Guia ead4_teste

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O Consórcio CGIAR é uma organização internacional que, juntamente com o Fundo CGIAR, apoia pesquisas

A EaD nos centros produtores de conhecimento

agrícolas internacionais com vistas a assegurar a produção de alimentos, combater a pobreza e os desequilíbrios nutricionais, bem como prevenir a degradação ambiental, integrando os esforços daqueles que financiam a investigação

Não só as instituições de ensino caminham na direção da virtualização do conhecimento. Instituições de pesquisa também abrem seus arquivos para o mundo. Um exemplo recente foi a modificação da estrutura do International Food Policy Reserch Institute (IFPRI), para integrar funções relativas à gestão do conhecimento, capacitação e inovação. (Knowlodge, Capacity and Inovation). O IFPRI lançou em 2010 o programa L & CS, que reúne pesquisadores do próprio instituto e outros colaboradores para realizar programas de aprendizagem e de Educação a Distância em inovação agrícola. (International Food Policy Research Institute). Em 2010, o Instituto realizou, na Índia, uma conferência especificamente para debater Educação, Agricultura e Gestão do Conhecimento. Um dos temas tratados foi “Ensino aberto e à distância (EaD) para a educação continuada dos profissionais que atuam em atividades agroindustriais, ensino, pesquisa e extensão”.

e aqueles que fazem a pesquisa. Quinze centros de pesquisa internacionais são membros do Consórcio CGIAR, em estreita colaboração com centenas de parceiros, incluindo institutos de investigação nacionais e regionais, as organizações da sociedade civil, academia, organizações de desenvolvimento e do

Atualmente, o CGIAR, em conjunto com IFPRI, mantém com apoio de dez centros de pesquisa agrícola internacionais parceiros, o portal VALUECHAINS (http://tools4valuechains.org/), no qual são publicadas “melhores práticas” de projetos focados no desenvolvimento rural e combate à pobreza por meio da cadeia de valor e do uso das TICs. O Massachusets Institute of Technology (MIT) que disponibiliza atualmente 2.100 cursos abertos (http://ocw.mit.edu/index.htm) em portal intitulado de MITOPENCOURSEWARE. A Ideia central do Programa é “desbloquear o conhecimento, empoderando mentes” (Unlocking Knowledge, Empowering Minds). A Universidade para a Cooperação Internacional (UCI) (http://www.uci.mx/), sediada na Costa Rica, disponibiliza cursos de pós-gradução somente por meio virtual. Os temas são focados no treinamento de líderes profissionais capazes de induzir e conduzir as mudanças necessárias nos âmbitos econômico, desenvolvimento ambiental, sócio-cultural e política dos países da América Latina e do Caribe. Como esses exemplos, existem centenas de universidades públicas e privadas, instituições de pesquisa e fomento, organizações públicas e organismos internacionais optando pelo uso intensivo das TICs como forma de levar conhecimento por meio de projetos educacionais a distância, facilitando o acesso de pessoas em diferentes lugares do mundo a um conteúdo técnico de qualidade.

setor privado. Atualmente, o Consórcio possui quase dez mil cientistas e funcionários em 96 países, infraestrutura de investigação sem precedentes e redes dinâmicas de todo o mundo. 8

Como Empresa de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa possui excelência na produção de conhecimento científico em agricultura tropical. Os esforços da nossa empresa, nestes 40 anos, foram no sentido de aprimorar a pesquisa científica que tem colaborado com a melhoria da qualidade e quantidade de alimentos produzidos pelo Brasil. Ao iniciarmos os próximos 40 anos, um dos nossos alvos tem sido pensar o futuro por meio de ferramentas como o Agropensa. E o futuro do Brasil está diretamente relacionado à qualidade dos profissionais que o constroem. A Educação, portanto, estará intrinsecamente relacionada as nossas atividades enquanto Centro de Pesquisa. É desejável então, ao trilhar esse novo caminho, poder contar com a experiência daqueles que, de uma forma ou de outra, já o percorreram.


A Educação a Distância na Embrapa

• Pesquisar e desenovlver 3 parágrafos sobre a EAD na Embrapa. • Linha do tempo

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Educação a Distância, uma visão sistêmica

A Educação a Distância não pode ser vista apenas como mais uma modalidade de ensino-aprendizagem. Os projetos de EaD envolvem um sistema de áreas inter-relacionadas, de competências diversas, com base em novas teorias de ensino-aprendizagem próprias para o contexto da virtualização do conhecimento, agregando estratégias especialmente desenvolvidas para o seu “habitat”, bem como se utiliza de novas Tecnologias de Informação e Comunicação.

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Conceitos, Fundamentos e Princípios A Educação a Distância situa-se como modalidade de ensino, mas pode ser compreendida, ainda, como uma ferramenta formal e informal que comporta diferentes propostas pedagógicas com vistas a multiplicar saberes utilizando-se para isso, diferentes tecnologias, desde um livro-texto até a Internet. Pode ser considerado um instrumento de aprendizagem múltipla e bidirecional, de acordo com as tecnologias utilizadas, explorando as suas potencialidades. A EaD não é um fim em si mesma. Basicamente, permite que conhecimentos sistematizados possam ser transmitidos por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação a um grupo de pessoas espacialmente distante, cultural e financeiramente diferente, tudo isso no tempo adequado para quem estuda, apropriado ao seu ritmo, sua cultura e saberes e ainda ao seu bolso. Tem sido bastante utilizada para a transmissão de conteúdos pedagogicamente organizados visando atender a demanda de adultos trabalhadores, aqueles que se encontram distantes dos centros de capacitação ou que não tem tempo disponível para estudar no horário convencional. A seguir abordamos conceitos que subsidiam a compreensão da Educação a Distância, tendo como referencial a vasta literatura existente sobre o tema, bem com a experiência de instituições de ensino e pesquisa na concepção e desenvolvimento de projetos de Educação a Distância.

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Educação “Em termos gerais, o conceito de educação pode ser entendido como o processo de desenvolvimento de um ser humano com vistas á sua integração individual e social, envolvendo aspectos humanos, técnicos, cognitivos, emocionais, sociopolíticos e culturais.” (Filatro, 2007, p. 45) Por essa perspectiva, o processo educativo nos remeterá aos conceitos de ensino e de aprendizagem. Por ensino, de acordo com Filatro, refere-se a um esforço intencional e orientado com o objetivo de formar ou informar indivíduos. “O ensino envolve situações didáticas, que pode ser compreendida como a teoria do ensino e da aprendizagem em todas as situações e contextos possíveis.” (p.46). A aprendizagem, por sua vez, refere-se à “ação de quem aprende e como efeito, modifica sua compreensão de mundo, sua conduta, seu conhecimento e crenças.” (p.46).

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Concepções de educação - processo histórico O processo histórico das diferentes fases do processo educacional formal, nos mostra que há uma evolução na relação entre quem aprende e quem ensina. .....

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Educação a Distância - Legislação Brasileira No contexto jurídico nacional, a Educação a Distância é uma modalidade de ensino-aprendizagem mediada por tecnologias. A lei de Diretrizes e Bases da Educação (LEI nº 9.394/96), no seu artigo 80, insere no ordenamento jurídico a diretriz para o desenvolvimento de programas de Educação a distância em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada. No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) cumpre o papel de normatizar e orientar as instituições de ensino quanto à adoção da EaD. Para o MEC, EaD “é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e Tecnologias de Informação e Comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. Esta definição está presente no Decreto 5.622, de 19.12.2005, que regulamenta o Art. 80 da Lei 9.394/96 (LDB) . (Ministério da Educação , 2013). Lei das Diretrizes e Bases da Educação - Lei n 9.394/96 Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

A LDB, no que tange à Educação a Distância, foi regulamentada pelo Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Especificamente destacam-se as seguintes partes: o artigo 1º, que caracteriza a EaD e o Artigo 9º, que estabelece os parâmetros para credenciamento de instituições de pesquisa para oferta de Educação a Distância: Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. ........................................................................................................................... Art. 9º O ato de credenciamento para a oferta de cursos e programas na modalidade a distância destina-se às instituições de ensino, públicas ou privadas. Parágrafo único. As instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, de comprovada excelência e de relevante produção em pesquisa, poderão solicitar credenciamento institucional, para a oferta de cursos ou programas a distância de: I - especialização; II - mestrado; III - doutorado; e IV - educação profissional tecnológica de pós-graduação.

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Educação a Distância - uma visão sistêmica Alguns autores conceituam a Educação a Distância como uma modalidade de ensino que se utiliza das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para mediar o processo de ensino-aprendizagem. Vamos apresentar alguns conceitos amplamente aceitos:

“Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais”. (Moore & Kearsley, 2007, p. 2)

O que se pode ressaltar no conceito acima é o planejamento do aprendizado. As estratégias de ensino-aprendizagem devem possuir uma intenção clara, delineada nos seus objetivos educacionais e, portanto, precisam ser detalhadamente planejados com o fim de atingi-los. Para Moore e Kearsley (2007), a educação a distância é compreendida como um sistema. Um sistema de educação a distância “é formado por todos os processos componentes que operam quando ocorre o ensino e o aprendizado a distância” (p.7). Para os autores, os componentes são: aprendizado, ensino, comunicação, criação e gerenciamento, os quais atuam interligados, e cada qual compõe um subsistema. Mais a diante vamos abordar com mais detalhe os sistemas e componentes. É preciso alertar que a Educação a Distância não é exclusivamente aquela que acontece com a mediação de TICs. Existem modelos de EaD que se apoiam em apostilas, sistemas de áudio-aulas, transmitidas por emissoras de rádio, pela televisão e outras meios, que não apenas os digitais. A EaD que se utiliza essencialmente da Internet é conhecida como Educação Online.

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Subsistemas funcionais do Planejamento de EaD Diretrizes organizacionais (premissas, objetivos, características)

Modelo Pedagógico (referencial teórico-metodológico)

Conteúdo Técnico (temática do curso)

Perfil do Público (contexto socio-profissional do aluno)

Estratégias e Recursos Instrucionais (modalidade presencial-a distância)

Gestão Administrativa-financeira (custos, equipes, materiais)

Gestão Pedagógica (Administração Escolar)

Gestão de Tecnologias (TICs)

Gestão de Comunicação (desenvolvimento de produtos)

Modelo de Tutoria (Tutoria técnica e administrativa)

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Componentes Estruturantes

Grosso modo, sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função (Oliveira, 2002, p. 35). A Educação a Distância tem sido vista com um sistema, no qual as partes interagem e são interdependentes formando um todo com objetivos determinados. Sistema de Educação a distância é formado por todos os processos componentes que operam quando ocorre o ensino e o aprendizado a distância. Ele inclui aprendizado, ensino, comunicação, criação e gerenciamento. Esses componentes ou “estruturas”, no interior das quais o sistema educacional opera, podem ser vistas como parte de um supersistema mais amplo. (Moore & Kearsley, 2007, p. 9).

