GRIP Nº8 - Versão Portuguesa

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N.º 08 Dezembro 2013

Veckring cenário

Vera Gimenes miss grip

DPL

competição

Axel Gaudin entrevista

Chantilly millennium 01


14-15 Perfil

82 Galeri

16-43 Millennium

56-64 DPL

98-114 Entrevista Axel Gaudin

116

Miss GR Vera G

índice 06–07 Equipa

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Editorial

10–11

Destaque Todos os minutos contam!

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Notícias

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índice

14–15

Perfil Gregory Maugino

16–43

Millennium Chantilly Paris

44–55

66-77 TOP 5

78–81

Project K Axel Gaudin

82–97

CN Viseu

Galeria Millennium Series Champions 2013

56–64

98–114

DPL

Entrevista Axel Gaudin


2-97 ia

136-145 Entrevista - SOP

66-77 TOP 5

124-134 Cenário - Veckring

6-123

RIP Gimenes

116-123

154-156

124-134

158-160

Miss GRIP Vera Gimenes Cenário Veckring

136-145

Review Dfender

Review JT Splatmaster Sniper

Entrevista Soldiers of Paint

162-165

146-153

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Cenário Operação Shutdown

Backstage

Agradecimentos

154-156 Review -Dfender índice

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the ne w

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exclus at

Features: id 2013 Soleno in lr e D w e n alve new 2013 V oated Steel C m iu d a n a tV new Tool Se OLeD Board i T G e n lo C ne w p p Around Gri ra w h c u o T new Soft

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ort.com p s s x a .m www


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RITA PEREIRA Responsável pela paginação da GRIP. É designer de comunicação.

PEDRO SIMÕES Editor de fotografia da GRIP. Fotojornalista credenciado e conhecido pelo seu mau feitio.

DANIEL TEIXEIRA O puto da revista. Ele é o responsável pelo nosso website e por todos os bits e bytes.

ANDRÉ FARIA O homem do cenário. Se mete camuflados, réplicas de armas e diversão, este homem está lá.

Axel Gaudin Não precisa de apresentações. Quem melhor para vos ensinar de tácticas que um dos mestres da Project K?

Domingos Leitão Chefe de campo no Millennium e na Liga Portuguesa. Explica-te o bê-á-bá das regras.

equipa


Handy Tims Quem melhor para nos ajudar que um dos designers da RSH. Qualquer assunto relacionado com a imagem, é com ele!

Zane KJ Mañasco Se não estiver a disparar está a fazer magia no computador. A loucura e genialidade de design numa única pessoa.

DUARTE GOMES O grande mecânico de serviço. Poucos percebem tanto de marcadores e acessórios de paintball como ele.

Rita Riscado A nossa «irlandesa» traduz e aturanos à brava com as nossas dúvidas. Sem ela, vocês não nos entendiam!

André Gomes Um dos «putos» da equipa. Domina o Inglês e ajuda-nos a traduzir alguns milhares de palavras por edição.

Hugo Bettencourt Se existe alguma novidade no nosso desporto, ele já o sabe. O homem da notícias!

equipa

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Propriedade de André Filipe Sobreira Garrido NIF: 227215290 Redacção: Rua General Taborda Nº3 - 1º 1070-137 Lisboa Registo na ERC: Nº 126231 Periodicidade: Trimestral

DIRECTOR EDITOR MARKETING E PUBLICIDADE FOTOGRAFIA

André Garrido (mail@grippaintball.com) André Garrido (mail@grippaintball.com) Carla Peixoto (carla.peixoto@grippaintball.com) GRIP - Photo Services Axel Gaudin by Jani Andersson

A GRIP - Paintball Magazine ou André Filipe Sobreira Garrido não são responsáveis pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão das características e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias.

INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUAISQUER MEIOS

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editorial Por André Garrido Director GRIP

P

ela primeira vez tivemos um número onde praticamente tudo correu mal. Não propriamente por culpa nossa, mas por uma série de variáveis que tendiam simplesmente a justificar todas as leis de Murphy. Começámos com um calendário pavoroso que nos deixou algumas provas com meses de atraso na sua divulgação. Depois uma série de colaboradores doentes. Chegámos ao ponto ridículo de aterrar em Madrid e sermos avisados naquele preciso momento em que passamos a porta do aeroporto que o evento tinha sido cancelado. Mesmo assim orgulhamo-nos de entregar mais um número da GRIP com a qualidade a que vos habituámos. Neste número poderão ler tudo que aconteceu no Millennium Series, e conhecer os vencedores de cada divisão, com especial destaque para os campeões: os Tonton. Ainda passámos por terras germânicas para conhecer a maior liga de paintball do Mundo, a DPL. Passámos ainda em Veckring com o objetivo de conhecer uma das mecas do paintball europeu. Ainda neste tema, fomos mais uma vez ao jogo da Paintugal, onde foi feito um dos jogos com o cenário mais incrível que alguma vez vimos. A já conhecida galeria feita pelos melhores designers do nosso meio prestando tributo aos campeões europeus só consegue ser batida pela estonteante beleza da nossa nova Miss GRIP, Vera Gimenes. Como já é hábito foram feitas duas grandes entrevistas. Uma a Axel Gaudin, que não precisa de apresentações, e uma segunda aos realizadores do SoP, que fizeram o primeiro documentário dedicado ao paintball. Ficam ainda as reviews da novíssima DFender e da JT SplatMaster Sniper. Até para o ano!

editorial

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Todos os minutos contam! Quem não conhece o nosso desporto não sabe quão cansativo pode ser. São «só» entre três a sete jogos de 15 minutos cada, com elevados níveis de adrenalina, agressividade, sprints e voos para a cobra. Por todos estes motivos é normal vermos jogadores a descansar o máximo possível, porque uma coisa é certa… todos os minutos dentro e fora de campo contam para se ganhar um jogo! 10

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destaque

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XField Paintball

Planet Eclipse Após o lançamento da Ego LV1 a Planet Eclipse não parou de nos surpreender e revelou a sua nova SL para 2014. Decidiram assim inovar ao criar a primeira GEO SL (GSL). Ainda lançaram também a GEO 3.1 com novas cores e com o mesmo grip da LV1.

Este foi o primeiro jogo de paintball para Tablets e Smartphones. Tivemos a oportunidade de observar o lançamento de novos designs e de uns óculos em 3D para este jogo e para a sua aplicação «Walk In The Field». Nesta aplicação podemos estudar o campo sem estarmos fisicamente em campo.

RDR KLR e VIO

Este ano pudemos observar um crescimento no mercado das máscaras de paintball. A Virtue e a HK Army lançaram a VIO e KLR, que nos permitem modificar as máscaras a gosto. Podemos assim escolher de uma vasta combinação de cores, lentes e elásticos para melhor condizer com o nosso equipamento e com a nossa cor preferida.

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notícias

A GI Sportz entrou no mercado dos loaders com uma peça única. O novo Pulse RDR tem novas especificações nunca antes usadas, contamos assim com um contador electrónico de bolas, chrony e muito mais na maior evolução tecnológica de sempre deste equipamento.


Empire Dfender

A Empire deu um salto para o futuro com a nova D*Fender. Conseguiram colocar um loader dentro do marcador. Desta forma conseguimos ter uma visão mais clara do campo. Incorporaram também todo o sistema electrónico da Axe com diversos modos de disparo que podem ser facilmente alterados.

Box Magazine A DYE lançou um novo sistema de alimentação de bolas para a sua DAM. Este sistema em vez de deixar a bola cair, empurra-a para cima e dá pelo nome de Box Magazine. Leva mais de 320 bolas de paintball, sendo o seu funcionamento idêntico ao do Rotor, tal como a facilidade de limpeza, montagem e desmontagem. publicidade

notícias

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Gregory Maugino

G

regory começou a jogar muito novo, com apenas com 11 anos, que é o mesmo que dizer que já joga há 21 anos. Geralmente aqueles que começam a jogar muito novos conseguem grandes feitos, muito devido à sua experiência. Captain G, como é conhecido, não foge á regra e já conquistou por três vezes seguidas o campeonato francês, um dos campeonatos mais difíceis do Mundo.

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perfil

A nível internacional joga com a sua equipa no Millennium, tendo tido uma excelente prestação no ano de 2010 onde conseguiu um quarto lugar da geral. Joga ainda no CPS com o objectivo de tornar a sua equipa ainda mais forte e competitiva. Não tem medo de dizer que ter criado os Carnage são seu maior sucesso que o levam a jogar ao mais alto nível.


Nickname Captain G

Data de nascimento 30/05/1981

Profissão Inspector

COMEÇOU A JOGAR EM 1992

Joga nos Paris Camp Carnage

Em que eventos participou Millennium Series, Champions Paintball Series (CPS)

Eventos que ganhou Campeão Francês em 2006, 2007 e 2008; Campeão WTS 2011 e 2012.

Maior sucesso no paintball Jogar ao mais alto nível na europa e os três títulos da liga francesa.

Texto: André Garrido

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Chantill Pari 16

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ly is

A etapa mais esperada do Millennium Series finalmente aconteceu entre os dias 13 a 15 de Setembro. Prometeram muito para a etapa que substituiu o lugar mais mítico do paintball europeu. É Chantilly melhor que a EuroDisney? Texto: André Garrido millennium

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Paris é há muitos anos a etapa de eleição de todos os jogadores de paintball na Europa. Até ao momento esse facto deviase ao local onde se realizava a prova – Parque EuroDisney – que permitia que os jogadores levassem os seus familiares, especialmente os mais pequenos, ao maior

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torneio europeu. Esta característica era fantástica não só pelo facto de existir um maior convívio familiar mas principalmente porque trás mais público e possíveis novos jogadores. Este ano a prova foi realizada no relvado da pista do hipódromo de Chantilly, o que deixava todos com algumas dúvidas. Mas uma coisa é certa, o cenário envolvente não podia ser melhor de tão majestoso que é. A parte mais impressionante é quando passamos na frente do castelo com os


seus lagos, jardins e portões magníficos. o Millennium preocupa-se em oferecer Infelizmente, e por razões óbvias, os hipóteses de alojamento praticamente campos situam-se a umas centenas de dentro do recinto do evento. Desta vez metros, como já referimos, no hipódromo. existiam muitas opções embora espalhadas No entanto, os campos não deixam de por vários quilómetros em redor. estar inseridos numa paisagem O que não mudou foi a chuva magnífica tendo a fachada durante o evento. Nos dois O cenário dos antigos estábulos como primeiros dias choveu o não podia linha de fundo. E não são suficiente para incomodar ser mais uns estábulos quaisquer… todos, desde os jogadores ao majestoso! Existem reis que não tiveram staff, chegando a prejudicar um palácio tão grande, tal as prestações dos jogos era a grandiosidade e requinte devido à qualidade da bola e daquele edifício. de algumas zonas do campo. Como Esta mudança de local também ouvimos dizer em backstage: «Este jogo obrigou a que a política das dormidas não foi feito para ser jogado á chuva». serem próximas do campo não fosse Após acharmos que seria um exagero, seguida. Como temos vindo a relatar, afinal a maioria dos jogos profissionais

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podem ser jogados á chuva, o que é certo estar rodeado por imensas pessoas dando a é que realmente o nosso desporto não é sensação de uma maior multidão a ver. muito amigo da água. A cobrança de bilhetes gerou muita Relativamente ao desenho do campo polémica chegando a existir acusações podemos afirmar que parecia interessante que a organização só pretende ganhar antes da prova, com as suas duas cobras. dinheiro com os jogadores. Num Inicialmente pensámos que seria algo comunicado por parte do Millennium a que destabilizaria muito o jogo por nunca organização assumiu a necessidade de se saber qual o lado mais forte de cada fazer dinheiro para pagar as despesas equipa, e em que lado iria essa equipa avultadas que um torneio desta apostar, caso não apostasse nos dois. O envergadura tem. O Millennium ainda que é certo, e tem sido algo recorrente se defendeu dizendo que as bancadas ao longo deste ano, é que as equipas não laterais eram gratuitas, sendo apenas arriscam muito, esperando que algo paga a grande bancada. Contudo uma aconteça e só depois tentam algo coisa é certa, a venda de bilhetes O layout capaz de ganhar o jogo. Não torna o nosso desporto ainda não foi a parece ter funcionado como mais profissional. Algo só melhor opção se previa o que revelou ser tem valor se alguém desejar para a última uma má opção para a última pagar por ele. etapa, onde muito etapa onde muita coisa A grande novidade deste estava em estava em causa. ano foi realizada nesta causa. A disposição dos campos prova. Pela primeira vez foi foi montada de uma forma feito um verdadeiro World Cup, inteligente tendo em conta que ao contrário do que é anunciado passaram a ser cobrados bilhetes para a em Orlando e na Ásia, onde foram bancada principal de CPL. A organização apresentadas mais de 20 equipas de decidiu colocar o campo de CPL isolado dos diferentes nações. restantes, rodeado pela bancada principal Nas restantes competições ainda e as duas bancadas laterais. A única zona tudo estava por definir. Existiam muitos que não tinha bancada era junto da zona favoritos mas nenhum deles ainda se podia de jogadores. Os restantes campos ficavam proclamar campeão. Nos «corredores» dispostos na perpendicular em relação ao falava-se da grande hipótese de os campo de CPL, uns a seguir aos outros. O franceses Tonton igualarem o mesmo campo de SPL perdeu mediatismo, visto número de campeonatos (dois) que os ter sido relegado para segundo plano, famosos Art Chaos e Joy Division. mas o mediatismo do nosso desporto foi Não deixa de ser interessante reparar que sobejamente compensado pelo campo de apesar de serem uma das melhores equipas CPL. O campo da liga de topo passou a mundiais, até ao ano passado os franceses

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nunca tinham ganho qualquer etapa do Millennium e que o campeonato ganho em 2006 foi a soma de resultados consistentes, nunca sendo a melhor equipa em qualquer das etapas. No entanto, a dúvida da capacidade de vencer desta equipa estava em causa muito devido ao recente escândalo em PSP, onde vários jogadores foram apanhados com «armas quentes». Um dos dados reveladores do sucesso de uma prova no Millennium é o número

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de inscrições em Divisão 3. Dificilmente estes números poderiam ser piores. Em relação à prova da Disney do ano passado houve um decréscimo de 50% de equipas presentes, o que significa que se passou de 60 para 30 equipas. A análise já é grave mas torna-se pior se pensarmos que em relação às restantes provas deste ano, Chantilly foi a segunda pior prova em termos de inscrições em Divisão 3, ficando apenas atrás de St. Tropez. Este dado é


revelador do que os jogadores poderão por completo. Para provar isto, mais pensar acerca do novo local, no entanto uma vez, basta ver que duas equipas outros motivos têm de ser responsáveis estreantes – SNT Provins e Scalp ME por estes números. Saulx les Chartreux 4 – conseguiram o Esta divisão foi o exemplo terceiro e quarto lugar do evento de como uma equipa que é respectivamente. A venda praticamente campeã pode Sem grande espanto, e de bilhetes ter um deslize. Após ter com os Apocalypses Brussels ao público conseguido dois primeiros fora do caminho, os Evil torna o nosso lugares e um segundo, os Men, que até então tinham desporto mais Apocalypses Brussels tiveram dois quartos lugares e um profissional. uma etapa desastrosa não terceiro, conseguiram a sua tendo sequer passado da fase primeira vitória no Millennium. de preliminares. Mesmo assim Este cenário era praticamente garantiram um 16º lugar relegando-os impossível de prever antes da prova, mas para a medalha de prata do Millennium. não deixa de ser uma lição para as equipas Como já tínhamos alertado este é o pouco ambiciosas: Só quando o buzzer perigo de divisões abertas, onde podemos toca é que o jogo termina. Os Evil Men apanhar boas equipas que desconhecemos foram assim os campeões de Divisão 3.

