suínoBrasil 1º Tri 2023

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Rovian Miotto e Janice Reis Ciacci Zanella p. 32

UMA NOVA
À SUINOCULTURA?
PCV4
AMEAÇA
1º TRIMESTRE 2023

35% mais de

dos suínos no Brasil

consomem Dysantic atualmente

A base para um programa eficiente de redução de antimicrobianos na suinocultura

@VETANCOBRASIL | VETANCO COM

Oprimeiro trimestre do ano (especificamente o mês de janeiro) foi desafiante para a suinocultura, mês de queda na demanda interna e externa e com estoques remanescentes do fim do ano anterior que acabam pressionando os preços pagos ao produtor. E ao contrário do esperado por agentes do setor, as vendas de carne suína se aqueceram na última semana de janeiro – geralmente, o encerramento do mês é marcado por baixa liquidez e pelo consequente recuo nos preços.

Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, Baseando-se em informações atuais, ponderando sobre o que aconteceu no passado, e constantemente revisando estas projeções, além do acompanhamento de alguns indicadores e movimentos do mercado, hoje ainda podemos afirmar que as perspectivas para a suinocultura em 2023 são boas, mas é preciso acompanhar fatores que interferem na demanda de nossa carne suína e, principalmente, nos custos de produção, tais como: produção e exportação de carne suína da União Europeia (hoje em baixa), movimentos do mercado chinês (velocidade de recuperação do rebanho que foi reduzido ano passado), câmbio influenciando nossas exportações de carne e grãos, clima brasileiro e realização da primeira e segunda safra de milho, demanda mundial de grãos e situação de

outros grandes exportadores de commodities (Argentina e Ucrânia), crise mundial anunciada como consequência da pandemia e da guerra da Ucrânia e conjuntura econômica brasileira, conclui.

E acompanhando o dinamismo da cadeia suinícola a primeira edição de 2023 da SuínoBrasil conta com temas atuais nas áreas de Patologia, Nutrição, Reprodução, Mercado. E a grande novidade para esse ano é que a suínoBrasil agora está dentro da porteira, trazendo para você leitor, esclarecimentos da rotina da granja. E a nossa primeira entrevista aconteceu na granja Agrosuínos, em que o Médico Veterinário Antônio Kleber esclareceu os principais questionamentos sobre a coleta de sêmen.

E a capa desta edição conta com a colaboração da Pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella e do Pesquisador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense, Rovian Miotto. No artigo “PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?”, os autores abordam as espécies mais recentes descobertas como PCV3 e PCV4, que trazem preocupações crescentes na atividade suinícola, principalmente por se saber pouco a respeito das mesmas e de não haver medidas de controle como vacinas.

Boa leitura!

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Revista Trimestral

2023
3 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023

Iuri Pinheiro Machado e Alvimar Jalles

Impactos da zearalenona na reprodução de suínos

Cesar Augusto Pospissil Garbossa Laboratório de Pesquisa em Suínos da FMVZ/USP

PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?

Caio Abércio da Silva¹; Cleandro Pazinato Dias²; Marco Aurélio Callegari²; Adriana Berti Toscan³

Naiara Simarro Fagundes³

¹Universidade Estadual de Londrina;

²Akei Animal Research;

³Adisseo Brasil

Melhoradores de desempenho, que alternativa adotar?

Fabrício Santos Nutricionista de suínos na Agroceres Multimix

Rovian Miotto¹; Janice

Ricardo Lippke1 , Elisa de Conti2 e Filipe Fernando3

¹Gerente de Marketing Boehringer Ingelheim

²Consultora de novos negócios Boehringer Ingelheim

³Gerente Técnico de Suinocultura

Boehringer Ingelheim

O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023 04
de metionina para suínos em crescimento e terminação sob estresse térmico por calor 12
Fontes
20
26
Proteção de ponta a ponta 32 38
2 suínoBrasil 1º Trimestre 2023

Cândida Azevedo¹ e Henrique Cancian² ¹Zootecnista, MsC em Zootecnia e DsC em Ciência Animal e Pastagens ²Zootecnista

Antônio Kléber Médico Veterinário

Mariana Costa Fausto, Isamara da Silva Lemos e Maria Luísa Ferreira Carvalho Rola

BronchoVest®: a solução natural para controle de problemas respiratórios na suinocultura 50 O desmamado mais amado do Brasil Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões Pontos de atenção para a coleta de sêmen Coccidiose e seu impacto na produção de suínos 42 58 66 72 Patricia Versuti
Alvarenga
Biochem
Arantes
Gerente Técnica
Fernando Richter Retamal Consultor Técnico em Suinocultura
porcinews.com 3 suínoBrasil 1º Trimestre 2023

O MERCADO DA SUINOCULTURA EM 2022 E PERSPECTIVAS PARA 2023

Após um ano de crise histórica, a suinocultura brasileira encerra o ano de 2022 com crescimento da produção de suínos ao redor de 6% em relação a 2021, as exportações em volumes similares à 2021 e com um novo recorde de consumo per capita ano de carne suína, superando a marca dos 19 kgs.

Para o ano de 2023, espera-se um crescimento do abate entre 3 e 5% e um incremento das exportações na ordem de 2%, determinando um melhor ajuste entre oferta e demanda no mercado doméstico.

E para compreender o cenário da crise de 2022 e as perspectivas para 2023 a suínoBrasil entrevistou o Consultor de Mercados da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Iuri Pinheiro Machado e o Consultor de Mercados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), Alvimar Jalles.

Iuri, ao analisarmos a crise que a suinocultura enfrentou em 2022 e compararmos com um cenário de sete anos atrás, haveria uma dificuldade de retirada dos animais das granjas. Gostaria que você comentasse sobre as ações que a ABCS vem fazendo e sobre a demanda por carne suína no mercado nacional.

4 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023
Iuri Pinheiro Machado Alvimar Jalles

Essa crise foi realmente diferente em função do aumento do crescimento da produção em curto espaço de tempo. Em questão de dois anos, praticamente (2019 -2021), tivemos um crescimento na produção de quase 20%. Crescimento expressivo em um curto período de tempo.

Em 2021 tivemos uma desaceleração das importações por parte da China, isso fez com que a oferta no mercado interno aumentasse de forma bastante significativa. Foi estimado a entrada de 300 mil toneladas de carne a mais, em relação ao ano anterior e isso fez com que os preços pagos ao produtor caíssem e, somado ao custo de produção elevado, tornou a atividade deficitária durante esse período.

Por isso que entendemos que se fosse há 7 anos atrás nós teríamos mais dificuldades, porque hoje temos pelo menos os canais de consumo e de comercialização muito melhores em comparação ao que nós tínhamos há, 7 ou 8 anos atrás.

E isso também é um trabalho do setor, o trabalho da ABCS, junto ao varejo, às indústrias para melhorar a forma de apresentação da carne suína, pra desenvolver o marketing da carne em si.

Então, realmente nós fizemos uma mudança de patamar e o trabalho de marketing deve continuar para que esse crescimento continue sendo aceito pelo mercado e o que a gente espera em termos de crescimento é que: o setor vai continuar aumentando a produção, mas não no mesmo ritmo que veio esses dois anos, de 8 a 9% ao ano, vai ser em um patamar próximo de 3 a 4% e aos poucos o mercado, o preço pago ao produtor deve chegar em um patamar que propicie lucratividade e uma maior estabilidade no setor.

Alvimar, eu gostaria que você comentasse agora sobre uma ressalva que você fez durante a PORKEXPO 2022: “Não se ganha mercado no grito, mercado é ciência, fundamentos, dados, fatos, arte que tá no feeling, inteligência e prática”.

O propósito da nossa abordagem é realmente desmistificar a formação de preços no Brasil. Porque ela vem sendo determinada ao longo dos anos de forma muito emocional, baseada exclusivamente em opiniões e na esteira desta falta de informações objetivas da oferta, principalmente oferta, vão se criando os mitos. E esses mitos, eles vão sendo enraizados nas pessoas e a gente começa a repetir como se fosse verdade. E depois, quando você vai conferir, analisando dados históricos, aquilo não corresponde à realidade.

5 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023

Sempre escutamos que um dos problemas da carne suína é que o varejo não reduz o preço. Isso não resiste à um único gráfico, tá certo? E por quê? Porque quando a gente deflaciona os preços, percebemos que os cortes de carne suína, corrigidos pela inflação, estão caindo há muitos anos e às vezes eles tentam recuperar num curto espaço de tempo, mas a trajetória de longo prazo é de queda muito grande.

E por que isso é importante? Porque isso altera suas escolhas. Quando você entende de verdade o que está acontecendo, você observa a formação de preço, age em relação às flutuações de preço e vai cuidar da empresa, não fica preso na armadilha da reclamação sem sentido.

Precisamos entender de verdade o que está acontecendo através dos fatos, através dos dados.

É preciso entender e estudar os fundamentos de mercado. Mercado não é feito de boa vontade, mercado é feito de oferta e procura.

Mercado é litígio, litígio adulto, mercado não é benevolência, tá certo? Então, quando você junta os fundamentos de mercado com os dados objetivos e vai praticando-o durante várias semanas, temos mais de duzentas semanas de análise de preço baseado em dados e fatos. Não sou só eu, isto é um grupo que já funciona assim. Não se forma preços baseados em conceitos errados e/ou mitos.

O dilema da formação de preço ocupa um espaço tão grande na pauta da suinocultura que ninguém fala de planejamento, ninguém fala de balanço, na hora que está bom ninguém debate o futuro, a gente só discute a suinocultura na fase ruim. Porque a gente tá sempre numa luta com o frigorifico: “Em um momento vencemos, depois eles estão nos massacrando”. E nada disso é verdade!

O nosso objetivo, aqui baseado na história de sucesso de Minas Gerais, é tocar as pessoas sobre isso, para literalmente gerar reflexão. Ao analisarmos a pauta da suinocultura, principalmente a independente, ela tem dois debates, produtividade e preço.

Tal fato permite que você entenda de verdade o que está acontecendo e abra mão, descarte esses mitos, essas lendas

Não é que não sejam importantes, mas falta a pauta do planejamento e a pauta do balanço. Essa falta coloca o futuro da atividade em risco.

6 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023

Acreditamos que, ao se cristalizar os conceitos e o jeito que o preço se forma, ele diminua de importância no debate, e precisamos trazer ao debate a questão do planejamento e a questão dos balanços e do caixa. Então essa é a nossa visão.

Iuri, gostaria que comentasse o seguinte questionamento: “A carne suína está barata?”. Neste sentido, qual o indicador deve ser considerado para responder a esse questionamento?

Temos que ter em mente que esse é sempre um conceito relativo. O que está caro, o que está barato.

Ao analisarmos uma carcaça suína hoje em relação ao que foi durante a pandemia em 2020, o preço está muito mais baixo. E manteve esse preço em 2021 e ao longo de 2022. Mas a gente tem que comparar justamente com as outras carnes, acho que esse é um ponto importante, não apenas com outras carnes, mas especialmente com a carne de frango.

Ao avaliar a carcaça suína tipo exportação em comparação com a carcaça resfriada de frango, observamos uma diferença de, aproximadamente, 30%, estando a carne suína mais cara que a de frango.

30% mais cara

Sabe-se que o custo de produção do suíno é mais alto que o do frango, pelo menos 40% se compararmos a conversão alimentar de um animal para o outro (1.65 para o frango e 2.3 para o suíno, por exemplo). Então, hoje a nossa carne em relação a carne de frango está muito barata, em relação a carne bovina nem se fala, já há alguns anos que a carne bovina descolou do preço.

Uma outra maneira para analisar se a carne está cara ou não, é com relação ao mercado de exportação.

7 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023

Hoje nosso mercado de exportação está pagando pela nossa carne (cortes suínos principalmente, cortes de carne in natura) em torno de US$ 2.500/tonelada. Convertendo isso para reais, ainda se mantém próximo do valor da carcaça no doméstico. Do ponto de vista de atratividade, até para a exportação, nós já tivemos situações melhores.

Diante de tudo isso que podemos comparar, hoje podemos afirmar que a carne suína está barata! Para o consumidor final e infelizmente para o produtor também.

O que o setor pode fazer para não enfrentar uma crise como essa intensidade nos próximos anos?

Alvimar: Uma das sugestões é o estímulo a debates com a nossa cadeia em bases lógicas, adultas e maduras.

Nos momentos de boas fases, ninguém fala nada, está tudo certo. Mas em momentos ruins, todo mundo quer discutir a suinocultura. Nós temos que conversar sobre a suinocultura em todas as fases, inclusive na boa fase!

E já me perguntaram isso: “Alvimar, você acha que essa crise seria evitável?”

A minha opinião: “não, de jeito nenhum, ela não seria evitável, ela poderia não ser nesta proporção”.

Isso, porque se durante a boa fase tivéssemos conversado abertamente dos riscos, certamente alguns profissionais teriam tido posições diferentes.

E por que eu chamo atenção pra isso? Porque tem um hábito arraigado ainda (precisamos perdêlo) de que ao fazer análise e se ela não for sempre positiva, esse analista, esse interlocutor está torcendo contra. E não tem nada disso! É justamente ao fugir do debate que a gente planta a crise no próximo ciclo. Então é justamente ao contrário do que se pratica hoje.