ESTRUTURAS Redes de Transmissão de dados; servidores; computadores e periféricos; software; Tecnologias de Informação e Comunicação, etc.

ÁREAS DO CONHECIMENTO Neurociência; Pedagogia; Comunicação; Administração; Sistemas de Informação; Informática; Gestão do Conhecimento.

MÉTODOS Gestão por projetos; abordagem sistêmica; tecnologia educacional; redes virtuais de aprendizagem.

PROCESSOS Gestão, planejamento, produção, implementação, avaliação, etc.

PRODUTOS E SERVIÇOS 18

Vídeo-aulas, livros, apostilas e guias de estudos, monitoria, tutoria, certificação, etc.


Sistemas simples ou complexos Quanto aos componentes do Sistema EaD, os projetos podem ser mais ou menos complexos. No modelo de professor-autor (Moore & Kearsley, 2007), a ideia é a simplicidade no uso das estratégias e dos recursos tecnológicos. O professor transmite o conteúdo em vídeos expositivos, como se fosse uma aula expositiva presencial, utilizando-se o mínimo de recursos de áudiovídeo e outras tecnologias, promovendo ele mesmo toda a condução do ensino, sendo ao mesmo tempo tutor e administrador da capacitação. Na atualidade, este é um modelo bastante utilizado graças ao aumento da capacidade de transmissão de dados (banda larga), ao barateamento do preço dos equipamentos de imagem e som e também da evolução dos aplicativos disponíveis gratuitamente para a criação de cursos online. Com poucos recursos, é possível fazer vídeo-aula a partir de um celular ou ainda transmitir uma aula via web por meio de webcam, utilizando-se sistemas de transmissão de áudio e vídeo com os webnários, hangout, Skype e outras ferramentas. Em sistemas mais complexos, o conjunto de competências, recursos e estratégias necessárias para a implantação de cursos a distância é bem maior. Envolve equipes multidisciplinares estruturadas para atender a grandes demandas, considerando todas as possibilidades de acesso aos cursos, bem como o aparato tecnológico para transmissão e recepção de dados. Embora, a Educação a Distância nos dias atuais utilize basicamente a internet para a transmissão e o intercâmbio de conhecimentos e informações, por meio de Plataformas Digitais, desenvolvidas para o processo de ensino-aprendizagem, a estrutura física (material) para a produção e implantação de cursos é um dos pilares do seu sucesso. Considerando que as esquipes precisam de ambiente adequado para o trabalho, a maioria das IES têm instalado Núcleos de Educação a Distância, atendendo a diferentes áreas da organização, tornando-se um centro de produção de curso a distância, dando vazão às demandas dos seus clientes. 19


ESTRUTURA ÁREAS DO CONHECIMENTO MÉTODOS PROCESSOS PRODUTOS E SERVIÇOS

Este documento está centrado na temática Gestão de EaD, enfatizando a etapas do processo de produção de um curso a distância e como decorrência, seus produtos e serviços. 20


Estrutura As redes de transmissão de dados, os servidores, computadores e periféricos; bem como a internet, os softwares, plataformas virtuais e dispositivos eletrônicos formam o que costumamos chamar de TICs: Tecnologias de Informação e Comunicação. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TICS Também denominadas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs), a expressão Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) vem do inglês New Information and Communication Technologies (NICTs). Segundo Filatro, tecnologia “é um corpo de conhecimentos que usa o método científico para manipular o ambiente, realizando uma fusão entre a ciência e a técnica.” (p.40). Embora existam diferentes compreensões e conceitos, a depender da área de atuação, neste documento, vamos nos reter apenas aos conceitos de Tecnologia, Mídia (multimídia), Informação e Comunicação relacionados ao processo de ensino-aprendizagem. No campo educacional, por exemplo, Filatro aponta que tecnologia pode ser a própria sala de aula, o livro didático, bem como os equipamentos como retroprojetor, o vídeo, o rádio e o computador. A tecnologia sempre esteve presente nos mais distintos e remotos períodos da humanidade, defende Adriana Capellão ( Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 2007). “[...] a compreensão sobre seu significado está diretamente relacionada com a atividade exercida por cada indivíduo”. (P.14). Capellão acrescenta que a tecnologia é a “criação, o desenvolvimento de novos recursos que sejam necessários para a satisfação de novas necessidades e expectativas surgidas”. A pesquisadora diferencia as tecnologias em função da área de atuação. As tecnologias instrumentais, tais como equipamentos, máquinas, aparelhos e ferramentas, como aviões, telefones, webcams, televisão. “Tudo o que podemos tocar e que facilitam as nossas rotinas diárias agilizando e qualificando as atividades que desenvolvemos”. ( Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 2007, p. 17) . As tecnologias intelectuais são os simbolismos, ou seja, “a nossa linguagem e a nossa escrita que nos permitem registrar e representar dados, informações e conhecimentos ao longo dos tempos” (p.17).

Não menos importantes, as tecnologias educacionais são qualificadas por Capellão como os recursos utilizados para a qualificação dos processos educacionais de ensino-aprendizagem. “Pois se considerarmos o período compreendido entre o quadro-negro e o giz branco até os tempos atuais da lousa eletrônica, não deixamos de utilizar as bibliotecas, os jornais, as revistas, as enciclopédias, os dicionários, os livros de diversas categorias, os projetos de imagens e os laboratórios” (p.18). Segundo Moore e Kearsley, dentro dessa perspectiva, há uma tendência em empregar os termos “tecnologia” e “mídia” como sinônimos. “A tecnologia é que constitui o veículo para comunicar mensagens e estas são representadas em uma mídia” (p.7). As tecnologias de informação, na concepção de Filatro, podem ser definidas como “processo de produção, armazenamento, recuperação, consumo e reutilização de informações dinâmicas e em constante atualização”. “Envolvem a digitalização de textos, imagens, sons e movimento, que podem ser processados aritmética e logicamente, copiados quase indefinidos sem perda da informação e decodificados em textos legíveis, imagens visíveis, sons audíveis, sensações tácteis e ou ainda em ações de um robô ou outro mecanismo”. (Filatro, 2007, p. 41) As tecnologias de Comunicação exercem um papel um pouco diferente. Dizem respeito aos processos de transmissão de dados através de dispositivos técnicos, como fios elétricos, circuitos eletrônicos, fibras e discos óticos (Filatro, 2007). Podemos deduzir daí que as TICs têm um papel relevante na sociedade atual. Englobam diferentes mídias (multimídias) e tecnologias que facilitam o acesso a informações e permitem comunicações instantâneas entre pessoas, mesmo que estejam em diferentes partes do planeta. Esse conjunto de recursos tecnológicos integrados, composto de hardware, software e telecomunicações, proporciona a automação de dados, bem como a comunicação de processos de negócios, da pesquisa científica e, fundamentalmente, dos processos de ensino-aprendizagem. 21


ve is so bs er vá ta m en to

Áreas do Conhecimento

co

se

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Ên

O comportamento é controlado por suas consequências. Conceitos básicos: Estímulo - Resposta Condicionamento Reforço Objetivo comportamental

Autores: Pavlov Watson Guthrie Thorndike Skinner

em

Os pressupostos teórico-metodológicos apoiam-se no processo de aprendizado dos indivíduos. As principais linhas de investigação científica amplamente conhecidas e adotadas são o Comportamentalismo, o Cognitivismo, o Humanismo e mais recentemente considera-se também, com o avanço das TICs, o Conectivismo.

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TEORIAS DE APRENDIZAGEM

Comportamentalismo (Behaviorismo)

Humanismo

Pensamentos, sentimentos e ações estão integrados.

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Conceitos básicos: Aprender a aprender Liberdade para aprender Ensino centrado no aluno Crescimento pessoal

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Autor Karl Rogers


Congnitivismo (construtivismo)

Teorias Epistemologia Genética (Piagjet)

O Conhecimento é construído

Teorias Socio-Interacionista ( Lev Vigotsky)

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Teorias da Aprendizagem Significativa (David Ausubel)

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Autores: Piaget Vigotsky Ausubel Bruner Johnson Laird

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Conceitos básicos: Esquema Signo Modelo Mental Subsunçor Construto Pessoal

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Conectivismo

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Aprendizagem é um processo de conexão de nós especializados ou fontes de informação.

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INCLUIR TEXTO SOBRE AS TEORIAS CONSTRUTIVISTAS.

fa Ên

Autor: George Siemens (base incluem Vygotsky Papert Clark e construtivismo social)

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Conceitos básicos: Rede Conexão Aprendizado Complexo

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Bases teórico-pedagógicas Para orientar a construção da Pedagogia neste documento são citados, de maneira mais específica, como fundamentos teóricos, o construtivismo (Piaget), o sócio interacionismo (Vygotsky), a construção do sujeito (Castoriadis) e a educação popular, emancipadora (Paulo Freire). As bases teóricas aqui explicitadas podem fundamentar a formulação da pedagogia de EAD na Embrapa na perspectiva de uma ação emancipadora. De forma sucinta, as ideias centrais desses autores serão apontadas a seguir:

Construtivismo

Sócio-Interacionismo

Constituição do Sujeito

Pedagogia da Autonomia

A teoria construtivista (Piaget)

Vygotsky (1999) destaca o pa-

Castoriadis (1982) busca no

Freire (2000) destaca a educação

parte da premissa que nenhum co-

pel histórico e cultural na formação

consciente coletivo a concepção de

como um processo emancipatório do su-

nhecimento já está pronto, acabado,

intelectual das pessoas. Tal premissa

sujeito e subjetividade, utilizando as

jeito (autonomia no pensar, decidir e agir).

mas se constitui através da interação

integra o princípio sócio interacionis-

categorias psicanalíticas do ID e do

Transmitir ou receber informações não

do indivíduo e seu meio. Para Piaget

ta e atribui ao ser humano a autoria

Ego interpretadas como heterono-

caracterizam o ato de conhecer, ou seja,

o construtivismo não é uma prática

da construção do seu conhecimento.

