Insano

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— Melhor impossível — dou um sorriso indicando que estou bem. — Vamos nos vestir, acho que vai esfriar, não quero que você adoeça. Depois de nos vestir, observo mais uma vez o lugar, não tem ninguém a vista, então acredito que nosso show particular não teve plateia. Sorrio com o pensamento, estava tão envolvida em seus braços que não lembrei se poderia ter alguém observando. Caminhamos pela rampa de madeira em silêncio, levo minha sandália em uma das mãos enquanto a outra é preenchida pelas mãos mais habilidosas que já conheci. Chegamos ao hotel e Gael passa algumas instruções para o gerente. Amanhã cedo estaremos voltando para NY, porém, a possibilidade de passar dois meses com ele me deixa animada, mas ao mesmo tempo, nervosa. — Você está me olhando engraçado — ele fala enquanto veste uma camiseta, a noite está mais fria do que os ouros dias. — Engraçado como? — pergunto me juntando à ele na cama. — Não sei, está preocupada com alguma coisa? Touché. — Nada em especial. — Hanna — ele segura minha mão e olha nos meus olhos — Não quero que se sinta pressionada, quero que esteja confortável com esse arranjo. — Eu sei, não se preocupe, eu estou. Quando desligamos as luzes, e os braços dele envolvem meu corpo, é que me dou conta de tudo que me envolvi até agora. Eu sempre fui muito cuidadosa e evitei exposição, nunca fui aberta a relacionamentos sérios, muito menos a deixar alguém entrar dessa forma na minha vida. Gael era o tipo de pessoa que eu sempre evitei. Famoso, superexposto. Eu sabia que logo o seríamos noticia nas mídias. E tinha certeza que meu telefone não demoraria a tocar por causa disso. Foi com esses pensamentos em mente que adormeci, e com eles, claro, vieram as lembranças. *** — Hanna, vamos viajar, entendeu? Vamos nos mudar. — Nos mudar? Mas porque? — Vamos para os Estados Unidos, querida. Você vai adorar. — Vamos todos juntos? — Não menina, vamos só você e eu. — E o papai? E a mamãe? — Querida! — Ela se agacha ficando com os olhos no nível dos meus — Vamos ser nós duas, tudo bem? Se alguém perguntar, eu sou sua mãe. Você consegue dizer isso, querida? — Mas, eu tenho mãe. — Eu sei meu bem, mas para onde vamos, você vai ter que dizer isso. Você consegue? — Meus pais não me querem por perto, não é? Eles nem me deixam brincar com os bebês. — Para onde vamos, você vai poder brincar com quem você quiser, Hanna. Vai poder sair para o parque, passear e fazer amigos. — Vou poder ir à escola? — Claro que vai. Então, você vai ser uma boa menina e me chamar de mãe quando estivermos


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