E uma outra contribuição, que eu gostaria de comentar é que, quando você começa a fazer balanço (financeiro, contábil) ocorre uma mudança da sua visão sobre a sua empresa. Você para de misturar leitão nascido vivo com cheque devolvido, porque hoje é tudo num balaio só, você começa a se transformar.

8 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023

Após um ano de balanço, você é uma pessoa. Após três anos funcionando fazendo balanços, você será outra pessoa. Cinco, dez, quando você tiver dez anos de balanço, o jeito que você vai encarar o seu negócio, pensar sobre ele, agir sobre ele, vai ser totalmente diferente quando você não tinha nada e achava que só ter desmamados/matriz/ano e peso de venda resolvia o problema.

Concluindo, longe de nós termos a pretensão de dar uma solução pro futuro, o que fazemos são reflexões, propostas. Mas como eu disse, o debate tem que ser ampliado, sair do preço e da produtividade e incorporar balanços e planejamentos, a partir daí a gente amadurece de verdade e minimiza as crises, não vamos extingui-las porque o capitalismo é feito de crises.

A esfera do produtor como indivíduo que gerencia o seu negócio como Alvimar disse, que tem controle sobre o seu negócio e

A esfera institucional, das associações, dos grupos de produtores, das empresas.

E essas duas esferas elas precisam de informação. Isso é o mais importante, a gente tem que ter informação em tempo real, para definir cenários futuros.

Por exemplo, se eu sei quanto que vendeu de sêmen agora, eu sei que daqui a dez meses eu vou ter uma produção equivalente àquela venda de sêmen que foi feita no país hoje ou naquela região.

Iuri: Crise vai ter sempre, concordo plenamente com o Alvimar, qualquer atividade entra em crise. E o que que provoca uma crise? Normalmente é oferta, excesso de oferta!

Nós tivemos uma crise que em determinado momento tínhamos excesso de oferta e o custo elevado também. Vamos colocar assim o que teoricamente estaria nas nossas mãos:

Teríamos que raciocinar em duas esferas:

E trabalhando com essas informações, com os produtores e os agentes da cadeia, eles propriamente vão regular o mercado sem necessidade de haver um ente superior ou um ente governamental para regular esse mercado.

O mercado desregula justamente através dessa dor da crise ou através da informação. Com informação eu consigo antever cenários e aí eu, como produtor, vou dizer assim:

9 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023

“Eu vou assumir o risco de daqui a dez meses, daqui a um ano e meio eu estarei vendendo meus animais no mercado superofertado mas eu vou assumir esse risco porque eu acho que outros vão sair da atividade e eu vou assumir aquele mercado e aquela oportunidade que vai ter lá”

“Eu vou me precaver de tal forma que agora eu vou segurar minha produção, não vou ampliar o meu plantel e vou passar por essa crise até que a gente tenha margens positivas novamente”.

Outro ponto fundamental a ressaltar é que nós não definimos o preço, quem define é o mercado. Mas o nosso custo, parte dele, grande parte dele a gente pode controlar.

Comprando estrategicamente os grãos, tendo uma gestão dos insumos correta, operando nesse mercado futuro de grãos com uma série de ferramentas, são maneiras de pelo menos termos uma previsibilidade em termos de custos.

O preço que eu vou vender é o mercado que ditará lá na frente.

Agora, parte do custo eu posso fazer, comprando antecipadamente o grão, produzindo o meu grão, tendo um travamento nos preços do farelo e do milho. São esferas que a gente tem que trabalhar.

Não é fácil, é uma questão complexa, mas a cada crise que passa, existe uma seleção natural em que aqueles produtores menos eficientes, aqueles que não fizeram caixa para aguentar a crise, acabam saindo do setor e vão ficando aqueles mais estruturados e que entendem melhor o mercado.

Isso é um paradoxo, faz com que as crises também durem mais. Se estou mais estruturado, demoro mais para sair da atividade ou reduzir a minha produção para controlar. Então devemos ter em mente uma situação de que a suinocultura realmente mudou de patamar, e que nós em função dessa mudança de patamar, também temos que mudar o nosso patamar de controle de informações, de busca de informações.

Nesse contexto está inserida a ASEMG, que pode expandir esta plataforma para outros estados, afim de ter um controle regional e até nacional de produção, de retenção de animais nas granjas, de comportamento de mercado. E essas outras informações que vão dar subsídio para o produtor definir, individualmente, se ele crescerá ou não na atividade.

10 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023

Para encerrar esse bate-papo, qual é o horizonte a curto e médio prazo pra suinocultura nacional?

ALVIMAR: Eu tenho mais de trinta anos de formado e tem quarenta anos que a suinocultura de Ponte Nova está desaparecendo e ela não desaparece nunca.

Nós temos que fazer exatamente o que nós dois estamos falando: “cada um tem que ir aperfeiçoando a sua gestão para superar desafios que às vezes a gente nem conhece”.

“Ocorreu uma elevação do consumo de carne suína, mesmo com a redução de renda no país. Isso porque ela tem um estímulo muito forte vindo do mercado externo. Quando a gente analisa as três principais carnes e coloca em uma mesma ótica, a curva de consumo somada tem a mesma curva do PIB per capita. Ou seja, o futuro também depende das melhores condições das pessoas. Para os empresários prosperarem é muito importante que as pessoas tenham renda para se alimentarem melhor.

IURI: Objetivamente no curto e médio prazo, acredito que, devemos fechar 2022 e manter em 2023 o crescimento mais razoável em torno de 4% de produção. Esse é um crescimento que nós conseguimos atender oscilações no mercado de exportação e ao mesmo tempo manter o crescimento um pouco acima do vegetativo, dentro do mercado doméstico e que haja um ajuste entre oferta e demanda que permita que o produtor tenha lucro.

Isso é o que entendemos que deva acontecer em 2023. Claro que existem oscilações sazonais, a gente sabe que o início do ano é sempre mais complicado, há uma melhora na demanda do mercado interno no segundo semestre. Com relação ao custo de produção, temos uma expectativa de safra de grãos muito boa para o Brasil em 2023.

Existem outros fatores, como câmbio, a guerra da Rússia X Ucrânia, se ela se agravar ou se ela se resolver, tudo isso pode interferir nesse mercado internacional. Finalizando, eu acredito que vai ser um ano melhor do que esse, 2023 pode ser um ano mais estável, mas ainda um ano de recuperação porque realmente foi praticamente um ano e meio de produtores operando no vermelho.

O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023

11 Mercado suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O mercado da suinocultura em 2022 e perspectivas para 2023
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FONTES DE

METIONINA PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO

E TERMINAÇÃO SOB

ESTRESSE TÉRMICO

POR CALOR

METIONINA NA NUTRIÇÃO DOS SUÍNOS

A metionina é um aminoácido sulfurado (AAS), considerado em dietas comerciais para suínos,

de transsulfuração, transmetilação e transaminação no epitélio intestinal e da doação do grupo metil, importante para a metilação do DNA e na defesa antioxidante, que decorre da ação intrínseca de sua molécula ou como precursora da cisteína e glutationa, além de ser também precursora da carnitina, creatina e poliamina, envolvidas na proliferação e diferenciação celular.

Caio Abércio da Silva1; Cleandro Pazinato Dias2; Marco Aurélio Callegari2; Adriana Berti Toscan3; Naiara Simarro Fagundes3 1Universidade Estadual de Londrina 2Akei Animal Research
TREONINA METIONINA
LISINA
12 nutrição suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Fontes de metionina para suínos em crescimento e terminação sob estresse térmico por calor

As exigências nutricionais de metionina para os suínos estão descritas nas principais tabelas de referência mundial, todavia pode-se considerar que estas não estão completamente identificadas com as demandas impostas pelo progresso genético pelo qual os animais são continuamente submetidos.

Isso é muito preocupante, considerando a taxa de expansão da produção de suínos nos trópicos. Portanto, descobrir o real impacto dessas condições nos suplementos alimentares é determinante para a otimização do desempenho dos animais.

As fontes de metionina mais utilizadas são a: Neste aspecto, uma dieta deficiente em AAS em suínos em crescimento pode alterar sua taxa de deposição de proteína e composição de proteína tecidual, afetando assim sua carcaça e o rendimento de carne. Também, a deficiência de AAS pode:

Modi car o per l de aminoácidos dos tecidos

O equilíbrio glutationa-redox e

DL metionina (DL-Met)

L metionina (L-Met) e

DL-2-hidroxi-4-metiltiobutanoico (OH-Met)

O tipo de bra muscular

Adicionalmente, sob condições de estresse térmico pelo calor os padrões de utilização de nutrientes podem ser alterados, comprometendo o desempenho e a qualidade da carcaça, sendo demandados maiores níveis de glutationa total (GSH) e glutationa oxidada (GSSG).

A biodisponibilidade destas fontes de metionina em geral são consideradas semelhantes, especialmente quando as dietas são suplementadas em níveis equimolares, não obstante tenha sido verificado que suínos suplementados com OH-Met mostraram uma mudança pronunciada de metabólitos secundários de ácido biliar e esfingosina no jejuno e no íleo, respectivamente, indicadores

13 nutrição suínoBrasil 1º trimestre 2023 |
Fontes
de metionina para suínos em crescimento e terminação sob estresse térmico por calor

A maioria dos estudos sobre diferentes fontes de metionina em suínos concentra-se nos efeitos em leitões na fase de creche e apenas alguns foram realizados para comparar os efeitos de fontes sintéticas de metionina no desempenho nas fases de crescimento e terminação

Diante do exposto, desenvolvemos uma avaliação para identificar o impacto de diferentes fontes de metionina (DL-Met ou OH-Met), fornecidas de acordo com as exigências atualmente estabelecidas para os níveis de AAS e acima destes, sobre o desempenho zootécnico e as características de carcaça em suínos em fases de crescimento e terminação, submetidos às condições de calor.

DL-Met

OH-Met

de duas fontes de metionina sob duas condições de dose alimentar

A avaliação envolveu 200 animais distribuídos em blocos ao acaso (peso corporal e sexo), em esquema fatorial 2 × 2 com duas fontes de metionina, DL-metionina 99% ou OH-Metionina 88% e duas doses de metionina (100% AAS ou 120 % do nível de AAS), em base equimolar, considerando à concentração dos produtos. 200

As dietas foram formuladas para atender as recomendações de aminoácidos da Tabela Brasileira de Aves e Suínos (2017), exceto para os AAS, que variaram com as doses de metionina.

A temperatura e a umidade relativa variaram amplamente diuturnamente durante todo o experimento, sendo os valores médios iguais a 27,12 ± 4,51 °C e 61,72 ± 5,65%, respectivamente.

Durante a fase de crescimento II (92 a 122 dias de idade), o consumo diário de ração (p < 0,001) e o ganho de peso diário (p < 0,05) aumentaram com os altos níveis de AAS (Tabela 1).

Altos níveis de AAS também proporcionaram maior ganho de peso diário durante todo o período do experimento (0,91 versus 0,86 kg; p < 0,05) e maior peso final (108,88 versus 104,17 kg, p < 0,05).

Avaliação
14 nutrição suíno
Brasil
trimestre 2023 | Fontes de metionina para suínos em crescimento e terminação sob estresse térmico por calor

Tabela 1. Desempenho de suínos alimentados com dietas suplementadas com DL-Metionina ou OH-Metionina de acordo com recomendações para aminoácidos sulfurados ou acima destas.

Parâmetros Nível de AAS Fonte de metionina AAS 100% AAS 120% SEM p-Valor 100% 120% DLMet OHMet DLMet OHMet DLMet OHMet Nível AAS Fonte Med Fonte x Nível Crescimento I (63–91 d) Peso inicial, kg 20,43 20,43 20,43 20,43 20,43 20,43 20,43 20,43 1,949 0,993 1,000 1,000 Consumo diário de ração, kg/d 1,39 1,40 1,40 1,38 1,37 1,40 1,43 1,37 0,127 0,647 0,612 0,199 Ganho diário de peso, kg/d 0,77 0,80 0,79 0,77 0,77 0,76 0,80 0,79 0,078 0,074 0,53 0,795 Conversão alimentar 1,81 1,76 1,78 1,79 1,78 1,83 1,77 1,74 0,094 0,127 0,760 0,227 Peso final, kg 43,48 44,40 44,13 43,75 43,59 43,36 44,68 44,13 3,846 0,220 0,609 0,831 Crescimento II (92–112 d) Consumo diário de ração, kg/d 2,09 b 2,25 a 2,14 2,19 2,07 2,11 2,22 2,28 0,257 0,006 0,510 0,897 Ganho diário de peso, kg/d 0,95 b 1,01 a 0,96 0,99 0,92 0,97 1,00 1,01 0,104 0,026 0,260 0,617 Conversão alimentar 2,21 2,23 2,24 2,20 2,25 2,17 2,22 2,24 0,14 0,664 0,460 0,241 Peso final, kg 63.36 B 65.61 A 64.30 64.67 62.93 63.79 65.68 65.55 5119 0.051 0.745 0.661 Terminação I (113–140 d) Consumo diário de ração, kg/d 2,49 B 2,60 A 2,51 2,58 2,48 2,51 2,55 2,64 0,275 0,087 0,485 0,766 Ganho diário de peso, kg/d 0,91 B 0,97 A 0,94 0,94 0,91 0,92 0,97 0,97 0,114 0,090 0,86 0,869 Conversão alimentar 2,75 2,68 2,70 2,73 2,76 2,74 2,64 2,72 0,213 0,295 0,538 0,430 Peso final, kg 88,95 A 92,72 B 90,56 91,11 88,34 89,56 92,78 92,66 7046 0,055 0,774 0,728 Terminação II (141–160 d) Consumo diário de ração, kg/d 2,56 2,61 2,55 2,62 2,57 2,54 2,52 2,69 0,268 0,556 0,409 0,263 Ganho diário de peso, kg/d 0,85 0,86 0,85 0,86 0,87 0,83 0,84 0,89 0,116 0,581 0,833 0,200 Conversão alimentar 3,04 3,03 3,01 3,07 2,98 3,10 3,03 3,04 0,231 0,880 0,381 0,489 Peso final, kg 104,17B 108,89A 105,89 106,57 103,92 104,42 107,86 108,73 6979 0,055 0,742 0,929 Total (63–160 d) Consumo diário de ração, kg/d 2,05 2,13 2,07 2,11 2,04 2,06 2,11 2,16 0,176 0,141 0,501 0,795 Ganho diário de peso, kg/d 0,86 b 0,91 a 0,88 0,89 0,86 0,87 0,90 0,91 0,064 0,03 0,633 0,950 Conversão alimentar 2,37 2,34 2,35 2,36 2,36 2,37 2,33 2,36 0,072 0,363 0,554 0,646 Diferenças entre médias na mesma coluna são indicadas com letras distintas: a, b para p < 0,05; A, B para p < 0,10. 15 nutrição suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Fontes de metionina para suínos em crescimento e terminação sob estresse térmico por calor

