A protegida

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ainda não tinha chegado lá. Mas não havia dúvida, na minha cabeça, como aquilo terminaria se acontecesse uma briga. “Eu sou Liberty Jones”, falei, tentando acalmar a tensão. “Minha mãe e eu chegamos no novo trailer.” Eu tirei o envelope do meu bolso de trás e o estendi para ele. “Ela me disse para lhe entregar isto.” Sadlek pegou o envelope e o enfiou no bolso da camisa, deixando seu olhar me percorrer dos pés à cabeça. “Diana Jones é sua mãe?” “Sim, senhor.” “Como uma mulher daquelas tem uma garota de pele escura como você? Seu pai devia ser mexicano.” “Sim, senhor.” Ele soltou uma risadinha de desdém e balançou a cabeça. Outro sorriso debochado saiu de sua boca. “Diga à sua mãe para ela mesma trazer o cheque do aluguel da próxima vez. Preciso conversar com ela sobre algumas coisas.” “Tudo bem.” Ansiosa para sair da frente dele, puxei o braço firme de Hardy. Depois de um último olhar de advertência para Louis Sadlek, Hardy me acompanhou até a porta. “É melhor você não andar com “lixo branco” como os Cates, garotinha”, Sadlek falou às nossas costas. “Eles só causam problemas. E Hardy é o pior de todos.” Depois de menos de um minuto na presença daquele homem, eu sentia como se estivesse andando com lixo à altura do peito. Virei para Hardy, espantada. “Que imbecil”, eu disse. “Nem me fale.” “Ele tem mulher e filhos?” Hardy balançou a cabeça. “Pelo que sei, é divorciado duas vezes. Parece que algumas mulheres na cidade o acham um bom partido. Não dá para dizer, olhando para ele, mas Sadlek tem um pouco de dinheiro.” “Do estacionamento?” “Disso e de outros negócios.” “Que tipo de negócios?” Ele forçou uma risada. “Você não gostaria de saber.” Caminhamos até a interseção da curva em silêncio. Com a noite chegando, começavam a aparecer sinais de vida no estacionamento... carros 13


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