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Este segundo lugar não baralhou muito X-Ball, logo não há muito para onde ir. as coisas na classificação, visto que os Lucky Esta divisão tem a sorte de ter duas 15s estiverem irrepreensíveis, não tendo equipas femininas – Poison Ivy e Fat no entanto vitórias fáceis, chegando a usar Lady’s Charm – que movem sempre o relógio a seu favor. Este primeiro uma massa maior de fãs, outros lugar tornou-os campeões desta jogadores e especialmente Não interessa divisão com mais 52 pontos que fotógrafos. As Poison Ivy, como chegas os DV8. Os DV8 garantiram o como temos relatado ao ao jogo, segundo lugar da geral com longo do ano, fizeram uma mas sim um sexto lugar na prova, época muito consistente como sais fazendo com que subam para que fez com que a fama dele. a Divisão 1. É de lembrar que aumentasse a ponto de esta equipa apostou em Clint passarem a ter lugar nas mesas Moore como seu treinador e os de autógrafos das grandes equipas. resultados não podiam ter sido melhores. Nesta prova ainda tivemos a sorte de O terceiro lugar da prova e da classificação poder assistir ao primeiro confronto geral foi conseguida pelos Diaspora que feminino do ano entre ambas as equipas. foram prejudicados pela prestação de Um jogo muito intenso que levou o Bitburg, onde ficaram em 13º. relógio até ao final com apenas um ponto Os três primeiros sobem de divisão – marcado para as Poison Ivy. As Fat Lady’s Lucky 15s, DV8 e Diaspora – mas os últimos não jogam o mesmo estilo de jogo de não descem, pois esta é a divisão de 2011, onde com a ajuda de Anthony Perez entrada e última divisão de conseguiram um quarto lugar da geral,

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mas não lhes falta garra nem vontade de mostrar que as mulheres não são um alvo fácil. As Poison Ivy mereciam mais, mas após o décimo lugar em Basildon, precisavam de mais do que o sétimo lugar que conseguiram fazer. Uma das divisões que mais gostamos de seguir é a Divisão 1. Nesta divisão encontram-se bons jogadores que muitas vezes sozinhos conseguem fazer a diferença numa só equipa. Existem bons jogos nestas divisões que demonstram já algum nível de conhecimento elevado do nosso desporto. E para provar esta teoria basta ver que a luta pelos primeiros quatro lugares é uma autêntica loucura. Antes de Chantilly os Scorpion Milano distavam apenas quatro

pontos dos London Defiance nas posições de topo. Os outros dois rivais eram os Bad Boys Oss e os Ronholt Blast. Tudo estava em aberto e luta era renhida. As apostas iam para as duas equipas do topo, onde as grandes estrelas são Jason Wheeler pelos Defiance e Max Lundqvist pelos Scorpion. A equipa italiana não sentiu grandes dificuldades ao longo do torneio, tendo sido o único confronto sério feito na final contra a equipa de Londres. Já a equipa do Reino Unido teve uma fase de preliminares algo atribulada chegando apenas a passar em segundo lugar do seu grupo. O resto do torneio não foi muito fácil para esta equipa chegando mesmo só a mostrar o que valiam a partir das semifinais.

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A final acaba por ser um jogo injusto Em SPL as coisas já são um pouco para os Scorpions que chegam a este diferentes de todas as divisões inferiores. jogo só com vitórias e tendo apenas Aqui já existe, em algumas equipas, a cedido dois pontos aos Vision PPC. Todos noção de responsabilidade e vontade de os restantes jogos foram por 4:0 ou 4:1. se tornarem a próxima equipa profissional. No entanto o que se passou ali foi puro Algumas já passaram pela divisão CPL, paintball puro. Não interessa como chegas outras chegam a ser equipas bandeira ao jogo, mas sim como sais dele. Os de algumas marcas como é o caso dos Ingleses simplesmente espancaram ponto FiveStar pela Anthrax. Uma coisa é certa atrás de ponto a equipa de Itália. Foi não há vitórias garantidas. um jogo perfeito por parte dos Defiance A grande surpresa foi causada pela que de uma forma controlada e agressiva ausência dos Dogs D’Amour que contavam mostraram que souberam superar todas as com a estrela Oliver Lang, mas que devido condicionantes e reverte-las a seu favor. a problemas internos não compareceram A vitória foi um 4:0 brilhante fazendo nesta etapa. Uma coisa é certa, o facto com que esta equipa subisse de terem ficado em penúltimo ao primeiro lugar da geral lugar na primeira prova e em Os Houston e tornassem campeões de vigésimo nono em Londres Heat são Divisão 1 de 2014. O lugar fez com que tomassem esta a maior merecido para esta equipa decisão. desilusão que conseguiu três primeiros Apesar da superioridade de 2013. lugares em quatro provas. dos London Tigers a nível O Scorpions ficaram com da classificação, tal como já o segundo lugar da prova e da dissemos, os resultados não são temporada. garantidos por estatuto. O estatuto Quanto ao terceiro lugar da geral pode ajudar na moral da equipa, mas não ficou a cargo dos Ronholt Blast que teve ganha jogos. Nas preliminares a equipa uma prestação muito sólida até apanhar de Londres sentiu algumas dificuldades os Manchester Firm. Contra a equipa conseguindo o segundo lugar do grupo. Os de Manchester os Noruegueses não seus rivais - Comin At Ya – não sentiram conseguiram melhor do que um fraco qualquer dificuldade em ultrapassar os 1:2, indo mais cedo para casa, mas sendo seus oponentes tendo apenas cedido dois suficiente para garantir o terceiro lugar. pontos em toda esta fase. Fica ainda aqui uma menção honrosa É preciso ainda dar destaque aos RMG aos Holandeses Bad Boys que tendo uma por terem sido a melhor equipa em toda a das equipas mais novas do Millennium fase de preliminares. Supremacia que só conseguiram um excelente lugar desta foi parada nos quartos de final pelos Ugly divisão. Ducklings.

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Outra das equipas que causou surpresa derrotaram os RMG, não conseguindo assim no resultado foram os Hellwood, mas ultrapassar os Hellwood, ficando apenas a desta vez pela negativa. A equipa francesa três pontos de os superar. que se encontrava em segundo lugar da Os Ugly Ducklings vieram geral antes de Chantilly teve uma prova orgulhosamente estragar as contas a desastrosa ficando em último muitas equipas, que após uma A final teve do grupo e garantido um temporada mediana decidiu uma mística desastroso vigésimo primeiro apostar tudo na última prova. inexplicável: lugar. Com este resultado Só não conseguiram derrotar Actuais campeões os campeões desta divisão – pôs o segundo lugar à em título contra disposição. Valeram-lhe os London Tigers – que levaram os campeões excelentes resultados das assim o ouro para casa. de 2012. restantes provas para não CPL é sem dúvida alguma a baixar do terceiro posto da divisão que todos os presentes geral, ganhando ainda assim o lugar desejam ver. Como já dissemos, a de bronze. bancada principal passou a ser cobrada Infelizmente para os Boost Air o que obrigou muitos dos interessados apanharam os mesmos Ugly Ducklings que a verem o jogo das bancadas laterais.

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A bancada principal nunca esteve completamente cheia, nem mesmo nas finais, mas também esteve longe de estar vazia, como muitos dos que estavam contra a medida desejavam. A divisão mais alta deste campeonato esteve como sempre divida em quatro grupos, de quatro equipas cada. No grupo A encontravam-se três das cinco equipas francesas em prova – Tonton, Carnage e Vision – que se iriam digladiar com a equipa surpresa do ano – Polar Bears. Os Vision, que até então não tinham conseguido passar nenhuma preliminar

este ano parecem ter tirado um coelho da cartola e mostraram que estavam em Chantilly para atrapalhar as contas, ganhando todos os jogos e passando em primeiro do grupo. Não deixa de ser interessante que todos os seus jogos tenham tido muitos pontos marcados pelos adversários, algo que Justin Schwarz mencionou na altura que o entrevistámos há uns meses, dizendo que apesar de terem muitas derrotas até ao momento, todas eram muito renhidas. Parece que finalmente conseguiram perceber o que lhes faltava para superar os adversários.

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O segundo lugar ficou a cargo dos Tonton. Os Tonton eram a equipa a bater nesta prova, após dois primeiros lugares e um quinto, esta equipa francesa era aquela que melhores condições reunia para ganhar o troféu mais desejado do continente europeu. Mas poucos são aqueles que se esqueceram do enorme deslize dos Dynasty o ano passado que entregaram o campeonato na última prova aos Art Chaos, quando bastava passar as preliminares. Os franceses apesar de terem passado esta fase, sabiam que ainda

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não tinham nada garantido. Esta etapa não deixou de surpreender quando no Grupo B os Breakout Spa vencem dois jogos e passam em primeiro do grupo com apenas uma derrota frente aos norteamericanos Houston Heat. Os Houston Heat por sua vez são a maior desilusão desta prova. Sem a presença dos Russos, que jogam na Europa pelos Art Chaos, a equipa dos Estados Unidos parece não ter soluções capazes de fazer frente até a equipas do meio da tabela. Valeu-lhes Bitburg onde conseguiram chegar à final, tirando isso


não passaram mais nenhuma preliminar. em Londres mostravam estar muito fortes e Mais uma vez ficaram de fora, deixando o capazes dar luta a quem tivesse a coragem segundo lugar para os Impact. de se colocar no outro lado do campo. No grupo C não houve grandes Apesar dos Infamous estarem a surpresas, pois os Art Chaos jogar bem menos do que jogaram Apenas ficaram em primeiro lugar e os em Londres, o primeiro seis equipas Nexus ocuparam a segunda lugar estava assegurado no ganharam o maior grupo D quando fizeram posição. Deixaram para trás troféu europeu os Instinct e os Icon. Nesta as três vitórias. O segundo nos últimos fase foi notório que os Art lugar calhou aos alemães dez anos. Chaos, um dos candidatos Syndicate, que por vezes ao título caso os Tonton ou os parece que se lembram de Impact tivessem qualquer deslize, como jogar bem, outras vezes não estavam para brincadeiras, e tirando parece que gostam de andar pelos o jogo de 4:2 com os Nexus, deram duas últimos lugares da tabela. valentes sovas às restantes equipas do Nas quartos-de-final já se começam a grupo. Os Nexus após um grande desaire ver jogos dignos de finais. E por vezes

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não é apenas um jogo mas um grupo de dos Art Chaos faria com que os franceses jogos inteiro. Relembramos que Art Chaos e fossem automaticamente campeões. Os Impact estavam na luta pelo primeiro lugar Impact entram em campo decididos a dar ainda e tudo estava em aberto. Para os a volta e fazem o 1:4, 2:4 e o 4:3. O fãs do paintball nada melhor podia tempo pára e faltam apenas vinte O ter acontecido ao juntar Art segundos para acabar o jogo. Millennium fez Chaos contra Impact e Tonton Conseguiriam os Canadenses o primeiro contra Infamous. São apenas empatar e ir a extra-time? Já e verdadeiro quatro das cinco melhores tínhamos visto acontecer, não World Cup equipas do ano, tendo seria impossível. Atacaram do Mundo. qualquer uma delas estado em força mas o tempo não pelo menos num lugar do pódio. foi suficiente. Os Tonton Com alguma estranheza os Tonton saltavam, esbracejavam, riam-se, controlam o jogo na perfeição fazendo abraçavam-se. Passados setes anos os ponto atrás de ponto não dando chance aos Tonton voltam a ser campeões Europeus norte-americanos de pontuar uma única de paintball. Ficou no ar a sensação que vez. Os Art Chaos seguiam pelo mesmo preferiam ter celebrado este momento com caminho, estando já a dar 4:0 aos Impact. os fãs, com o público e todos os amigos, mas Com passagem dos Tonton por 5:0, a vitória quis o destino que a festa fosse feita num

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ambiente mais acolhedor e «privado». Nos outros jogos, os Nexus continuaram a mostrar a sua superioridade vencendo os Breakout Spa por 5:1. Ao mesmo tempo decorreu o jogo dos Vision que venceram por 5:2 os Syndicate. Os mesmos Vision tiveram o azar de apanhar os Art Chaos, que já se encontravam ao nível de outros anos, visto que no início do ano estavam mais fracos e menos concentrados. Foi uma vitória clara de 5:1 sob os franceses. No outro jogo os Tonton enfrentaram os Nexus, literalmente as equipas fortes do Reino Unido e de França. Neste jogo não se disputa só mais um lugar

no pódio, existe uma rivalidade histórica que não permite a estas duas equipas encararem este jogo apenas como mais um jogo. Apesar de todos se conhecerem bem a tensão sentese em campo e nada é deixado ao acaso. Ambas as equipas desejam a vitória, e sendo a favorita a equipa francesa, os Nexus tudo fazem para os contrariar. Infelizmente a equipa inglesa não consegue contrariar o jogo muito forte dos Tonton. 5:2 é um resultado injusto para o que se passou em campo, mas tal como temos dito muitas vezes, o que conta é quem toca no buzzer e os Nexus só conseguiram fazê-lo por duas vezes. A luta pelo terceiro e quarto lugar

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continuou esta rivalidade opondo os Vision agridoce para a maioria dos presentes, e os Nexus. Os Nexus são uma equipa visto que estávamos em França e o público forte, não só pela base da sua equipa estava em êxtase para ver bater aquela de jogadores Ingleses onde obviamente que é considerada uma das melhores se destaca Clint Moore, como também equipas do Mundo. Os Art Chaos não deram por um dos melhores jogadores nortegrandes hipóteses aos campeões deixandoamericanos da actualidade – Marcello os apenas marcar dois pontos. A festa foi Margott. Os Vision muito têm lutado feita na mesma, apesar da derrota, pois pelo seu reconhecimento no cenário ser campeão de Millennium é algo apenas europeu, nem de propósito é sabido que alcançável por uma pequena elite do um dos jogadores mais amigo e mais paintball mundial, onde apenas seis equipas desejado por esta equipa é o mesmo ganharam o maior troféu europeu nos Clint Moore que se encontra na grade do últimos dez anos. outro lado. O jogo foi renhido, ninguém A prova satélite deste evento foi o queria perder o terceiro lugar. Para primeiro e verdadeiro World Cup do os Nexus significava ficar ou em Mundo. Alguns eventos decidem Porque não quarto ou quinto lugar da chamar-se World Cups é criada uma geral. O tempo esgotou-se simplesmente porque são equipa de CPL e o resultado fixou-se nos realizados neste planeta, mas com os jogadores 4:3 para a equipa Inglesa. como todos sabem esse não da equipa do Os Vision ficaram em décimo é o requisito para um evento Reino Unido? lugar sendo a segunda deste género. O Millennium melhor equipa francesa da reuniu 24 selecções nacionais, classificação. algumas delas bem inesperadas A final era o jogo mais esperado de como é o caso do Irão, Turquia, México toda a temporada, visto que foi a segunda ou África do Sul. Como todos sabem não vez que as duas equipas se encontraram, somos os maiores apoiantes deste tipo de mas pela primeira vez numa final. Em eventos satélites realizados durante uma Londres a vitória sorriu aos Russos, o que etapa do Millennium, pois a concentração relegou a equipa francesa para um «mero» dos atletas não é máxima. Contudo, quinto lugar. Em Chatilly era diferente! ficámos espantados com esta edição, pela Defrontar os já actuais campeões em título dedicação e qualidade de algumas equipas, – Tonton – contra os campeões de 2012 – Art afinal todas elas queriam ganhar o primeiro Chaos – tinha uma mística inexplicável. Não campeonato do Mundo paintball. só era um jogo de elite como se tentava As equipas favoritas a ganhar o troféu provar que a equipa francesa era superior eram obviamente os Estados Unidos, o à Russa, visto serem os campeões em Canadá, França, Reino Unido e Rússia. título. Infelizmente o jogo teve um sabor No entanto a Rússia não contava com

