascem, vivem e morrem gerações humanas. Somente a nossa profunda ignorância, em todos os aspectos, e o egoísmo mesquinho ofuscam-nos. Ficamos assustados e trememos, achando que acontecerá algo que possa revirar o universo. Na realidade não acontecerá nada disso: apenas se apagará um dos inúmeros átomos do grande infinito. Supramati levantou a cabeça e admirou a abóbada celeste como que salpicada de ouro e brilhantes. Àquela altitude, o ar era excepcionalmente transparente e as estrelas, no azul-escuro do céu, luziam com brilho surpreendente.

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