mia e autonomia. O imaginário so-

é na interação sujeito/sujeito que a prática

ou um método, mas uma teoria da

O ser humano é compreendido como

cial é constituído pelas significações

educativa se constrói. O educando dialoga

gênese do processo do conhecimento

um ser histórico na qual a base das

sociais, valores, desejos e crenças

com o educador, com seu território e com

ou uma epistemologia de base gené-

suas relações sociais é o trabalho. E

depositadas no inconsciente (ID) do

a sua produção cultural rumo à construção

tica. O ser humano está sempre em

que, por suas ações transformadoras

sujeito ao longo da sua vida. Quan-

do saber.

evolução quando a centralidade está

dele próprio e do meio o envolvem

do ele age por impulso, movido pelas

A promoção da posição do educando

no indivíduo e na construção de sua

num processo dialético que cria cul-

suas pulsões ele age no campo da he-

de objeto da história, alienado e em posi-

autonomia as quais partem da re-

tura e a própria história humana.

toronomia. A autonomia consiste em

ção heteronômica para a construção de

lação das determinações biológicas

ter consciência desse conjunto de sig-

uma consciência crítica, solidária e reco-

com as respostas e intervenções do

nificações sociais e consiste em apro-

nhecedora do seu tempo e lugar eleva o

sujeito junto ao seu meio social.

priar-se do inconsciente. Alcançar a

ato de educar a uma dimensão política da

esfera da autonomia é o próprio pro-

educação e não puramente técnica, pois

cesso de construção do sujeito a ser

promove a participação coletiva dos dife-

realizado pela educação.

rentes sujeitos rumo a construção da sua cidadania.

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Perspectiva dos projetos educativos na Embrapa A tradução desses fundamentos de educação emancipadora na produção de projetos educativos, cujos objetivos se pau-

CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO

tam na formação de um indivíduo autônomo, reflexivo e atuante, em um processo capaz de promover a democratização da informação, autoria das decisões e o empoderamento do nosso público é o grande desafio que se apresenta no momento em

que a Embrapa é chamada a responder às demandas de projetos originados no anseio da sociedade brasileira, que envolvem o intercâmbio entre conhecimentos científicos produzido no âmbito da pesquisa agropecuária e do conhecimento adquirido na vivência da atividade rural.

Concepções históricas da Educação

O ser humano está sempre em evolução e esse processo se dá quando cada um

Educação Tradicional:

Educação Liberal:

constrói a sua autonomia a partir da intera-

Aluno é o “objeto” a ser moldado, fabricado, disciplinado, o que nada sabe. O “mestre” repassa os conteúdos de forma acabada, inquestionável. As relações entre professor e aluno são do tipo competitivas. Objetivo é o indivíduo.

Educando é o ser a desenvolver suas potencialidades individuais para autodeterminação e autorrealização, fomentando a competição.A relação entre professor e aluno é de competição. O objetivo do processo é o sujeito singular.

ção (troca) contínua entre si e o meio social em que está inserido. A interação também é pode ser percebida quando as pessoas, por seus pontos de vista, influenciam umas às outras, permitindo ou favorecendo a cons-

Fonte: Fundamentos teóricos, orientações e procedimentos metodológicos para a construção de uma pedagogia de Ater - Ministério do Desenvolvimento agrário - MDA, 2012, pag 12.

trução de novos conhecimentos (implícitos ou tácitos). Nessa perspectiva, lança-se mão de novos pressupostos e conceitos, visando transitar de uma prática meramente técnico-burocrática, a qual pauta boa parte da ação de transferência de tecnologia na Embrapa para uma “educação” dialética - no qual os atores sociais se permitem a construção de um diálogo permanente e frutífero.

Educação Técnico-burocrática: Aluno deve ser tornado produtivo e adaptado à sociedade, supervalizando o conhecimento técnico-científico, o saber pronto, provindo das fontes culturais estrangeiras mais desenvolvidas. A relação entre professor e aluno é de competição. O objetivo do processo é o indivíduo.

Educação Dialética: Educando: sujeito do conhecimento construído na relação com o outro e comprometido com a transformação da realidade. A pedagogia dialética valoriza a busca e a construção coletiva do conhecimento comprometida com a transformação da realidade. A relação entre professor e aluno é cooperativa e o objetivo é o sujeito no coletivo, cidadão emancipado.

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RECURSOS MULTIMÍDIAS A internet nos oferece hoje, muito mais do que informação. Deixamos de ser apenas consumidores de serviços e produtos comunicacionais para sermos “autores”, tanto no mundo virtual quanto no real e concreto. A Web 2.0 disponibiliza ferramentas que permitem explorar o trabalho colaborativo, em rede, elaborado por muitos – combinando pensamentos, culturas e experiências. Atualmente, no âmbito da Educação a Distância, é possível utilizar várias ferramentas que permitem a interatividade entre alunos e professores. A imagem (prisma de ambientes web focados nas trocas) a seguir nos dá dimensão de recursos digitais (plataformas, blogs, sites, etc) que estimulam a interatividade entre pessoas em diferentes níveis de relacionamento. 26

Áreas do Conhecimento COMUNICAÇÃO

Estudar as teorias da comunicação é mergulhar na história da humanidade e nos remete a uma viagem no tempo, chegando ao período pré-histórico. A evolução da comunicação humana influenciou e influencia até hoje a história da existência humana. Podem-se dividir os períodos históricos de acordo com as seguintes fases: A era dos sinais; da fala; da escrita; da impressão; da comunicação de massa; e a era atual, da sociedade da informação. E a partir desse ponto, ressaltamos a importância da Comunicação para a EaD. Basicamente, a comunicação é o processo central na dinâmica ensino-aprendizagem quando se adota uma abordagem sociointeracionista (com base construtivista), do pesquisador bielorrusso Lev Semenovich Vygotsk (1896 a 1934). Segundo Vygotsk “na ausência do outro, o homem não se constrói homem”. A educação só é possível enquanto “ação comunicativa”, uma vez que a comunicação configura-se, por si mesma, como um fenômeno presente em todos os modos de formação do ser humano (Soares, 2011, p. 17). Este axioma, juntamente com o entendimento que a comunicação, ou seja, a produção simbólica e o intercâmbio de conhecimento, por si é uma “ação educativa”. Percebe-se por essa visão que a inter-relação entre comunicação e educação tem sido muito mais simbiótica do que se imagina, podendo propiciar uma relação muito mais motivadora por parte dos alunos, ao mesmo tempo em que estimula também o comprometimento de todos os demais atores: professores/escola/comunidade. No contexto da EaD, há muito que se pesquisar sobre as relações sociais que nascem no âmbito virtual, como é a que se estabelece entre aprendentes e mediadores de cursos ou disciplinas dadas unicamente por intermédio de mídias digitais. A Educomunicação e o marketing são áreas que tem aprofundado os estudos sobre as interações sociais digitais, e que poderão contribuir para o desenvolvimento de capacitações a distância. A comunicação deve ser compreendida como um elemento estratégico do projeto de capacitação.


Educomunicação A Educomunicação constitui-se de um conjunto de ações destinadas a criar e desenvolver ecossistemas comunicativos abertos e criativos em espaços culturais, midiáticos e educativos (Soares, 2011, p. 12), tanto formais e não formais, quanto informais, mediados pelas linguagens e processos da comunicação e/ou das artes, bem como pelas tecnologias da informação, garantindo-se as condições para a aprendizagem e o exercício da liberdade de expressão. No contexto da Educomunicação, professores e alunos, dentro ou fora da sala de aula presencial, e mesmo na educação a distância, apropriam-se das mídias (rádio, jornal, Televisão, cinema, web) e exercitam conteúdos relativos às disciplinas, “ampliando as condições de expressão dos envolvidos” e, por conseguinte, o aprendizado. O desenvolvimento de blogs por alunos, estimulados pelos professores no contexto educacional, constitui-se uma interessante aplicação da Educomunicação. Conheça o exemplo do Blog de alunos de Educomunicação da USP (https://educomusp.wordpress. com/).

Veja mais sobre Educomunicação: https://www.youtube.com/watch?v=VyyRgZlpIck

Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais da Educomunicação http://www.abpeducom.org.br/

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MÉTODOS Gestão de projetos, abordagem sistêmica, tecnologia educacional, redes virtuais são alguns dos caminhos possíveis na construção de cursos a distância.

TECNOLOGIA EDUCACIONAL Há diversas concepções para o termo Tecnologia educacional. Seguindo a visão do MEC, uma tecnologia educacional está relacionada ao uso de uma tecnologia, associada a um determinado conteúdo educativo, suportado por um método de ensino adequado. Os games educativos, por exemplo, um software desenvolvido para uso educacional, bem como os aplicativos para dispositivos móveis (celulares e tablets) que apoiam ações educativas são considerados tecnologias educacionais. Essa área do conhecimento que vem ganhando espaço na EaD é a gamification ou gamificação. Gamificação é a aplicação de elementos e mecânicas de design de jogos em outros contextos, que não só em jogos eletrônicos comerciais. A aplicação do Gamification em um ambiente de educação a distância tem gerado bons resultados, segundo especialistas. Oferecer recompensas, promover a competição ou a colaboração entre seus usuários/estudantes é uma das estratégias interessantes e tem demonstrado resultados eficientes no processo de adoção de novas práticas profissionais. Simuladores de voos são muito utilizados para o treinamento de pilotos de grandes companhias aéreas.

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A Tecnologia Educacional tanto pode ser considerada “meio”, “processo” e ainda “Inovação”.

MEIO

PROCESSO

INOVAÇÃO

Tecnologia Educacional como “meio”: “os meios de comunicação de massa a serviço da educação, os materiais e equipamentos chamados audiovisuais e os sistemas de multimeios” (Candau, 1979).

Tecnologia Educacional como processo: “é uma forma sistemática de planejar, implementar e avaliar o processo total de aprendizagem e de instrução em termos de objetivos específicos, baseado nas pesquisas sobre aprendizagem humana e comunicação, congregando recursos humanos e materiais, de maneira tornar a instrução mais efetiva” (Candau, 1979).

Tecnologia educacional como estratégia de inovação: A Tecnologia Educacional fundamenta-se em três áreas distintas: a teoria da Aprendizagem, a teoria da Comunicação e a teoria de Sistemas, as quais “fornecem subsídio para o planejamento, desenvolvimento e implementação de um sistema instrucional eficiente e efetivo em termos de resultados da aprendizagem”. (Auricchio, 1978, pp. 36-37).