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as suas estrelas, provavelmente estando dos fotógrafos captassem a multidão em focados em tentar sagrarem-se campeões completo gaudio. de Millennium. A equipa que mais se destacou pela Logo de início se percebeu que havia positiva foi o Reino Unido, com uma disparidade muito grande uma mistura dos melhores Os E.U.A entre algumas equipas bastando jogadores ingleses de CPL. A ganharam ver o resultado para o provar. sua prestação foi tão elevada por 4:3 num Não é fácil uma equipa vinda que fica a dúvida porque é jogo impróprio do México conseguir ter os que não é criada uma equipa para seus melhores jogadores, de CPL com estes jogadores. cardíacos. quanto mais ter uma equipa Basta pensar que se esta organizada e com capacidade equipa dominou a equipa dos de jogo para fazer frente a uma Estados Unidos na final, é uma selecção perto de França. equipa que poderia certamente ser uma Todo os jogos tiveram adrenalina força bruta no Millennium. envolvida, pois o público nunca quer que Até encontrar os finalistas foram o seu país perca. Durante estes jogos realizados mais de cinco as bancadas principais foram abertas a dezenas de jogos. todos, de modo a que as objectivas Para a luta pelo

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terceiro e quarto lugar ficaram frente a frente França e a Bélgica. A Bélgica foi uma excelente surpresa vencendo equipas com a Rússia ou a Noruega. Por sua vez França era uma equipa dotada dos futuros campeões (nesta altura ainda não se sabia que os Tonton seriam campeões do Millennium) e o público, que era maioritariamente francês,

estava um pouco triste por não terem chegado à final. Tal como se esperava, França foi superior à equipa belga vencendo por 4:2 fazendo com que esta equipa levasse a medalha de bronze para casa. Na final, como já dissemos, os E.U.A defrontaram o Reino Unido. O Reino Unido foi do nosso ponto de vista a equipa mais

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forte de todo o torneio, de bandeiras ou qualquer CPL sempre com tácticas outra representação Toulouse Tonton sólidas, donas dos jogos deste país. Os hinos Art Chaos Moscow e sem deixar respirar os foram cantados com adversários. No entanto, sentimento e a felicidade Edmonton Impact os norte-americanos têm era uma característica muita qualidade a nível nestes jogadores. SPL individual, e num torneio Chantilly terminou com London Tigers destes, onde as equipas a entrega de prémios Offenburg Comin At Ya muitas vezes nunca e com uma reunião Hellwood Paris treinaram juntas ou onde maior do que habitual existem algumas lacunas de muitos dos jogadores tácticas, jogadores daquele nível sabem deste torneio. Todos sabem que a época aproveitar qualquer espaço que lhe dêem. acabou a nível internacional e que aqueles Os E.U.A ganharam por 4:3 num jogo amigos que vêem apenas quatro vezes impróprio para cardíacos. ao ano apenas serão revistos dali a seis O orgulho americano esteve presente meses. Fica-se um pouco mais na conversa na final ao mais alto nível, seja através e nas despedidas. A paisagem é fantástica, publicidade

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GI London Defiance Scorpions Milano Ronholt Blast

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Div. 3

Lucky 15s Staffordshire Durham DV8 Diaspora Vilnius

com o sol a pôr-se e a dourar a fachada do grande estábulo. Fica uma certeza, Chatilly é um lugar lindíssimo mas não foi visto o que traria a mais para o desporto com foi prometido pela organização. Existem lugares que são simplesmente insubstituíveis do nosso ponto de vista. Não é a mesma coisa jogar no meio de uma das maiores pistas de automobilismo do Mundo – Nürburgring

Evil Men Toulouse Apocalypses Brussels Druid Celtic Saulx Les Chartreux

– ou noutro circuito qualquer. Como não é mesma coisa passar da EuroDisney, a atracção turística mais visitada da Europa, para um hipódromo que a maioria dos jogadores estrangeiros nem sabia da sua existência. A fama do local trás espectadores e acima de tudo eleva o estatuto do desporto. Não deixa de ser um local soberbo, mas longe do que já tivemos! • publicidade

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Viseu Resultados inesperados, um novo campeão nacional e uma comunidade à volta de uma televisão marcaram a última prova do Campeonato Nacional. A GRIP conta-te tudo o que Texto: André Garrido se passou em Viseu.

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Viseu recebeu a última etapa do da pousada de juventude. É sabido Campeonato Nacional nos dias 21 e 22 que Domingos Leitão, presidente da de setembro. Esta cidade, além de ser Federação, trouxe algumas das suas a localidade com melhor qualidade políticas de êxito do Millennium; e de vida de Portugal, e uma das neste caso até a maior prova O local melhores da Europa, é também europeia tinha motivos da prova conhecida pelas suas cerca para ter inveja. A pousada parecia feito de de 200 rotundas. A elevada de juventude ficava propósito para qualidade de vida desta literalmente do outro lado o Campeonato cidade podia passar ao da rua do recinto. Ainda no Nacional. lado de qualquer jogador de que respeita aos pequenos paintball, pois poucos jogadores confortos oferecidos, temos vivem naquela zona, mas o que de frisar que o restaurante/café é certo é que esta prova teve muitas ao lado da pousada serviu de ponto regalias que poucas tiveram até hoje. de encontro, especialmente na tarde de O primeiro luxo para os que decidiram sábado, onde nasceram momentos de pernoitar por lá foi a proximidade convívio entre as equipas que tinham

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acabado de jogar e as equipas que vinham ver o campo para o dia seguinte, muito em jeito da picardia normal do nosso meio. O clima esteve simplesmente fantástico, com sol e calor, como qualquer jogador de paintball sonha. O local da prova parecia feito de propósito para receber uma prova do campeonato nacional. Um relvado sintético de qualidade, bancada à sombra junto à rede, zona de jogadores coberta e espaço para as lojas. O layout foi um pouco criticado por

algumas equipas visto ter sido o mesmo que foi jogado em Chantilly–Paris. Equipas como os Blue Falcon ou o Benfica já o tinham jogado, o que lhes trazia uma vantagem clara sobre as restantes equipas. Este campo, do nosso ponto de vista, foi uma péssima escolha para Chantilly e não deixou de sê-lo para este evento. Um campo com duas cobras — com o tipo de cobras existentes nos dias de hoje — ao contrário de criar um jogo de ataque faz com que as equipas fiquem ainda mais defensivas e torne o jogo

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menos interessante. O que é ainda pior especialmente por ser o final de época, se pensarmos que se trata da última momento no qual algumas equipas gostam prova, na qual algumas equipas tinham de enviar recados saudáveis aos restantes obrigatoriamente de causar danos nos adversários. Fica ainda na memória um adversários. momento fantástico de fair-play, quando Sábado é sempre um dia mais leve e os C4=RTU fizeram questão de passar o mais «simpático» para todo o staff da título aos atuais campeões, os Brothers Federação. Começou as 10h30 e acabou and Friends. Este tipo de atitude é de por volta das 14h00. Nesta divisão louvar, mas difícil de conseguir em divisões ainda muito estava por decidir, e, como superiores, nas quais a rivalidade natural sempre, qualquer deslize poderia tornar da competição suplanta qualquer gesto o adversário campeão. Os favoritos deste tipo — e, a acontecer, seria uma eram a melhor equipa desta época da atitude pouco natural e a roçar o cinismo. divisão Swell — os Brothers & Friends Domingo tudo é diferente! Os jogos —, que seguia na frente com 175 começam logo às 8h15, o que obriga pontos, mais 18 pontos do que muitos dos jogadores a estarem No pódio os campeões de 2012 — os presentes pelo menos uma as equipas C4=RTU. Durante toda a prova hora antes. gostam de os C4=RTU estiveram muito Na Liga GRIP bastava o enviar alguns longe do que mostraram ao Beira-Mar ficar conseguir um recados aos longo da época, com um jogo sexto lugar para garantir de adversários. muito descontrolado e sem forma absoluta o campeonato. nexo que os fez deixar fugir Seria algo difícil de fugir a esta o título. Dos «tubarões» desta equipa, pois a pior posição que divisão só os CO2+Ribaliz tiveram um obteve foi um terceiro lugar. De qualquer comportamento exemplar, conseguindo o forma, estavam para surgir algumas primeiro lugar. Os Mad Dogs aproveitaram surpresas. Após um longo dia de tiros e o deslize de todos os restantes e fizeram tinta, os finalistas foram os Metralhas mais uma segunda posição, enquanto os Bronze — a equipa favorita —, os Trolls 1.º Comando fizeram a melhor prestação Ink e o Damaiense. A equipa do norte, os da época ao conquistar o terceiro lugar. Metralhas Bronze, estava pela primeira Aos Brothers and Friends coube a sorte vez este ano numa final, mas o seu jogo do deslize dos C4=RTU, que permitiu demonstrava um crescimento fora do que o seu quinto lugar fosse o bastante normal. Quem não soubesse diria que eles para os tornar campeões da Liga Swell, jogavam assim desde sempre. De qualquer com apenas 11 pontos de diferença dos maneira não foi o suficiente para passar de CO2+Ribaliz. um modesto terceiro lugar. O Damaiense, A entrega de prémios foi animada, que começou a época com um jogo

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muito duro e agressivo, acabou por deslizar jogo estudado e controlado o ano passado, na terceira e quarta etapa, o que os fez mas este ano parecia que o peso da perder o campeonato. A grande disparidade responsabilidade nem sempre os ajudava. entre o Beira-Mar e esta equipa Tiveram duas etapas francamente prende-se com a experiência. más para o nível exigido, no Gil Belford Jogadores como Gil Belford entanto conseguiram ir a três ou Miguel ou Miguel Franco fazem finais, ficando em primeiro Franco fazem a diferença em qualquer nesta. Na geral terminaram a diferença equipa pelos anos de jogo em quarto lugar, sendo que em qualquer que já têm, tendo praticado todos esperavam mais. equipa. inclusive ao mais alto nível Sendo assim as equipas que europeu. De qualquer forma, o sobem de divisão são o BeiraDamaiense voltou ao lugar merecido Mar e o Damaiense. e conseguiu uma segunda posição. Os Na divisão de topo — Liga O JOGO Trolls Ink foram os campeões desta etapa, — as coisas foram de alguma forma mostrando que não se esqueceram de como surpreendentes. O impossível aconteceu, se joga. Esta equipa era detentora de um no entanto, não deixando de estar envolto

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em polémica, como acontece em muitos momentos de qualquer liga com aspirações profissionais. A equipa mais do que favorita era o Benfica, por todo o seu historial e todo o trajeto ao longo do ano, tendo mais de 25 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, os Metralhas Porto. Seria surpreendente se o Benfica ficasse fora das finais, algo que nunca tinha acontecido nos tempos recentes. No entanto, a ausência dos Paintland devido a problemas internos que ditaram o fim da equipa, levou a que houvesse um grupo de BYE, no qual o Benfica se

encontrava. Ao passar em segundo do grupo o Benfica teve de jogar novamente contra o terceiro — os Prophecy —, jogo no qual foram derrotados… Foi assim que aconteceu o impensável… o Benfica não foi à final. A final seria disputada pelos Trolls, os Prophecy, o Sporting e os Metralhas Porto. Os Prophecy continuam a jogar a um nível elevado; contudo, apesar de terem conseguido um primeiro lugar quando subiram de divisão, falta-lhes ainda algum entrosamento para conseguirem fazê-lo de forma continuada. A outra equipa a ficar para trás foi os Trolls, que garantiram o

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LIGA – O JOGO Metralhas Porto Sporting Benfica LIGA – GRIP Beira-Mar Damaiense Metralhas Silver LIGA – SWELL Brothers & Friends CO2 + Ribaliz C4=RTU décadas a ser concretizado, nunca foi terceiro lugar. deixado de lado: eis a priva de que, Nesta fase o Benfica não só tinha perdido quando se quer, tudo se consegue. o campeonato como fora relegado para o Os momentos seguintes foram de terceiro lugar da geral. muitas lágrimas e sorrisos por A final foi digna de um algo que a equipa do Porto campeão. Os Metralhas não Benfica pensou que poderia estar deram quaisquer hipóteses à fora da final… perdido mais uma vez. equipa de verde e mostraram Metralhas Apesar de a nível porque se sagraram campeões campeões! individual o Benfica ter nacionais. Os Metralhas melhores jogadores, os possuem um jogo poderoso, Metralhas provaram ser os sendo dos poucos conjuntos justos vencedores pela sua união, a usar bem a comunicação e a comunicação, estratégia e perseverança. perceber o jogo. São ainda a única equipa Domingo ainda ficou marcado pela com um verdadeiro treinador — Raul Tavares apresentação do programa Paintball —, que sem dúvida marca a diferença. Portugal, que era na altura propriedade Este era um sonho antigo dos Metralhas. da Federação Portuguesa de Paintball. O Apesar de ter demorado quase duas

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programa foi muito bem recebido por uma grande comunidade nacional que esperava ansiosamente por ver o paintball na televisão, para que possa ainda crescer mais. 2013 foi um excelente ano para o paintball. A aposta na arbitragem profissional, apesar de ter trazido algumas polémicas, normais numa equipa que ainda não está oleada, trouxe imparcialidade e um menor desgaste para as equipas.

