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Igreja. Eu sou designado por Deus para ser o bispo de suas relações com o mundo em geral” (Van Der Leew, 1995: 107). E diante de tudo isso, Silvestre, bispo de Roma, que, segundo alguns documentos da Igreja, comandava-a como papa, na realidade era uma figura apenas decorativa, como se vê pelo que está sendo exposto. E tão prestigiado foi Constantino, que foi até canonizado pelas Igrejas Cristãs Arménia, Russa e Grega, que são chamadas também de Igreja Ortodoxa Oriental. E, enquanto tudo isso aconteceu com a “Investidura Leiga” de Constantino, foi realizado o 2º Concílio Ecuménico de Constantinopla (381), convocado pelo Imperador Teodósio 1º, responsável pela morte de várias pessoas, indigno, pois, do nome de cristão. E foi, então, nesse concílio, que se proclamou o Dogma da Santíssima Trindade. E, igualmente, o 3º Concílio Ecuménico de Éfeso (431) foi convocado pelo poder civil, ou seja, os Imperadores Teodósio 2 º (Constantinopla) e Valentiniano 3 º (Roma). E, encerrando esses primeiros concílios ecuménicos, o Imperador Marciano convocou o 4 º Concílio Ecuménico de Calcedónia (451), de que já falamos. Como foi dito, no 1 º Concílio Ecuménico de Niceia (325), começou a nascer o Dogma da Trindade. A proposta de Constantino de que Jesus Cristo era da mesma substância de Deus Pai, a qual tinha o apoio do bispo Ósio, seu assessor e amigo, ficou conhecida pelo termo HOMOOUSIOS (de mesma substância). E do outro lado dos bispos estava Ário, com sua proposta ANOMOIOS (de substância diferente), apoiado por Eusébio de Nicomédia. E havia um terceiro bloco, a maioria, liderado por Eusébio de Cesareia, Alexandre e Atanásio, cuja palavra oficial era HOMOIOUSIOS (de substância semelhante). Note-se que esta palavra tem um “i” a mais do que a que significa “de mesma substância”, o que quer dizer que, de certo modo, os bispos e teólogos polemizavam por causa de um “i” a mais ou a menos numa palavra! Mas, no fim não deu outra. A proposta de Constantino, ou seja, a de HOMOOUSIOS, foi aprovada, e com a qual se criou também o Credo de Niceia, que foi assinado pelos participantes do Concílio, com exceção de Ário, Teonas e Secundus. Eusébio de Cesareia, igualmente, não quis assinar esse Credo, mas depois mudou de ideia, e assinou-o. Um fausto e esplêndido banquete foi oferecido a todos os bispos, teólogos, padres e demais autoridades presentes no encerramento do Concílio Ecuménico de Niceia, o qual marcou a intervenção oficial dos imperadores na administração da Igreja, apesar de ter sido o primeiro concílio ecuménico da Igreja. Enquanto isso, Ário, Teonas e Secundus foram exilados na Ilíria. Mas as controvérsias continuaram. E, como já afirmamos em outra parte deste livro, continuam até hoje, apesar de os teólogos gostarem de dizer que