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Processo em EaD O processo é um caminho a ser trilhado. Esse caminho é feito de escolhas, que podem definir o tipo de resultado a ser alcançado. Mais longo ou mais curso, ele terá que ser trilhado. As áreas de gestão e planejamento, bem como as estratégias de ensino-aprendizagem e os recursos disponíveis constituem-se instrumentos importantes na consolidação do caminho. A definição de processo de trabalho integra o planejamento de projetos de capacitação.

Gestão

Produção

Implementação

Avaliação

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Produção

Implementação

Avaliação

Gestão

Gestão de projetos de Capacitação em EaD A gestão de projetos de capacitação a distância envolve a parte gerencial dos recursos disponíveis para a realização de projetos de capacitação, respondendo pela administração de recursos materiais, humanos e financeiros, bem como da estratégia do projeto. O esquema abaixo demonstra uma proposta de modelo de gestão de um projeto de Capacitação.

DEMANDA

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RECURSOS

PESSOAL

CONTROLE

POLÍTICA

Análise

Alocação

Recrutamento

Monitoramento

Documento Orientador

Priorização

Administração

Treinamento

Avaliação

Guias e manuais


Gestão

Demandas Ao longo da sua história, a Embrapa tem sido demandada a promover ações de capacitação, que se originam das necessidades da sociedade intermediadas pelo setor produtivo (agricultores e mercado), pelo setor público, por meio das Políticas Públicas, e ainda por instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas. Análise dos pleitos, que poderão ou não ser atendidos, é uma primeira ação a ser realizada tanto pelas UDs quanto pelo Departamento de Transferência de Tecnologia, justificando a sua adequabilidade à necessidade do público; pertinência ao contexto da empresa (atende à visão/ missão e agenda de prioridades?) e da sociedade e a viabilidade técnica e financeira. Em função do volume de temas sugeridos pelos diferentes públicos, e considerando a capacidade técnica de produção de capacitações pela UDs, recomenda-se o uso da MATRIZ GUT de PRIORIZAÇÃO, para a definição dos temas prioritários a serem desenvolvidos em forma de capacitação a distância. A partir da análise da demanda, as temáticas a serem abordadas deverão ser descritas no documento Projeto Pedagógico.

Recursos Projetos de Capacitação que envolvam atividades a distância devem levar em conta os custos financeiros, o tempo de trabalho e a formação de equipe. Recomenda-se que o projeto considere os custos de produção, principalmente quando exigir a produção multimídia, bem como a carga horária necessária para as etapas de produção e realização de cursos.

Pessoal A formação da equipe de profissionais que atuará na produção de cursos a distância dependerá essencialmente do projeto instrucional, que é a descrição das estratégias de ensino-aprendizagem . Quanto mais complexa for a proposta, maior será a especialização da equipe. Em geral, uma equipe enxuta deverá conter: Gestor do projeto; Professor/es-conteudista/s; designer instrucional; equipe de produção de vídeo-aula; equipe de produção gráfica; equipe WEB: tutores; equipe de comunicação.

Controle Envolve a gestão dos recursos (humanos, materiais, financeiros) disponíveis para o projeto. É a etapa de elaboração de cronograma das diferentes fases de produção até a oferta e a realização da capacitação.

Política Diz respeito à orientação institucional da Embrapa quanto à adoção de estratégias de ensino-aprendizagem a distância. Orientação da Diretoria quanto às diretrizes de EaD a serem seguidas e os procedimentos iniciais para uso da EaD pelas UDs. Deve ser expresso em Documento Orientador, bem como guias e manuais orientadores para a adoção sistemática, orientada e planejada da modalidade. 33


Equipe de trabalho Embora seja uma equipe multidisciplinar, os profissionais necessário para a produção de um curso a distância poderão atuar de diferentes locais, diferentes Unidades Descentralizadas, criando pequenos núcleos de produção colaborativa. O modelo de gestão por projeto, poderá facilitar a condução dos trabalhos. A formação da equipe dependerá essencialmente do projeto instrucional, que é a descrição das estratégias de ensino-aprendizagem . Quanto mais complexa for a proposta, maior será a especialização da equipe. Em geral, uma equipe deverá ser constituída de: Gestor do projeto: profissional responsável pelo gerenciamento, acompanhamento, controle e gestão financeira, de recursos e de equipes. Professor/es-conteudista/s: são os profissionais responsáveis pela temática do curso e pelo desenvolvimento dos conteúdos a serem ensinados. Também é o profissional que estará à disposição dos alunos, no momento da capacitação, para acompanhar o aprendizado e sanar dúvidas, podendo complementar o conteúdo com atividades dialógicas síncronas e assíncronas, bem como com materiais complementares. Designer Instrucional: profissional responsável pelo desenvolvimento da proposta pedagógica do conteúdo, bem como da elaboração das estratégias didáticas, em conjunto com os professores. O DI é o responsável pelo gerenciamento da produção dos objetos de aprendizagem (vídeos/áudios/animações/infográficos, etc), bem como da roteirização e modelagem do curso em ambientes virtuais, planilhas, cartilhas, livros-didáticos ou outros recursos. Equipe de produção de vídeo-aula: apresentador (quando necessário); redator; produtor; cinegrafista; editor de vídeo; editor de áudio; finalizador. (A produção de vídeo-aula poderá ser terceirizada) Equipe de produção gráfica: redator/revisor; ilustrador; fotógrafo; designer gráfico (A produção de apostilas, livros-didáticos e outros materiais gráficos poderá ser terceirizada) Equipe WEB: redator; programador; web designer; ilustrador. (essa equipe deverá compor o time permanentemente do setor responsável pelos cursos EaD) Tutores: tutores técnicos: auxiliam o aluno nas questões do conteúdo do curso; e tutores administrativos: auxiliam o aluno nas questões relativas ao AVEA; problemas técnicos de acesso ao sistema; questões administrativas como matrícula; cronograma; emissão de certificados, etc. Podem ser contratados temporariamente para a execução do curso. Comunicação: jornalista; fotógrafo; editor de texto. Atuará na fase de divulgação/comunicação do curso com os seus diferentes públicos 34


Direitos Autorais Em linhas gerais, o Direito Autoral visa resguardar o vínculo do criador com sua obra, bem como permitir ganhos econômicos com a exploração da criação (Embrapa, 2011). A produção de material didático também envolve questões relativas ao direito de autoria das obras. No caso da Embrapa, há estudos sobre o tema relativo ao contexto do trabalho específico da Embrapa. A Embrapa Informação Tecnológica e a Assessoria Jurídica disponibilizaram, em 2011, aos interessados uma cartilha com perguntas e respostas sobre Direito Autoral, com o propósito de esclarecer as principais dúvidas a respeito do assunto. No Manual de Editoração da Embrapa, produzido pela Embrapa Informação Tecnológica, também há um capítulo dedicado a orientar os autores sobre a legislação relativa ao Direito Autoral e como este se aplica à produção intelectual da Empresa. É adequado que a equipe de EaD inteire-se sobre o tema a fim de subsidiar a etapa de produção de conteúdo.

CARTILHA: https://www.embrapa.br/documents/1355163/2026850/0113_25_clp_cartilhaEmbrapaDireitoAutoral.pdf/a13141f9-9d57-44fb-8ed7-59d85b2b8fa2 MANUAL DE EDITORAÇÃO: http://manual.sct.embrapa.br/editorial/nav/nav000?acao=sumario&idiItemConteudo=347&indiceItem=6&idiItemConteudo1=6&nomeItemConteudo1=Direitos%20Autorais%20na%20Embrapa&idiItemConteudo2=347&nomeItemConteudo2=Resolu%E7%E3o%20Normativa%20de%20Direitos%20Autorais%20na%20Embrapa. LEGISLAÇÃO: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12853.htm 35


Implementação

Implementação

Avaliação

Produção

Produção de projetos de Capacitação em EaD A produção envolve todas as atividades técnicas relativas à fabricação do curso. Para essa etapa, é necessário ter em mãos o projeto pedagógico, que é o documento inicial, na qual estão descritos a demanda (tema), o perfil do público, a carga horária e demais informações necessárias para a produção. É a “certidão de nascimento” do curso. A partir dele, as equipes de produção terão informações suficientes para iniciar o planejamento de trabalho. É claro que o projeto pedagógico poderá não sanar todas as dúvidas, então, a interação entre as equipes é fundamental.

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PRODUÇÃO

Demandas A partir das informações das demandas levantadas nos acordos, parcerias e outras formas de articulação com parceiros externos, a equipe de produção elaborará o Projeto Pedagógico, que servirá de base para a produção do curso.

Conteúdo Conhecimento sobre o tema (literatura, teoria, prática contemporânea e seus problemas) e o método de Ensino-Aprendizagem (didática) adequado ao projeto.

PROJETO PEDAGÓGICO

Equipe

Avaliação Testagem Avaliação Validação

Produção

Gerente do Projeto Especialistas Designer Instrucionais Designer Gráfico Web-designer Redatores Revisores Programadores Produtores de áudio/vídeo/foto Editores de TV Terceirização, quando necessário.

Design Instrucional do Curso Roteirização Produção das mídias Montagem e testagem

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Design Educacional ou Instrucional Uma parte importante do processo de desenvolvimento de curso na modalidade EaD é a elaboração do Design Educacional. O design abrange o resultado de um processo ou atividade que resume a integração entre forma e funcionalidade, com propósito e intenções claramente definidos nos objetivos de aprendizagem (Filatro, 2007. O design promove a articulação entre forma (design) e função (conteúdo). Design instrucional, portanto, é o ato de pensar o conteúdo técnico proposto, que em geral, leva a uma reflexão sobre o tema, a partir de elementos funcionais, tais como uma fotografia, um gráfico, um roteiro para vídeo ou áudio, um hipertexto, etc. “[...] o design instrucional não se reduz à face visível de produtos instrucionais, nem se refere apenas a um planejamento abstrato de ensino, mas reflete a articulação entre forma e função, a fim de que se cumpram os objetivos educacionais propostos”. (Filatro, 2007, p. 56) O Design Instrucional como o desenvolvimento da forma e funcionalidade no contexto da própria capacitação, trilhando o caminho em conjunto com professores e alunos, redesenhando o percurso permanentemente, levando-se em consideração a dinâmica dos atores. O design educacional permite a proposição de um roteiro do processo de ensino-aprendizagem a ser proposto aos alunos em permanente realimentação.