Não foi observada interação significativa entre a fonte de metionina e o nível de AAS para quaisquer características de carcaça (Tabela 2)

É reconhecido que a maior suplementação de AAS pode afetar a composição de aminoácidos das proteínas teciduais, o equilíbrio glutationa-redox e o tipo de fibra muscular. No entanto, os animais que receberam OH-Met tiveram maior (p < 0,05) profundidade de lombo (58,37 versus 55,21 mm) e os que receberam maiores doses de metionina apresentaram maior (p < 0,05) peso de carcaça (78,16 versus 74,70 kg) e mais (p < 0,05) quilogramas de carne magra na carcaça (43,69 versus 41,90 kg).

Tomados em conjunto, esses resultados demonstraram que a suplementação com altos níveis de aminoácidos sulfurados em condições de calor proporcionou carcaças mais pesadas e carne mais magras.

Contrariamente, a redução da oferta de AAS (em 36% da quantidade recomendada pelo NRC 1998) diminuiu a retenção proteica e o ganho de peso diário e levou a um aumento na retenção lipídica (Aguilera et al., 2010).

Tabela 2. Médias de peso da carcaça (PC), espessura de toucinho (ET), profundidade do lombo (PF), % de carne magra (PCM) e kg de carne magra (KCM) segundo as fontes e doses de metionina.
Parâmetros Nível de AAS Fonte de metionina AAS 100% AAS 120% SEM p-Valor 100% 120% DLMet OHMet DLMet OHMet DLMet OHMet Nível AAS Fonte Med Fonte x Nível PC (kg) 74,70 b 78,16 a 76,08 76,82 74,29 75,11 77,77 78,6 7,284 <0,001 0,434 0,636 ET (mm) 14,18 14,51 14,2 14,5 14,01 14,35 14,38 14,65 3,609 0,554 0,657 0,841 PL (mm) 56,46 57,04 55,21 b 58,37 a 54,56 58,35 55,82 58,4 7,303 0,582 0,002 0,49 PCM (%) 56,19 56,00 56,05 56,14 56,13 56,25 55,98 56,03 2,878 0,678 0,732 0,987 KCM (kg) 41,90 b 43,69 a 42,58 43,03 41,63 42,17 43,46 43,94 3,852 <0,001 0,361 0,676 Diferenças
16 nutrição suíno
entre médias na mesma coluna são indicadas com letras distintas: a, b para p < 0,05; A, B para p < 0,10.
Brasil
trimestre 2023 | Fontes de metionina para suínos em crescimento e terminação sob estresse térmico por calor

Neste sentido, em um estudo conduzido com porcas (Zhang et al., 2015) foi demonstrado que, ao fornecer às fêmeas metionina 25% acima da recomendação do NRC 2012, as matrizes produziram mais leite e de melhor qualidade, levando a um melhor desempenho de suas leitegadas.

Outra hipótese para explicar o melhor ganho de peso e o maior peso final dos animais alimentados com maiores quantidades de AAS está associado ao potencial genético dos animais utilizados em nosso estudo, os quais detinham maior deposição muscular e, consequentemente, maiores exigências de aminoácidos do que o recomendado pelas exigências descritas nas Tabelas clássicas de nutrição.

Esta hipótese é sustentada por estudos que apontaram que as demandas de aminoácidos mudam à medida que os genótipos melhoram.

Relativo aos dados de carcaça, nossos resultados também estão de acordo com outros estudos que sugerem que a suplementação de metionina tem um impacto mais significativo no peso final e no peso da carcaça do que no rendimento da carcaça.

Particular aos efeitos positivos sobre a profundidade de lombo de suínos alimentados com dietas suplementadas pela OH-Met, em comparação àqueles alimentados com DL-Met, estes podem ser decorrentes da absorção da OH-Met, que ocorre no final do duodeno, contrário ao da DL-Met, que acontece no final do jejuno, o que evita competições com a microbiota intestinal e favorece o aproveitamento da metionina em sua forma OH-Met.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em climas tropicais, o aumento da suplementação de metionina em suínos em crescimento e engorda proporcionou melhor ganho de peso diário e peso final.

Atribui-se, por esta razão, que as concentrações plasmáticas de taurina são mais elevadas em comparação à DL-Met, indicando maior potencial de OH-Met para converter a metionina em sua forma biodisponível para síntese proteica.

Além disso, altas dosagens de metionina proporcionaram carcaças mais pesadas e mais kg de carne magra. Animais suplementados com metionina na forma de OH-Met apresentaram maior profundidade de lombo, sendo o desempenho e características de carcaça semelhantes aos da DL-metionina, mostrando a mesma eficácia do OH-Met e da DL-MET em 100% e o potencial da OH-Met como fonte desse aminoácido.

*O artigo completo deste trabalho está disponível em: https://www.mdpi.com/2076-2615/12/17/2159

18 nutrição suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Fontes de
metionina
para suínos em crescimento e terminação sob estresse térmico por calor

MELHORADORES DE QUE ALTERNATIVA ADOTAR? DESEMPENHO,

20
nutrição
SuínoBrasil
Trimestre 2023
|
Melhoradores de desempenho, que alternativa adotar?

Na União Europeia, inclusive, a prática antecede a esse movimento, sendo proibida desde janeiro de 2006, apenas permitida para uso terapêutico a partir de prescrição veterinária.

No Brasil, estamos passando por um processo de conscientização e estabelecendo políticas de maior controle do uso de melhoradores de desempenho e antibióticos na alimentação animal, com maior regulação e fiscalização por parte do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), seja em plantas de produção de rações e premixes, ou em produtores rurais.

Diante desse cenário, quais seriam nossas opções para manter a mesma eficiência produtiva sem a utilização de antibióticos enquanto melhoradores de

Inúmeras alternativas nutricionais vêm sendo pesquisadas e estudadas como:

Acidos orgânicos

Probióticos

E os resultados encontrados apontam para a possibilidade de manter eficiência produtiva similar à hoje alcançada com o uso dos aditivos antibióticos melhoradores de desempenho.

Dentre as alternativas citadas acima, os extratos vegetais e óleos essenciais vêm demonstrando excelentes resultados enquanto alternativas eficientes aos antibióticos melhoradores de desempenho.

21 nutrição
SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Melhoradores de desempenho, que alternativa adotar?
Extratos vegetais
Prebióticos Óleos essenciais

Plantas Efeitos Observados Referência

Orégano, canela e pimenta malagueta

Mistura de óleos essenciais

Canela, tomilho e orégano

Diminui a quantidade de bactérias totais do íleo, aumentou a relação lactobacillus: enterobacterias

Manzanilla et al (2004)

Inibiu a proliferação de E.coli hemolítico em leitões recém-desmamados Losa et al (2001)

Inibiu a proliferação de E.coli patogênica no intestino de leitões Namkung et al (2004)

Tomilho, cravo, orégano, eugenol e carvacrol Aumentou o ganho de peso Oetting et al (2006)

Cravo e orégano O ganho de peso foi similar ao grupo tratado com antibiótico Costa et al (2007)

Mistura específica de extratos de plantas

Extrato de alho envelhecido, alicina

Chá preto (Camellia sinensis)

Polifenóis de plantas (de coco e taninos de plantas)

Aumentou o ganho médio diário e diminuiu a conversão alimentar em suínos de terminação Liu et al (2008)

Aumentou o ganho de peso, melhorou parâmetros da imunidade local não específica de leitões

Diminui o número de clostridios e enterococos nas fezes de leitões

Diminui in vitro a adesão e a ligação de toxinas de E. Coli enterotoxigênico

Fonte: Adaptado de Vondruskova et al. (2010).

Tatara et al (2008)

Zanchi et al (2008)

Verhelst et al (2010)

Tabela 1. Extrato de plantas e óleos essenciais na alimentação de suínos

Existem trabalhos científicos indicando que os óleos essenciais, extratos vegetais e suas combinações podem apresentar efeitos na manutenção da saúde intestinal dos animais, atuando como antioxidante, antibacterianos e imunoreguladores (Lee et al., 2004).

MELHORADORES DE DESEMPENHO EM SUÍNOS

Alguns extratos de plantas atuam como melhoradores de desempenho em suínos, tendo como hipótese a habilidade que apresentam de modular o sistema imune (Sads e Bilkei, 2003; Janz et al., 2007), podendo atuar no mecanismo de produção de citocinas (Liu et al., 2012).

Experimentos desenvolvidos no Núcleo de Tecnologia e Inovação da Agroceres Multimix com um blend de óleos essenciais e extratos vegetais demonstraram maior proteção do sistema imune de suínos.

Em sua grande maioria, as ações positivas desses produtos são observadas quando há uma combinação de blends de óleos essenciais e/ ou extratos vegetais. Combinados com ácidos – em uma determinada concentração, inclusão e situação encontrada a campo -, eles podem ainda apresentar ação eficiente na manutenção da saúde intestinal dos animais.

22
nutrição
SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Melhoradores de desempenho, que alternativa adotar?

Atuando como um antimicrobiano natural, o composto preservou a capacidade digestiva dos intestinos, melhorou o sistema imune e refletiu na redução de diarreias.

CONTROLE DE DIARREIA

Os animais tratados com o blend de óleos essenciais e extratos vegetais não apresentaram diferenças significativas em mortalidade dos lotes e a qualidade das escretas foram preservadas em relação ao óxido de zinco.

Suínos avaliados entre 21 e 35 dias, apresentaram um peso de 10,24 kg aos 35 dias, quando tratados com o blend de óleos essenciais, ante os 9,12 kg dos animais tratados com Zinco e Cobre.

Sem promotor

Halquinol

Óleos essenciais

O consumo médio diário de ração também foi 21,7% maior nos animais tratados com o aditivo natural, alcançando 0,28 kg, ante os 0,23kg obtidos pelos suínos tratados com Zinco e Cobre.

23 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Melhoradores
nutrição
de desempenho, que alternativa adotar?

Dados de desempenho aos 35 dias de idade

Dados de desempenho aos 63 dias de idade

Vale destacar que essa capacidade de modulação do sistema imune apresentada por alguns extratos vegetais deve ser aplicada enquanto método para prevenir o aparecimento de enfermidades e não para tratar patógenos já estabelecidos.

Ou seja, em condições sanitárias estáveis, os extratos vegetais e óleos essenciais vêm se mostrando uma alternativa viável para a substituição aos aditivos melhoradores de desempenho.

Melhoradores de desempenho, que alternativa adotar?

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Os experimentos, desenvolvidos com altíssimo rigor científico, demonstraram a viabilidade de se promover o desempenho animal a partir da utilização de produtos de base vegetal e natural.

24 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 |
nutrição
Melhoradores de desempenho, que alternativa adotar?

ZEARALENONA NA

DE SUÍNOS

INTRODUÇÃO

O termo micotoxina é derivado de “mykes”, que significa fungo” e “toxicon” que significa veneno. A micotoxina zearalenona (ZEA) é um metabólito secundário tóxico produzido por fungos do gênero Fusarium, que podem ser comumente encontrados em cereais e outros grãos, como milho, cevada e trigo.

Devido às suas propriedades estrogênicas, a ZEA tem sido associada a efeitos negativos na reprodução de suínos, os quais incluem:

Alterações no ciclo estral

Redução da fertilidade de machos e fêmeas e

Aumento da mortalidade fetal (Gong et al., 2018).

A ZEA é uma toxina branca, cristalina, solúvel em gordura, tem ponto de fusão relativamente alto (164 a 165 °C) e, ainda, é estruturalmente semelhante ao hormônio sexual 17

Portanto, a intoxicação por ZEA sempre deve ser considerada como diagnóstico diferencial em casos de falha reprodutiva.

Além dos efeitos diretos na reprodução, a ZEA também pode ter efeitos indiretos na saúde dos suínos.

