Como escrever diálogos: A arte de desenvolver o diálogo no romance e no conto

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e ao teatro. Em sentido estrito, o diálogo é a defrontação (podendo haver ou não convergências) entre duas visões de mundo (ou dois interlocutores) que participam de uma situação ou de uma cena. Ambos os interlocutores devem ser necessários e se complementarem para constituir a estrutura do diálogo, fazendo com que a trama progrida. As principais características e vantagens do diálogo são as seguintes:

Constituição O diálogo é uma estrutura aberta, inconclusa, constituída por: a. Discursos: são as palavras diretas dos personagens, que podem ser dois (um falante e um interlocutor) ou mais. b. Incisos: são esclarecimentos feitos pelo narrador. Vêm depois de um travessão e servem para situar os personagens na cena, para indicar reações provenientes de seu pensamento, de seus sentimentos ou de sua consciência, ou para registrar um gesto ou ação do personagem enquanto está falando. Exemplo: — Recuso-me a vê-lo — disse ele, batendo a porta. discurso inciso

Condições necessárias Há uma série de condições para produzir diálogos eficazes. São as seguintes: Intencionalidade

Intencionalidade é a motivação que impulsiona uma frase. Tu­- do o que nossos personagens dizem nasce de uma determinada intencionalidade. Quando falam, dizem algo mais do que estão falando.

o diálogo narrativo

• O narrador desaparece e os personagens falam por conta própria. • São os personagens que informam sobre a situação, o conflito e a ação do relato. • O leitor conhece os personagens diretamente, ao ler suas palavras e perceber suas formas de expressão. • É a forma narrativa que mais se aproxima do leitor.

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