O designer educacional procura “traduzir” o conteúdo técnico da temática do curso, em diferentes mídias e recursos. Seu trabalho envolve análise do conteúdo para melhor disponibilizá-lo, considerando o público, os objetivos de aprendizagem, a linguagem a ser utilizada e o contexto da aplicação do tema. Para saber mais sobre Design Instrucional acesse: http://www.abed.org.br/congresso2011/cd/288.pdf http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/049-TC-B2.htm 38


Objetos de Aprendizagem (OAS) Objetos de Aprendizagem (OAs) são pequenas partes do conteúdo, que possuem autonomia de informação e conhecimento, elaboradas na forma de módulos produzidos para os meios digitais, (jogos digitais, animações, vídeos, fotos, áudios, infográficos, ilustrações, etc.) que podem ser utilizadas em diferentes contextos de aprendizagem e acessadas pela internet. “Qualquer recurso digital que possa ser reutilizado no processo para assistir à aprendizagem” (Wiley 2000). “Um Objeto de Aprendizagem é um arquivo digital (imagem, filme, etc.) que pretende ser utilizado para fins pedagógicos e que possui, internamente ou através de associação, sugestões sobre o contexto apropriado para sua utilização” (Sosteric & Hesemeier 2001). Um objeto de aprendizagem é qualquer recurso que possa ser reutilizado para dar suporte ao aprendizado . Sua principal ideia é “quebrar” o conteúdo educacional disciplinar em pequenos trechos que podem ser reutilizados em vários ambientes de aprendizagem. Qualquer material eletrônico que provém informações para a construção de conhecimento pode ser considerado um objeto de aprendizagem, seja essa informação em forma de uma imagem, uma página HTM, uma animação ou simulação. Um curso a distância poderá se utilizar de diversos OAs produzidos para este fim ou não, mas que poderão contribuir para a compreensão do conteúdo exposto. OAs são reutilizáveis, portanto, podem aparecem em diferentes cursos. Até pouco tempo atrás, os materiais instrucionais de áudio e vídeo eram mais onerosos do que material impresso em função dos altos custos de produção. Entretanto, isso hoje já não é mais obstáculo, já que houve uma substiva redução nos custos de produção e os equipamentos. A escolha por OAs digitais em projetos educacionais se dá pela característica intrísseca das mídias de explorarem os conteúdos de forma dinâmicae visual.

Para saber mais sobre OAs, acesse os seguintes links: http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/024tcc4.pdf http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo10/artigos/4dMaria%20Flores.pdf http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/oda. pdf http://EaD.ifsul.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=64&Itemid=86


Material Didático O Material Didático deve ser concebido de acordo com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos explicitados no projeto pedagógico e no design educacional, de modo a facilitar a construção do conhecimento e mediar a interlocução entre estudante e professor, devendo passar por processo de avaliação prévia (pré-testagem), com o objetivo de identificar necessidades de ajustes, visando o seu aperfeiçoamento. Cabe observar que somente a experiência com cursos presenciais não é suficiente para assegurar a qualidade da produção de materiais educacionais para a educação a distância. A produção de material impresso, vídeos, programas televisivos e radiofônicos, videoconferências, CD-Rom, páginas WEB, objetos de aprendizagem e outros, para uso a distância, atende a diferentes lógicas de concepção, produção, linguagem, estudo e con-

“A qualidade dos materiais didáticos deve ser tal que este seja capaz de executar, no mínimo, as mesmas funções de um professor numa aula presencial como: informar, motivar, controlar e avaliar, além de favorecer o desenvolvimento do conhecimento interdisciplinar, a intuição e a criatividade dos alunos”. (Fonseca Filho, Sousa, & Tavares, 2004).

trole de tempo. Para atingir estes objetivos, é necessário que os professores responsáveis pela produção dos conteúdos trabalhem integrados a uma equipe multidisciplinar, contendo profissionais especialistas em comunicação, desenho instrucional, diagramação, ilustração, desenvolvimento de páginas web, entre outros. Além disso, é recomendável que as instituições elaborem seus materiais para uso a distância, buscando integrar as diferentes mídias, explorando a convergência e integração entre materiais impressos, radiofônicos, televisivos, de informática, de videoconferências e teleconferências, dentre outros, sempre na perspectiva da construção do conhecimento e favorecendo a interação entre os múltiplos atores.


Materiais instrucionais mais utilizados Tipo

Livro didático

Características O livro didático, também conhecido como livro–texto ou apostila, é o material instrucional produzido para apresentar o conteúdo técnico, previamente elaborado dentro dos parâmetros didáticos definidos para o projeto. O livro didático pode ser apresentado no formato impresso ou digital, próprio para uma linear e sequencial ou hipertextual, de acordo com as estratégias didático-pedagógicas desenvolvidas.

Mídia Pode ser impresso e digital.

Guia de Estudos

É o documento que orienta o aluno quanto ao processo de ensino-aprendizagem que está prestes a vivenciar, oferecendo o roteiro do curso e a estrutura instalada para apoiá-lo. Procura mostrar dicas de como melhor aproveitar o curso e as demandas previstas para entregas de trabalhos, provas, relatórios, etc.

Manuais e tutoriais

Documentos didáticos que orientam alunos ou profissionais a realizarem atividades diversas, que integram ou não determinado curso. Em geral, são pequenos módulos de conteúdo, focados em determinada ação.

Pode ser impresso e digital.

Vídeo-aulas transmitidas pela Internet ou gravadas em DVDs, CDs, ou outro dispositivo digital

Atividade de aula síncrona (online) ou assíncrona (previamente gravada) em que o professor faz uma apresentação expositiva de determinado conteúdo, utilizando-se dos recursos e linguagens digitais adequados, permitindo, por meio das mídias sociais, a interação online do aluno ou posteriormente.

Digital

Videoconferências e audioconferências

Atividade pedagógica síncrona que permite a realização de aula virtual na qual o professor e alunos podem conversar e interagir de forma simultânea e síncrona.

Digital

Os jogos digitais podem ser definidos como ambientes atraentes e interativos que capturam a atenção do jogador ao oferecer desafios que exigem níveis crescentes de estreza e habilidades (Balasubramanian; Wilson, 2006). Os softwares educacionais, entre eles os jogos, “devem possuir objetivos pedagógicos e sua utilização deve estar inserida em um contexto e em uma situação de ensino baseados em uma metodologia que oriente o processo, através da interação, da motivação e da descoberta, facilitando a aprendizagem de um conteúdo” (Prieto et al., 2005, p. 10).

Digital

Games (jogos)

Pode ser impresso e digital.

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Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) Ambientes virtuais de aprendizagem (do inglês: Virtual Learning Environment) são sistemas (software) que auxiliam na montagem de cursos que podem ser acessados pelos participantes por meio da Internet de qualquer lugar e a qualquer hora. Tanto podem ser utilizados para cursos totalmente online, quanto híbridos, de forma síncrona ou assíncrona. Também os cursos totalmente presenciais podem se beneficiar das plataformas desenvolvidas para EaD, já que permitem aos professores publicarem conteúdos utilizando mídias digitais (vídeos, apresentações ppt, artigos, etc), ampliando a possibilidade de estudos. Os ambientes virtuais de ensino-aprendizagem (AVEAS) ajudam os professores no gerenciamento dos conteúdos e na administração do curso, acompanhando o progresso dos alunos, complementando inclusive as aulas presenciais. Também é ferramenta poderosa para gestão escolar, a qual se dedica ao controle de frequência, acesso, desempenho e certificação. A Embrapa tem optado por utilizar a Plataforma Moodle (http://www.moodlebrasil.org/ ) por ser uma plataforma robusta, desenvolvida para a gestão de cursos online, com diferentes ferramentas, amigável para o uso tanto de alunos quanto de professores e está disponível gratuitamente. É um sistema em contínuo aperfeiçoamento por meio de uma extensa comunidade de desenvolvedores mundialmente conectados.

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Tutoria A tutoria é uma das atividades mais importantes quando da realização de capacitações a distância. Fundamentalmente, a tutoria atua com o objetivo de apoiar o processo de aprendizagem dos alunos, fornecendo – em primeiro lugar – a possibilidade de diálogo para suas questões e dúvidas dos alunos, sabendo estes que não estão sozinhos. A tutoria é uma ação que demanda o estabelecimento de um relacionamento amigável e produtivo, baseado na confiança. O tutor, na maioria das vezes, representa a própria instituição que oferta cursos, sendo o “outro lado da linha” para compreender e resolver as questões surgidas sejam elas de cunho acadêmico, tecnológico ou gerencial. Já existe vasta literatura sobre o papel da Tutoria em EaD, bem como cursos virtuais gratuitos para a formação de tutores. Nesse caso, indicamos a UnB, que fornece o curso de mediação para tutores.

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PRODUÇÃO

Oficina de Planejamento de Curso A produção de curso na modalidade a distância necessita de ações de planejamento das atividades de toda a equipe. Abaixo, sugerimos a realização de uma oficina de planejamento de cursos, cujo objetivo é a definição de um plano de trabalho com as orientações essenciais para a produção do conteúdo, do roteiro e dos objetos de aprendizagem. A oficina é a fase anterior à produção, após a definição das equipes e complementará o Projeto Pedagógico. A atividade deverá ser conduzida por profissional qualificado, de preferência da área de pedagogia/psicologia, com conhecimento da modalidade EaD, com experiência na produção de Design Instrucional. Após a realização da oficina, as equipes terão em mãos o cronograma de trabalho com as etapas a serem cumpridas.

Demandas Análise e complementação das Informações do Projeto Pedagógico. Definição das formas de Implementação do curso (divulgação / inscrições / acompanhamentos / certificação), etc.

Definição das estratégias educacionais do curso (modalidade / formato ) e escolha dos recursos didáticos adequados.

Contexto

Planejamento de produção

Contexto do tema Perfil do Aluno Carga horária do curso Nível de profundidade do tema.

Elaboração do Plano de trabalho do curso Elaboração dos indicadores de qualidade do curso Definição das competências necessárias para a execução da produção.

Mapa Conceitual Desenho do mapa conceitual do curso com informações da Ementa. Responde às questões sobre o que manter, incluir ou eliminar do conteúdo técnico a ser abordado.

Objetivos e Avaliações 44

Estratégias e Recursos

Elaboração dos objetivos de aprendizagem do curso e construir as avaliações de aprendizagem, quando for necessário.