Cesar Augusto Pospissil Garbossa Laboratório de Pesquisa em Suínos da FMVZ/USP
26 reprodução suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Impactos da zearalenona na reprodução de suínos

Estudos têm mostrado que a exposição a altas doses de ZEA podem afetar a saúde intestinal e o sistema imunológico dos suínos, além de causar aumento do estresse oxidativo, o que pode levar a danos celulares e aumento do risco de doenças.

CONTAMINAÇÃO

A contaminação pelas micotoxinas em cereais pode ocorrer antes e depois da . A produção de micotoxinas por fungos pode ocorrer tanto durante o crescimento da planta, quanto na fase de maturidade dela, bem como na colheita e no processamento dos grãos.

Existem relatos de que aproximadamente 70% da alimentação animal está contaminada por micotoxinas sendo a ingestão de alimentos contaminados a principal forma de exposição dos suínos à ZEA.

A ZEA é formada, principalmente, antes da colheita, no entanto, o crescimento contínuo de fungos e a síntese de ZEA pode continuar enquanto houver más condições de armazenamento.

70% da alimentação animal está contaminada por micotoxinas

A ZEA é resistente ao cozimento e à , o que significa que a contaminação por essa micotoxina pode ser detectada tanto em alimentos processados, quanto em grãos crus. Isso determina implicações significativas na produção de suínos,

já que os suínos geralmente são alimentados com ração baseada em milho e outros cereais e, devido a essa grande resistência, a ZEA não pode ser removida ou ter sua toxicidade anulada durante os processos normais de fabricação de ração.

27 reprodução suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Impactos da zearalenona na reprodução de suínos

Dados do DSM World Mycotoxin Survey de 2022 demonstram que, na América do Sul, a chance de uma amostra de ingredientes testar positiva para micotoxinas foi de 59%, sendo a fumonisina a mais prevalente (50%), seguida pela ZEA, com 47% de prevalência nas amostras analisadas.

Ainda, de acordo com o mesmo documento, nas amostras de milho a ZEA é a terceira micotoxina mais prevalente, com dose média de 220 µg/kg.

Já para os outros cereais avaliados (trigo, cevada, centeio, aveia, arroz, sorgo e milheto), a ZEA passa a ser a segunda mais prevalente, com dose média de 32 μg/kg.

Em estudo desenvolvido por Liu e Applegate (2020), observou-se que a ZEA é a micotoxina mais prevalente em amostras de soja e farelo de soja mundialmente.

limite de ZEA para leitões e marrãs

100 μ g/kg

limite de ZEA para matrizes e animais de engorda

250 μ g/kg

De acordo com a Comissão Europeia de Segurança Alimentar (UE), os limites regulatórios para a concentração de ZEA em rações de leitões e marrãs é de 100 µg/kg e para matrizes e animais de engorda é de 250 µg/kg.

Dessa forma, o monitoramento sistemático dos ingredientes e da ração com o objetivo de determinar os níveis de contaminação por ZEA e outras micotoxinas relevantes é de

28 reprodução suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Impactos
da zearalenona na reprodução de suínos

REPRODUÇÃO DE FÊMEAS

Como mencionado anteriormente, os suínos pertencem à espécie mais afetada pelos efeitos da ZEA, haja vista ela se ligar em receptores específicos de estrogênio e simular os efeitos desse hormônio.

Os sinais de hiperestrogenismo podem ser observados quando da ocorrência de níveis de ZEA em 180 µg/kg de ração, os quais se tornam mais pronunciados em níveis mais elevados.

Possivelmente, a maior susceptibilidade dos suínos à ZEA está associada ao fato das vias metabólicas desses animais serem direcionadas à produção do metabólito mais estrogênico que a ZEA: o α-ZEL. A atividade estrogênica do α-ZEL é de 3 a 100 vezes maior do que a ZEA e, ainda, sabe-se que o α-ZEL é 17 vezes mais potente do que o α-etinilestradiol.

A manifestação clínica da contaminação por ZEA em fêmeas suínas é bastante variável, dependendo da dosagem ingerida, duração e fase do ciclo reprodutivo em que a fêmea foi exposta.

A ZEA determina efeitos deletérios até mesmo para marrãs sexualmente imaturas, como:

Impacto negativo sob a maturação do oócito

Distúrbio do desenvolvimento siológico dos folículos

Alteração da estrutura histológica do útero e ovários

Inchaço e vermelhidão da vulva e

Aumento de tamanho e peso do sistema genital.

De forma semelhante, marrãs púberes e matrizes também são muito afetadas pela ZEA, podendo apresentar sinais clínicos como:

Atraso do primeiro estro

Anestro

Aumento do intervalo desmame-cio

Cio ininterrupto

Pseudociese

Aumento do tamanho da glândula

mamária

Retenção do corpo lúteo

Hiperestrogenismo juvenil da leitegada

Diminuição do peso da leitegada

Maior natimortalidade

Aumento de leitões com splay leg

Redução do número de fetos

Aumento da mortalidade embrionária

Degeneração de blastócitos

Aborto

Inibição da maturação folicular pré-ovulatória e, até mesmo

Maior ocorrência de prolapsos (patologia que vem apresentando aumento nos últimos anos).

29 reprodução suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Impactos da zearalenona na reprodução de suínos

REPRODUÇÃO DE MACHOS CONTROLE

Além do impacto da ZEA nas fêmeas, também foram observados efeitos deletérios da micotoxina sobre o desempenho reprodutivo de machos. Entre as principais alterações pode-se citar:

A contaminação por micotoxinas em cereais destinados a serem ingredientes para ração animal deve ser neutralizada através de boas práticas agrícolas. No entanto, a prevenção completa da formação de micotoxinas raramente é alcançada.

Aumento das glândulas mamárias (feminização)

Esses efeitos negativos possivelmente associam-se à redução da produção de testosterona pelas células de Leydig nos testículos.

Além dos efeitos observados nos cachaços, ainda são relatados na literatura efeitos negativos in vitro sobre os espermatozoides, como:

Redução da motilidade

Aumento das anormalidades da cabeça

Diminuição da viabilidade

Comprometimento da funcionalidade da membrana espermática e estabilidade da estrutura da cromatina e

Efeito negativo na reação do acrossoma

Possivelmente, esses efeitos se devem ao fato da ZEA ligar-se aos receptores de estrogênio localizados nos espermatozoides.

Somado a isso, a utilização de variedades de plantas resistentes a fungos, seleção cuidadosa de grãos de cereais e armazenamento adequado são eficazes na redução da contaminação por fungos.

Outra forma de controlar a ZEA é através da utilização de adsorventes, tais como a bentonita, zeólita e fosfato de cálcio, que são adicionados à ração para adsorver e remover a micotoxina.

Estudos mostraram que a adição de adsorventes pode ser eficaz na redução da absorção de ZEA pelos suínos e, consequentemente, reduzir os efeitos

Libido reduzida Redução da motilidade espermática Atro a de testículos Redução do nível plasmático de testosterona
30 reprodução suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Impactos da zearalenona na reprodução de suínos

Além disso, a utilização de probióticos pode ser benéfica no controle da ZEA. Estudos têm mostrado que a adição de probióticos como Bacillus subtilis e Saccharomyces cerevisiae pode reduzir a quantidade de ZEA absorvida pelos suínos e diminuir os efeitos tóxicos.

Ainda, a aplicação de microrganismos degradadores de micotoxinas ou enzimas microbianas como aditivos alimentares pode ser um método específico, eficaz e irreversível para a remoção de micotoxinas.

No entanto, a atividade de uma enzima degradadora de micotoxinas no trato gastrointestinal e a segurança dos produtos de degradação formados devem ser cuidadosamente avaliadas.

A melhor forma de controle da micotoxina ZEA em ingredientes para ração e na ração de suínos é através da prevenção da contaminação.

Somado a isso, deve-se gerenciar o risco de contaminação pelas micotoxinas através da implementação de uma estratégia integrada que inclua boas práticas para cultivo e armazenamento de grãos, bem como amostragem e análise regulares.

Assim, os resultados das análises de micotoxinas podem ser usados para tomada de decisões sobre os níveis de inclusão de matérias-primas e também na escolha de produtos com ação antimicotoxina, que impedem a passagem de micotoxinas para a corrente sanguínea.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como demonstrado, é praticamente impossível produzir alimentos para monogástricos sem que estejam contaminados com ZEA. Dessa forma, compreender como a ZEA prejudica a produção e reprodução dos suínos e estar ciente acerca dos sintomas causados pela ZEA, identificar e saber como prevenir problemas antes que eles ocorram é fundamental para maximizar a saúde, o bem-estar, o desempenho e, consequentemente, o lucro da atividade suinícola.

31 reprodução suínoBrasil 1º trimestre 2023 | Impactos da zearalenona na reprodução de suínos
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PCV4 UMA NOVA AMEAÇA À SUINOCULTURA?

Rovian Miotto1 e Janice Reis Ciacci Zanella2

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense.

2Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC

Os circovírus são os menores vírus de DNA fita simples de replicação autônoma, não envelopados e com simetria circular (MANKERTZ et al., 1997).

Pertencem à família Circoviridae, gênero Circovirus (ROSÁRIO et al., 2017) e até o presente momento já foram identificados quatro tipos de circovírus suínos (PCV) capazes de infectar suínos, que são:

PCV1 é considerado não patogênico, e foi diagnosticado como infectante de cultivo celular em linhagem de células renais de suíno (PK-15).

PCV4

Circovírus suíno tipo 1 ou PCV1, Circovírus suínos PCV2 e os mais recentes descobertos PCV3 e

(ZHAI et al., 2019; ZHANG et al., 2020).

Na década de 90, uma nova espécie de PCV foi associada a uma nova síndrome descoberta, a qual, causava definhamento e descarte de animais recém desmamados, assim foi denominada de Síndrome Multissistêmica do Definhamento dos Suínos (SMDS), sendo conhecido como PCV2, atualmente é um dos agentes de maior importância na suinocultura brasileira e mundial.

O PCV3 foi descoberto no ano de 2016, sendo causador de Dermatite Suína e Síndrome da Nefropatia (PDNS), doença cardíaca, falhas reprodutivas, e doença respiratória (PALINSKI et al., 2017).

32 patologia suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?

Já o novo circovirus tipo 4 (PCV4) foi detectado no ano de 2019 em Hunan, na China, a partir de amostras de suínos com severos sintomas clínicos, como sintomas respiratórios, entéricos e sinais de PDNS. É um vírus DNA circular de fita simples com genoma de 1770 nucleotídeos que contém duas fases abertas de leitura (ORF's) sendo denominadas ORF1 e ORF2 (ZHANG et al., 2020).

Com a intensificação da suinocultura, a partir dos anos 2000, ocorreu o aumento do número de infecções virais em suínos, e como consequência o surgimento de novos patógenos (TURLEWICZ-PODBIELSKA; AUGUSTYNIAK; POMORSKA-MÓL, 2022).

As espécies mais recentes descobertas como PCV3 e PCV4, trazem preocupações crescentes na atividade suinícola, principalmente por se saber pouco a respeito das mesmas e de não haver medidas de controle como vacinas (OPRIESSNIG et al., 2020).

Nas análises filogenéticas realizadas das amostras isoladas em 2019, foi mostrado que o PCV4 tem alta identidade de nucleotídeos (66,9%) com o circovírus de Furão (MiCV), já para outros PCVs tem baixa identidade (43,2–51,5%) conforme figura 1 (ZHANG et al., 2020) e também associado a circovirus de morcego (SUN et al., 2021)

33 patologia suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?
PCV4 PCV1 PCV2 2e 2c 2d 2b 2a 2g/2d 2h/IM1 2f/IM3 * PCV3
Figura 1. Visão geral e relação de circovírus suínos (PCVs) conhecidos (Adaptado de Opriessnig et al., 2020).

Estudos retrospectivos realizados por HOU et al., em 2021, na China, mostraram que PCV4 estava presente em amostras coletadas em 2012, o que nos mostra que o mesmo já circula em suínos há pelo menos uma década.

Já em outro estudo, em amostras de soro coletadas em 2008 os animais possuíam anticorpos para PCV4 (GE et al., 2021).

Quanto à patogênese, esta não está bem estabelecida até o presente momento. Porém, o que se sabe é que o mesmo foi detectado em vários tecidos, em animais de diferentes faixas etárias e apresentando coinfecção com outros patógenos.

Buscando entender a dinâmica de infecção, realizou-se uma imunoistoquímica para a presença de antígenos de PCV4 nos órgãos, nos quais:

Pulmão

Fígado

Linfonodos

Baço Rim

Intestino grosso

Foram positivos para o teste (NIU et al., 2022). Assim, nos mostra que o PCV4 possui um amplo tropismo tecidual, facilitando tanto a transmissão horizontal quanto a vertical.

Seu genoma foi detectado em soros e outros tecidos, incluindo coração, fígado, baço, pulmão, rim, linfonodo, amígdala, intestino e cérebro (OPRIESSNIG et al., 2020).

Um estudo realizado por NIU et al., em 2022 infectando experimentalmente suínos com PCV4, demonstrou alterações morfológicas nos órgãos dos animais com 35 dias após a infecção. Neste mesmo estudo também foi possível replicar o vírus em cultivo celular, em fibroblastos de rim suíno (PK-15).

Dois animais foram infectados pela via intranasal com PCV4. Os leitões do grupo infectado apresentaram as características patológicas da esplenite proliferativa, com cápsula densa, borda espessa, textura dura e áspera.