2014 espera-se confuso. Domingos Leitão, presidente da Federação de Paintball, formalizou o final do seu mandato. Até ao momento não foram apresentadas novas candidaturas, mas a GRIP sabe de fonte segura que Domingos Leitão pensa recandidatar-se, não deixando este barco à deriva. Que venha 2014, com muita tinta e muita adrenalina! •

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DPL Liga de Paintball Alemã Texto: André Garrido Fotos: Ole Kröger

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Estivemos na maior liga de paintball do mundo. As estatísticas não mentem: 450 equipas, 3000 jogadores, 18 cidades e 38 divisões. E isto é só na versão de verão deste torneio. Bem-vindos ao DPL. 58

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A DPL não é uma liga de paintball como as outras: é simplesmente a maior do mundo. Esta liga Alemã tem 450 equipas, com cerca de 3000 jogadores no total. Claro que estes números são compreensíveis quando percebemos que a Alemanha tem mais de 80 milhões de habitantes, sendo o país mais povoado da Europa. A área do território alemão tem também 357 000 metros quadrados. Se isto não chegasse para esta terra ter tanto êxito no nosso desporto, a Alemanha é ainda uma das economias mais potentes do Mundo, o que significa que os jogadores têm sempre o equipamento mais recente e se tornam verdadeiros especialistas de paintball. Este número traz uma enorme responsabilidade — e um enorme pesadelo em termos de logística. Isto torna-se mesmo caótico quando há 18 cidades diferentes com eventos a ocorrer, e 38 divisões para jogar. A solução mais simples para este problema é ter cada evento a ocorrer no mesmo sítio em cada cidade. O formato das ligas é baseado nas ligas alemãs de futebol, e os nomes das ligas também são usados para as várias divisões de paintball. O processo de subida de escalões é semelhante a vários desportos, onde as equipas nas posições mais elevadas de um escalão sobem de divisão no final da época. Todas as divisões têm quatro dias de prova e a liga mais avançada — a BundesLiga — tem mais um dia do que as outras. As 18 cidades estão espalhadas pelo país, mas claro que estão perto das maiores cidades, como Düsseldorf,


Hamburgo, Frankfurt e Munique. Estranhamente só há um evento na capital, Berlim. Nesta organização gigantesca há várias diferenças entre escalões. A maior é o tipo de jogo. Nas divisões mais baixas, mas maiores em termos de equipas — BerziksLiga e LandesLiga — o formato é Hit the Base, onde os jogadores têm de tocar na base dos adversários. Isto poupa tempo e confusões logísticas para os jogadores, árbitros e a organização. Na VerbandsLiga o formato já é Xball, mas só Race-To-2. Na RegionalLiga e na BundesLiga já se joga XBall Race-To-4: a diferença entre a BundesLiga 1 e 2 é o número de voltas na fase de grupos. O objetivo principal da organização

do DPL é criar uma liga exigente e que apele a todos os níveis de jogadores. Isto faz sentido: ao subirmos na hierarquia das ligas, vai-se tornando mais difícil conquistar o troféu. A novidade de 2014 é a abertura duma nova divisão — a Oberliga — que

Esta é uma das ligas com mais equipas no Millennium Series. será colocada entre a RegionalLiga e VerbandsLiga, e que terá o formato Raceto-3. Apesar de a Alemanha não ser conhecida pelo tempo tropical, a chuva não é constante porque os jogos são jogados entre Abril e Setembro. Neste

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caso, o país é como qualquer outro, chove nalguns dias, e noutros nem tanto. É comum ver-se caras familiares por causa da dimensão desta liga e pela quantidade de equipas do Millennium Series que vêm aqui jogar. Equipas como os Consilium Dei, os Breakout Spa, os Comin At Ya, os Instinct ou os Syndicate são as mais populares, apesar de não jogarem todas na primeira divisão. Outra cara familiar é Ulrich, o coordenador do DPL; Ulrich é famoso por ser um dos responsáveis pelo Millennium Series, que dá a esta liga Alemã muito mais credibilidade e profissionalismo. Mas esta maquina bem oleada não se move sem a ajuda duma equipa muito grande, na qual Arne Petry e Matthias Brzozowski, com

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Ulrich, organizam toda a gente e deixam tudo a trabalhar na perfeição. Além destes três coordenadores principais existem mais 23 organizadores locais para fazer tudo funcionar. Ter equipas de alta competição traz

Os Syndicate têm o recorde de títulos da DPL: cinco. um «problema»: um nível altíssimo de competição. Este tipo de competição é bom para a qualidade de paintball no país, onde podemos encontrar duas das maiores equipas europeias: estamos a falar dos Syndicate e dos Instinct. Outro facto curioso sobre esta liga é que algumas equipas de países que fazem


fronteira com a Alemanha também vêm jogar aqui, como os Breakout Spa da Bélgica. Na divisão cimeira é onde a ação toda acontece. Isso não foi uma exceção este ano, e não foi estranho ver equipas famosas perderem jogos quando não estavam devidamente preparadas. Foi o caso dos Instinct, que tiveram um quinto lugar na classificação geral. Este ano esta equipa também teve dificuldades no Millennium para manter a posição em CPL. Logo a seguir aos Instinct, em quarto lugar, temos outra equipa famosa, os Comin At Ya. Esta equipa garantiu a subida para CPL este ano, mas a agressividade deles já é muito famosa, sendo uma das

mais conhecidas localmente. Nas primeiras três posições estão duas equipas que nós já esperávamos encontrar: os Syndicate e os Breakout Spa. O terceiro lugar foi dado aos Cologne Predators, que é uma das maiores equipas da Europa, com mais de 50 jogadores e quatro equipas no DPL. Os Breakout Spa tiveram um ano extraordinário no Millennium e, apesar de ser uma equipa Belga a jogar na Alemanha, fizeram tudo para mostrar que não interessa de onde somos — mas quantos eliminamos. Os Syndicate são a equipa mais profissional no DPL. Sendo a equipa da MAXS, têm certos privilégios e os jogadores fazem tudo para não os perder. No

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A DPL é famosa pelas festas de jogadores. Millennium eles não têm sido muito constantes no que respeita aos resultados, mas são sempre uma equipa a temer. Aqui, são os «reis da tinta», sendo considerados a equipa mais difícil de ultrapassar, com cinco títulos conquistados no torneio. Uma coisa é certa, a DPL é enorme e há poucos países na Europa que conseguem mostrar este nível de profissionalismo. Sem dúvida que toda a gente deveria ir

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a pelo menos uma prova deste torneio. Se estão longe ou não querem gastar dinheiro, vejam tudo a partir do webcast da liga. Agora chegou a altura da DPL Winter, na qual 100 equipas em três formatos diferentes jogam o nosso desporto em 15 campos indoor durante três dias diferentes — onde as memórias das festas a seguir ao último evento da DPL ainda persistem. •


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TOP 5 Mais uma vez os capitães da divisão CPL do Millennium votaram nos melhores de 2013. A escolha é óbvia, embora este ano a luta tenha sido renhida. Texto: André Garrido Design: Siegie Kelly

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Axel Gaudin Tonton 20 anos Estranhamente desceu uma posição em relação ao ano passado e é o único Tonton presente na lista. Não precisa de apresentações, é sem dúvida a figura mais mediática da equipa francesa campeã este ano. Agressividade, leitura de jogo e excelentes dotes de comunicação fazem o «pequeno» guerreiro francês um jogador de topo.

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Mikhail Knyazev Art Chaos 31 anos Knyazev desce também uma posição muito devido ao arranque pouco comum da equipa Russa – Art Chaos. É o verdadeiro durão do paintball e a escolha óbvia para quando é preciso controlar uma zona ou resolver qualquer situação. É daqueles jogadores que ninguém deseja sequer pensar que está do outro lado do campo.

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Ryan Moorhead Impact 28 anos Moorhead não precisa de apresentações. O verdadeiro orgulho americano adora vestir as cores da bandeira do seu país. Este jogador é conhecido pela sua velocidade de arranque e pela vontade de ganhar. Uma coisa é certa, sem Moorhead os Impact não teriam sido os mesmos na Europa.

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Konstantin Fedorov Art Chaos 28 anos Dificilmente veremos Fedorov longe destes tops enquanto jogar. K-Fed é sem qualquer dúvida o jogador mais criativo que o paintball viu. Não bastando isto ainda é tecnicamente perfeito. A sua presença, em qualquer equipa que alinhe, é motivo para encher bancadas, pois nunca se sabe que jogada o Russo vai inventar.

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Aleksandr Berdnikov Art Chaos 25 anos Um verdadeiro assassino contratado. Ninguém dá pela presença dele até ser tarde demais. Tanto pode começar numa das bases como ir de arranque para o M. O que é certo é que fica vivo e quando menos se esperar desmonta toda a táctica adversária impossibilitando-os de ganhar; a seguir é só eliminar todos os que restarem em campo.

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breakshooting Por Axel Gaudin

Há momentos cruciais num jogo de O factor a) é bastante fácil de atingir, paintball. O primeiro é quando a basta muito treino técnico e repetitivo. buzina toca para começar o ponto, e Quanto mais se repete, melhor o tiro fica logo de seguida começa o momento e o jogador fica mais eficaz em termos de de breakshooting. Este curto período pontaria e reacção. de quatro ou cinco segundos tem uma Este factor técnico afecta o ponto b) influência enorme no resultado final do e eu vou explicar porque é que este é jogo. Num jogo profissional, este espaço o mais difícil de dominar. Vamos pensar temporal é usado para: no breakshooting usando estes dois • Fazer um breakshooting eficaz; exemplos: • Tornar a corrida dos nossos avançados mais útil para o resto do jogo. EXEMPLO 1: O breakshooter é bom Este trabalho tem essas duas funções tecnicamente e tem um bom nível de porque o objectivo é fazer O objectivo é fazer aos nossos oponentes aos nossos oponentes o que não queremos que o que não queremos que nos aconteça. façam a nós. Do ponto de vista de quem está a fazer reacção no breakout, o que significa que o breakshooting, temos que primeiro ele consegue pôr os tiros exactamente definir o que é um bom breakshooter: onde deseja mas (e isto é um grande mas), a) Tecnicamente tem que disparar bem, antes do ponto começar, ele já escolheu para ter a certeza que os tiros dele estão qual é o obstáculo que vai usar como alvo, a ir para o sítio certo. por exemplo, para uma das bases. Ele b) A escolha da área para onde se fez esta decisão enquanto estuda o seu dispara é importante; disparar para a oponente e notou que este corre muitas frente do jogador ou do obstáculo para vezes para a base. onde este vai. Vamos usar a matemática – Vamos

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imaginar que este jogador está a jogar no lado da cobra onde há quatro obstáculos para onde o oponente se pode deslocar. O nosso jogador já tinha decidido disparar para a base, o que lhe dá 25% de probabilidade de disparar no sítio certo. Eu estou a falar sobre «disparar no sítio certo». Isto quer dizer que só 25% das vezes é que ele é um perigo real. Portanto se há três jogadores que estão a ir para estes quatro obstáculos, eu só consigo acertar em dois, que significa que matematicamente só consigo fazer 17% de danos no breakout. Isso não é muito bom. Portanto vou dar outra solução que obtém um resultado muito melhor embora seja mais difícil de executar tecnicamente.

EXEMPLO 2: Escolho adaptar o meu breakshooting para o que eu acho que o adversário vai fazer, sem me focar numa só posição. Se isto for bem feito, estatisticamente o meu breakshooting será muito mais eficaz. Portanto imaginem que, utilizando outra vez o primeiro exemplo, estou a jogar no lado da cobra com quatro obstáculos á minha frente, e três oponentes (um breakshooter e dois corredores). Se cronometrarmos uma jogada, percebe-se que um atacante corre durante quatro segundos antes de chegar á base. Se tivermos boas reacções e formos certeiros, as bolas estarão na área para onde disparamos dois segundos antes de

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o jogador lá chegar. Porque não tornamos estes dois segundos mais rentáveis? É isso que um breakshooter muito bom faz e é um trabalho bastante complexo. Depois de treinar, temos que saber o quão rápido e certeiros nós somos, para sabermos como aumentar as nossas hipóteses de acertar no oponente. Os Tontons precisam de seis passos para serem certeiros, portanto disparamos a sete passos da distribuição. Esta é a zona onde eu meto os primeiros tiros, mas não durante o tempo suficiente para começar a disparar numa segunda área. Isto é importante por várias razões: • Disparar perto da distribuição significa que conseguimos acertar nos pés de jogadores enquanto eles ainda estão a

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deslocar-se. É mais fácil inútil e seria melhor se acertar nos pés dum estivéssemos a disparar MAIS DICAS EM: jogador do que enquanto para outro jogador, que Project K – Axel Gaudin ele está a saltar. esteja a correr para o M Facebook – Axel Gaudin • Estamos a disparar ou para qualquer outro em zonas diferentes, obstáculo. Disparar a sete que significa que multiplicamos a passos da distribuição dá-nos tempo para probabilidade de acertar em alguém. conseguir processar a informação para • Temos a hipótese de visualizar qual onde o jogador vai para podermos adaptar é que será a segunda área onde iremos o nosso breakshooting, corrigindo o tiro disparar. e potencialmente afectando o resultado final do jogo. Por vezes podemos estar a EXEMPLO CONCRETO: os oponentes têm disparar a esses sete passos e vemos que dois corredores do teu lado e Os Tontons precisam de seis passos também têm um breakshooter. Estás a disparar para a para serem certeiros, portanto primeira área, a sete passos da disparamos a sete da distribuição. distribuição. Primeiro, temos ninguém está a correr para esse lado, 100% dos jogadores a passar por essa área. portanto adaptamos a direcção do nosso E depois, reagindo á linguagem física dos tiro para trancar esse lado do campo jogadores, decides disparar na segunda e conseguir avançar em vez de estar a área. O corredor da base teve que passar gastar tinta. por duas das áreas que nós estamos a Convido-vos a ver os jogos profissionais disparar, o que demonstra ser um bom e vejam os breakshootings. Eles estão a breakshooting. adaptar o estilo do jogo para conseguir Este tipo de breakshooting é útil para tirar jogadores logo no início e fazer a obter informação. Imaginem que ninguém diferença. está a correr para a base enquanto Vamos treinar! • nós estamos a disparar para lá, seria publicidade

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Design: Ha

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Foto: Nina Anna

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Precisámos de dois dias para falar do passado, do presente e do futuro do mais famoso jogador de paintball francês. Não deixámos nenhum assunto de lado. Falámos da final de Bitburg e da crise do Open de West Coast. Se realmente queres conhecer este pequeno «gigante» estás no sitio certo. Texto: André Garrido

GRIP: Começaste a jogar com 12 anos numa pequena equipa e aos 15 já jogavas profissionalmente com os Vision. Pensas que um jogador com 15 anos está preparado para jogar ao mais alto nível do paintball? Axel Gaudin: Penso que qualquer pessoa que treine o suficiente pode jogar a esse nível. Não tem que ver com a idade mas mais a forma como vês o jogo e como reages ao mesmo. Fiz um tryout com os Vision e foi difícil mas o Lyonnel, o capitão dos Vision, disse que se eu continuasse a treinar tudo iria correr bem. Do meu ponto de vista qualquer pessoa de

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A vida disse: «Vocês vão ser campeões às 10 da manhâ

Axel G qualquer idade pode jogar Pro, desde que pratique. GRIP: Mas não pensas que a agressividade do desporto e as nódoas negras podem fazer os mais novos ficar um pouco intimidados? AG: Essa é a razão por que o paintball começa a ser jogado em França por volta dos 12 anos. Nessa idade os miúdos estão a ficar mais corajosos e querem-se testar