Aprovação O plano de curso (etapas e cronograma) deve ser aprovado pelo gestor, professores e designers educacionais.

Produção do curso


Níveis de estruturação da capacitação Outro aspecto que deve ser considerado é o nível de estruturação dos cursos. Cursos de idioma são exemplos de cursos EaD completamente estruturados. Nesse caso, o aluno é totalmente autônomo no processo de aprendizado, já que o conteúdo está integralmente elaborado, estruturado e disponível em ambiente virtual de aprendizagem ou em livros didáticos e apostilas, necessitando de pouco ou nenhum apoio de tutores e professores. Os níveis de estruturação podem ser:

Curso

Mediado pelo professor

Semi-estruturado

Totalmente estruturado Aberto e sem datas definidas para início e fim. Os interessados podem se inscrever e realizar o curso a qualquer hora, conforme sua necessidade e tempo.

Há a abertura de turmas em tempos definidos pela instituição ofertante. Com cronograma de início, meio e fim.

Há a abertura de turmas em tempos definidos pela instituição ofertante. Com cronograma de início, meio e fim e com atividades educativas definidas pelos professores do curso.

Conteúdo

Totalmente planejado e projetado nas mídias.

Parte está estruturada na mídia principal, parte será apresentada no decorrer da ação educativa.

Planejado e estruturado.

Aluno

Totalmente autônomo no processo de aprendizado, podendo estabelecer o seu ritmo de estudos.

O aluno deverá seguir uma trajetória de estudos previamente estabelecida, e ainda participar das atividades síncronas e assíncronas propostas pelos professores.

O aluno deverá acompanhar o curso, considerando as atividades síncronas e assíncronas propostas, tendo que se adequar ao ritmo da turma, e realizando estudos e tarefas (inclusive avaliativas) propostas no curso.

Professor

Envolve-se com a produção do curso, desenvolvendo, previamente, juntamente com a equipe todo o conteúdo e as estratégias de ensino-aprendizagem.

Envolve-se com a produção do curso, desenvolvendo, previamente, juntamente com a equipe parte do conteúdo e das estratégias de ensino-aprendizagem.

O conteúdo e o cronograma de aulas são definidos pelo professor, que envia à turma os materiais de estudos conforme o ritmo dos alunos, provocando a interação entre a turma, com atividades síncronas e assíncronas.

Estratégias de ensinoaprendizagem

Previamente planejada e estruturada para que o próprio aluno desenvolva as atividades com mínima necessidade de apoio.

Estruturada para conter o conteúdo principal previamente organizado na mídia, porém permite que o professor tenha autonomia para propor novas intervenções no curso, ampliando as possibilidades de aprendizado, estimulando a turma a explorar novos conteúdos.

O professor deverá, em conjunto com a equipe de produção, elaborar as estratégias e os recursos instrucionais previamente. Entretanto, os materiais instrucionais produzidos são liberados para acesso dos alunos, conforme o cronograma e do ritmo da turma.

Tutoria

Não há.

Tutoria ativa e passiva por parte do professor.

Curso totalmente conduzido pelo professor.

Pode ou não haver.

Sim.

Sim.

Certificação


Perguntas iniciais A criação de cursos para a modalidade a distância exige, como já vimos, um planejamento diferenciado. O objetivo central é promover a interação entre professores e alunos no sentido de garantir a compreensão do conhecimento a ser compartilhado. A seguir vamos analisar quais são os passos iniciais desse processo. Moore e Kearsley (Moore & Kearsley, 2007, p. 107), dois dos principais pesquisadores da Educação a Distância, sistematizaram algumas perguntas iniciais, cujas respostas constituem o ponto de partida do projeto educacional:

co do curso? o? Quem é o públi uído ou excluíd cl in r se e v téria? e d strutura da ma e Que conteúdo a e a ci n ê u q ocorrerá a se bordar? De que forma o curso deve a e d a id d n ntes fu ro ntar as difere se Que nível de p re p a ra a p s serão usada Quais mídias rial? partes do mate o utilizadas? rã se o n si n e os e d tégias strutor e entre in e s o n • Quais estra lu a e entr ração existirá • Quanta inte o rma assumirá fo e u alunos? q e o d a li ava rendizado será • Como o ap aos alunos? para criar os m s o d feedback para sa u o rã o se dos de produçã • Quais méto no? teriais de ensi

• • • • •

(Moore & Kearsley, 2007 - com complementação dos autores).

ROTEIRO DO CURSO Existem diferentes modelos, técnicas e instrumentos que o professor e o designer educacional poderão dispor para elaborar o roteiro do curso, respondendo boa parte das perguntas acima. Para iniciar, é preciso compreender algumas fases que são fundamentais no projeto consolidadas no modelo ADDIE, em inglês a sigla significa Analysis (Análise), Design (Desenho), Development (Desenvolvimento), Implementation (Implementação) e Evaluation (Avaliação). Cada uma dessas fases fornece subsídios para execução da fase seguinte do processo. Atualmente, é possível conhecer mais sobre essa etapa do processo buscando-se a literatura apropriada. 46


PRODUÇÃO

Perfil do público Toda e qualquer ação educativa tem como objetivo central atender a determinada necessidade de aprimoramento de conhecimento. Importante que se tenha o maior número de informações a respeito do perfil das pessoas que buscam a qualificação. Conhecer os interessados é etapa inicial do processo de produção para que o ensino seja “focado no aluno” e não na perspectiva da equipe de produção. Nesse caso, a seguir indicamos uma série de informações fundamentais para compreender quem é o “seu” aluno. • • • • • • • • •

Grupo etário e Sexo Local de moradia (p.ex.: rural ou urbana, perto/distante de uma instituição de ensino) Grupo familiar (solteiro/ casado / etc) Perfil profissional (estudante, estudante e trabalhador, trabalhador, aposentado, etc) Formação educacional (nível médio, superior, etc) Motivos que o levaram a procurar o curso (objetivos de curto e longo prazos) Tipos de apoio disponíveis para realizar o curso (familiar / profissional / etc) O nível de conhecimento a respeito do tema O domínio das tecnologias educacionais utilizadas.

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A importância da comunicação no estabelecimento de relações sociais positivas As relações sociais são influenciadas pela comunicação – seja ela boa ou ruim. A comunicação, por sua vez, é influenciada por diferentes fatores (internos ou externos) que por si influenciam as relações. A Relação professor aluno poderá ser construída de forma positiva ou negativa, vai depender dos fatores internos (inerentes ao estado emocional dos agentes) ou ambientais. Um “primeiro encontro” amigável, gentil, aproximativo poderá facilitar um relacionamento respeitoso e produtivo em sala de aula seja real ou virtual. Entretanto, os ruídos na comunicação verbal e não verbal entre professor e aluno, poderão gerar abismos intransponíveis ao longo do tempo. Ruídos que podem ser fruto da postura tanto de um quanto de outro. Arrogância, irritação, desconfiança, mágoas, etc. são sentimentos que geram “ruídos” nos diálogos entre os dois atores. Despreparo, desamparo, desinteresse e desrespeito também podem interferir negativamente na relação que se propõe estabelecer entre esses dois atores. As boas relações sociais são construídas a partir de bons sentimentos e atitudes receptivas. Na educação a distância, essas relações se estabelecem também, porém mediadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação. Então qual a diferença? No momento presencial, há como se observar a ação e a reação das pessoas pelo gestual, pelas expressões faciais, pelo tom de voz, pelo discurso. No ambiente virtual isso pode ser um pouco mais difícil. Entretanto, não se pode perder de vista que não é com a tecnologia que a relação se estabelece. Do outro lado da linha, da tela, do equipamento há pessoas e é com elas que as relações se constituem mesmo no mundo virtual. No ambiente virtual de ensino aprendizagem há que se ter muito mais cuidado na condução dos diálogos, evitando-se ruídos ou até mesmo a ruptura no processo de ensino-aprendizado. Nesse sentido, a comunicação digital – por meio de diferentes mídias (áudios/vídeos/textos, etc) deverá ser planejada para atingir os fins definidos no projeto de capacitação. A comunicação escrita também deverá priorizar a afetividade positiva entre professores e alunos. O discurso deve ser baseado no diálogo, incluindo os atores do processo por meios de pronomes como “nós”, “eu”, “você” e a conjugação dos verbos na terceira pessoa do plural. 48


Tempo de Estudos A elaboração dos conteúdos deve considerar tanto o tempo de duração do curso quanto os objetivos de aprendizagem definidos. O volume de leitura e de redação e o quanto o aluno deve assistir, escutar, praticar e se submeter a testes pode ser planejado em consonância considerando a carga horária de cada conteúdo/disciplina. Deve-se obter o equilíbrio entre o tempo e o conteúdo, cumprindo os objetivos de aprendizagem. Conhecer o perfil do público também é essencial para estabelecer o tempo de estudos. Adultos que trabalham e estudam possuem menos tempo para se dedicarem ao curso do que jovens universitários que ainda não trabalham. Para os primeiros, é necessário considerar que o período disponível ao curso vai depender as atividades profissionais e familiares deles.

A elaboração de pequenas unidades de conteúdos facilita o aprendizado quando o estudante utiliza partes do seu dia para dedicar-se ao estudo. Por exemplo, durante o trajeto entre a casa e o trabalho. Especialistas indicam um tempo entre 15 a 20 minutos de estudos por unidade. (Moore & Kearsley, 2007, p. 116).

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Objetivos de aprendizagem na prática

BLOOM et al, in Taxionomia de Objetivos Educacionais Nonaka e Takeuchi, in Gestão do Conhecimento.