34 patologia
suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?

O pulmão apresentava-se atrofiado e em colapso total, com sangramento e lesões brancas na superfície.

O rim apresentava foco necrótico branco no córtex renal, com a borda afiada.

Os linfonodos estavam brancos e aumentados de tamanho de 1,5 a 3 vezes (Figura. 2)

O fígado apresentava hiperplasia intersticial hepática, esclerose, pouca elasticidade e foco necrótico branco na superfície.

35 patologia suíno
Brasil
Trimestre 2023 | PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?
PCV4-2 Pulmão Con Con PCV4-1 PCV4 Pulmão Fígado Fígado Linfonodo Linfonodo Baço Baço Rim Rim
Figura 2- Alterações nos órgãos de animais infectados experimentalmente com PCV4. Adaptado de Niu et al., 2022.

Apesar da circovirose ser um problema importante para a suinocultura brasileira, até o presente momento, no nosso conhecimento, nenhum estudo foi publicado no Brasil buscando identificar o PCV4. Isso é preocupante, pois, recentemente, o PCV3 já foi identificado em suínos no Brasil (TOCHETTO et al., 2018).

Sabe-se que o PCV4 está presente na Ásia, mas não em demais continentes (WANG et al., 2022).

Vale a pena ressaltar que o PCV4 foi encontrado tanto em animais clinicamente doentes como em animais clinicamente saudáveis (NGUYE et al., 2021). Isso nos leva a pensar que pode não ser patogênico para todos os suínos, mas dependente de algumas circunstâncias, como:

Manejo Coinfecções

Imunidade do suíno

Ambiente

Alimentação

Carga viral (NIU et al., 2022).

O PCV4, como descrito, está presente por uma década no continente Asiático e restrito ao seu território. Porém no Brasil, por ser o quarto maior produtor e quarto maior exportador global de carne suína, deve-se ter atenção e prevenir a entrada e disseminação deste novo vírus.

Sabe-se dos desafios que um novo vírus pode causar num rebanho sem proteção ou imunidade, principalmente por conhecer tão pouco a respeito da dinâmica de infecção nos suínos por PCV4 e da sintomatologia clínica. Por isso são necessários estudos mais aprofundados a respeito deste vírus no continente asiático onde se faz presente, e cabe aos demais países produtores de suínos, melhorar as medidas de biosseguridade e controle de possíveis doenças que possam vir a comprometer o sistema de produção

PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?

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Referências bibliográficas

Sob consulta dos autores.

36 patologia
suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | PCV4, uma nova ameaça à suinocultura?
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PROTEÇÃO DE PONTA A PONTA

¹Gerente de Marketing Boehringer

²Consultora de novos negócios Boehringer Ingelheim

³Gerente Técnico de Suinocultura Boehringer Ingelheim

Reprodução

Eficácia, segurança e proteção contra todos os genótipos do circovírus suíno, em todo o ciclo produtivo

38 patologia SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Proteção de Ponta a Ponta
Ricardo Lippke1, Elisa de Conti2 e Filipe Fernando3 Ingelheim

INFECÇÃO POR PCV2 EM MATRIZES

A infecção por PCV2 pode ter sérias consequências em matrizes

A infecção do PCV2 impacta tanto em leitoas de reposição quanto em matrizes em todos os estágios do ciclo reprodutivo.

Tabela 1: Sinais clínicos da infecção por PCV2 em matrizes1

Momento da infecção durante a gestação

Sinais clínicos

Consistentemente, ocorre:

Morte e reabsorção de embriões

Leitegadas com menor número de leitões nascidos

Retorno ao estro

Inicial (1° – 35° dia)

Morte dos embriões Leitegadas pequenas Retorno ao estro Intermediário (35° – 70° dia)

Fetos mumificados Abortos

Final (70° – 115° dia)

Fetos mumificados Natimortos Leitões recém-nascidos fracos Abortos

A infecção por PCV2 em matrizes pode resultar em perdas reprodutivas, bem como em infecção subclínica, e impactar negativamente o desempenho reprodutivo.

INGELVAC CIRCOFLEX®: É SEGURA EM MATRIZES

ImpranFLEX® é um adjuvante que confere excelente eficácia e segurança à Ingelvac CircoFLEX®.

Tabela 2: Segurança da Ingelvac CircoFLEX® em matrizes no período de gestação e lactação.

As matrizes infectadas durante a gestação podem não apresentar sinal clínico, mas ainda transmitir o PCV2 através da placenta para os embriões e fetos (infecção subclínica).

Foi demonstrado que Ingelvac CircoFLEX® é segura em todas as fases de gestação e lactação.

A infecção por PCV2 em matrizes, re ete em: 1 2 3 3 2 1 Aumento da taxa de retorno ao estro Redução do tamanho das leitegadas Piora na taxa de partos Vermelhidão no local da aplicação 3/86 0/86 Inchaço no local da aplicação* 4/86 1/86 Febre após a vacinação 0/44 0/44 Aborto 0/64 0/64 Vacinadas Controle
Máx. 1 cm
até
39 patologia SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Proteção de Ponta a Ponta
*
por
2 dias

Performance de matrizes vacinadas com Ingelvac CircoFLEX®

Matrizes e leitoas vacinadas com Ingelvac CircoFLEX® antes da cobertura apresentaram uma taxa de parto 6% maior quando comparado às não vacinadas (90,6% vs. 84,59% respectivamente).

A melhora na taxa de parto foi observada em todas as parições, com melhores resultados nas primíparas

Melhora numérica nos leitões nascidos totais, nascidos vivos e redução nos leitões natimortos.

Tabela 3: Performance reprodutiva comparando matrizes vacinadas e não vacinadas com Ingelvac CircoFLEX®.

PROTOCOLOS DE VACINAÇÃO DE MATRIZES COM INGELVAC CIRCOFLEX®

Leitoas de reposição:

A vacinação de leitoas com Ingelvac CircoFLEX® após a seleção ou durante a quarentena é importante para protegê-las de falhas reprodutivas após a introdução na granja.

Matrizes:

A vacinação de matrizes com Ingelvac CircoFLEX® ajuda a reduzir os sinais clínicos associados ao PCV2 e pode aumentar o desempenho reprodutivo.

Vacinação de Leitoas Vacinação de Matrizes Vacinação de leitões ao desmame

Protege as leitoas quando alojadas no rebanho de porcas Protege contra os sinais clínicos de PCV2, como falhas reproductivas

Aumento de 6% na taxa de parto, resultou em 2.049 leitões desmamados a mais.

Ingelvac CircoFLEX®, pode ser utilizada em suínos a partir de 3 semanas de vida, inclusive em matrizes na fase de gestação e lactação.

Protege contra os sinais clínicos associados ao PCV2 (fallas reprodutivas)

Proteção superior sem comprometer a segurança Reduz a mortalidade e os sinais clínicos

Vacinação recomendada com Ingelvac CircoFLEX® (1 dose de 1 mL)

Vacinação após a Seleção ou durante a quarentena. No máximo 15 dias antes da primerira inseminação

Massal: a cada 6 messes

Gestação: terço final

Lactação: 7 a 10 dias após o parto

Referências bibliográficas Sob consulta.

Proteção de Ponta a Ponta

Vacinação aos 21 dias misturada com Ingelvac MycoFLEX® na forma de FLEXcombo®

Parâmetros Não Vacinadas Vacinadas Número de matrizes 545 468 Taxa de parto (%) 84,59a 90,60b Nascidos totais 14,39 14,51 Natimortos (%) 1,07 1,04 Mumificados (%) 0,64 0,66
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patologia 40 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Proteção de Ponta a Ponta

Eficácia, segurança e proteção contra todos os genótipos do circovírus suíno, em todo o ciclo produtivo.

Ingelvac CircoFLEX®
abcd

O DESMAMADO MAIS AMADO DO BRASIL

Asuinocultura nos últimos anos apresenta-se com mudanças e evoluções e sua gestão em busca de resultados exige da cadeia produtiva uma qualidade nunca antes vivenciada no Brasil e no mundo. Somos fortemente influenciados por fatores extras que impactam e determinam nossa realidade e a forma de conduzir nossa produção:

Mercado consumidor exigente e participativo

Safra de grãos e o impacto nos custos de produção

Maior oferta de proteínas no mercado impactando preço final

Taxa cambial oscilante

Guerra na Ucrânia e aumento no valor dos insumos

Desafios sanitários e surtos globais

Implantação da IN113 referente ao bem-estar animal juntamente com a necessária racionalização e prudência de uso dos antibióticos na suinocultura.

42 Desmame suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O desmamado mais amado do brasil

Apesar destes desafios, observamos no campo ganhos crescentes na produtividade zootécnica, resultado positivo do potencial genético com a implantação dos conceitos de manejo reprodutivo, com a aplicabilidade nas áreas de nutrição, instalações e ambiência.

Ambiência

Essa complexa interrelação de fatores de êxito somente pode ser transformada em ganhos práticos e rentáveis quando desenvolvemos e capacitamos uma equipe de recursos humanos absolutamente bem treinada, motivada, comprometida com os resultados.

O desmamado mais amado do Brasil é aquele leitão que atende às diferentes exigências nas fases produtivas e que, ao abate, assegura toda a qualidade que objetivamos entregar ao nosso consumidor de carne suína. O animal com maior nível de saúde, em lote uniforme, com o melhor desempenho zootécnico para a sua categoria e que foi desenvolvido em menor custo possível.

Mas basta comemorarmos este aumento da quantidade de leitões por parto se nem sempre logramos mesmo sucesso em qualidade?

A genética moderna alterou o perfil dos rebanhos de fêmeas gestantes, lactantes e sua prole determinando novas demandas de produção.

Com o objetivo de buscar essa resposta, resumimos o que seria nosso mais completo e desejado animal que concentra as necessidades da cadeia produtiva como um todo.

O índice percentual de leitões desmamados reduz à medida em que aumentam os leitões nascidos totais por leitegada e tornam-se mais desafiadores em qualidade.

43 Desmame suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O desmamado mais amado do brasil
Potencial genético Manejo Reprodutivo Nutrição Instalações

São desafios experimentados na atualidade da suinocultura:

HIPERPROLIFICIDADE E DEMANDAS ALIMENTARES

O crescimento médio anual de 0,3 leitão exige uma nutrição de alta especi cidade e que atenda maiores demandas para a fêmea e para os lactantes;

GESTAÇÃO - PERIODO DE TRANSIÇÃO

Existe uma correlação indireta que gera maiores adversidades sanitárias e de conformação física no campo associados à morte ou condenação por problemas locomotores, prolapsos de órgãos pélvicos e distúrbios respiratórios ou gastrointestinais;

VARIABILIDADE E QUALIDADE DO LEITÃO

Convivemos com maior coe ciente de variação em nascidos e desmamados conforme aumentou também os nascidos totais e peso total de leitegada por parto;

NASCIDOS X ENTREGUES

Existe inevitável frustração a todos dos sistemas de produção pela incapacidade de mantermos proporcional o sucesso de nascidos igual ao de abatidos.

O mercado oferta diversas oportunidades de intervenções através de complementos e aditivos alimentares, manejos diferenciados que visam qualificar a produtividade no chamado período de transição, fase que contempla os últimos 30 dias gestacionais até 10 dias seguintes ao parto. Os objetivos são múltiplos e destacamos os mais relevantes:

Potencializar o desenvolvimento e produção mamária em colostro e leite

Desmamar o maior número e peso de leitões com a melhor viabilidade

Reduzir transtornos metabólicos periparto além da mortalidade das porcas

Minimizar catabolismo lactacional e melhorar fertilidade no parto seguinte

E por tudo citado, se questiona qual seria o ponto de equilíbrio entre ter quantidade, mas com uma qualidade assegurada até o fim da cadeia produtiva.

Alguns exemplos de publicações focadas nestes objetivos: A suplementação de fontes extras de fibra durante a gestação e seu efeito em reduzir a duração do parto (Feyera, 2017); ou fornecer várias refeições antes do parto reduz a taxa de nascidos mortos e aumenta a sobrevivência dos leitões (Miller, 2020 - Gourley, 2020); ainda, como destaca em texto Ferrari, 2014:

44 Desmame suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O desmamado mais amado do brasil
DILEMA DA PRODUTIVIDADE X RESISTÊNCIA/RUSTICIDADE

“A ingestão de colostro e o peso ao nascer são fatores importantes que contribuem para a sobrevivência e ganho de peso dos leitões e, garantir que os leitões consumam colostro em quantidade suficiente e imediatamente após o nascimento pode contribuir para a ocorrência de uma menor taxa de mortalidade na maternidade”.

A fêmea gradativamente está mais eficiente, produtiva e rentável.

Temos vivenciados, de forma muito merecida eu diria, um enorme destaque aos desempenhos do setor maternidade enfatizando conquistas em taxas de nascimento, sobrevivência e consequentes e premiados índices de desmamados por parto e por ano.

Vale ressaltar que, nenhum destes ganhos poderia ser obtido sem uma excelente e dedicada participação da fêmea suína e aproveito esta oportunidade para aqui registrar esse mérito que nem sempre é valorizado e focado quando efetivamos investimentos em:

Entretanto, suas exigências são proporcionais a esse êxito e, quando não devidamente atendidas, frequentemente comprometemos os resultados zootécnicos, o equilíbrio sanitário do rebanho e sua capacidade de retorno sobre o investimento, viabilidade e longevidade produtiva.

