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O PREFEITO RESPONDE!
A edição de fevereiro da Revista Singular celebra o aniversário de 412 anos de Itu – dia 2 – e com o objetivo de apresentar temas importantes que impactam o dia a dia da população ituana, entrevistamos o prefeito Guilherme Gazzola na sede da Prefeitura de Itu, que resultou em respostas francas e diretas do chefe do Executivo da Terras dos Exageros.
- A pandemia parece não ter fim... Aumento de casos de Covid, média de 150 por dia e o surto de gripe. Como profissional da saúde como avalia esse momento da crise sanitária? Acredita que a pandemia vai acabar?
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É um momento (Entrevista concedida em 13 de janeiro) muito difícil. Nós já estamos entrando no terceiro ano de pandemia e eu não me recordo e não tenho conhecimento de um tempo tão longo, de um sofrimento, de um isolamento, de dificuldades e mais, do imponderável. O vírus traz surpresa a cada momento, quando a gente acha que a pandemia está acabando, ela ressurge de uma outra maneira, às vezes mais agressiva, como no ano passado e às vezes tênue como desse ano. Quando eu falo mais tênue às vezes é porque ela tem uma alta transmissibilidade e tem menos óbitos, ou seja, tem menos mortalidade, mas uma transmissão absurda e uma velocidade muito significativa.
- Outro tema muito polêmico é o carnaval, que a Prefeitura oficializou recentemente o cancelamento. Porque a decisão aconteceu somente agora? O que sustentava a decisão de manter a realização até o início de janeiro?
Nós deixamos para tomar a decisão no momento certo, em que a ci- ência encontra dados estatísticos e epidemiológicos que justificam ou não fazer determinado evento, sem paixão política.
O grande erro de toda condução dessa economia foi misturar uma pandemia, uma questão biológica e epidemiológica com uma questão política. Isso teve um prejuízo para a sociedade muito grande, o negacionismo, que custou inclusive a nova cepa.
Quando nós achamos e percebemos que seria inviável para o Carnaval, seja público ou privado, foi o que foi feito.
Prever o futuro é muito difícil. É que eu imagino e torço e trabalho para que a nova vacinação reforce mais a resposta imunológica do nosso cidadão e cada vez mais esse vírus seja atenuado. É essa a expectativa para que a gente possa ter uma vida normal.
- E aproveitando o gancho, os eventos do aniversário de 412 também foram cancelados. Como será a celebração da data?
Nós temos uma série de inaugurações a serem feitas. O lançamento de um projeto de desenvolvimento que é o maior investimento da está com 40% de represa, porque continua o racionamento?” história de Itu, por exemplo, porém será feito de uma forma diferente - não fechada - com uma série de restrições. Não teremos os shows que sempre fazíamos, além do corte de bolo que causava aglomeração. Então, faremos esses anúncios e uma série de inaugurações dentro de um ambiente controlado. Será um aniversário recheado de boas notícias
Porque nós não acreditávamos como realmente aconteceu, que o mês de dezembro seria capaz de recompor as nossas bacias e não foi, mas mesmo assim nós conseguimos hoje ter condições na região do Pirapitingui um abastecimento liberado e aqui na região central, uma liberação para testes de vazão.
E as intercorrências da vida que acontecem. A mesma água que abastece também corrói a barragem do Braiaiá, que desmorona depois de 100 anos e a capacidade fantástica da CIS (Companhia Ituana de Saneamento) de reconstruir, ainda que de forma provisória, em três dias para voltar a captação. Situações como esta orgulham a cidade.

Ainda sobre o Braiaiá com mais de 100 anos, eu acho muito engraçado que meus adversários que já passaram pelo governo não tenham feito uma fiscalização. Se eles cobram de mim, porque não fizeram antes? Até porque os 6 anos, todos eles se encaixam e eles não fizeram nenhuma obra nesse sentido.
- De um lado a pandemia e de outro o problema de abastecimento de água. Qual a situação atual do município, inclusive com o rompimento da barragem do Braiaiá. Quando efetivamente teremos o abastecimento regularizado em toda a cidade?
Caminhamos bem e acho que segue o que nós dissemos no passado através da transparência sobre o que tem sido feito.
