KRAFTWERK
um monte de bobagens, algo que, na realidade, tanto os britânicos como os alemães fazem muito bem. Logo percebi quanto esse sujeito de Liverpool sabe sobre arte pop e música. Também notei como foi habilidoso para, no fim das contas, arrancar de mim algumas citações sobre o Kraftwerk, embora eu sempre tivesse o que gosto de chamar de “saída de emergência”. Toda vez que a situação ficava cansativa para mim, eu simplesmente escrevia “Acabo de fechar meu departamento de citações”. Agora, na primavera de 2012, acabo de ler o rascunho do manuscrito. Para mim, este é o primeiro livro sério escrito por alguém de fora sobre a banda da qual fui integrante por quinze anos, como músico e depois como coautor. David Buckley pinta um quadro vívido do cenário social e cultural do Kraftwerk, situando a banda e sua música em um contexto detalhado, com a ajuda de numerosas entrevistas, tanto com pessoas que fizeram parte da banda e de sua história como também com observadores atentos. Com isso, ele proporciona um profundo entendimento de como essa estranha banda de Düsseldorf conseguiu produzir uma música pop que foi – e continua sendo – compreendida e apreciada no mundo inteiro. Essa é a sensação que tenho também em meus concertos. Os fãs dos anos 1970 – quando o som do sintetizador era ainda considerado algo fora do comum – estão lado a lado com uma geração mais jovem, para a qual a música eletrônica é tão familiar quanto as redes sociais. O que une essas pessoas é o misterioso poder que a música tem de nos atingir, de ir fundo em nosso coração. Isso significa muito para mim. E é o que me leva a fazer o que faço. Karl Bartos, Hamburgo, 31 de maio de 2012
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