Qualidade de instalações

Equipamentos

Insumos e aditivos que facilitem sua rotina produtiva.

45 Desmame suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O desmamado mais amado do brasil

Diante deste cenário, listamos alguns relevantes pontos de trabalho e empenho que devemos assegurar na gestão qualificada da fêmea suína:

Programa de recebimento na propriedade com ênfase na adaptação sanitária, imunológica e reprodutiva para uma reposição adequada em quantidade e qualidade – incluir o quarentenário para reposição de animais;

Sistemas consistentes de limpeza e desinfeção que minimizem a carga infectante em todas as instalações;

Equipe de recursos humanos treinada e comprometida na execução dos manejos que assegurem conforto, qualidade e regularidade nas tarefas diárias; que entendam sua responsabilidade e relevância no processo produtivo como um todo; causas, consequências e alternativas corretivas quando a ótima expectativa não ocorre e necessitamos revisão nos procedimentos.

SETOR MATERNIDADE – ONDE A MÁGICA ACONTECE!

Gestão do sistema de fornecimento da água de bebida com uso de programas robustos e gerenciáveis na potabilidade qualificada e constante em índices físicoquímicos e microbiológicos;

Nutrição de precisão que viabilize rações formuladas e produzidas com padrões alimentares atualizados e compatíveis com alta performance;

Gestão da ambiência como diferencial que viabiliza o potencial genético. Extremos de temperatura, principalmente o calor – são desafiadores e comprometem o equilíbrio metabólico e funcional;

Monitoria sanitária individual e de rebanho mais intensa que minimize os impactos patológicos clínicos e subclínicos;

O setor de maternidade é um ambiente absolutamente exigente onde necessitamos harmonizar as demandas distintas da porca e de sua leitegada tanto em confortos ambientais, térmicos, sanitários, como alimentares para duas classes animais bastante diferentes.

Essa adequação permite que em um período de tempo muito curto, possamos executar ações tão relevantes e rentáveis como o:

Parto

Puerpério materno

Colostragem

Produção leiteira e Amamentação da prole e gestão alimentar que assegure à fêmea a manutenção física para um novo ciclo produtivo pós-desmame, e aos leitões a fase decisiva em seu objetivo de crescer forte, saudável e uniforme.

46 Desmame suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O desmamado mais amado do brasil

A porca deve assegurar proteção, alimentação e sobrevivência aos leitões, enquanto estes, revertem em multiplicação do seu peso até a desmama e, também uma adaptação funcional, metabólica e sanitária para as fases seguintes de vida.

Convivemos com diversas e detalhadas recomendações sobre atendimento de parto conforme o sistema de produção atendido na consultoria. Este tema requer treinamento constante, atualizações e uma flexibilidade de procedimentos em cada caso.

Hoje gostaria de dedicar atenção especial ao profissional que tem uma das funções mais importantes do sistema de produção: o parteiro.

São características do excelente parteiro:

OBSERVAÇÃO, CALMA E TRANQUILIDADE

Para identi car cada demanda e agir conforme sua necessidade;

TREINAMENTO

Evolução constante e capacitação progressiva;

HUMILDADE E SOLIDARIEDADE

Para buscar auxílio nas adversidades e receber ajuda quando necessário e auxiliar aos colegas quando assim se exigir;

DEDICAÇÃO E EMPENHO

Por sua relevância em tomar decisões conforme se apresenta o desafio, por sua capacidade individual de exercer uma tarefa que pode determinar sucesso ou fracasso após um investimento de 115 dias gestacionais, por sua necessidade de entender que cada fêmea precisa de um protocolo de atendimento e/ ou intervenção. Deveríamos sempre nos certificar de que o parteiro esteja bem atendido em suas necessidades e instrumentos para exercer com dedicação e qualidade sua função.

Juntamente com o comprometimento são fundamentais ao pro ssional que exerce tão relevante trabalho e que requer excelência rotineira

Diante de todos pontos já citados, passamos então a descrever algumas características a serem almejadas quando buscamos conquistar o desmamado mais amado do Brasil: Segundo Bierhals e Magnabosco (2014):

As primeiras 72 horas de vida dos leitões são as mais críticas, onde a mortalidade nesse período é superior comparado a todo o restante do ciclo de criação do suíno, onde todo manejo tem por objetivo de aumentar o índice leitões/porca/ano.

47 Desmame suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | O desmamado mais amado do brasil

A primeira mamada dos leitões é o fator mais importante para a ingestão de colostro, que é crucial para sua sobrevivência e crescimento.

O tempo médio da primeira mamada variou de 27 a 62 minutos (TUCHSCHERER M. et all.,2000) e o intervalo do toque do úbere até a primeira mamada foi em média de 9 minutos (Balzani, A., 2016).

Diante destas premissas, precisamos assegurar que nosso leitão receba os melhores cuidados possíveis neste período crítico e, para tanto, evitar as principais causas de mortalidade ou refugagem em leitões lactantes:

Baixo peso ou reserva corporal ao nascer e/ ou reduzida vitalidade

Gestão ineficiente de colostro

Dificuldades que acarretem intervalo superior a 20 minutos para primeira mamada

Fêmea com incapacidade de fornecer o colostro e o leite

Alta competitividade entre irmãos dificultando acesso aos tetos mamários

Dificuldade de locomoção ou anormalidades motoras / traumatismos

Alojamento com programa de higiene, limpeza ou vazio sanitário comprometidos

Hipotermia e seus agravantes por esmagamento ou diarréias e anemia ferropriva em seus quadros clínicos ou subclínicos. – ex. E. coli, Clostridioses ou Cystoisospora suis

Ausência de suporte ou recursos material ou humano – assegurar domínio das técnicas e suas justificativas, causas e consequências para ampliar a expectativa de sucesso em sua realização rotineira qualificada

Resumidamente: qualquer situação ou ambiente que desafie o leitão com frio, fome, gases tóxicos, umidade ou alta contaminação ambiental.

48 Desmame suíno
1º Trimestre 2023 | O
Brasil
desmamado mais amado do brasil

Finalizamos reforçando a enorme relevância dos setores de gestação e maternidade e todos agentes envolvidos em sua complexidade na busca por atender as grandes demandas da fêmea e de sua leitegada. Estas primeiras semanas de vida concentram a fase mais importante para o desenvolvimento e maturação do leitão, e são ações que terão reflexo em todas as fases subsequentes de seu crescimento até o abate.

O desmamado mais do Brasil é aquele animal que consegue concentrar toda a qualidade sanitária, imunológica, física e metabólica, com os melhores índices zootécnicos para a sua categoria animal e que obtém a melhor viabilidade financeira para o empresário suinocultor e consequente qualidade de produto ao mercado consumidor.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Sob consulta do autor.

O desmamado mais amado do Brasil

BRONCHOVEST®: A SOLUÇÃO NATURAL PARA CONTROLE DE PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS NA SUINOCULTURA

Otrato respiratório é o primeiro local de infecção para muitos patógenos. As infecções respiratórias em suínos surgem com mais frequência durante períodos de maior amplitude térmica (noites frias com dias relativamente quentes).

Para uma ótima gestão preventiva das doenças respiratórias, os programas de vacinação, de medicação e de manejo são ferramentas muito importantes. Apesar destes vários programas de vacinação e medicação, as doenças respiratórias são comuns e de difícil controle na suinocultura.

Alguns dos sintomas de comprometimento do sistema respiratório são:

Diminuição do ganho de peso

Piora na conversão alimentar

Queda na uniformidade dos lotes e

Aumento na incidência de pneumonias e condenações por pleurites no frigorífico.

50 Saúde Respiratória suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | BronchoVest®: a solução natural para controle de problemas respiratórios na suinocultura
Patricia Versuti Arantes Alvarenga Ger. Técnica Biochem

Os problemas respiratórios são, frequentemente, resultado de inflamação/contaminação e, como resultado, acúmulo excessivo de muco nas vias aéreas. Por isso torna-se fundamental amenizar estes sintomas, de maneira muito precoce, para prevenir problemas secundários e maiores prejuízos zootécnicos e financeiros.

Devido à crescente tendência de redução do uso de antimicrobianos, é importante a adoção de ferramentas alternativas para melhoria da saúde respiratória.

A Biochem possui em seu portfólio o produto BronchoVest®, um aditivo composto pelos óleos essenciais de eucalipto e hortelãpimenta e por cristais de mentol.

O grande diferencial do produto está na ação sinérgica e de alta concentração dos princípios ativos 1,8-cineol e mentol, com características que se complementam e trabalham em conjunto para auxiliar no alívio dos sintomas respiratórios.

Neste cenário, uma terapia complementar com aditivos naturais como suporte adicional pode levar à melhoria do bem-estar animal, do desempenho e da eficiência da produção.

Os óleos essenciais têm se apresentado como uma alternativa na produção animal, sendo utilizados frequentemente como substitutos aos antibióticos e melhoradores de desempenho no sistema entérico. Porém, quando abordamos o sistema respiratório, nota-se um número menor de estudos e variedade de produtos no mercado.

BronchoVest® possui efeito antimicrobiano comprovado contra patógenos que causam infecções respiratórias, efeito descongestionante e calmante das mucosas das vias aéreas.

Ainda, durante períodos de calor, o mentol promove sensação refrescante, facilitando assim a respiração. Ao promover suporte à saúde respiratória dos animais durante períodos de desafio, podemos melhorar a vitalidade e produtividade.

51 Saúde Respiratória suínoBrasil 1º
Trimestre 2023
| BronchoVest®: a solução natural para controle de problemas respiratórios na suinocultura

Os primeiros estudos com BronchoVest® foram realizados com aves. Estes demonstraram, dentre os principais benefícios:

Redução da sintomatologia respiratória frente aos desafios sanitários

Padronização da titulação vacinal quando usado após a vacinação

Redução das reações vacinais

Redução das condenações no frigorífico por aerossaculite e

Melhoria do desempenho zootécnico de frangos de corte, reprodutoras pesadas e postura comercial.

Recentemente foram realizados dois estudos em granja comercial no Brasil, com leitões em fase de creche e fêmeas em maternidade.

Para as fêmeas em maternidade, o uso de BronchoVest® promoveu redução da frequência respiratória 24 horas pós-parto e melhoria do consumo de ração. Consequentemente os leitões destas fêmeas apresentaram aumento no ganho de peso e melhoria do escore fecal.

Como conclusão geral, BronchoVest® possui eficácia comprovada para redução de sintomas respiratórios em suínos, o que, de maneira indireta, pode levar à melhoria do bem-estar e estado geral de saúde, permitindo melhoria do desempenho de leitões desmamados e fêmeas em lactação.

Para leitões em creche, a utilização de BronchoVest® reduziu os sintomas respiratórios e, como consequência indireta, a incidência de diarreia, o que consequentemente reduziu a necessidade de tratamento individual com antibióticos e melhorou o desempenho nas fases préiniciais.

BronchoVest®: a solução natural para controle de problemas respiratórios na suinocultura

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52 Saúde Respiratória
suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | BronchoVest®: a solução natural para controle de problemas respiratórios na suinocultura

AMINOÁCIDOS DESENVOLVIMENTO INTESTINAL

E SAÚDE DOS LEITÕES

Odistúrbio do desenvolvimento intestinal é uma das principais causas de morbidade e mortalidade de leitões no período pósdesmame. No desmame ocorrem mudanças significativas nas exigências nutricionais dos leitões, que iniciam o consumo de ingredientes indigeríveis para manter a alta taxa de formação da estrutura intestinal e maturação funcional.

As células do epitélio intestinal e o sistema imunológico são de suma importância para a digestão, absorção, função de barreira e homeostase no organismo. As complexas interações que ocorrem no intestino entre os nutrientes e o epitélio da mucosa desempenham funções importantes na manutenção e/ou regulação da saúde dos leitões.

Partículas de alimento Bacterias comensais Tight junctions saudáveis

Células sanguíneas

Muco

Fluxo sanguíneo

Devido às influências adversas na morfologia intestinal após o desmame, as funções intestinais podem ser incompletas, resultando em diminuição das capacidades digestiva, absortiva, de barreira e imunológica.

54 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões
Cândida Azevedo¹ e Henrique Cancian² ¹Zootecnista, MsC em Zootecnia e DsC em Ciência Animal e Pastagens ²Zootecnista
INTESTINO NORMAL/SAUDÁVEL

Para minimizar os impactos adversos do desmame e suas consequências subsequentes, estratégias nutricionais apropriadas devem ser consideradas para maximizar o desempenho dos leitões desmamados.

A adaptação às dietas secas contendo componentes complexos é o primeiro fator desafiador enfrentado pelos leitões após o desmame, uma vez que a maioria dos nutrientes é fornecida pelo leite da porca antes do desmame.

Os nutrientes das dietas sólidas estimulam o desenvolvimento posterior dos intestinos e a deficiência de nutrientes essenciais pode resultar em disfunção intestinal, diarreia e até morte.

IMPACTOS DOS AMINOÁCIDOS NA SAÚDE INTESTINAL DOS LEITÕES

Nos últimos anos, os aminoácidos têm sido reconhecidos como importantes nutrientes que promovem o desenvolvimento intestinal e a saúde dos leitões.

Entretanto, dietas com altos níveis de soja (maior concentração de fatores antinutricionais) podem causar atrofia das vilosidades.