Em nenhum momento enganamos a sociedade até porque basta abrir a televisão, uma tela de computador e sabíamos que passávamos no Brasil e talvez no mundo, a maior crise hídrica dos últimos 100 anos.
Muito diferente de 2014, que era uma crise regional e nós acreditamos nela (na crise hídrica nacional em 2021). Considero que esse foi o nosso grande diferencial. Em alguns momentos perguntavam: “mas se
E não é tão simples a questão geológica. Vemos em Ouro Preto que registrou o desmoronamento de encostas em áreas de preservação histórica. Não é fácil prever como aconteceu em Capitólio, que foi essa tragédia toda. A geologia não é uma coisa que você faz uma análise superficial. Voltando ao Braiaiá, foi feita a manutenção, agora você prever desastres naturais, eu me candidataria a Guru ao invés de prefeito.
- E agora em fevereiro, os ituanos terão um ‘presente’ com 21,78% de aumento na conta de água. Não tinha como segurar esse aumento até mesmo em função do racionamento desde o ano passado?

Umas das coisas que desde que eu entrei em 2017 e acho que foi um dos grandes erros de governos federais e nem vou falar municipal foi fazer política com a questão tarifária.
Você tem que trabalhar dentro de índices sérios e esses índices tanto de reajustes de IPTU, reajustes de taxas, como nos reajustes de água são geridos por órgãos específicos.
E este foi da Ares PCJ que é a nossa agência reguladora recomendou para que Itu pudesse ter capacidade de tratamento e capacida- de de investimento.
E se for avaliar, nós temos insumos caríssimos, como por exemplo eletricidade que subiu 45%, combustível 50%, 60%. A realidade brasileira é triste, mas ela é de uma escalada inflacionária significativa.
- Emprego é sempre um tema importante, ainda mais com a pandemia. Na última entrevista, pós-reeleição, comentou que o foco seria desenvolvimento econômico. Com geração de empregos positiva há meses, principalmente no comércio, como atrair novas indústrias para a cidade? Teremos novidades em breve?
Temos um 2022 muito otimista em relação ao emprego. Em todos os setores fechamos 2021 com o Caged, que é o índice que mede a empregabilidade, positivo em quase 5 mil empregos, quase recompondo a crise de 2014 e 2013, aquela crise econômica que se abateu no Brasil.
E muita notícia boa para a cidade de Itu está por vir, com muito desenvolvimento, investimento em infraestrutura e educação.
No ano de 2022, nós vamos investir quase R$ 100 milhões na área da educação, e não de custeio. E ao terminar esses 8 anos de mandato deste 2017, os investimentos feitos nesses 8 anos serão superiores aos 400 anos anteriores.
- Todos os temas que estamos conversando repercutem nas redes sociais e que você tem sido muito ativo. Não acredita que esta postura gera insatisfação e politicamente provoca munição aos adversários?
Eu tenho impressão que quando você se expõe você está sujeito a uma avaliação seja positiva ou negativa e a temperatura do momento vai dizer se aquilo foi excessivo ou não, mas essa avaliação sempre vem depois.
O que eu não me furto e nunca me furtarei é de opinar sobre determinadas coisas. Por vezes sim, você faz uma avaliação posterior que poderia ter sido mais ameno ou, pelo contrário, deveria ter sido mais firme naquele momento. Participar do processo democrático e ir para o debate significa risco. E eu prefiro correr riscos a me omitir.
- O que espera do seu governo pelos próximos três anos? Após encerrar sua passagem na Prefeitura, pretende seguir na carreira política?
O futuro é muito difícil e prefiro deixar o futuro para falar quando ele for chegando muito próximo.
Todo homem público acaba continuando na vida pública e acho que assim vai ser a minha história, onde, como e porque, o futuro vai nos apresentar.
Espero, acredito e já vejo uma cidade diferente, preparada para receber o desenvolvimento, mudando sua cara para receber as pessoas num ambiente social melhor, uma convivência muito significativa e um investimento muito importante na questão do meio ambiente, saneamento entre outros setores. Vamos deixar um grande legado para o futuro.
Eu agradeço a oportunidade e é uma forma importante de se comunicar com a sociedade. E os temas polêmicos são aqueles que a gente mais gosta, que é como a gente conversa diretamente aqueles que querem saber de uma cidade melhor.