Ninguém melhor para falar de objetivos de aprendizagem do que o seu principal autor, Benjamin S. Bloom e seus revisores, Anderson and Krathwohl. Para Bloom, os objetivos educacionais “são formulações explícitas das mudanças que, se espera, ocorram nos alunos mediante o processo educacional; isto é, dos modos como os alunos modificam seu pensamento, seus sentimentos e suas ações”. Os revisores de Bloom, Anderson and Krathwohl, na sua obra “Bloom’s Taxonomy Revised”, propuseram mudanças nas estruturas de Bloom, alterando e flexibilizando as categorias, com o objetivo de auxiliar os educadores a melhor estruturar os objetivos educacionais, “ao mesmo tempo em que auxiliam os educadores na melhor elaboração do planejamento e na escolha adequada de estratégias e tecnologias educacionais”(Ferraz & Belhot, 2010). Antes, porém, de mergulharmos nos objetivos de aprendizagem, convém abordar o conceito de “conhecimento” segundo Nonaka e Takeuchi. Pretendese relacionar a estruturação dos objetivos de aprendizagem à compreensão dos tipos de conhecimentos existentes. Para Nonaka e TaKeuchi, o conhecimento pode ser tácito ou explícito. Tácito, ou seja, intrínseco ao sujeito, que tem como base duas dimensões: a técnica que são as habilidades informais e de difícil detecção (relacionado ao domínio cognitivo e piscomotor, segundo Bloom); e a dimensão cognitiva, que está baseada nas crenças, percepções, ideiais, valores, emoções e modelos mentais desenvolvidos pelos indivíduos (Segundo Bloom esse é o domínio afetivo). E ainda o conhecimento explícito que pode ser expresso em palavras, números ou sons, compartilhado na forma de dados, fórmulas científicas, recursos visuais, fitas de áudio, especificações de produtos ou manuais. O conhecimento explícito pode ser rapidamente transmitido aos indivíduos formal e sistematicamente. Esses dois conhecimentos são contínuos, porém separáveis. “Existe algum conhecimento explítico em cada conhecimento tácido e vice-versa”. Para Bloom e seus colegas de estudo, o conceito de taxionomia indica um modelo de classificação (mais complexo) que permite a análise de resultados educacionais na área cognitiva, que abrange a memória, o pensamento e a solução de problemas. Por que estamos falando disso? Porque a definição de objetivos de aprendizagem pode - na perspectiva sociointeracionista construtivista - estabelecer um percurso de conhecimentos a serem intercambiados permitindo ao aluno alcançar patamares mais elevandos de conhecimento, autonomia e reflexão sobre os seus problemas cotidianos. Sempre sob a perspectiva da edução emancipadora.

Psicomotor

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Afetivo

Cognitivo


Sabe-se que é mais fácil atingir objetivos quando estes estão bem definidos, entretanto, para os alunos é mais difícil atingir o nível de desenvolvimento cognitivo, por não saberem exatamente o que deles é esperado durante e após o processo de ensino (Ferraz & Belhot, 2010). A formulação dos objetivos de aprendizagem é uma escolha consciente da equipe e se baseia em experiências anteriores no processo de ensino-aprendizagem, tem como base dados e informações acerca do perfil dos alunos, do contexto em que o aprendizado está inserido e informações sobre a natureza da matéria de ensino e suas contribuições para o indivíduo (Bloom 1979).

Como se dá a formulação dos objetivos de aprendizagem?

Informações sobre o aluno: Qual é o seu nível atual de desenvolvimento? Quais são suas necessidades? Qual é o seu interesse?

Informações sobre o contexto: Quais as condições e problemas da vida contemporânea? Que desafios essas condições impõem aos alunos? Que oportunidades existem nesse contexto? Que atividades espera-se que os indivíduos venham a desempenhar? Que oportunidades terão para trabalhar e autorrealizar-se?

Informações sobre a natureza da matéria de ensino e suas contribuições para o indivíduo:

É uma escolha consciente da equipe Se baseia em experiências anteriores Baseada em dados e informações...

É uma escolha consciente da equipe Se baseia em experiências anteriores Baseada em dados e informações...

Como é concebida essa área de conhecimento? Que tipos de aprendizagem resultam do estudo desta matéria? Que contribuições a disciplina pode trazer em relação a outras disciplinas? 51


Classes estruturais do aprendizado CONHECIMENTO Nível mais superficial do aprendizado. Bloom caracteriza conhecimento como “algo que é pouco mais do que a lembrança de ideias ou fenômenos, tal como foram aprendidos”. O conhecimento organizado e inter-relacionado é melhor aprendido do que o conhecimento específico e isolado.

Verbos: Apontar Arrolar Definir Enunciar Inscrever Marcar

Recordar Registrar Relatar Repetir Sublinhar Nomear

Fonte: Bloom et al, in Taxionomia de Objetivos Educacionais Nonaka e Takeuchi, in Gestão do Conhecimento. Ferraz & Belhot , in Taxonomia de Bloom: Revisão teorica e apresentação das adequações para definição de objetivos instrucionais

Envolve basicamente a Memória. Capacidade do indivíduo de registrar e armazenar algum tipo de informação.

COMPREENSÃO Na taxionomia de Bloom, “compreensão” refere-se àqueles objetivos, comportamentos ou respostas que representam um entendimeno da mensagem literal contida e uma comunicação. Para alcançar esta compreesão, o estudante pode modificar mentalmente a comunicação, expressando-a em uma forma análoga que lhe é mais significativa. Em sua resposta, o aluno também poder ir além do que lhe é oferecido na própria comunicação.

Verbos: Descrever Discutir Esclarecer Examinar Explicar Expressar

Identificar Localizar Narrar Reafirmar Traduzir Transcrever

Envolve a “translação”, quando o aluno organiza o conhecimento em si e consegue comunicá-lo ao seu modo. A “interpretação”, quando o aluno consegue fazer inferências, generalizações, ou conclusões elaboradas. E ainda a “extrapolação”, que inclui julgamentos baseadas na compreensão de tendências, direções ou condições descritas na comunicação.

APLICAÇÃO Para Bloom, os objetivos traçados com a intenção de avaliar o grau de capacidade de “aplicar” deteminado conhecimento está relacionado ao “fato de que a maioria do que aprendemos deve ser aplicado em situações problemáticas da vida real”. Para o autor, quanto mais os alunos transportam para o seu cotidiano “aplicações” ainda não enfrentadas no processo de aprendizagem mais efetivo é o programa do curso. Isso significa dizer que apenas conhecer não significa capacidade para aplicá-lo na prática. 52

Essa classe está diretamente relacionada às questões propostas em “soluçãoproblema”.

Verbos: Aplicar Demonstrar Dramatizar Empregar Ilustrar Interpretar

Inventariar Manipular Praticar Traçar Usar


ANÁLISE A análise focaliza o desdobramento do material (de estudo) em suas partes constitutivas, a percepção de suas inter-relações e os modos de organização. Espera-se que o aluno desdobre o material em suas partes constitutivas, (classificação); que ele explicite as relações ente os elementos (conexões e interações) e ainda que ele consiga reorganizá-lo (recognição). - Análise dos elementos - Anállise das relações entre os elementos - Análise de princípios de organização

Verbos: Analisar Calcular Classificar Comparar Contrastar Criticar

Debater Diferenciar Distinguir Examinar Provar Investigar Experimentar

SÍNTESE A Síntese é a categoria do domínio cognitivo em que se proporcionam ao aluno maiores oportunidade de desenvolver um comportamento criador. O aluno deve reunir elementos de diversas fontes e reorganizá-los em uma estrutura ou configuração não claramente percebida antes. Seus esforços devem estar dirigidos para a elaboração ou construção de um novo resultado. (Bloom, pag 137)

- Comunicação singular - Produção de um plano ou de um conjunto determinado de operações - Derivação de um conjunto de relações abstratas.

Verbos: Armar Articular Compor Constituir Coordenar Criar Dirigir

Reunir Formular Organizar Planejar Prestar Propor Esquematizar

AVALIAÇÃO Define-se avaliação como o processo de julgamento acerca do valor de ideias, trabalhos, soluções, métodos, materiais, etc. realizados com um determinado propósito. Implica no uso de critérios e de padrões que permitem apreciar o grau de precisão, efetividade, economia ou suficieência de pormenores. A Avaliação é considerada um estágio final do complexo processo que envolve certa combinação de todos os outros comportamentos classificados nas catergorias “conhecimento”, “compreensão”, “aplicação”, “análise” e “síntese”. (Bloom, pag 157)

-Julgamento em termos de evidência interna (lógica/ Consistência, etc) - Julgamento em termos de critérios externos (comparando com o estado da arte de determinado tema)

Verbos: Ajuizar Apreciar Avaliar Eliminar Escolher Estimar

Julgar Ordenar Preferir Selecionar Taxar Validar Valorizar 53


Construção de aulas e conteúdos didáticos em EaD A Educação a Distância não pode prescindir de dois aspectos fundamentais: a estrutura básica de conteúdos que deve ser lógica e harmônica e o processo de aprendizado. Por essa razão as pessoas buscam e se matriculam em cursos a distância, em vez pesquisar no Google, simplesmente. A organização lógica dos conteúdos é o ponto central do DI. Nesse sentido, os designers tomam redobrada atenção, buscando explorar cada unidade de conteúdo, de forma a abranger uma unidade completa de informação, com base nos objetivos de aprendizagem traçados. Antes, porém é preciso compreender os aspectos que fazem parte do processo de aprendizagem dos indivíduos e que são considerados nos estudos feitos por PIAGET, VYGOTSKY, WALLON e AUSUBEL e DILBOT. (SALLA, 2012) . Esses aspectos são a percepção, a atenção, a memória, as emoções, a motivação e a linguagem.

ATENÇÃO

Como fazer isso? Buscar pontos de ancoragem. Aqui neste aspecto, é importante fazer uma abordagem que insira o assunto num contexto amplo, buscando referências nos conhecimentos dos alunos. Pode ser feito por meio de uma pergunta inicial que leve o aluno a refletir sobre o que sabe e expressar sua visão de mundo. A partir daí, desenvolver paralelos entre os dois universos: o do participante e do conteúdo a ser aprendido.

54

Ela é fundamental para a percepção e para a aprendizagem. De acordo com Piaget, a atenção está diretamente relacionada ao significado que a informação tem para o aluno. Por isso, é importante que os novos conteúdos propostos estejam relacionados aos conhecimentos já adquiridos. Para Vygotsky, no decorrer do processo de desenvolvimento, a atenção passa de automática para dirigida, sendo orientada de forma a intencional e estreitamente relacionada com o pensamento. Já Ausubel conclui que a mente é seletiva, o que faz com que selecionamos também as informações de acordo com o conhecimento prévio adquirido.

PERCEPÇÃO Uma vez que se tem a atenção das pessoas para o assunto, é necessário estimular a percepção com materiais que sejam interessantes aos sentidos: visão, audição, olfato, tato, paladar. Não esqueça que Atenção e Percepção possuem uma ligação íntima. O ambiente adequado promove a melhor percepção do conteúdo a ser exposto. Piaget diz que não basta ter um meio provocativo se a pessoa não participar dele ou se ela for incapaz de se sensibilizar com os estímulos oferecidos e reagir a eles. Então, além de atrativos, os recursos devem promover a interação entre objeto de estudo e aluno.