Os nutricionistas da produção animal estão empenhados em otimizar as exigências nutricionais, e os aminoácidos são os nutrientes mais comumente afetados em leitões desmamados. Sendo assim, uma melhor compreensão dos aminoácidos é necessária para atender as exigências nutricionais dos leitões nas práticas de produção.

Níveis mais baixos de proteína na dieta demonstraram ser uma estratégia nutricional para melhorar a estrutura e a função intestinal de leitões desmamados, mas podem resultar em suprimento insuficiente de aminoácidos e comprometimento do desempenho dos leitões.

Portanto, é necessário equilibrar os aminoácidos cristalinos em uma dieta com menor inclusão de ingredientes proteicos, para evitar a deficiência de aminoácidos.

55 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões

Os aminoácidos e seus metabólitos são reguladores da transdução de sinais celulares, da expressão gênica e da modificação póstraducional de proteínas, principalmente no intestino.

O equilíbrio ideal entre os aminoácidos na dieta e na circulação é essencial para a homeostase sistêmica e a ingestão adequada de aminoácidos é especialmente importante para a fisiologia intestinal de leitões desmamados.

ARGININA

A arginina é um aminoácido condicionalmente essencial para suínos em todas as fases da produção de suínos (Didelija et al., 2017). A adição de arginina à dieta basal pode melhorar o desempenho de linhagens modernas de suínos.

Nutricionistas animais propuseram maiores exigências dietéticas de arginina para maximizar o crescimento do leitão, a produção de leite da porca e a sobrevivência fetal (Gao et al., 2017).

Como o leite da porca é relativamente deficiente em arginina, a suplementação de arginina para leitões pode aumentar significativamente a concentração sérica de arginina, reduzir os níveis de amônia e aumentar o peso do leitão (Sciascia et al., 2019).

Os leitões são muito sensíveis ao fornecimento de arginina na dieta, e a insuficiência de arginina levará rapidamente à hiperamonemia e até à morte (Zielinska et al., 2011).

A suplementação com arginina antes do desmame pode aumentar o crescimento e desenvolvimento intestinal após o desmame (Dai et al., 2012). Estes dados sugerem ainda que a inclusão de arginina na dieta é necessária para garantir o máximo desempenho dos leitões.

Leitões podem efetivamente usar citrulina na dieta para sintetizar arginina. Portanto, adicionar arginina ou citrulina equivalente à dieta de desmame pode aumentar a concentração de arginina no soro e o desempenho do leitão.

A adição de arginina à dieta basal após o desmame pode aumentar o peso e o desenvolvimento do intestino, crucial para a saúde dos leitões.

56 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento
intestinal e saúde dos leitões

GLUTAMATO

O glutamato é considerado um aminoácido não essencial, e um dos aminoácidos mais abundantes em alimentos e tecidos animais, representando 5% a 15% da proteína da dieta.

O glutamato é um aminoácido livre altamente abundante no leite e nas células e é um regulador chave da expressão gênica e da sinalização celular (Tan et al., 2019).

Além disso, a suplementação dietética com glutamato pode reduzir a perda de músculo esquelético em suínos causada por endotoxinas (Donnerer & Liebmann, 2009).

Entretanto, o glutamato pode ser limitado ao fornecer dietas com baixo teor de proteína durante a gestação, lactação e período de desmame.

A suplementação com glutamato reduz a perda de peso da porca durante a lactação e aumenta o teor de glutamina no leite (Hou et al., 2018).

A adição de glutamato às dietas de leitões lactentes e desmamados promove melhorias significativas na morfologia intestinal e função imunológica, promovendo assim melhorias no desempenho (Li et al., 2016).

A suplementação dietética com glutamato é essencial para a saúde dos leitões desmamados, o que é especialmente importante para leitões alimentados com uma dieta contaminada por micotoxinas (Duan et al., 2014).

De acordo com os resultados do estudo, a suplementação com glutamato após o desmame aumentou a altura das vilosidades intestinais e a capacidade das células epiteliais de proliferar, diferenciar e resistir à oxidação.

Além disso, o glutamato dietético de forma dependente da dose reduziu a incidência de diarreia pós-desmame (Duan et al., 2014).

57 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões

TREONINA

A treonina é o segundo aminoácido limitante nas dietas de suínos e desempenha um papel fundamental na manutenção da integridade da mucosa intestinal e na função de barreira em leitões (Zhang et al., 2019).

A adição de treonina à dieta reduz a produção de enzimas digestivas e aumenta a permeabilidade das células pericelulares intestinais. A maior parte da treonina dietética é usada para a síntese de proteínas da mucosa intestinal, especialmente para a síntese de mucina (Bortoluzzi et al., 2018).

O conteúdo de treonina no lúmen intestinal pode afetar a síntese de mucina intestinal e outras proteínas. Portanto, a demanda de treonina em leitões desmamados aumentará para manter as funções do intestino.

A treonina é essencial para melhorar a estrutura e morfologia intestinal em leitões em condições fisiológicas e patológicas.

TRIPTOFANO

Bactérias patogênicas

Mucina

Epitélio intestinal

Como um aminoácido essencial em suínos, o triptofano desempenha um papel importante na regulação imunológica, regulação da digestão, antiestresse e regulação da síntese de proteínas.

Como a mucina não é digerida e reutilizada pelo intestino, a secreção intestinal de mucina é uma perda líquida de treonina.

Na produção de suínos, a adição de triptofano pode melhorar o desempenho nas fases de crescimento e terminação, além de melhorar a saúde de leitões desmamados.

58 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e
saúde dos leitões

Estudos demonstraram que a inclusão de triptofano na dieta de leitões desmamados reduziu, significativamente, a frequência e a duração das lutas entre os leitões e melhorou a integridade do epitélio intestinal (Koopmans et al., 2006).

Além disso, a concentração de cortisol na saliva dos leitões foi aumentada, enquanto as concentrações de norepinefrina e glândula adrenal reduziram com a adição de triptofano (Ruan et al., 2014).

AMINOÁCIDOS SULFURADOS

Os aminoácidos sulfurados (AAS) podem afetar o metabolismo e a função celular participando da regulação dos processos de metilação e status redox (Elremaly et al., 2016). Após o desmame, existem três razões principais para a deficiência de aminoácidos sulfurados em leitões:

A inclusão de AAS na dieta pode não atender às demandas de crescimento e desenvolvimento dos leitões

A ingestão de ração dos leitões é drasticamente reduzida, resultando em ingestão insuficiente de aminoácidos

Aumento do catabolismo de AAS causado pelo estresse do desmame, resultando em disponibilidade insuficiente.

O intestino é um órgão importante para o metabolismo de AAS no organismo. Cerca de 20% dos AAS da dieta são transmetilados em cisteína e homocisteína no intestino (Song et al., 2017).

A cisteína é o aminoácido limitante da taxa de síntese de glutationa e é o principal antioxidante celular em mamíferos. Como precursora da glutationa, a cisteína na dieta desempenha um papel fundamental na função antioxidante do epitélio intestinal (Su et al., 2018)

Além disso, cisteína e glutationa também podem regular a proliferação e diferenciação de células epiteliais regulando o status redox (Wu et al., 2017).

59 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões
01 03 02

AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA

Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs do inglês - branched-chain amino acids) são substratos essenciais para a biossíntese de proteínas.

A suplementação dietética de BCAA pode regular o metabolismo energético nas células epiteliais intestinais do leitão, ativando as diferentes vias, reduzindo assim os níveis de espécies nocivas (Hu et al., 2017).

A suplementação dietética de BCAAs promove a atividade das enzimas digestivas intestinais, a expressão do transportador epitelial de nutrientes, a função de barreira e a microbiota intestinal dos leitões (Wolffram et al., 1986; Noren et al., 1971). A regulação da expressão de genes e proteínas envolvidas em vias de sinalização é um mecanismo potencial para a ação dos BCAAs.

Além disso, a suplementação dietética com BCAAs pode melhorar a taxa de sobrevivência de leitões prematuros e melhorar o desempenho durante o desmame (Buddington et al., 2018).

Como aminoácidos funcionais, os BCAAs participam e regulam as principais vias metabólicas para melhorar o desenvolvimento intestinal e sistêmico em leitões desmamados. Os BCAAs têm um efeito protetor no status redox intestinal e na abundância de genes relacionados em leitões desmamados com retardo de crescimento (Huang et al., 2017).

Foi relatado que os BCAAs dietéticos têm um efeito positivo na proliferação e diferenciação das células epiteliais intestinais de leitões (Hu et al., 2017). Os BCAAs fornecem grupos amino para a síntese de glutamato e aspartato no intestino e também fornecem energia diretamente para o transporte de nutrientes e renovação de proteínas intracelulares (Wang et al., 2018).

60 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões

CONCLUSÕES

Compreender a dependência do desenvolvimento intestinal dos nutrientes pode ajudar os nutricionistas a fornecer suporte nutricional ideal para a saúde dos leitões desmamados. Os aminoácidos são importantes nutrientes funcionais envolvidos na manutenção da morfologia e funções intestinais.

A fim de minimizar o impacto da remoção de antibióticos em leitões desmamados, é necessário desenvolver alternativas eficazes. A alimentação com uma dieta com inclusão de aminoácidos cristalinos após o desmame é uma estratégia que pode melhorar o desenvolvimento intestinal e a saúde dos leitões.

Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões

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61 Saúde intestinal suínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Aminoácidos e o desenvolvimento intestinal e saúde dos leitões

PARA A COLETA

PONTOS DE ATENÇÃO DE SÊMEN

A coleta de sêmen suíno pode ser considerada o ponto de partida para uma dose inseminante de qualidade. Todos os procedimentos realizados com base na coleta têm como objetivo único:

prolongar ao máximo a viabilidade espermática, lembrando sempre que não é possível melhorar a qualidade de um ejaculado, mas somente mantê-la ou minimizar suas perdas.

E quem recebeu a suínoBrasil foi a granja Agrosuínos e o Médico Veterinário Antônio Kleber irá esclarecer alguns questionamentos sobre a coleta de sêmen.

62 entrevista SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Pontos de atenção para a coleta de sêmen

Tendo em vista a rotina da granja, qual o momento ideal para a coleta do sêmen? Qual a frequência ideal para coleta de sêmen?

É importante que o macho seja conduzido tranquilamente ao local onde se encontra o manequim, e, preferencialmente, após o arraçoamento e limpeza das instalações, quando o ambiente estiver calmo.

E o que irá determinar a frequência de coletas é o total de porcas que irão desmamar suas respectivas leitegadas.

O esquema da granja, hoje, fraciona a coleta de sêmen em duas vezes por semana. As coletas são realizadas às quintas-feiras e aos sábados.

Como o desmame ocorre nas segundasfeiras, já é possível determinar quantas matrizes irão para a inseminação artificial.

Quais aspectos devem ser considerados para a estrutura da sala de coleta de sêmen?

O objetivo desta instalação é proporcionar o melhor ambiente para que estes machos não tenham nenhum estresse durante a coleta de sêmen.

A sala de coleta é composta pela área de limpeza do prepúcio e o manequim.

O manequim deve ter uma estrutura para suportar o peso dos reprodutores e, proporcionar um conforto no momento da coleta de sêmen.

A fim de proporcionar conforto térmico aos reprodutores, a sala dispõe de ventiladores para circulação de ar, além disso, as coletas são realizadas nos períodos mais frescos do dia, sempre no período da manhã, o mais cedo possível.

“O nosso objetivo é proporcionar todo o conforto e minimizar tanto a pressão de infecção, com o estresse desse animal.”

Segurança, conforto ambiente e higiene são fundamentais para termos uma coleta de qualidade e, consequentemente, proporcionar uma melhor condição de vida e bem-estar a esse animal, sempre com foco em manter a qualidade da dose inseminante.

63 entrevista SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Pontos de atenção para a
coleta de sêmen

O manequim de coleta deve ser o único objeto instalado na sala de coleta de sêmen. Quais as principais características desse equipamento?

O manequim é muito simples. É uma estrutura que reproduz a estrutura corporal da fêmea.

Quando o macho reprodutor deve ser apresentado ao manequim? E como é realizado o treinamento do reprodutor?

Na rotina da granja o macho reprodutor é transferido para o setor de reprodução após a estadia na quarentena.

Ao ser alocado no setor de reprodução é fornecido uma ração específica para melhorar a condição corporal e para minimizar o estresse da mudança de ambiente respeita-se um intervalo de 4 a 5 dias para adaptação do macho ao novo ambiente.

Posteriormente, o macho reprodutor é conduzido, diariamente para a sala de coleta, onde é mantido por 20 minutos.

“Essa apresentação é realizada para adaptação do macho à rotina de coleta de sêmen”, pontua Kléber.

Como eu disse prezamos pela segurança, sendo assim, a estrutura é composta por aço inox para que não enferruje e cause problemas como quebra do equipamento e queda do animal.

Nosso manequim é regulável, a depender da altura do animal é possível regular a altura do equipamento, que também é uma forma de garantir conforto e segurança ao reprodutor e ao operador.

Essa apresentação é realizada até o momento que o macho realiza a monta no manequim, uma vez que o animal subiu no manequim é realizado o esgotamento.

Esse sêmen é coletado para análise para determinação da viabilidade espermática do macho reprodutor.