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Gaudin e o paintball é uma forma de ficarem mais rijos. Às vezes dói, mas dez segundos depois está tudo bem por isso acho que se gostas de paintball a agressividade é uma parte ínfima do desporto. GRIP: A tua família é uma grande parte do teu sucesso. Faz-me lembrar aqueles jogadores de ténis profissionais que a família altera toda a sua vida quando o atleta é muito jovem. É o que acontece

contigo? AG: É uma das melhores coisas que tenho neste desporto e na vida. Nada mudou quando comecei a jogar paintball porque a minha família já estava envolvida em qualquer desporto que jogássemos. O bom do paintball é que quando começamos a jogar a um bom nível, podemos levar a família a sítios muito interessantes e é fantástico fazer isso com eles. Também é uma das melhores sensações que

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o meu jogo e dá-me a informação que preciso no momento certo. Mas mais importante do que me treinar, ele está envolvido a 200% com a equipa e dá tudo quando jogamos. Tanto a mim como aos meus irmãos, o meu pai sempre nos disse para darmos o melhor de nós. Mesmo que ele quase nunca tenha jogado paintball ele sabe como me corrigir e desafiar-me. Ele é muito bom a perceber o que preciso de trabalhar, mesmo que não perceba que exercício devo fazer para o conseguir (risos). Ele deu-me tudo o que sou, cada foco na minha postura, cada pormenor do meu jogo como a agressividade, solidez, entre outras coisas.

podemos ter quando ganhas e sentes que a tua família também está a ganhar, ou a perder, contigo. GRIP: Isso não é muito normal no nosso desporto. O teu pai é teu treinador da cobra e tu andas sempre a seu lado muito orgulhoso. Ele é o responsável pelo teu elevado nível? AG: Ele tem-me seguido ao longo de cinco épocas, tanto no Millennium como agora em PSP. Ele conhece muito bem

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GRIP: O teu irmão mais velho joga nos Vision. O que sentes quando jogas contra ele? AG: (Risos) É um pouco estranho dizêlo mas não sinto nada porque eu tenho de ganhar o jogo! A seguir aos jogos gozamos um bocado um com o outro mas nada é mais importante que ganhar, por isso eu só quero destrui-lo (sorri). Mas se eu não jogar contra ele, eu vou tentar ajuda-lo o máximo que conseguir fazendo coaching, sendo pit, etc. Claro que farei tudo para que ele ganhar, mas não quando eu estou na corrida. GRIP: Quando tinhas 16 anos, os Vision desceram para SPL e foste convidado pelos Joy Division e pelos Tonton. Os


Joy eram a escolha óbvia em termos de AG: Cresci muito na equipa e por isso fama e resultados, porque escolheste os comecei a ter um papel importante Tonton? na equipa. O meu jogo enquadrou AG: Eu tinha apenas 16, o final da perfeitamente na equipa e continuei a época foi de doidos visto que fomos jogar dessa forma. Os Tonton apenas ficam despromovidos para SPL. Ouvia dizer que com os jogadores que têm a vontade, os Joy estavam com alguns problemas e que se envolvem muito, e que dão tudo que seria o fim da equipa. Eu deveria «O West Coast Open foi a pior ter treinado sozinho em França e ido ter com eles num torneio; isso seria coisa que me aconteceu na vida.» muito difícil para um segundo ano de Pro. Os Tonton eram a melhor equipa pela equipa. Jogo há quatro anos pelos francesa, tinham a mesma vontade que eu Tonton e é a melhor experiência da minha e o potencial da equipa era fenomenal. vida visto que estou a jogar alguns dos Fizemos um acordo com os Tonton que se melhores jogadores do Mundo, que se tornou muito mais fácil do que ir para os tornaram os meus melhores amigos. Joy, e por isso tudo juntei-me aos Tonton. GRIP: Muitos dizem que és o melhor GRIP: Agora és a cara dos Tonton… Quão jogador da equipa. Que pensas disso? louco isso é? AG: Penso que sou o que brilho mais

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devido à minha forma de jogar mas é só isso. Todos treinam em conjunto naquilo que todos precisamos. Por exemplo: O Loic acertar nos adversários no pré-bunking em todos os jogos em Londres; o Franck fazer quase todos os seus run-throughs vitorioso; o Tavarez a jogar no meio do nada… talvez a minha forma de jogar seja bonita de se ver, mas seria impossível jogar desta forma sem o Loic ou o Tavarez atrás de mim. GRIP: No início deste ano a tua equipa estava muito forte ao mesmo tempo que os Art Chaos pareciam estranhamente perdidos em campo. Estavam os Tonton mais fortes ou os Art Chaos mais fracos? AG: Penso que os Art Chaos estavam mais fracos no início do ano visto que perderam alguns jogos que não era suposto. Os Tonton jogavam bem os campos, fazendo muitos G’s logo no arranque ao contrário dos Art Chaos. Penso que foi isso que nos deu a vantagem nos primeiros dois eventos. Conseguimos manter-nos consistentes que é o mais importante, por isso fomos mais fortes este ano, mas é apenas o meu ponto de vista. Por outro lado, nunca lhe ganhámos… por isso é difícil de dizer. GRIP: Os Tonton contrataram os irmãos Samuelsson. Eles foram cruciais para elevar o nível de jogo da equipa? AG: No final de 2012 perdemos o Jason para os Defiance no Millennium. Sabíamos que eles tinham uma experiência incrível tanto nos EUA como na Europa, por isso

eram a escolha perfeita. No primeiro treino com eles foi tão bom ver que eles estavam envolvidos com a equipa, jogar com o coração, eles eram como os Tonton por isso enquadraram na equipa na perfeição. Sebban e Karl têm qualidades fantásticas no seu estilo de jogo que vão muito bem com a maneira de jogar dos Tonton. Platan I Matan! (Significa let’s fucking go em Sueco) GRIP: Pensas que sem eles seriam campeões do Millennium? AG: Diria que não porque seria muito

«Foi culpa nossa mas parece que foi uma armadilha e nunca se ouviu falar de outras pessoas terem os mesmos problemas.» diferente. Eles fazem parte de 100% dos troféus dos Tonton, sem eles nada seria possível, tal como qualquer outro membro da equipa. Não seria possível sem eles. GRIP: Qual é a primeira coisa que te lembras quando eu digo a palavra: Bitburg? AG: Final. Coragem. Jogar a nossa final contra os Houston Heat. Estávamos a perder por 2:4 e conseguimos fazer três pontos num minuto. Aquele jogo foi de loucos, todos corriam para todo o lado e conseguimos dar a volta e ganhar o jogo. O melhor jogo de toda a minha vida! GRIP: Foi o jogo mais fantástico que

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vi… mas foi cheio de controvérsia. Achas que foi uma vitória justa? AG: Não houve qualquer controvérsia. Éramos quatro, o Tavarez foi atingido, eu e o Loic estávamos vivos quando «dumpámos» o último jogador, Franck levou um 1por1 por playing on. Eu estava a abandonar o campo e o Loic recebeu o 1por1 mas eu fiquei vivo. A única questão do chefe de árbitros era se algum árbitro me tinha visto vivo no final do ponto. Alguns árbitros confirmaram, por isso não existe qualquer controvérsia. Existiu um vídeo no YouTube que foi apagado onde se percebia tudo muito claramente.

no backstage. Se tivesses de escolher este momento ou que tivesses de decidir tudo no ultimo jogo mas celebrar com os fãs e espectadores, que escolherias? AG: Seria muito melhor com certeza! Mas a vida disse: «Vocês vão ser campeões às 10 da manhã!» (Risos). Foi perfeito os Impact terem perdido, nós continuávamos em competição mas com os olhos cheio de estrelas! Seria tão fixe jogar a final e decidir tudo no ultimo ponto com 4:4 no marcador, mas apenas se ganhássemos. Por isso fico contente que tenha acontecido assim.

«O chrony podia ter sido feito de

GRIP: Como te lembras do outra forma para se ter um grande momento em que foste campeão do Millennium? jogo de paintball em vez de um jogo AG: Estávamos nos quartos-depateta, dramático e catastrófico.» final contra os Infamous. Os Art Chaos estavam a jogar contra os Impact. Os Tonton estavam muito GRIP: Embora os Tonton tenham mais de focados, a fazer tudo na perfeição e o 20 anos a tua equipa apenas conseguiu jogo ficou nos 5:0 para nós. Precisávamos ganhar uma etapa do Millennium em de ficar com o terceiro lugar para garantir Londres o ano passado. Não é um pouco o primeiro lugarna geral. Os Impact eram estranho? os únicos que nos podiam ultrapassar. AG: Para se conseguir resultados é Ao mesmo tempo que jogávamos os Art preciso ser-se competitivo. Para se Chaos fizeram quatro pontos sem resposta. ser competitivo é preciso ter um bom Terminámos o nosso jogo e os Impact orçamento para se aguentar a época. O conseguem chegar ao 4:3 com segundos orçamento dos Tonton tem-se torando para jogar. Não conseguiram chegar ao maior à custa de anos de trabalho e buzzer e fomos campeões Europeus. É o parece estar a dar frutos agora. As grandes melhor sentimento de vitória de sempre! equipas têm um orçamento enorme para Obrigado, Tonton!!! treinar e faz toda a diferença. Por isso os Tonton estavam a precisar de treinos GRIP: Lembro-me de vos ver celebrar bons e úteis, decidimos praticar todos

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os fins-de-semana e ainda uma semana inteira antes da competição. Tudo está relacionado com o orçamento. GRIP: Já que falaste de orçamentos. Pensas ser possível ter uma carreira

lucrativa no paintball? AG: Penso que sim porque existem muitas equipas que têm um «patrocinador-dono» que paga ao jogador. Penso que é muito difícil manter essa carreira por muitos anos mas pode ser lucrativa a curto

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prazo pelo menos. Penso que é melhor ter qualquer coisa em paralelo, no caso de algo correr mal. GRIP: Já tens este tipo de privilégios? AG: Com os Tonton não. Trabalhamos no duro para conseguir pagar a época por isso ainda não conseguimos pagar aos nossos jogadores. Espero que isso aconteça um dia (sorri). GRIP: Quantos dias gastas com o paintball durante o ano? AG: Um cálculo muito rápido… cerca de 190 dias com competição e treinos. Não estou a contar com as clinics. GRIP: Como geres o paintball com os estudos? AG: De momento estudo numa escola para atletas de alta competição. As minhas aulas são entre as 8:00 e as 12:00, consigo treinar e estudar à tarde. Posso faltar às aulas e os meus exames podem ser alterados em caso de competições importantes. É muito bom para mim! GRIP: Foi fácil explicar que tipo de atleta és nesta escola para atletas? AG: Não, de todo! (Risos). Na entrevista levei vídeos e revistas onde eu estava na capa ou fazia o poster para os impressionar. Alguns colegas meus são bons no rugby ou atletismo mas ninguém viaja tanto como eu ou tem o mesmo sentimento do desporto. Alguns ainda pensam que eu brinco às guerras, outros compreendem.

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GRIP: Onde te vês daqui a dez anos? AG: Espero ter dez vitórias em PSP e Millennium mas parece-me que será muito difícil (sorri). Quero jogar tanto Millennium e PSP porque é bom «Nada é jogar dois estilos diferentes de jogo. Na minha vida profissional isso eu s gostava de ter um trabalho em marketing, mas ainda não sei onde de momento. GRIP: Há dois anos disseste noutra entrevista que não gostavas das novas cobras. Continuas com a mesma opinião?


jogadores a aparecer. Alguma vez pensaste que isso seria possível? AG: Sabes… eu sou um bom rapaz! (Ri-se muito). Sim é brutal, fomos à loja da DYE em San Diego e foi a primeira vez que vi como tudo funciona. É de loucos e em grande! Fazer as fotos com o Tavarez foi muito divertido, um pouco demorado mas passámos um bom momento durante a sessão de fotografias.

AG: Continuo a não gostar delas, esse é o motivo por que comecei a jogar nas chamuças! (Sorri). As cobras são mais pequenas e agora gostam de fazer o layout com uma cobra aberta, algumas

mais importante que ganhar, por só quero destruir o meu irmão!.» janelas por onde se tem de passar. Eu ainda gosto de jogar na cobra mas eu quero cobras mais lonnnggaaasss. GRIP: Recentemente a DYE lançou o seu novo catálogo e és um dos principais

GRIP: Temos o prazer de te ter como o nosso comentador táctico e as pessoas ficam espantadas com o teu conhecimento com apenas 20 anos. Onde adquiriste tanto conhecimento? AG: O Project K com o Loic Voulot ensinoume muito como explicar paintball. Os Tonton também me ensinaram muito sobre os aspectos tácticos e como jogar o paintball dos Tonton. Seguir a equipa e o Loic nas suas clinics foi uma forma fantástica de aprender e agora sei como explicar as coisas aos jogadores. Mais uma vez obrigado aos Tonton! GRIP: És um dos poucos jogadores que tem a hipótese de jogar PSP nos EUA e Millennium na Europa. Quais são as diferenças principais que encontras entre os estilos de jogo? AG: Em PSP as coisas acontecem muito mais rápido entre os jogadores da mesma equipa que os faz reagir mais rápido, esse é o motivo por que os jogos são lentos nos EUA. Eu gosto do ritmo do Millennium, ir rápido para os cinquenta e andar na guerra. PSP é mais táctico e mais jogo

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inteligente. Na verdade gosto dos dois formatos.GRIP: Qual preferes? AG: Gosto de ambos. Ambos têm o seu estilo próprio e divirto-me tanto em PSP como no Millennium. O ritmo do Millennium é tão bom e o nível de PSP também é tão bom. Não sei qual escolher. GRIP: O ano passado jogaste com os Russian Legion. O que é que significou para ti? AG: Foi um passo de gigante para mim ir com eles e jogar nos EUA. Estava com os jogadores que costumava ver em vídeos e foi de loucos jogar com eles. São uma grande equipa e foi uma época excelente visto que fizemos dois segundos lugares logo na minha primeira época. GRIP: Foi um sonho tornado realidade? AG: Yaaa! Quando o treinador me perguntou em Viena, durante o CPS, foi de loucos! A equipa parecia impossível de alcançar na altura, PSP estava tão longe dos meus pensamentos. Foi uma das grandes reviravoltas na minha carreira. GRIP: Este ano os Tonton decidiram jogar PSP. Porquê? AG: Foi o objectivo máximo dos Tonton para estes últimos três anos — Ir ao PSP. GRIP: Para os últimos três anos? Que queres dizer com isso? AG: Nos últimos três anos, os Tonton trabalharam no duro para

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ganhar competições e ganhar algum apoio dos patrocinadores. Durante três anos pensámos em como financiar esta época de PSP e Millennium. Após a minha época com os Russian Legion, os Tonton já estavam muito próximos de PSP já que tinham três ou quatro jogadores a jogar por lá com outras equipas. No final do ano tornou-se lógico para a equipa encontrar um lugar em Pro para lutar contra as melhores equipas. PSP é onde está o melhor nível de paintball do Mundo, com as equipas onde os

«Foi o melhor jogo de paintball da minha vida! Tonton Vs. Heat.» jogadores trabalham mesmo a sério e estão motivados. Era aqui que os Tonton queriam jogar. Foi por isso que decidimos ir para a PSP. GRIP: Alguma vez pensaram que poderiam ganhar uma prova de PSP? AG: Penso que é muito difícil ganhar uma prova de PSP mas qualquer equipa o pode conseguir. Este ano foi difícil para nós visto que tentámos adaptar o nosso jogo ao estilo americano. Mas após esta época a equipa cresceu muito rápido e está pronta para defrontar qualquer equipa. GRIP: Antes do West Coast Open como pensas que estavam a jogar em PSP? AG: Penso que jogámos bem nos dois primeiros eventos. Conseguimos manter-nos na divisão Pro e a equipa jogava de forma confiante. Chicago foi

um desastre em penalizações. Levámos cerca de quatro penalizações por jogo, a equipa não estava a jogar bem e confiante o suficiente para ficar em divisão Pro. O West Coast Open foi a pior coisa que me aconteceu na minha vida de jogador. Eu conheço os Tonton, conheço-me a mim mesmo e nós íamos ganhar este jogo! A merda acontece independentemente da controvérsia. Os Tonton gostavam de jogar este jogo de

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novo e mostrar que merecíamos o nosso lugar na divisão Pro.

um grande jogo de paintball em vez de um jogo pateta, dramático e catastrófico. NUNCA MAIS (Sorri).

