HealthARQ 16ª Edição

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Artigo

ARQ Coluna

Marcio Nascimento de Oliveira Prof. Arq. Msc. e Presidente da ABDEH

Os desafios do planejamento e da execução de obras em hospitais

O

setor da saúde vem incorporando, a cada dia, novas tecnologias na prestação de serviços de assistência médica. A modernização tecnológica, por si só, tem elevado a complexidade do funcionamento dos serviços e, na maioria dos casos, a capacidade de aprimoramento técnico não tem conseguido acompanhar este desenvolvimento. Frequentemente, os hospitais defrontam-se com situações indesejáveis, tais como a utilização de equipamentos médicos obsoletos e de alto custo de manutenção e de infraestrutura de suporte, além de elevado índice de reparos, que por muitas vezes oneram e até inviabilizam a provisão de alguns serviços. 20

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É notório que a maioria dos hospitais possui uma reserva financeira bastante limitada para gastos com investimentos em recursos físicos e infraestrutura, levando a uma situação na qual a incorporação de tecnologias se torna uma decisão vital, especialmente com relação à aquisição de equipamentos de alto custo e alta tecnologia, que por vezes são incorporados aos serviços, mas por falta de suporte da infraestrutura e solução de manutenção, podem se tornar insustentáveis do ponto de vista econômico. A base do planejamento e definição do perfil assistencial depende de uma série de fatores epidemiológicos e de organização da rede de serviços, entre outros. Pressupõe-se que

o planejador já terá definido este perfil antes de pensar em executar uma obra, seja ela de construção ou ampliação de uma unidade existente. De posse destas informações, o gestor precisa determinar o porte da unidade, baseando-se em um programa funcional e de necessidades, geralmente elaborado por um profissional de arquitetura ou engenharia, tendo como base a normatização existente. O processo decisório envolvido em investimentos de infraestrutura começa com a definição de quais serviços serão necessários, o que significa delimitar com clareza o perfil assistencial do estabelecimento, e a elaboração de um plano diretor. Os profissionais envolvi-

dos com a infraestrutura de saúde devem, portanto, possuir conhecimentos que os permitam identificar, quantificar, planejar e monitorar a execução dos projetos, levando em consideração os principais aspectos relacionados à execução de obras em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS). Obviamente, a decisão de se readequar um EAS é sempre baseada na disponibilidade financeira, além das obvias questões de planejamento envolvidas na eventual decisão de se partir para um novo edifício em detrimento de uma estrutura pré-existente. Qualquer que seja o motivo, a estratégia de se readequar prédios hospitalares traz à tona problemas inerentes à dificuldade de


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