Como fazer isso? A percepção se dá pelos sentidos: visão, audição, olfato, tato, paladar. Elaborar recursos didáticos que estimulem positivamente os sentidos fará com que o aluno fixe melhor os conteúdos. Em um material escrito, o layout deve ser atraente; os slides devem ser enxutos, leves e objetivos. É preciso provocar a participação ativa do aluno. Ele deve ser ativo nas suas aprendizagens. Cabe ao professor orientar e oferecer condições para ele exerça suas potencialidades.


Como fazer isso? Estabelecer links entre os conteúdos. Aprender não é memorizar informações, mas saber relacioná-las, ressignificá-las e refletir sobre elas. É tarefa do professor, então, apresentar bons pontos de ancoragem, para que os conteúdos sejam aprendidos e fiquem na memória do aluno. Permitindo que o novo conhecimento tenha significado no seu universo pessoal e profissional.

MEMÓRIA Ela é mais efetiva na associação com um conhecimento já adquirido. Para Ausubel, aprendemos com a base no que já sabemos. É preciso diferenciar memória de aprendizagem significativa. A primeira é a capacidade de lembrar algo. Já a segunda envolve usar o saber prévio em novas situações – um processo pessoal e intencional de construção de significados com base na relação com o meio (social e físico).

MOTIVAÇÃO

Como fazer isso? Utilizar uma linguagem clara e aproximativa, como se fosse uma conversa. Evitar textos muito técnicos e herméticos. Promover o envolvimento emocional no ambiente de aprendizagem e nas relações sociais que se estabelecem entre os participantes.

Ela é necessária para aprender. Para Piaget, “é a procura por respostas quando a pessoa está diante de uma situação que ainda não consegue resolver. A aprendizagem ocorre na relação entre o que ela sabe e o que o meio físico e social oferece.” Para Ausubel, “trata-se da sensação boa que a pessoa tem quando se percebe capaz de explicar certo fenômeno ou de vencer um desafio usando apenas o que já sabe. Com isso, acaba motivada para continuar aprendendo sobre o tema”.

EMOÇÃO

Como fazer isso? Não oferecer todas as respostas prontas. Propor atividades e exercícios em que o aluno tenha que buscar as respostas. Elaborar estratégias de trabalhos em grupo para encontrar as soluções. Deixar de lado a ideia de “despejar” todo o conteúdo ao aluno, sem que ele tenha tempo e oportunidade de refletir.

Ela interfere no processo de retenção da informação. Por isso, segundo Vygotsky, para compreender o funcionamento cognitivo é preciso entender o aspecto emocional. O afeto interfere na cognição e vice-versa. A própria motivação para aprender está associada a uma base afetiva. É o que no marketing se chama “encantar o cliente” para que as janelas do coração se abram ao novo conhecimento.

LINGUAGEM A linguagem é elemento essencial na condução do processo ensino-aprendizagem. Existem vários tipos de linguagem: uma delas é a fala, mas pense que uma bela fotografia contém um conteúdo não falado nem escrito, mas muito significativo. Uma música, uma roupa, uma igreja, uma escultura. Todos esses elementos possuem linguagens próprias. Lembra-se do cinema mudo? Então a linguagem do cinema não exigia a palavra falada.

Como fazer isso? Às vezes, uma imagem promove uma compreensão maior que um texto escrito. Sempre que possível, utilize imagens e sons para transmitir a informação, desde que esse recurso não cause perda da compreensão do conteúdo. Nossa compreensão de mundo se dá pela visão e audição! 55


Ciclos de aprendizagem De acordo com Marcelino (MARCELINO, 2011), “para que a aprendizagem ocorra, é necessário que o indivíduo tenha passado por todas as fases do ciclo da aprendizagem, descritas por Belhot (1997), as quais devem ser por ele vivenciadas”. A saber:

4

Novas situações: nessa etapa o indivíduo aplica os conceitos consolidados a situações reais, desenvolvendo segurança na tomada de decisão, experiência, adquirindo condições de verificar se há aplicação dos conceitos adquiridos na etapa 1. Chegando até aqui, o indivíduo passa a ser capaz de ancorar novos conhecimentos sobre essa estrutura cognitiva adquirida, isto é, está apto a reiniciar o ciclo aqui descrito.

Experiência concreta

Adaptativo

Divergente

Aplicação de conceitos a novas situações

Resolver e testar: nessa etapa os conceitos apresentados anteriormente são consolidados através de exercícios práticos e aplicações de problemas relacionados. Nessa fase são estimulados o desenvolvimento das habilidades e a criatividade do indivíduo.

Observação e reflexão Convergente

Assimilativo

3

Conceituar: nessa etapa são abordados todos os conceitos relacionados ao assunto. Essa é a fase em que se valorizam a lógica, as deduções e as ideias. O indivíduo entra em contato com conceitos novos, mas sempre relacionados com outros conceitos anteriormente adquiridos.

2

Elaboração de conceitos abstratos e generalizados 56

1

Contextualizar e justificar: nessa etapa são apresentados ao indivíduo o contexto e os desafios que surgem no cotidiano. Apresentar os conceitos a serem estudados, o porquê de estudá-los, contextualizando-os no meio em que o indivíduo vive. São apresentados problemas a eles associados e a relevância de se encontrar as soluções para a resolução desses problemas. O indivíduo é desafiado ou estimulado a entender a importância dos conceitos que serão aprofundados na etapa seguinte.


Mapas conceituais e a EaD Mapa Conceitual é uma ferramenta interessante para organizar e representar o conhecimento de um determinado curso. A teoria dos Mapas Conceituais foi desenvolvida por Joseph Novak na década de 1970, tendo como referencial a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel. Os mapas conceituais são estruturados a partir de conceitos fundamentais e suas relações estabelecidas pelas frases de ligação, que têm funções estruturantes e exercem papel importante na representação de uma relação entre dois conceitos. Chama-se de proposição dois conceitos, conectados por uma frase de ligação. As proposições representam as unidades fundamentais do conhecimento, as unidades semânticas que compõem a Estrutura Cognitiva. Mapas Conceituais são estruturados a partir de uma Questão Focal e a ela se relacionam. A Questão Focal representa o contexto do problema que se pretende compreender ou representar. Uma característica dos Mapas Conceituais é a sua estrutura hierárquica, partindo dos conceitos mais gerais posicionados no topo da estrutura, Mapas Conceituais são ferramentas para os conceitos menos gerais em sua gráficas utilizadas para organizar e base.

[

CONCEITO A

[

CONCEITO B

Frase de ligação

] ]

representar o conhecimento.

http://slideplayer.com.br/slide/366167/

Softwares livres (gratuitos) de mapas conceituais: http://cmap.ihmc.us/cmaptools/ http://compendiumld.open.ac.uk/


Princípios para criação de texto Moore e Kearsley (Moore & Kearsley, 2007) sugeriram e nós reproduzimos aqui, uma série de princípios a serem observados para a criação de textos didáticos. Diferentemente, do texto científico, o texto didático possui características próprias.

Princípios para redigir sentenças Use a voz ativa Use pronomes pessoais Use verbos que denotem ação Escreva sentenças curtas Não insira informações excessivas em uma sentença Relacione condições separadamente Mantenha os itens equivalentes em paralelo Evite palavras desnecessárias e difíceis Não utilize sequência de substantivos Evite negativos múltiplos

Princípios para a organização de textos Coloque as sentenças e os parágrafos em ordem lógica Ofereça uma visão de conjunto das principais ideias do texto Use cabeçalhos informativos Forneça um sumário

Princípios tipográficos Use técnicas para ressaltar palavras/sentenças, mas sem exagerar Use o tamanho da fonte entre 10 e 12 para o texto Evite linhas de texto que sejam muito longas ou muito curtas Use espaço em branco nas margens ou entre seções Use margens sem alinhamento à direita Evite o uso somente de maiúsculas

Princípios gráficos Use ilustrações, tabelas e gráficos para suplementar o texto Use linhas para separar seções ou colunas


Organização de um núcleo de educação a distância

Núcleo de Educação a Distância

COORDENAÇÃO - DTT Desenvolvimento de políticas de estímulo à EAD.

NÚCLEO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA Logística, financeiro, operacional, suporte. etc.

NÚCLEO DE GESTÃO ESCOLAR Controle de documentos, matrículas, emissão de certificados, etc.

SUPORTE Elaboração de parcerias, acordos, convênvios, políticas, diretrizes, orientações gerais sobre projetos de capacitação

NEAD

REDE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS PEDAGÓGICOS Pedagogos

Designers Instrucionais Redatores

NÚCLEO MULTIMÍDIA Roteiristas, produtores de vídeo-aula, designers gráficos, webdesigners, cinegrafistas, editores, programadores, fotógrafos

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS Gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem Gestão de TI

REDE DE TUTORIA Especialistas que podem atuar como tutores de cursos presenciais , híbridos ou a distância.

Em meados dos anos 90, a Embrapa iniciou a organização dos seus ativos intelectuais, por meio da criação da área de Serviço de Produção da Informação (SPI), que evoluiu para a Embrapa Informação Tecnológica (SCT). Nesse período a Empresa investiu na construção da estrutura de um parque gráfico, estúdios de TV e Rádio próprios, os quais amparam as ações de comunicação científica, técnica e institucional da Embrapa. A iniciativa reflete a visão de futuro dos gestores da época, priorizando a disseminação de conhecimento científico por meio de uma série de publicações e programas de rádio e TV. Não será necessário enumerar os produtos e serviços ofertados pelo SCT à Embrapa e à Sociedade. No advento das novas TICs a serviço do mundo contemporâneo, a Embrapa deverá refletir sobre como conduzir o processo de gestão de capacitações a distância, tendo como foco a possibilidade de maximizar o acesso da sociedade aos conhecimentos produzidos pela Embrapa. Essa é uma reflexão que deve ser conduzida pelo Departamento de Transferência de Tecnologia com a participação ativa da Diretoria e também das UDs. Seguindo a tendência das principais organizações de pesquisa científicas do mundo, a Embrapa poderá criar e estruturar um núcleo de gestão em EaD, com vistas a dar continuidade as iniciativas que ora são esporádicas e descentralizadas. Independente da implantação ou não de um setor específico o qual se dedique a estruturar projetos de capacitação a distância na Embrapa, é essencial que o processo de criação de cursos a distância seja conhecido, aperfeiçoado e incorporado pelas equipes que integram esses projetos.


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