GRIP: Estás a falar das histórias das armas estarem altas. Como te lembras GRIP: Mas como é possível todos os desse momento específico onde vias aquilo tudo a acontecer? «O meu pai deu-me tudo o que AG: Horrível! O Loic apanha uma sou, cada foco na minha postura, penalização menor no início, não estávamos preocupados e dissemos cada pormenor do meu jogo.» a nós mesmo: «Não há problema, é um minuto na zona de penalizações e se marcadores, excepto o teu, estarem perdermos o ponto fica apenas 3:1». Mas acima dos 300? após a penalização tudo fica doido, todas AG: A velocidade faz uma grande as penalizações menores transformaram-se diferença. Todos nós desejamos jogar a em majors e eu devia jogar sozinho, o que 299 durante o jogo todo se fosse possível, não é permitido em PSP. Por isso perdemos esse ponto e começamos o ponto seguinte com dois jogadores. Eu senti que… não sei como explicar… foi culpa nossa mas parece que foi uma armadilha e nunca se ouviu falar de outras pessoas terem os mesmos problemas. É apenas a minha opinião. É a minha opinião, desculpa! GRIP: Que queres dizer com isso? AG: Que foi o pior jogo da minha vida. Eu só quero jogar de novo este jogo e voltar a olhar para a pontuação. GRIP: Pensas que foram descriminados por serem Europeus? AG: Penso que todos temos o mesmo género de arbitragem. Quando aconteceu o problema, nós estávamos acima dos 300 e não existia intenção de nós jogarmos acima do limite. Penso que o chrony podia ter sido feito de outra forma para se ter

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até 300. Por isso tínhamos os nossos marcadores regulados para jogar a 290, 295. Quando não disparamos durante um tempo a pressão acumula-se no regulador e os primeiros tiros saem mais altos que os restantes. Se pudéssemos disparar dois tiros no chão como todos fazem antes de fazer o chrony, tudo estaria bem. GRIP: Imagina o seguinte: Não estavas lá e alguém vem ter contigo e diz que um dos teus colegas subiu o marcador de propósito. Acreditavas? AG: Não! Jogo há quatro anos com os Tonton e nunca aconteceu. Lutamos todos os anos para que o Millennium

melhore o sistema de chrony, como tinha antigamente que conseguiam medir a velocidade de qualquer parte do campo. Queremos jogar paintball com as regras e ganhar a todos dessa forma, é a única coisa que podem esperar dos Tonton. GRIP: Após a posição oficial da organização do PSP os Tonton decidem que não vão ao último evento. Porquê? AG: A situação financeira dos Tonton é muito difícil e a decisão do PSP foi exagerada. Mais uma vez, é a minha opinião. Tenho pena que não tenhamos ido à última prova porque tínhamos muitos para provar. Após o desastre de West

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Coast Open o Loic tinha mais dois jogos de suspensão… GRIP: De qualquer maneira porque é que não jogaram como seria esperado e mostravam o verdadeiro valor? AG: Não valia a pena! Jogaríamos no Challenger e sinceramente não era isso que esperávamos após o West Coast Open. Perder teve um efeito muito negativo na equipa. Estávamos demasiado motivados para ganhar o Millennium logo após o WCO, mas logo de seguida a época acabou para nós. PSP tirou-nos os pontos ganhos no WCO e não havia nada para esperar do World Cup quando já tens a época terminada.

quanto isso! GRIP: Achas que os árbitros estão demasiado presentes no jogo? AG: A arbitragem durante o jogo é muito boa, em ambas as competições. Acho mesmo que o chrony antes do ponto é mesmo a única coisa em falta. Eles fazem o que têm de fazer, são árbitros e não temos nada que dizer sobre as suas decisões. Por vezes tomam boas decisões, outras vezes más decisões. Mas tanto em PSP como no Millennium as arbitragens são muito boas. GRIP: No final de tudo o Dave Youngbloog, um dos responsáveis da PSP, dono da DYE e o vosso principal patrocinador disse que vocês fizeram

GRIP: O maior campeonato do Mundo esteve parado 20 minutos enquanto passava em directo na internet «Estudo numa escola para atletas para milhões de pessoas e o nome de alta competição. Posso faltar da tua equipa foi atirado para a se tiver competições.» lama só porque, como tu dizes, os marcadores tendem a subir nos primeiros tiros. Apesar da vossa possível batota intencionalmente. O que sentes culpa, parece que isto não é nada bom ao ouvir isto? para o desporto. Como é que achas AG: É muito difícil falar sobre isto! Demos que isto pode ser mudado para que não os nossos marcadores aos técnicos e eles volte a acontecer? disseram que tudo era original. Podes AG: Basta fazer chrony antes de cada perguntar ao árbitro que nos fez o chrony, ponto, como sempre pedimos. Preferímos os tiros altos não eram uma média e ter um jogo fluido com todos a uma boa estavam a baixar de velocidade. Que tipo velocidade para que possamos mostrar os de batota é esta? nossos atributos. Treinamos para isso, para ganhar à outra equipa. Quando jogas em GRIP: Sentes-te desapontado com a DYE? Pro esperas que todos joguem à mesma AG: Não, falámos sobre isso e tudo velocidade. Fazer chrony em todos os está bem como te disse na pergunta pontos é a melhor solução, tão simples anterior. Não posso falar mais sobre isto

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porque não sou a pessoa que fala com os patrocinadores, por isso… GRIP: Sentes-te arrependido por ter ido jogar PSP com os Tonton em vez de continuar a jogar com os Russian Legion? AG: Os Tonton são a minha equipa do coração e eu fui um dos motivadores que levou a equipa ao PSP. Como é óbvio eu sabia muito antes do anúncio que a equipa iria a PSP. Os Russian Legion foram uma experiência fantástica mas eu penso que tivemos um bom ano tirando Chicago e o último jogo do WCO. Terei sempre o meu coração com os Tonton e sei que poderíamos ter feito algo de bom em PSP. Por isso nada de arrependimentos excepto o facto de não irmos ao World Cup. GRIP: Como vai ser 2014 para vocês? AG: Ainda não sabemos, muitas coisas estão-se a passar na equipa e precisamos de sentar e falar sobre elas. Existirão algumas alterações e temos de definir os nossos objectivos para 2014 mas claro que espero que seja igual a este ano no que toca à Europa e tudo vitórias. GRIP: E tu? Algum convite para jogar em PSP? AG: Sim, tive alguns convites mas não posso falar das equipas que me convidaram. (Sorri). GRIP: Os Tonton têm muitos fãs em todo o lado. Queres dizer alguma coisa especial para eles? AG: Obrigado aos nossos fãs e todo o apoio

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«Não gosto destas cobras, esse foi o motivo porque comecei a jogar nas chamuças.» que nos têm dado ao longo do ano. Vocês são uma das razões da nossa motivação! Muito, muito obrigado! (Sorri) Para todos aqueles que queiram aprender comigo através do meu Project K ou do perfil no Facebook. Visitem também os nosso Facebook dos Tonton.•


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Copyright ©2013 DYE Precision, Inc. The stylized “dye” logo, the “sphere” logo, the “dm” logo are either registered trademarks, trademarks, or design trademarks of DYE Precision, Inc. The DM is protected by U.S. Patent #5,613,483 other U.S. and International Patents Pending and is covered by one or more of the following U.S. Patents, 5,613,483; 5,881,707; 5,967,133; 6,035,843; 6,474,326 and 7,765,998. For a complete list of patents please visit www.dyeprecision.com/patents

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Página da esquerda Capacete – C.E.P. Roupa interior – Primark Nesta página Fita para cabeça – Emboscada Porta-potes – Emboscada Roupa interior – Primark

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Fato de macaco – Emboscada Roupa interior – Primark

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DFender – Emboscada Boina – Carlos Photography Fato de banho – Primark

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Jersey – Emboscada DFender – Emboscada Boina – Carlos Photography

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Calças – Emboscada Luvas – Emboscada Máscara – Emboscada Roupa interior – Primark

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RING Este jogo é provavelmente o ponto central do paintball na Europa. Todos os jogadores de paintball de cenário deveriam jogar aqui pelo menos uma vez na vida. Prédios antigos fazem parecer que estamos numa das guerras mundiais. Bem-vindos a Veckring. Texto: Miguel Brito

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Todos os jogadores de paintball, desde o jogador ocasional ao guerreiro viciado em adrenalina, deviam experimentar um Big Game. Todos os jogadores já ouviram falar de Big Games como o Living Legends, D-Day, North vs. South e até o Big Paintball Maneuvers, mas poucos conhecem a pequena aldeia francesa de Veckring. Este complexo hospitalar abandonado em França é próximo da fronteira com o Luxemburgo. Numa área com cerca de oito hectares, o complexo é composto por vários prédios de dois andares rodeados por florestas e uma rua principal que atravessa todo o complexo. Se alguém

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adicionar umas barreiras, obstáculos e umas torres de vigia, temos um campo de paintball fantástico. Durante todo o ano são realizados Big Games, mas não do mesmo tamanho deste, nos quais se realizam jogos na neve e uma simulação do Vietname chamado Vecnam. Mas todos estes jogos são a preparação para o grande evento do ano, que ocorre no primeiro fim de semana de setembro. Durante três dias este campo de paintball acolhe várias equipas e jogadores de toda a Europa. Toda a gente traz tendas, caravanas e reboques, e montam-nos no parque de campismo, alguns até trazem televisões, frigoríficos


cheios de cerveja e grelhadores gigantes. começa dentro duma hora»; e depois: Uma equipa pôs todas as tendas num «O jogo começa dentro de meia hora»; círculo com um porco a assar no meio. e, finalmente: «O jogo começa AGORA!» No primeiro dia conseguimos ver os Todos os anúncios foram repetidos em organizadores do evento, que andam de inglês, francês e alemão. Pouco depois, os um lado para o outro certificando-se de jogadores juntam-se para uma fotografia que tudo estará pronto para o dia A zona de acampamento estava seguinte. Logo à entrada conseguimos ver bandeiras enormes dos jogos cheia de tendas, caravanas, anteriores e uma linha de tanques, reboques, televisões, frigoríficos, carrinhas e misseis que fariam parte do jogo no dia seguinte. cerveja e grelhadores gigantes. Por volta das oito da manhã, a música começou a tocar muito alto nas de grupo e um briefing rápido seguido colunas que rodeavam o acampamento. de uns cumprimentos das enfermeiras do Os jogadores foram lentamente saindo Veckring. das tendas e começaram a preparar-se O primeiro jogo é simples: um confronto para o jogo. Desde as nove da manhã entre a equipa azul e vermelha com o ouviu-se nas colunas em Veckring: «O jogo objectivo de tomar o controlo do prédio

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principal. Pouco tempo depois do primeiro Um grupo grande foi colocado na cave jogo começar as equipas encontraram-se do prédio para proteger um dos mísseis no meio do campo, com granadas de fumo e um outro grupo pequeno, liderado pela a serem atiradas por todo o lado para dar equipa portuguesa Blue Falcon Squadron, cobertura. Nesse momento, a quantidade tinha a missão de defender o rés-do-chão. de tinta no ar é assustadora! Pequenos Conseguia-se sentir a antecipação e tensão esquadrões tentam entrar nos prédios no ar! Os mercenários no andar de cima pelas janelas. Conseguia-se ouvir tiros, decidiram não disparar até que a equipa gritos e granadas flashbang lá dentro. A vermelha, demasiado confiante, estivesse seguir apareceram os tanques, cada um ao alcance dos tiros deles. Quando com duas metralhadoras em cima a serem começaram a disparar, o campo tornou-se usadas e a disparar em todas as direcções; num caos completo! os atiradores eram certeiros e apanharam Milhares de bolas de tinta voaram muitos jogadores desprevenidos, enquanto pelas janelas e rapidamente a cozinha o tanque se movia pelo campo. Grandes branca se tornou completamente corgrupos de ambas as equipas tentavam dar a de-rosa. Havia tanta tinta no chão que volta ao tanque, usando várias tácticas para dava para escorregar e não andar! Depois subir pelo campo e ganhar terreno. Veckring tem umas enfermeiras Depois de duas horas de guerra intensa, o primeiro jogo acabou, com bem dotadas que adoram brincar a equipa azul a avançar pela base da com mangueiras e espuma… equipa vermelha durante a primeira metade do jogo, sendo depois vieram as granadas de fumo e flashbangs, empurrados quando os jogadores tiveram enquanto as equipas azuis e vermelhas se de descansar e recarregar. aproximavam. Lentamente as salas foramO segundo jogo é o mais importante se esvaziando e, pouco depois, restava uma do Veckring… É o chamado Kitchen quantia ínfima de mercenários. Tentavam Mercenary. Basicamente, uma pequena manter o controlo do prédio durante o equipa de mercenários, composta por ataque interminável. Após 45 minutos, elementos dos Silverbacks e companhia, a entrada principal foi conquistada e os têm a missão de guardar o prédio central mísseis foram destruídos. do campo, que tem dois misseis lá dentro, Xeque-mate é o nome dado ao último durante o máximo tempo possível. Parece jogo do dia, onde uma equipa começa ser simples, mas toda a gente no evento é na base principal e a outra está dividida dividida em equipas azuis e vermelhas, e em vários esquadrões por vários locais atacam o mesmo prédio ao mesmo tempo! importantes no campo. O objectivo é O que se segue é um dos momentos mais conquistar estas posições-chave, para intensos de paintball de sempre.

