Cultivar 185

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Tabela - Resultados médios de porcentagem de grãos ardidos em 10 híbridos de milho, em função da inoculação com os fungos, S. maydis e S. macrospora e do tratamento testemunha (T – sem inoculação) em função das safras agrícolas (2006/07 e 2007/08), em sistema de cultivo convencional HÍBRIDOS

Grãos infectados pelo fungo apresentam coloração marrom

desenvolvimento da doença tem potencial para atingir parte ou a totalidade da espiga, podendo iniciar-se pela base ou pela ponta da espiga. (Pinto et al, 2006). A podridão branca da espiga afeta a produção em diversos aspectos, como, por exemplo, a queda na produtividade e nas características dos grãos colhidos, além da produção de micotoxinas que podem influenciar o valor econômico do grão e redução na qualidade nutricional da ração (Molin & Valentini, 1999). Uma maior intensidade de podridões de espiga geralmente acarreta em crescimento da incidência de grãos ardidos, indesejáveis à comercialização, pela exigência das agroindústrias em adquirir matéria-prima de qualidade. Na hora da entrega do produto final o valor pago pode ser reduzido devido à presença de grãos ardidos (Reis et al, 2004). A podridão branca pode ser controlada de diversas maneiras. Os métodos mais usuais e eficientes são a utilização do controle genético, químico e cultural. Na literatura é possível encontrar alguns trabalhos sobre estes métodos de controle.

Controle genético

Atualmente há uma grande quantidade de híbridos disponíveis no mercado, muitos apresentados como portadores de resistência genética a

AG 6018 AG 8021 DKB 199 2 A 525 NB 7215 DKB 350 DKB 390 P 30F53 2 B 710 NB 7210

S. maydis 1,60 aB 3,17 aB 2,84 aA 5,10 bB 7,74 bB 4,60 bB 15,08 cB 2,33 aB 4,81 bB 7,08 bB

Safra 2006/2007 S. macrospora 1,81 aB 1,72 aB 3,98 aA 3,08 aB 2,97 aB 3,88 aB 3,47 aB 2,63 aB 3,37 aB 2,69 aB

Grão ardido (%) 27,66 a 35,33 a 15,00 a 53,33 b 50,00 b 22,33 a 33,94

Produtividade (kg ha-1) 10,556 b 11,433 a 10,000 b 9,477 b 10,992 a 12,162 a 8,34

Adaptado de Gralak et al, 2010. Comportamento de Híbridos de Milho Comerciais Inoculados a Campo com o Fungo Stenocarpella maydis

S. maydis 11,43 cA 8,46 bA 5,87 aA 0,84 cA 26,33 eA 19,65 dA 19,07 dA 5,78 aA 24,89 eA 25,12 eA

Safra 2007/2008 S. macrospora 8,29 cA 4,85 bA 1,78 aA 6,08 cA 22,56 eA 17,11 dA 31,07 gA 7,23 cA 26,75 eA 39,37hA

Testemunha 2,15 aA 4,71 bA 3,03 aA 3,10 aA 5,67 bA 6,62 bA 6,77 bA 9,14 cA 4,83 bA 13,53 dA

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna e maiúscula na linha pertencem ao mesmo agrupamento pelo teste de Scott Knott, em nível de significância de 5%. Adaptado de Mendes et al, 2010. Comportamento de híbridos de milho inoculados com os fungos causadores do complexo grãos ardidos

diversas doenças. Em 2010 Gralak et al avaliou o comportamento de seis híbridos comerciais, divididos em dois grupos: tolerantes (2B604, P30R50 e Fórmula) e suscetíveis (2B710, DKB390 e P30K64) quanto a S. maydis. Os autores verificaram diferença na suscetibilidade dos híbridos ao fungo causador da podridão branca de espigas, sendo que os híbridos 2B604, P30R50, Fórmula e P30K64 (Tabela 1) apresentaram as menores porcentagens de grãos ardidos. Os autores inferiram que a escolha correta do híbrido é capaz de reduzir as perdas agronômicas de produtividade de grãos. Mendes(2010), testando resistência de dez híbridos em relação à resistência ao fungo S. maydis, verificou que o híbrido NB7210 obteve também a maior porcentagem de grãos ardidos, seguido dos híbridos DKB390 e 2B710, sendo os valores superiores a 22% (Tabela 2). Segundo o autor, o fato de ter havido híbridos com elevadas porcentagens de grãos ardidos, quando inoculado com S. maydis, permite inferir que existe dife-

Tabela - Produção e porcentagem grãos ardidos de seis híbridos comerciais submetidos à inoculação com o fungo Stenocarpella maydis Híbrido 2B604 P30R50 FÓRMULA 2B710 DKB390 P30K64 CV%

Testemunha 3,37 aA 2,92 aA 2,81 aA 3,33 aA 3,94 aA 2,83 aB 2,09 aB 2,11 aB 2,92 aA 3,49 aB

Sintomas de podridão branca em espiga de milho

rença entre os híbridos e que possuem comportamento diferente para cada um dos fungos causadores da podridão branca. Para o fungo S. macrospora o híbrido 2B710 obteve a maior incidência de grãos ardidos, com valor de 27%, pertencendo, assim, ao grupo de híbridos considerados suscetíveis. O híbrido que obteve o menor percentual foi o 2A525, com 4,39%, pertencendo assim ao grupo considerado como resistente aos fungos causadores de podridão. É importante salientar que em todos os programas de manejo integrado o controle genético deve ser o primeiro a ser adotado. A diferença de materiais comerciais disponíveis no mercado, com diferentes graus de resistência à podridão branca, caracteriza uma vantagem ao produtor no manejo desta enfermidade.

Controle químico

A utilização do controle químico muitas vezes se faz necessária, diante das perdas em decorrência desta enfermidade. Carvalho et al, 2004, testando a influência de diferentes doses de thiabendazole na incidência de S. maydis, verificou que o tratamento com fungicida reduziu significativamente a incidência de S. maydis, de aproximadamente 70% nas sementes não tratadas para menos de 10% nas sementes tratadas (Figura 1A). No mesmo trabalho, no resultado de germinação, verificou-se aumento na porcentagem de sementes germinadas com o aumento das doses utilizadas nos testes (Figuras 1B e 1C). O índice de velocidade de germinação das plântulas foi influenciado pela dose do fungicida utilizado (Figura 1D). Sementes tratadas com thiabendazole, na dose

www.revistacultivar.com.br • Outubro 2014

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