Insano

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— Ela não viu minhas ligações? — pergunto curioso. — Hanna não apareceu aqui nesses dias. — O que você quer dizer com isso? Ela está desaparecida? — Minha voz sai mais elevada do que eu pretendia. — Ouça, estou vendo que é novato no que diz respeito a Hanna. Ela não está desaparecida, está trabalhando no estúdio aqui em cima — ela aponta para o teto — Quando parar de pintar, ela vai voltar. Simples assim. — O que quer dizer com isso? Ela fica lá em cima pintando direto? — Nossa. Se ficou assim por causa de três dias, não quero nem ver como ficará quando ela sumir por sete. Eu abro a boca na tentativa de argumentar, mas nada racional me vem à cabeça. Quem em sã consciência trabalha por três dias seguidos? — Você quer dizer que ela não para? — Eventualmente para comer ou tomar um banho. — E dormir? — Ela sacode a cabeça em negação, fico sem saber o que dizer e ouço passos apressados. — Desculpa, Maggie. Eu sei que tínhamos um compromisso — Hanna entra na sala apressada e para abruptamente quando nota a minha presença. — Gael? — ela fala surpresa. Já dormi com mais mulheres do que posso contar. Ou até mesmo me lembrar, mas nunca, em toda a minha maldita vida, tinha ficado tão excitado como estava agora diante do que se encontrava à minha frente. Hanna está com os cabelos presos em um coque frouxo, com vários fios soltos emoldurando o rosto manchado de tinta, claramente, numa tentativa de manter o cabelo longe dos olhos. Os braços e pernas estão cobertos de pingos coloridos. E é agora que me dou conta. Ela está só de camisa, uma que mal cobre as coxas, com as mangas enroladas até o antebraço. E é definitivamente uma camisa masculina. E eu estava com ciúmes da porra de uma camisa.


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