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obter reforços. Este formato de jogo cria várias batalhas no campo, com os reforços a desembarcar dos transportes, cobertos por nuvens de fumo de granadas, o que resulta em momentos de alta adrenalina! Exaustos, após participar em tantas batalhas épicas, os jogadores voltam às suas tendas. Largam o material todo e juntam-se na entrada principal do campo para um presente especial da organização do Veckring. Lembram-se dos tanques? Eles estavam muito sujos e precisavam de ser limpos pelas enfermeiras, que adoram brincar com mangueiras e espuma… Mas a festa não acabou aí! À noite, depois de um banho quente e uma óptima pizza caseira, os jogadores juntaram-se

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todos no prédio da festa para o grande final do Veckring. Viram-se filmes do jogo, deram-se prémios e, finalmente, duas meninas juntaram-se à festa e tiveram uma súbita necessidade de tirarem a roupa e se cobrirem de chantilly. E o que aconteceu depois a GRIP não pode relatar porque… fica um pouco mais hardcore. No domingo ainda houve muito para fazer, começando com o quarto jogo, o Comboio de Narcóticos. A equipa azul, representando a DEA, tem de interceptar um grande carregamento de cocaína, que está a ser transportado pela equipa vermelha, que representa um cartel colombiano. A cocaína está escondida dentro de sacos debaixo de terra pelo campo, e a equipa vermelha


tem de encontrá-los primeiro com pistas Finalmente houve o sexto jogo, dadas pelos líderes do cartel. Depois disto para os que ainda tinham energia. Um precisam de raptar um membro da DEA jogo simples de eliminação, pondo os e trocá-lo por pás, e logo depois tentar sobreviventes de ambas as equipas uns entregar o maior número de sacos de contra os outros. cocaína possível. Os Big Games são uma celebração O quinto jogo é as lutas de Sumo! enorme do desporto, e Veckring é um Cada equipa tem um voluntário Durante o ano este local recebe uma vestido com um fato de Sumo, com uma peruca incluída, e a série de jogos «não-tão-grandes». equipa tem de carregá-lo o mais próximo possível desde a base do inimigo. ótimo exemplo disto. Não há discussões E, sim, podem usar os lutadores de Sumo nem disputas, só divertimento e paintball como escudos humanos! Foi um jogo puro, intenso e excitante, com grandes hilariante e original, que criou momentos momentos de camaradagem, seguido pelas extraordinários e deixou os lutadores de melhores festas que o paintball alguma Sumo completamente cobertos de tinta. vez teve! •

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Michael Soenning

A Kitchen é um mito entre jogadores do recreativo. Só os duros é que conseguem aguentar com este tipo de jogo. Conheçam a mente que criou este jogo — e saibam o que se pode esperar em 2014. Texto: André Faria Foto: BradloPhotography

GRIP: Fala-nos sobre o Kitchen. Veckring só para participar nesta batalha Michael Soenning: O Kitchen foi criado pelo menos uma vez num ano, e que usam há três anos quando o Michael (diretor o emblema dos Mercenários — porque todos do Veckring) e eu sentimos que estava na os anos há um novo. altura de criarmos algo novo no evento. Com a minha equipa em apoio, discutimos GRIP: Que equipas é que escolheram sobre o que gostaríamos de jogar se para defender os misseis? tivéssemos a hipótese de criar um jogo. Michael Soenning: Todas as equipas Queríamos algo difícil, um jogo que desse e indivíduos que querem jogar como a todos os jogadores uma experiência mercenários são bem-vindos. Eles estão emocionante. Uma estrutura fácil de todos convidados a virem falar comigo no seguir mas que fosse dura e tivesse várias Veckring. Simplesmente conversem comigo guerras e momentos intensos. e eu certificar-me-ei de que vocês irão E podem bem acreditar «Queríamos um jogo que desse a todos os que quem já tenha estado na Kitchen sabe jogadores uma experiência emocionante.» o quão difícil é, e quão extrema a experiência se pode tornar. jogar com a equipa base, que é composta por 50 elementos dos Silverbacks e amigos. GRIP: O que acham que foi a reação dos que jogaram este jogo no Veckring? GRIP: O que se pode esperar da edição Michael Soenning: Acabei de voltar de 2014? da Paintball-TV, onde eu era um dos Michael Soenning: Podemos prever convidados. Até nesse canal estavam batalhas duras em 2014, e uma nova lá pessoas que conheciam este jogo de colecção de emblemas dos Mercenários. mercenários. Os que já participaram E se calhar o Michael e o «Onkel» irão ter chamam-lhe «Kitchen Game». novas experiências preparadas para os que Conheço várias pessoas que vieram ao participam. •

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of PAINT Entrámos em contacto com Doug Gritzmacher, um dos responsáveis pelo documentário cinematográfico sobre o maior jogo de paintball do Mundo – Oklahoma D-Day. Ele vai dar-te a conhecer tudo sobre este projecto. Texto: André Faria Fotos: SoP

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GRIP: Como «pais» de SoP, Doug interessantes, elementos dramáticos e um Gritzmacher e Mike DeChant, podem humor natural que nós estamos á procura apresentar-se? para os nossos projectos. Doug: Eu sou um cinematógrafo freelance, fotógrafo, editor e designer gráfico. Faço GRIP: Vocês disseram que o SoP todo o tipo de produção, desde a National documenta uma batalha dramática Geographic até programas Showtime e entre 5.000 pessoas que reencenaram a tenho contribuído para programas que invasão da Normandia, o famoso Dia-D, ganharam vários prémios Emmy e Telly. no jogo de paintball mais famoso em Mike é um produtor, encenador e editor Oklahoma. Porque decidiram avançar premiado. Ele já produziu e encenou com este projecto? vários documentários de curta- e longaDoug: No «Oklahoma D-Day» encontrámos metragem, séries televisivas e anúncios, um jogo repleto de acção. Só com isso vídeos de música, média interactiva. ficámos logo atraídos pelo desporto, Ele trabalha numa companhia sem fins especialmente para um documentário. Nós lucrativos sediada em Nova Iorque como todos pensamos em documentários como produtor de filmes e à noite produz filmes cereais integrais – é bom, mas não é a nossa independentes. primeira escolha. Nós conhecemo-nos pela primeira vez na faculdade «Queríamos fazer um documentário único, nos Estados Unido onde muito divertido e cheio de acção.» trabalhámos juntos em vários filmes de curta-metragem. Queríamos fazer um documentário único Em 2005 nós completamos o «Bone Mixer», – muito divertido e cheio de acção que um documentário sobre um grupo de só se encontra em filmes de acção mas indivíduos unidos pelo jogo de dominó. que também tem que ter uma mensagem O filme participou em vários festivais e importante. ganhou quatro prémios. Encorajados pelo Essa foi a atracção inicial, mas só isso sucesso do filme, concentrámos-mos na não chega para um filme. Os ingredientes produção de documentários de longacruciais são uma boa história e personagens metragem. cativantes. Quando nós nos começamos Em 2007 deparámo-nos com o «Oklahoma a apresentar ao pessoal no D-Day, D-Day», o maior jogo de paintball conseguimos identificar várias pessoas que do mundo. Depois de conhecermos encaixavam nesses requisitos. A paixão a comunidade deste desporto e deles pelo desporto e a interacção com participarmos com as nossas câmaras eles mostraram que eles tinham o que nessa batalha, decidimos fazer um filme. era preciso para uma história dramática, Tem a mistura certa de personagens interessante e cativante.

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GRIP: Os jogadores passam o ano inteiro a prepararem-se para este evento. Quanto tempo é que demoraram a preparar o SoP? Doug: Demorámos cerca de nove meses a prepararmo-nos portanto também estivemos a treinar quase um ano inteiro. Primeiro fomos ao Oklahoma D-Day em 2007 para ver como era e apresentarmo-nos, mas não filmámos. As pessoas não gostam quando têm uma câmara em cima deles o dia inteiro, especialmente quando não conhecem quem está a filmar. Para filmar algo autêntico, é importante sabermos quem é que estamos a filmar e ganhar o respeito deles. Nós conseguimos fazer isso com a comunidade de Oklahoma

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D-Day portanto quando demos a ideia de fazer um documentário eles sabiam que estavam em boas mãos. Eles não só abriram o campo para nós e às nossas câmaras, como também as suas casas e os seus negócios. Nós atravessámos o país inteiro para filmar as preparações para a batalha, o que foi quase tão interessante como a batalha em si. GRIP: Quais foram as dificuldades que encontraram enquanto estavam a filmar, e que equipamento especializado para o paintball é que utilizaram? Doug: Como podem imaginar, uma guerra com bolas de paintball não é exactamente o ambiente onde queremos levar


equipamento caro de filmagem! GRIP: Quando acabaram SoP o que Não conseguimos encontrar uma protecção acharam que poderiam ter feito duma ideal para os nossos corpos, que ficaram forma diferente? cheios de nódoas negras! Mas divertimoDoug: Além de ganhar a lotaria antes de nos na mesma. começarmos a filmar – não há muita coisa O maior desafio foi conseguir «A paixão pelo desporto e a interacção ver o viewfinder pelos impermeáveis e por uma com eles mostraram que tinham máscara de paintball, que o que era preciso para uma história muitas vezes ficavam todas embaciadas e cobertas de dramática, interessante e cativante.» tinta. Manter as objectivas limpas também se que faríamos duma maneira diferente. tornou num problema, mas as lentes sujas Tivemos muitos desafios com o filme mas ajudaram a contribuir no ambiente de sem esses problemas não acho que teríamos guerra, como se estivéssemos mesmo no conseguido criar esta obra-prima. meio da acção. A analogia de «diamantes feitos de

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carvão» funciona neste exemplo – nós precisávamos de pressão, e do calor de Oklahoma, para criar esta jóia. Agora se nos perguntarem se fazíamos o mesmo projecto de seis anos outra vez? Isso já é a loucura…

em Washington, DC, onde moramos, e as pessoas que contratámos foram uma grande ajuda durante todas as filmagens. GRIP: Qual é o feedback dos espectadores, companhias e outros que não jogam paintball? Doug: Fantástico! Não recebemos nada sem ser críticas positivas do mundo do paintball e de fora. Vejam as críticas no nosso site e na Amazon. Foi importante para nós criar um filme que abrangesse todo o tipo de possíveis espectadores. Nós queríamos fazer algo para os jogadores de paintball que eles nunca tinham tido – um filme de alta produção e cheio de acção sobre o desporto. Também queríamos fazer

GRIP – SoP tentou crowd funding no Indiegogo. Porque não resultou? Doug: Nós até considerámos o nosso crowd funding um sucesso! Conseguimos angariar $4000 que não tínhamos antes, que foram cruciais para completar o filme. Não alcançámos o nosso objectivo monetário, mas nós já estávamos à espera disso e daí termos optado pelo Indiegogo e não o Kickstarter. Ao contrário do Kickstarter, Indiegogo deixa-nos colocar uma «Uma guerra com bolas de paintball não é meta inexistente e podemos guardar todas as exactamente o ambiente onde queremos doações feitas. levar equipamento caro de filmagem!» Também achamos que foi um sucesso porque ajudounos a começar o processo de marketing um filme que inspirasse e convidasse aqueles do documentário. Duma maneira foi bom que não jogam para jogarem ou pelo menos termos tido essa publicidade «gratuita» com terem uma ideia diferente do desporto. uma comunidade de pessoas que não fazem Idealmente o filme irá continuar a espalhar parte dos nossos fãs. Aprendemos que uma e irá ajudar o mundo do paintball a crescer. boa campanha precisa duma promoção diária durante o processo inteiro. GRIP: Irá haver um SoP 2? Doug: Ah! Ainda estamos a trabalhar no SoP GRIP: Tinham algum plano B? 1! Fazer um filme é um processo de vários Doug: Acho que não tínhamos um plano passos e a promoção dele é uma grande B em qualquer altura das filmagens. Nós parte. Dito isto, acho que conseguimos só fomos fazendo as coisas um passo de fazer o impossível com este filme e só cada vez e quando encontrávamos um com um milagre é que isto irá acontecer obstáculo arranjámos sempre maneira de outra vez. Mas ninguém sabe o que poderá dar a volta. A comunidade cinematográfica acontecer no futuro…

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GRIP: Alguma história engraçada na de duas horas. produção do SoP? O problema é que tivemos imensas Doug: Nós adorámos os «verdadeiros dificuldades em contactá-los enquanto Alemães» que estão no filme. Para aqueles estavam em Tulsa. Tentámos ligar-lhes que ainda não o viram, nós conseguimos várias vezes no dia que chegaram mas não passar algum tempo a filmar três serviu de nada. Tínhamos receio que eles jogadores alemães que vieram aos Estados Unidos pela primeira «Acho que nunca tivemos um plano B vez para jogar no Oklahoma em qualquer altura das filmagens.» D-Day. Claro que eles quiseram jogar no lado alemão. tivessem mudado de ideias sobre aparecer Como produtores sabíamos que filmar no filme. Depois descobrimos que eles verdadeiros Alemães vindos da Alemanha tinham ido a um outlet da Levi’s e estavam para jogar pelos Alemães seria imperdível. há três horas a experimentar calças de Conseguimos contactá-los antes do evento ganga. Pelos vistos é difícil encontrar um e eles concordaram em aparecer no filme. bom par de calças na Alemanha. Sabe-se Nós queríamos encontrar-nos com eles lá porquê. No fim conseguimos falar com enquanto eles iam buscar uma caravana e eles e filmar momentos excelentes que iam desde Tulsa até ao campo, uma viagem acabaram por ficar no filme.

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GRIP: Onde é que se pode comprar o filme na Europa? Doug: Estamos neste momento a tentar fazer o filme disponível no iTunes internacional. Também estamos a trabalhar com um distribuidor europeu para o DVD. Iremos informar-vos quando isso acontecer! Entretanto se tiverem um leitor de DVDs que leia DVDs com NTSC Region Code 1, podem já comprar o filme

na Amazon.com. Queríamos agradecer ao apoio e paciência de todos que nos apoiaram durante a produção do filme. Demorou mais tempo do que estávamos á espera mas aprendemos muito durante o caminho inteiro e criámos um filme extraordinário. Estamos orgulhosos do «Soldiers of Paint» e se já o viram e gostaram, contem aos vossos amigos e família sobre o filme. • publicidade

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Operação Shutdown O evento mais esperado da Península Ibérica, abriu as suas portas a mais de 30 equipas e dez países para dois dias frenéticos de paintball, camaradagem, festa e bom ambiente. Texto: André Faria

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Ourém recebeu os mais de 200 jogadores bordado do evento como lembrança, nacionais e internacionais, nos dias 28 e dormida no pavilhão desportivo, acesso 29 de Setembro junto do aeródromo de aos torneios GRIP Sniper Challenge Pias Longas, para celebrar o 9º Aniversário e CQB Challenge, uso da carreira de da Associação Paintugal. Organizado tiro de paintball, workshop de CQB, pela Paintugal juntamente com a equipa zona comercial de lojas de paintball Kammos, este evento está inserido na e acessórios, manutenção gratuita dos Big Game Alliance, que O jogador ao comprar o bilhete do evento é o resultado da união dos maiores e melhores tinha acesso a mais de dez ofertas organizadores de eventos entre actividades, jogos e workshops. de paintball na Europa, com três parceiros: Warped (Grã-Bretanha), Veckring (França) marcadores das marcas patrocinadoras, e Paintugal (Portugal). massagens desportivas e de relaxamento, O jogador ao comprar o bilhete do o álbum fotográfico do evento pela GRIP evento tinha acesso ao seguro, um - Photo Services, o jogo «Portugal Versus»

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com a duração de uma hora no Sábado e o jogo «Operação Shutdown» de quatro horas no domingo.