64 entrevista SuínoBrasil 1º
2023 |
“O esgotamento é um momento de conforto para o animal!”
Trimestre
Pontos de atenção para a coleta de sêmen

O método mais utilizado para a coleta de sêmen é denominado “Método da Mão Enluvada”.

Quais as etapas desse método?

E quais são os pontos de atenção para o coletador durante a coleta?

A técnica de coleta pelo “Método da Mão Enluvada” é um procedimento simples, realizada pela estimulação mecânica do pênis, com a fixação manual da extremidade do pênis.

Os pontos de atenção durante a coleta são:

Evitar o contato de sujidades com o pênis e o

Uma vez que o sêmen foi coletado, como é realizado armazenamento das doses inseminantes?

Logo após a coleta de sêmen, é retirada uma alíquota da amostra para calcular a concentração de espermatozoides, para determinar quantas doses serão obtidas a partir do ejaculado coletado. Além disso, é mensurado as características de qualidade do sêmen, motilidade e vigor.

Cuidado para o pênis não escorregar da mão do coletador

Atenção para separar as quatro fases do ejaculado (secreções uretrais; fase rica; fase pobre; fase gelatinosa).

A análise de qualidade é realizada por microscopia eletrônica, em que é observado a viabilidade espermática. Para isso, o sêmen é colocado em uma placa de aquecimento, para manter a temperatura corporal do macho, e assim manter os espermatozoides íntegros.

Antes de determinar o número de doses inseminantes, faz-se uma pré-diluição (1:1), em que os espermatozoides são diluídos em uma solução que oferece nutrientes e proteção contra choques térmicos e osmóticos.

a torção
copo de coleta Evitar
do pênis
65 entrevista SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Pontos de atenção para a
de
“Quanto maior a motilidade e o vigor, maior a viabilidade espermática do sêmen.”
coleta
sêmen

Essa técnica tem como objetivo ambientar as células espermáticas ao novo meio em que serão diluídas. Vale lembrar que esta solução deve estar na mesma temperatura do ejaculado, para assim manter sua qualidade.

Uma vez realizada a pré-diluição, é realizado o cálculo da concentração espermática Para o cálculo da concentração, utilizamos uma dose de sêmen diluída em formol salino (1:200) e preenchemos ambos os lados da câmara de Neubauer.

Preenchido, esperamos 3 minutos para que as células decantem e então levamos a câmara para o microscópio, onde é realizada a contagem.

Contamos os dois lados da câmara e depois calculamos a concentração de espermatozoides no ejaculado, assim podemos calcular a quantidade de doses para inseminação.

A coleta de hoje continha 200 ml de ejaculado e após os cálculos serão obtidas 27 doses inseminantes. Para obtenção das doses serão adicionados 1160 mL de diluente à pré-diluição.

Após o envase essas doses serão levadas para a câmara de armazenamento à temperatura 16ºC e 18ºC e sua utilização em até 48-72 horas após a coleta.

No nosso caso, as matrizes serão inseminadas no período tarde (mesmo dia da coleta de sêmen).

Assista a entrevista completa em nosso canal no Youtube, AgriNews TVBrasil

Pontos de atenção para a coleta de sêmen

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66 entrevista SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Pontos
de atenção para a coleta de sêmen
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COCCIDIOSE E SEU IMPACTO NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS

Mariana Costa Fausto – maricfausto@gmail.com

Isamara da Silva Lemos - Isamaralemosvet@gmail.com

Maria Luísa Ferreira Carvalho Rola - marialuisa_ferreira@yahoo.com.br

Acoccidiose em suínos, também conhecida como isosporose ou cistoisosporose é causada pelo protozoário Cystoisospora suis e afeta principalmente leitões lactantes, provocando diarreia de cor amarelada ou acinzentada com odor fétido e frequentemente pastosas (SHRESTHA, 2017).

patologia 68 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Coccidiose e seu impacto na produção de suínos

Apesar de ser considerada uma doença de baixa mortalidade e alta morbidade, nem todos os leitões de uma mesma leitegada são igualmente afetados, resultando em pesos de desmame reduzidos e desiguais que provoca perdas econômicas significativas na produção (STINGELIN, 2017).

Além do seu papel como patógeno primário, o Cystoisospora suis é comumente associado a quadros de diarreias multifatoriais quando em ação com outros agentes comuns nessa fase, tais como rotavírus, Clostridium perfringens e E. coli, o que eleva a mortalidade no setor (ÓZSVÁRI, 2018).

EPIDEMIOLOGIA

De acordo com Sobestiansky (2012), embora a coccidiose seja tipicamente uma doença de leitões na fase de maternidade, nos últimos anos, devido ao desmame precoce, a enfermidade também tem sido observada no início da fase de creche.

Anteriormente denominado Isospora suis, em 2005 esse protozoário foi reclassificado como Cystoisospora suis e pertencente ao gênero Cystoisospora (Barta et al., 2005).

Seu ciclo acontece através da esquizogonia e a gametogonia.

A esquizogonia ocorre de forma assexuada, quando o leitão ingere o ococisto esporulado encontrado no ambiente. Após a ingestão acontece a excistação, onde a parede desse oocisto é digerida levando a liberação de esporozoítos no intestino do animal (SOBESTIANSKY et al., 2012).

patologia 69 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Coccidiose e seu impacto na produção de suínos

Estes penetram e multiplicam em células epiteliais ou lâmina própria da mucosa, onde se transformam em trofozoítos, dando origem assim a primeira geração chamada de esquizontes.

Já os esquizontes produzem uma primeira geração de merozoítos, que saem da célula original e penetram nas células saudáveis, formando a segunda geração de esquizontes (BOWMAN D., 2010).

Já a gametogonia acontece de forma sexuada, quando um merozoíto produzido no final da esquizogonia, chamado de telomerozoíto penetra em uma célula saudável e se desenvolvendo em macro e microgametas que se fundem formando o zigoto, também conhecido como oocisto (Figura 1).

Os oocistos são liberados na luz intestinal pela ruptura da célula hospedeira, chegando ao ambiente através das fezes, onde a uma temperatura entre 24 a 27°C e umidade de 80-85% esporularão em até 48 horas.

EXTERNO

Oocisto maduro com esporozoítos

Oocistos imaturos com esporoblastos

Oocisto maduro com esporozoítos

Ingestão

Esporozoítos liberados do oocisto reinvasão Invasão

INTERNO

= Oocistos nas fezes

Figura 1: Ciclo do Cystoisospora suis. Fonte: Pig Health. 2018 Trofozoíto Esquizonte Merozoítos Microgameta Gamogonia Esporogonia Liberação de oocisto Macrogameta Fusão
patologia 70 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Coccidiose e seu
impacto na produção de suínos

Por serem altamente resistentes à dessecação e compostos antimicrobianos, é praticamente impossível de serem eliminados após terem sido introduzidos na granja (SOBESTIANSKY et al., 2012).

PATOGÊNESE E SINAIS CLÍNICOS

A idade de exposição e a carga parasitária tem um importante papel no curso da doença.

Assim, na fase de maternidade, a contaminação dos animais pode ocorrer em qualquer momento, ou seja, logo após o parto ou próximo ao desmame.

Os leitões se contaminam ingerindo os oocistos presentes no piso das gaiolas que podem ter sido eliminados pela fêmea, ser remanescentes das leitegadas anteriores ou ainda ter sido transportados de outras instalações de maneira mecânica, ou seja, por meio de vassouras, botas e vetores (moscas e roedores).

Vale considerar que o tipo de piso da granja pode contribuir com a ocorrência da doença, uma vez que pisos concretos predispõem o acúmulo de matéria orgânica e consequentemente à doença (Figura 2).

Os leitões que se contaminam mais jovens tendem a ser mais sensíveis e demonstrar quadro clínico mais grave. De maneira geral, o período de incubação varia entre 3 a 5 dias e, normalmente, os sinais clínicos se iniciam com vômitos seguido de diarreia fétida, amarelada a acinzentada, cremosa a pastosa, especificamente na segunda semana de vida (Figura 3).

Contudo, quando a exposição e a carga parasitária são altas, os leitões podem apresentar sinais clínicos dentro de até 48 horas.

Figura 2: Diarreia causada por Cystoisospora suis em leitegadas com idade de 8 a 15 dias de vida Figura 3: Diarreia coletada em leitões provenientes de leitegadas com idade de 8 a 15 dias de vida
patologia 71 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Coccidiose e seu impacto na produção de suínos

Os animais acometidos apresentam a região do períneo impregnada de fezes, mostram-se apáticos e com os pêlos arrepiados devido a desidratação que a doença provoca. Além disso, ocorre uma queda brusca no desempenho, provocando uma refugagem desses animais (Figura 4).

Tais lesões tornam os leitões mais susceptíveis a infecções por agentes como colibacilose e clostridiose (CHAE et al., 1998). Além disso, estas provocam um impacto significativo no crescimento e no bem-estar ao longo da vida dos animais, causando queda no ganho de peso e desenvolvimento mesmo em leitões que não manifestaram sinais clínicos (MAES et al., 2007).

DIAGNÓSTICO

Uma vez que a diarreia se inicia, ocorre comprometimento da parede intestinal devido a ruptura das células das vilosidades da mucosa intestinal levando a um quadro de enterite fibrinosa.

As principais técnicas utilizadas são a Técnica de Sheather que tem o princípio de centrifugo-flutuação utilizando uma solução saturada de sacarose. Para diagnóstico quantitativo por flutuação, utiliza-se a técnica de Gordone Whitlock também conhecida como Contagem de Ovos por Grama de Fezes (OPG) (Figura 5), e o Método de Willis para o diagnostico qualitativo por oocistos, também através do princípio da flutuação.

Figura 4: Leitegada de 10 dias de idade, com diarreia provocada por Cystoisospora suis Figura 5: Diagnóstico coproparasitológico por meio da Técnica de OPG e utilizando a Câmara De McMaster
72
O diagnóstico da coccidiose se dá através do
exame coproparasitológico.
patologia
SuínoBrasil 1º
Trimestre 2023 | Coccidiose e seu impacto na produção de suínos

Para realização dos testes, as fezes devem ser coletadas diretamente da ampola retal dos animais e não no ambiente (Figura 6).

Em média os leitões demorarão seis dias para começar a excretar oocistos e excretam por aproximadamente três dias. Assim, cuidados devem ser tomados na interpretação dos testes com intuito de evitar resultados falso negativos.

TRATAMENTO

Por se tratar de um protozoário, a diarreia não responde à antibioticoterapia.

Em casos de surgimento da doença, uma atenção deve ser dada às condições ambientais como forma de conferir suporte e diminuir o desafio dos animais.

Para isso é importante cuidar da limpeza das baias, evitar correntes de ar e variações

bruscas de temperatura, bem como estimular a ingestão de leite pelos leitões para melhorar o quadro de desidratação

É importante e necessário também considerar o diagnóstico diferencial para outras causas de diarreia prédesmame, incluindo E. coli e C. perfringens e diarreia induzida por estresse ambiental, especialmente associada a correntes de ar e variações bruscas de temperaturas.

decorrente da contaminação pelo agente.

Figura 6: Coleta de amostra diretamente da ampola retal de animais com sinal clínico de diarreia, para realização de exames coproparasitológicos.
73 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Coccidiose e seu impacto na produção de suínos
patologia

CONTROLE E PREVENÇÃO

Práticas de manejo que envolvem estrutura das instalações, medidas de higiene e vazio sanitário das gaiolas de maternidade e manejo correto dos animais interferem diretamente no risco de ocorrência e transmissão da doença.

Assim, como medida de prevenção deve-se assegurar de que os protocolos de preparação e limpeza pré-parto da sala de maternidade sejam seguidos bem como os protocolos de limpeza das fêmeas e aparelhos mamários antes do alojamento nas gaiolas.

E por fim para contribuir no controle, prevenção e diminuição dessa enfermidade nos animais, deve ser realizado o tratamento metafilático com toltrazuril no terceiro dia de vida dos animais para suprimir a multiplicação do parasito, a destruição dos enterócitos e a eliminação de oocistos no ambiente.

Uma vez que a disseminação da doença pode ocorrer por fômites é de extrema importância separação de materiais e equipamentos de limpeza individual para cada setor e também a adoção de pé dilúvio com solução desinfetante em cada sala de maternidade.

Após o parto deve-se remover diariamente, e várias vezes ao dia, toda matéria orgânica das instalações onde os animais estão alojados e não menos importante, deve-se realizar o controle de moscas e roedores, que podem veicular os oocistos e realizar a transmissão cruzada entre lotes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Até o momento não se tem uma solução isolada que consiga acabar com a coccidiose e suas consequências, mas sim um conjunto de estratégias que minimizem o impacto negativo causado pela doença e prejuízos econômicos dentro da produção.

Coccidiose e seu impacto na produção de suínos BAIXAR EM PDF

patologia 74 SuínoBrasil 1º Trimestre 2023 | Coccidiose e seu impacto na produção de
suínos

Microbiomas saudáveis trazem resultados extraordinários

O microbioma intestinal é um componente essencial da saúde animal. Ela precisa crescer e amadurecer bem para garantir a resiliência do rebanho. Signis - o primeiro de uma nova classe de aditivos, os estimbióticos, influenciam o desenvolvimento do microbioma ao fornecer uma população microbiana benéfica. Quanto mais saudável for o microbioma, mais saudáveis serão os benefícios. Descubra por que Signis está recebendo tanta atenção em www.abvista.com

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