Workshop CQB Foi ministrado um workshop de técnicas de combate em áreas edificadas (CQB), pelo Corpo Expedicionário Português da Paintugal, em conjunto com a equipa Hostile Intentions do Reino Unido. Com novas técnicas, mais exigentes e complexas, foi um nível dois relativamente aos workshops de CQB do passado. Mais de 60 jogadores puderam aprender e executar estas técnicas no campo especialmente montado para o efeito. Após este momento de aprendizagem

seguiu-se treino e torneio das técnicas adquiridas neste espaço.

Torneio CQB Challenge Após o sucesso de 2012 não houve dúvidas que este mini torneio era para repetir. Desta vez o campo tinha uma dificuldade maior sendo o trajecto e dificuldades encontradas mais complexas. Este torneio foi gerido pelo Corpo Expedicionário Português da Paintugal juntamente com a equipa Hostile Intentions do Reino Unido, onde participaram cinco equipas: Bando de Irmãos Paintball Clube, Kammos, Sartim Paintball Clube, FoxTeam - Paintball Division, e Trolls S.P.O.T. cenário

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Na primeira fase as equipas cumpriam o circuito do campo contra alvos estacionários e eram avaliadas pela execução técnica e tempo usado. Aqui foram apuradas as três melhores equipas que seguiram para a final. Na final os alvos estacionários foram substituídos por «terroristas», que podiam disparar contra os jogadores, sendo adicionado outro item de avaliação: a quantidade de tiros recebidos pelos jogadores. Esta terminou em empate entre os dois primeiros classificados: Trolls S.P.O.T. e Sartim Paintball Clube. De acordo com as regras, ambas as equipas tiveram de repetir o circuito e no final a vitória suada sorriu aos S.P.O.T. com uma diferença de apenas um eliminado, perante os Sartim Paintball Clube, vencedores da edição de 2012.

1.º lugar - Trolls S.P.O.T. 2.º lugar - Sartim Paintball Clube 3.º lugar - FoxTeam - Paintball Division

GRIP SNIPER CHALLENGE Sem a aderência esperada, por estar a decorrer ao mesmo tempo o jogo PT Versus, esta prova foi bem disputada, com as qualidades de pontaria a serem colocadas a teste. Não bastava afirmar ser um verdadeiro 150

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Sniper no sofá, esta era a hora de o provar em campo e o pódio ficou composto por:

1.º lugar – Tiago Ervideira (SARTIM) 2.º lugar – Luís «Ferra» (SARTIM) 3.º lugar – António Maia (SARTIM)

PT VERSUS O jogo que confronta estrangeiros com Portugueses inspirou-se num tema muito actual: A visitas de avaliação da troika! O povo Português teria feito reféns, os avaliadores, e a força internacional teria como objectivo resgatar os mesmos. De realçar que os reféns eram de carne e


osso, dando mais força ao cenário pelas possibilidades de fuga. Os avaliadores da Troika estavam enclausurados numa fortaleza do terreno por uma mão cheia de Portugueses, sendo que a equipa principal entrava em campo na ponta oposta do terreno a cerca de 250 metros de distância. As forças internacionais teriam de capturar os reféns e transportá-los em segurança para o ponto de extracção. No final a vitória sorriu aos Portugueses a muito custo muito devido aos fantásticos combates realizados em apenas uma hora, por todos os entusiastas em campo. É de destacar os generais de cada equipa, estando o General Mauro Dias

«Tern», da equipa Trolls S.P.O.T. , responsável pela equipa Portuguesa; enquanto na equipa oposta o responsável era o General espanhol Luis Cubero «Wolf».

A FESTA DE JOGADORES Aquela que foi considerada como a melhor festa de aniversário da Paintugal de sempre foi realizada em Fátima no bar do Hotel Canada – Stailes Bar. A escolha deste hotel deveu-se ao facto de ser o hotel parceiro da prova onde existiam descontos consideráveis para aqueles que preferem o conforto à opção mais económica do pavilhão. O ambiente era fantástico! Por entre cenário

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bebidas diversas podia-se disfrutar de vários jogos ao som de clássicos do rock pela banda presente e convidados especiais, como o músico Escocês de gaita-de-foles. Uma mescla de jogadores de paintball nacionais e estrangeiros com a população local, marcou mais uns pontos na imagem do nosso desporto. Durante a festa ainda foram entregues os troféus das várias actividades do dia: aos Generais do PT Versus, os troféus do UK Versus e Blackout (estes referentes ao Warped North vs South Paintball Festival, entregues pelo próprio organizador Jim Frensham), bem como do GRIP Sniper Challenge e CQB Challenge. A festa continuou longa pela madrugada após o cantar dos parabéns pelo 9º

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aniversário da Associação e consumo do respectivo bolo de aniversário.

OPERAÇÃO SHUTDOWN Este jogo colocava as facções Solaris Corporation e a Eolitica Foundation em conflito pelo monopólio mundial do fornecimento de energia. O terreno era muito rico e diversificado, com um factor dominante no horizonte: as enormes torres eólicas, um efeito cénico impressionante para o cenário! Muitas zonas de arbustos, árvores, caminhos, muros e até pequenas fortalezas de pedra, deram o mote para a operação Shutdown. Ambas as equipas tinham de recolher no terreno detonadores e as restantes peças que compõem as bombas, os


temporizadores e explosivos, para além do terminou o jogo 30 minutos mais cedo com drone perdido com informações secretas. um empate técnico entre ambas as equipas. Nas bases a espectativa de um Facto de nota: muitos jogadores vieram ataque era constante, já que as mesmas acompanhados pelas suas famílias, que ou albergavam todos os objectivos recolhidos ficaram pelo recinto do evento, ou foram no campo de jogo. Existia ainda uma «explorar» o conselho de Ourém. «fábrica» para onde se deveria levar um A comandar a equipa Eolítica engenheiro com a chave que dava acesso Foundation esteve o General Daniel à garrafa de ar comprimido, um factor logístico importantíssimo. O workshop de CQB foi a continuação Após uma trégua do São da formação dada o ano passado. Pedro que durou todo o evento, este decidiu lavar os jogadores com uma Alferes da equipa Spetsnaz e o Tenentebela chuva na parte final do jogo. Ainda General Steve da Afoitos Paintball assim os jogadores mantiveram-se em Team. Do outro lado os responsáveis campo batalhando pelos objectivos com a foram o General Daniel João Lobão da mesma energia do início do jogo até que Megapaintman e o Tenente-General a organização por questões de segurança RafaDuro do Núcleo dos Duros. •

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dFENDER Testámos a novidade mais quente deste Inverno. A desconfiança era muita. Seriam o estilo e inovação suficientes para nos agradar? Texto: Duarte Gomes e André Garrido

Outubro é sempre aquela altura do ano em que toda a comunidade está com a pulga atrás da orelha. É neste mês que acontece o World Cup em Orlando e onde são anunciadas todas as novidades para a época seguinte. As marcas guardam todos os seus segredos o melhor que podem, algumas com elevados níveis de segurança para que nada seja divulgado pela Internet antes do tempo. O segredo mais bem guardado foi sem dúvida o novo marcador da Empire – o DFender. Já muito se falava das novas máscaras da Virtue e da HK e do mais recente marcador da DYE, mas nada bateu o interesse deste marcador. Este entusiasmo fora de normal deveu-

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se principalmente ao novo conceito onde o loader está incorporado no corpo do marcador. Este é o passo lógico para o futuro do nosso desporto, onde os engenheiros das marcas irão tentar remover tudo o atrapalhe o jogador. E todos sabem que não existe nada mais irritante que levar um tiro no loader. O facto de puxar o loader para o apoio de ombro faz com que o jogador tenha um perfil muito mais reduzido e acima de tudo de uma forma natural, sem que se tenha de adicionar apetrechos gigantes em qualquer parte do marcador. Obviamente a zona onde se encontra o loader não é pequena, afinal tem de comportar o espaço e protecção para o mesmo, mas resulta na perfeição a nível de conforto.


R O loader é uma característica tão forte que é difícil concentrar esta review no marcador em si. Basicamente este marcador tem um mecanismo idêntico ao da Axe, o que significa que mantém a qualidade e fiabilidade já conhecidas. No entanto o design mostra claramente que este marcador é dedicado ao mercado de jogo recreativo. Apesar do aspecto robusto é muito fácil de usar, sendo praticamente pegar nele e disparar, sem grandes confusões, luzinhas desnecessárias ou qualquer configuração

complicada. O acesso à zona das pilhas também é de fácil acesso, evitando que algum jogador mais gentil lasque uma unha. Não deixa de ser impressionante a quantidade de extras que este kit trás, não sendo preciso praticamente qualquer compra extra para satisfazer os jogadores mais exigentes. Dentro destes extras podemos encontrar um conjunto de canos Freak com ponta All American e os seus devidos inserts. Um desses canos vem com um Apex para permitir rotação de trajectória.

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Outro extra é o quick feed para o loader. E lá voltamos nós ao loader… não fosse ele tão importante neste marcador. No entanto o loader é também o único ponto negativo do marcador. O facto de este estar inserido dentro do marcador faz com que o seu acesso não seja de todo fácil. E tal como acontecia no passado com o Warped Feed (para os que não conheceram, era um loader externo que alimentava o marcador pela lateral), quando se parte bola, o melhor é sair de jogo e ir limpar tudo. Quando colocada uma botija directamente no corpo do marcador o manuseamento do mesmo não é o mais confortável. Visto ser um marcador de recreativo sugerimos que seja usado com remoto para ter a verdadeira sensação de liberdade e evitar este desconforto. A DFender superou totalmente as nossas espectativas. Apesar de ser um equipamento da Empire, quando vimos as imagens na Internet ficámos com aquela sensação: «Ok! Isto é giro, tem pinta, mas

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VANTAGENS Loader incorporado no marcador Perfil reduzido Fiável Extras

DESVANTAGENS Acesso difícil ao interior do loader

não vai funcionar!». Funciona e funciona bem. A questão de partir bola dentro do loader pode ser preocupante, mas usando boa bola será fácil de evitar esse problema. O preço é o de um marcador de topo, ronda os 1200€. Não nos parece exagerado tendo em conta todos os extras que o acompanham. No final não temos qualquer dúvida em dizer que é uma das maiores evoluções do nosso desporto nos últimos anos. •


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JT

SPLATMASTER

SNIPER

O que é melhor que uma pistola ou uma caçadeira para os mais pequenos começarem a jogar paintball? Só uma sniper! Texto: Duarte Gomes e André Garrido

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O ano passado testámos as novas versões da SplatMaster feitas de propósito para incentivar os mais novos a começar a jogar paintball. Na altura era um marcador em forma de pistola e outro em forma de caçadeira. Um azul e outro vermelho, de forma a distingui-los de armas verdadeiras. Embora tivessem sido feitas para os mais novos uma coisa é certa, divertimonos à grande. Quando vimos que a JT lançou a versão sniper deste marcador, falámos com a MAXS para nos enviarem uma para experimentar. Já sentíamos o cheiro a Hollywood, quando os snipers estão em cima da torre do relógio a deitar a linha de inimigos abaixo. De todos os modelos existentes este é o mais interessante, por ter um ar mais ameaçador. A primeira coisa que se nota de imediato é o facto de o disparo ser mais potente que os modelos anteriores. Faz sentido, é para snipers! Disparam ao longe e escondidos. No entanto continua a não ser com uma velocidade muito alta, permitindo a segurança dos mais pequenos. O marcador do lado esquerdo tem uma alavanca que serve para dar o

impulso do disparo, porque tal como os restantes modelos a sniper não funciona com ar comprimido sendo totalmente mecânica. As bolas usadas continuam a ser a de calibre 50. Como já tínhamos referido o ano passado, não são muito fáceis de manusear pelos adultos. Escorregam facilmente das mãos e mal tocam no chão partem-se. Mas é a escolha certa para esta gama de marcadores. O preço é de 59,95. É um pouco mais caro que os modelos anteriores, e do nosso ponto de vista poderá ser demasiado caro para se tornar aquele brinquedo que o pai compra ao filho com alguma facilidade

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porque tem o filho a fazer marcador mais frágil, mas uma birra. De qualquer das VANTAGENS cumprindo o objectivo de Não consome ar formas pode-se considerar ser muito mais barato. Preço agradável que este marcador é um De todos os modelos que Manutenção fácil pouco mais específico que tivemos em mãos este foi por exemplo a caçadeira e sem dúvida o que mais nos DESVANTAGENS por isso terá como alvo o agradou. Em primeiro lugar Material frágil jogador que já tem um dos porque é mais potente, o outros modelos. que no nosso caso significa Esta versão tem uma pequena mira, que nos vai dar mais gozo. Depois o que é relativamente correcta tendo em modo de disparar obriga o marcador a conta o projéctil. Ainda tem uma coronha ser uma verdadeira sniper. Não dá para extensível e amovível para se adaptar «despachar» tiros como se não houvesse melhor ao corpo de cada jogador. amanhã… existe um processo que nos A manutenção da SplatMaster é muito obriga a ter calma. básica e qualquer pessoa a pode fazer em Sem dúvida um excelente brinquedo casa sem grandes dificuldades. para oferecer aos nossos Quanto ao material a marca não esconde filhos, sobrinhos, afilhados que é toda feita em plástico, sendo um ou primos mais novos. •

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backstage Passámos algum tempo a conhecer as personagens principais deste fantástico Big Game. Algumas delas bem interessantes. 1 – Qual é a tua função? 2 – Quais são as dificuldades principais da tua função? 3 – Qual é a história mais incrível que viste acontecer no Millennium Series?

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SHANICE Enfermeira Sexy 1 – Sou a enfermeira sexy para todos os jogadores que são atingidos. 2 – Fazer o caminho de saltos altos da zona de jogadores até ao campo. É o mais difícil! 3 – A história mais incrível são os jogadores que me limpam as botas ou fazem striptease para mim durante o jogo.

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MICKAEL AMAR Director Geral 1 – Sou o director geral em Veckring. Veckring é uma empresa com loja, loja online, campo de jogo e Big Games. 2 – É muito difícil fazer regras que todos entendam porque tens pessoas de diferentes nacionalidades. É muito complicado que todos os jogadores entendam tudo. Precisamos de explicar uma vez em Alemão, depois em Inglês e ainda em Francês e as pessoas não têm a concentração para ouvir as três línguas. 3 – Temos muitas histórias estranhas em Veckring porque estamos abertos há mais de 20 anos. Temos histórias das quais não podemos falar (ri-se muito) porque seriam estranhas. Mas em todos os jogos existe uma nova história.

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KARSTEN DOERR Chefe de Árbitros 1 – Sou o responsável máximo da arbitragem em Veckring. 2 – Os jogadores tiram as máscaras durante o jogo no meio do campo mesmo em frente a grandes confrontos e quando gritamos com eles para colocarem a máscara ainda nos vêem como parvos. 3 – A segurança é a coisa mais difícil… E a necessidade de falar em várias línguas.

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AGRADECIMENTOS

Blue Falcon Squadron Guilherme Pires Jo茫o Ramos Pedro Batista Ricardo Catarino S贸nia Fernandes

Muito Obigado!

/GripPaintball

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agradecimentos


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